Bloco no poder no centro do arranjo espacial: As contribuições de Nicos Poulantzas e sua atualidade para entender a formação socioespacial

Autores

  • Rodolfo de Souza Lima Faculdade de Ciências e Tecnologia - Universidade Estadual Paulista - Presidente Prudente https://orcid.org/0000-0002-5050-9900
  • Ricardo Pires de Paula Faculdade de Ciências e Tecnologia - Universidade Estadual Paulista - Presidente Prudente

DOI:

https://doi.org/10.5418/ra2021.v17i34.13558

Palavras-chave:

Nicos Poulantzas, Bloco no poder, arranjo espacial, formação socioespacial

Resumo

A obra de Nicos Poulantzas, em especial o livro “Poder Político e Classes Sociais”, de 1968, é um dos principais trabalhos no campo da ciência política e da filosofia. O conjunto de sua obra aborda a especificidade e a função do Estado burguês, das classes sociais, o conceito de bloco no poder, burocracia, dentre muitos outros. O presente trabalho busca versar sobre a atualidade da obra poulantziana para entender a formação socioespacial brasileira, os conflitos e lutas de classes, a ação do Estado, e do bloco no poder, em um diálogo com o arcabouço conceitual da geografia, sobretudo de Ruy Moreira que em um determinado momento de sua obra incorporou elementos da abordagem do filosofo grego. Defende-se a hipótese de que os estudos geográficos, seja através dos arranjos espaciais, da formação socioespacial, da ação estatal, encontram, através da intervenção estatal, o bloco no poder seu centro de decisão. Portanto, a teoria de Nicos Poulantzas continua sendo pertinente nos dias de hoje.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rodolfo de Souza Lima, Faculdade de Ciências e Tecnologia - Universidade Estadual Paulista - Presidente Prudente

Doutorando em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia na FCT-UNESP em Presidente Prudente, desenvolvendo o projeto "A territorialização da política de desenvolvimento rural - Alianças Produtivas do Banco Mundial: um estudo comparativo entre São Paulo, Santa Catarina e Paraná" (FAPESP, 2019/11129-0), sob orientação do Prof. Dr. Ricardo Pires de Paula. Mestre na mesma instituição, defendendo a dissertação intitulada "Do sonho da terra ao pesadelo da dívida: a territorialização da Contrarreforma Agrária de Mercado no Pontal do Paranapanema" (FAPESP, 2016/03102-7) em 2018. Pesquisador do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária (NERA). Durante a graduação participou do projeto de iniciação cientifica "DATALUTA - BANCO DE DADOS DA LUTA PELA TERRA: Registro, confrontação e análise das ocupações de terra Estado de São Paulo com ênfase no Pontal do do Paranapanema para o período 1988 - 2011" e entre 2013 e 2014 participou do projeto de pesquisa "Entre a independência e o endividamento: análise da reforma agrária do Banco da Terra em Presidente Prudente (2001-2013")- FAPESP, que resultou no trabalho de monografia, orientado pelo Prof. Dr. Ricardo Pires de Paula (Unesp/FCT). Atuou como professor de Projeto Interdisciplinar (PID) II e Metodologia em Geografia no Curso de Geografia da FCT-UNESP. Aborda os seguintes eixos temáticos: Banco Mundial, neoliberalismo, Desenvolvimento rural, reforma agrária, Estado, trabalho e território.

Ricardo Pires de Paula, Faculdade de Ciências e Tecnologia - Universidade Estadual Paulista - Presidente Prudente

Possui Graduação em História pela Universidade Estadual de Maringá (1997), Mestrado (2001), Doutorado (2007) em História pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e Pós-Doutorado na Université Lumière 2, Lyon/França. Atua como Professor Assistente Doutor na Faculdade de Ciências e Tecnologia - FCT - UNESP - nos cursos de Graduação e Pós-Graduação em Geografia - Presidente Prudente/SP. Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil e História Contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: globalização, movimento separatista, separatismo, nacionalismo, sindicalismo docente, associação de professores, greve de professores, campo educacional, movimentos sociais urbanos e rurais. Participação em pesquisas relacionadas à Educação do Campo

Referências

ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Jandaíra, 2020

ALTHUSSER, Louis. Por Marx. São Paulo: Unicamp, 2015

AMIN, Samir. Unequal development: na essay on the social formations of peripheral capitalismo. England: The Haverster, 1973.

