A práxis coletiva do feminismo negro na luta pelo direito à cidade
DOI:
https://doi.org/10.5418/ra2021.v17i32.12474Palavras-chave:
Espaço, interseccionalidades, cotidiano, mulheres negrasResumo
Esse artigo objetiva refletir o espaço e o cotidiano de mulheres negras a partir da teoria da geografia e da prática do feminismo negro com o Grupo de Mulheres Negras Dandara, da cidade de São João del Rei em Minas Gerais. Assume-se o ponto de vista de mulheres negras para uma análise interseccional, entendendo que o espaço aberto, mutável, produto e produtor de relações sociais carrega consigo contradições tais como de gênero, raça e classe. O espaço é inerente às fricções e aos conflitos que ensejam a luta ao direito à cidade e à volta dos comuns. Como hipótese, entende-se que a prática do cotidiano se traduz como insurgência necessária e possível para a promoção de novas relações das mulheres com o espaço urbano e em especial as mulheres negras. Acredita-se também na potencialidade das redes de solidariedade para visar o horizonte de transformação radical da vida.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen, 2019, 255p.
ALVES, Alê. Angela Davis: “Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”. El país, Salvador, 27, jun, 2017. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/07/27/politica/1501114503_610956.html Acesso em 10 jul 2020.
ÁVILA, Maria Betânia. FERREIRA, Verônica. A produção do conhecimento na práxis criativa do feminismo. Aportes a partir de uma perspectiva materialista, situada e emancipatória. In: SAGOT, Montserrat (Coord.). Feminismos, pensamiento crítico y propuestas alternativas en América Latina. Buenos Aires: CLACSO, 2017. p.145-157.
BOUERI, Aline Gatto. Maioria entre desempregados e sobrecarregadas por tarefas de cuidado, brasileiras e argentinas sofrem mais com ajustes. Gênero e Número, 2019. Disponível em: http://www.generonumero.media/mulheres-reforma-trabalhista-brasil-argentina-desempregadas-sobrecarregadas/ Acesso em 06 jul 2020 .
CALISTO, Dalila; ALVES, José Josivaldo. O avanço da estratégia de privatização da água no Brasil. Jornal Brasil de Fato. São Paulo, 27, jun., 2020. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2020/06/27/artigo-o-avanco-da-estrategia-de-privatizacao-da-agua-no-brasil Acesso em 10 jul 2020.
CATALÃO, Igor; MAGRINI, Maria Angélica. Insurgência, espaço público e direito à cidade. Revista da ANPEGE. v. 13, n. 22, 2017, p. 119-135. Disponível em: http://ojs.ufgd.edu.br/index.php/anpege/article/view/6942. Acesso 12 jul 2020.
COLLINS. Patricia Hill. Pensamento Feminista Negro: conhecimento, consciência e a política do empoderamento. Tradução de Jamille Pinheiro Dias. 1ª ed. São Paulo: Boitempo Editorial, 2019, 495p.
COLOMBARA, Mônica. ¿Cómo las mujeres vivimos la ciudad? Apresentação no Encontro de geógrafos da América Latina. S.d. 6p. Disponível em: http://observatoriogeograficoamericalatina.org.mx/egal4/Teoriaymetodo/Investigacion/04.pdf. Acesso 08 jul 2020.
CRENSHAW, Kimberlé. A interseccionalidade na discriminação de raça e gênero. Revista Estudos Feministas, n. 1, 2002a, p. 7-16
_____. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Tradução de Liane Schneider. Estudos Feministas, Ano 10, 2002b, p. 171-188.
DOS SANTOS, Bruna Lúcia; DOS SANTOS, Amanda Barbosa Veiga; MELO, Iuli Maria do C. A experiência do evento “Dandara: além do dia 20” para valorização da vida negra em São João del Rei – MG. Revista Multiverso, Juiz de Fora. V. 4, p. 1-12, 2019. Disponível em: http://periodicos.jf.ifsudestemg.edu.br/multiverso/article/view/340 Acesso em 14 jul 2020.
FANON, Franz. Os condenados da Terra. Tradução de José Laurênio de Melo. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1968, 275p.