BOITO Jr., Armando. Política neoliberal e sindicalismo no Brasil. São Paulo: Xamã, 1999.

_____. Reforma e crise política no Brasil: os conflitos de classe nos governos PT. Campinas: Unicamp; São Paulo: Unesp, 2018

_____. Prefácio à edição brasileira. In: POULANTZAS, Nicos. Poder político e classes sociais. São Paulo: Unicamp, 2019.

_____. Por que caracterizar o bolsonarismo como neofascismo. Crítica marxista, n.50, p.111-119, 2020

BERRINGER, Tatiana. Bloco no Poder e política externa nos governos FHC e Lula. 241f. Tese (doutorado) Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, 2014.

BUGIATO, Caio. A cadeia imperialista das relações interestatais: a teoria do imperialismo de Nicos Poulantzas. Queastio Luris, v.7, n.2, 2014, p.453-468.

CABRAL, Amilcar. A arma da teoria. Rio de Janeiro: codecri, 1980.

CAVALCANTE, Sávio Machado. Classes médias e modo de produção capitalista: um estudo a partir do debate marxista. 2012p. 377f. Tese (doutorado em sociologia) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, 2012.

CLAUDINO, Guilherme dos Santos. Raízes e constelações do saber geográfico academico brasileiro: o conhecer e o pensar na condição das nervuras. 2019. 556f. Tese (Doutorado em Geografia) – Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2019.

CODATO, Adriano. Poulantzas, o Estado e a revolução. Crítica Marxista, n.27, 2008, p.65-85.

DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. 1 ed. São Paulo: Boitempo, 2016.

DELGADO, Guilherme. Do “capital financeiro na agricultura” à economia do agronegócio: mudanças cíclicas em meio século (1965-2012). Porto Alegre: EFRGS, 2012.

DUMÉNIL, Gérard; LÉVY, Dominique. A crise do neoliberalismo. São Paulo: Boitempo, 2014.

FARIAS, Francisco Pereira de. Estado burguês e classes dominantes no Brasil (1930 – 1964). Curitiba: CRV, 2017.

FERNADES, Bernardo Mançano. Questão Agrária: conflitualidade e desenvolvimento territorial. In: Buainain, Antônio Márcio. Luta pela terra, reforma agrária e gestão de conflitos no Brasil. Campinas: UNICAMP, 2008 p.1-57.

FRANÇA FILHO, Astrogildo Luiz de. Considerações sobre a renovação crítica da geografia brasileira. Geografia em questão, v.5, n.1, 2012.

GORENDER, Jacob. O escravismo colonial. São Paulo: Expressão Popular; Perseu Abramo, 2016.

GORRITI, Jacinta. Nicos Poulantzas. Una teoria materialista del Estado. Chile: Doble Ciencia, 2020.

HARNECKER, Marta. Conceitos elementais do materialismo histórico. [S.n.: s.l], 1973.

_____. Um mundo a construir: novos caminhos. São Paulo: Expressão Popular, 2018.

HARVEY, David. O Neoliberalismo: História e implicações. São Paulo: Loylola, 2008.

JESSOP, Bob. Nicos Poulantzas: Marxist theory and politicial Strategy. London: Macmillan, 1985.

KATZ, Claudio. Neoliberalismo, neodesenvolvimentismo, socialismo. São Paulo: Expressão Popular, 2016.

LAZAGNA, Angela. O político na transição socialista. Explicação e retificação da contribuição da corrente althusseriana. 2017. 262f. Tese (doutorado em ciência política) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, 2017.

LEFEBVRE, Henri. A re-produção das relações de produção. Porto: Escorpião, 1973.

LENIN, Vladmir I. O Estado e a revolução. São Paulo: Expressão Popular.2012.

MACHADO, Monica Sampaio. A trajetória espacial e intelectual de Ruy Moreira e sua contribuição à geografia brasileira. GeoUERJ, n.35, 2019.

MARTIN, James (org.). The Poulantzas reader: marxism, law and the State. London; New York: Verso, 2008.

MOURA, Clovis. Dialética radical do negro brasileiro. São Paulo: Anita Garibaldi, 3.ed, 2020.

MARTUSCELLI, Danilo Enrico. Crises políticas e capitalismo neoliberal no Brasil. 2013. 316 p. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Campinas, SP. Disponível em: <http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/280194>. Acesso em: 23 ago. 2018.

MARX, Karl. O 18 de Brumário de Luís Bonaparte. São Paulo: Boitempo, 2011.

_____. As lutas de classe na França de 1848 a 1850. São Paulo: Boitempo, 2012.

MOREIRA, Ruy. Assim se passaram dez anos (a renovação da geografia no Brasil no período 1978-1988). GEOgraphia, ano 2, n.3, 2000.

_____. Sociedade e espaço no Brasil (as fases da formação espcial brasileira: hegemonias e conflitos). Boletim paulista de geografia, São Paulo, n.83, 2005, p.7-31.

_____. A geografia serve para desvendar máscaras sociais. In: MOREIRA, Ruy. Pensar e ser em geografia: ensaios de história, epistemologia e ontologia do espaço geográfico. São Paulo: Contexto, 2008.

_____. O movimento operário e a questão cidade-campo no Brasil: clases urbanas e rurais na formação da geografia operária brasileira. Rio de Janeiro: Consequências, 2 ed, 2013.

MOTTA, luiz Eduardo. Poulantzas e o Direito. In: Dados vol.53, nº2. Rio de Janeiro: IUPERJ, 2010.

_____. A recepção de Althusser no brasil: o grupo da revista tempo brasileiro. Novos Rumos, v.54, n1, 2017.

OSÓRIO, Jaime. O Estado no centro da mundialização: a sociedade civil e o tema do poder. São Paulo: Expressão Popular, 2 ed, 2019.

PEDROSA, Brenno Viotto. Entre as ruinas do muro: a história da geografia crítica sob a ótica da ideia de estrutura. 2013. 361f. Tese (doutorado em geografia humana) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, 2013.

_____. A controvérsia da geografia crítica no Brasil (parte II). Geosul, Florianópolis, v.30, n.59, p.29-46, jan/jun, 2015.

PEREIRA, João Marcio Mendes. O Banco Mundial Como Ator Político, Intelectual e Financeiro 1944-2008. São Paulo: Civilização Brasileira, 2010.

POULANTZAS, Nicos. As classes sociais no capitalismo de hoje. Rio de janeiro: Zahar editores, 1975.

_____. A crise das ditaduras: Portugal, Grécia, Espanha. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1976.

_____. O Estado, o poder, o socialismo. Rio de Janeiro: edições Graal, 2 ed, 1985.

_____. Poder político e classes sociais. Campinas, SP: Unicamp, 2019.

SAES, Décio. A formação do Estado burguês no Brasil: 1988-1891. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.

_____. Republica do capital: capitalismo e processo político no Brasil. São Paulo: Boitempo, 2001.

_____. O impacto da teoria althusseriana da história na vida intelectual brasileira. In: MORAES, João Quartim (org.). História do Marxismo no Brasil. São Paulo: Unicamp, v.3, ed. 2, 2007.

SAFFIOTI, Heleieth. A mulher na sociedade de classes: mito e realidade. 3 ed. São Paulo: Expressão Popular, 2013.

_____. Gênero, patriarcado, violência. 2 ed. São Paulo: Expressão Popular; Perseu Abramo, 2015.

SANTOS, Milton. Sociedade e espaço: a formação social como teoria e como método. Boletim Paulista de Geografia, São Paulo, n.54, p.81-100, jun. 1977.

_____. Por uma Geografia Nova: da crítica da Geografia a uma Geografia Nova. São Paulo: EDUSP, 6ª ed., 2012.

SOUZA, Angelina Matos. Estado e dependência no Brasil (1989-1930). São Paulo: Annablue, 2001.

THOMAZ, Junior, Antonio. O Agrohidronegócio no centro das disputas territoriais e de classe no Brasil do século XXI. Campo - Território, v. 5, p. 92-122, 2010.

ZEDONG, Mao. Sobre a prática e sobre a contradição. São Paulo: Expressão Popular, 2009.

Downloads

Publicado

2022-05-10

Como Citar

de Souza Lima, R., & Pires de Paula, R. (2022). Bloco no poder no centro do arranjo espacial: As contribuições de Nicos Poulantzas e sua atualidade para entender a formação socioespacial. Revista Da ANPEGE, 17(34). https://doi.org/10.5418/ra2021.v17i34.13558