FEDERICI, Silvia. O ponto zero da revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista. São Paulo: Editora Elefante. 1ª ed., 2019, 388p.
GONZÁLEZ. Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, Anpocs, 1984, p. 223-244. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4584956/mod_resource/content/1/06%20-%20GONZALES%2C%20L%C3%A9lia%20-%20Racismo_e_Sexismo_na_Cultura_Brasileira%20%281%29.pdf. Acesso 08 jul 2020.
HARVEY, David. Cidades Rebeldes: do direito à cidade à revolução urbana. Tradução de Jeferson Camargo. São Paulo: Martins Fontes. 1ª ed, 2014, 294p.
KATZ, Cindi. Capitalismo vagabundo e a necessidade da repro¬dução social. Tradução de Gilberto Cunha Franca e Valeria Fontes. Geousp – Espaço e Tempo (Online), v. 23, n. 2, p. 435-452, 2019. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/geousp/article/view/158736. Acesso em 12 jul. 2020.
LEFEBVRE, Henri. A vida cotidiana no mundo moderno. Tradução de Alcides João de Barros. São Paulo: Editora Ática. 1991, 216p.
_____. A produção do espaço. Tradução de Doralice Barros Pereira e Sérgio Martins. (do original: La Production de l’espace. 4. ed. Paris: Éditions Anthropos, 2000), 2006, 476p.
_____. O direito à cidade. Tradução de Rubens Eduardo Frias. São Paulo: Centauro, 6ª ed., 2016, 144p.
_____. A revolução urbana. Tradução de Sérgio Martins. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2ª ed., 3ª reimpr., 2019, 212p.
MARICATO, Ermínia. Erradicar o analfabetismo urbano. Blog Ermínia Maricato, 2002. Disponível em: https://erminiamaricato.files.wordpress.com/2012/03/maricato_analfabetismourbano.pdf Acesso em 10 jul 2020.
MASSEY, Doreen Barbara. Pelo espaço: uma nova política da espacialidade. Tradução: Hilda Pareto Maciel e Rogério Haesbaert. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 2008, 312p.
MONK, Janice. HANSON, Susan. On not excluding half of the human in human geography. Professional Geographer, 34(1), 1982, p. 11-23. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/229527706_On_Not_Excluding_Half_the_Human_in_Human_Geography Acesso em 01 jul 2020.
PERRY, Keisha-Khan Y. Geographies of Power: Black Women Mobilizing Intersectionality in Brazil. Meridians: feminism, race, transnationalism. V. 14, nº 1, 2016, p. 94–120. Disponível em: http://unequalcities.org/wp-content/uploads/sites/17/2019/01/Perry-Keisha-Khan-Meridian-Article.pdf. Acesso em 05 jul 2020.
SILVA, Joseli Maria; NABOZNY, Almir; ORNAT, Mario José. A visibilidade e a invisibilidade feminina na pesquisa geográfica: uma questão de escolhas metodológicas. Abordagens Geográficas. V 1, n. 1, 2010, p. 23-41. Disponível em: http://abordagensgeograficas.geo.puc-rio.br/media/Artigo_2.pdf. Acesso em 08 jul 2020.
SILVA, Joseli Maria. et. al. Não me chame de senhora, eu sou feminista! Posicionalidade e reflixibilidade na produção geográfica de Doreen Massey. GEOgraphia, Universidade Federal Fluminense. V. 19, n 40, 2017, p. 12-20. Disponível em: https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/13796. Acesso em 08 jul 2020.
SILVA, Tatiana Maria da. Entrevista concedida a Bruna Lúcia dos Santos. São João del Rei, 18 abr. 2018.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Tradução: ALMEIDA, Sandra Regina Goulart, FEITOSA, Marcos Pereira e FEITOSA, André Pereira. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010, 133p.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre em http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html.)
Authors who publish with this journal agree to the following terms:
Authors retain copyrights and grant the Journal the right of first publication with the work simultaneously licensed under a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil that allows others to share the work with an acknowledgement of the work's authorship and initial publication in this Journal.
Authors are permitted to enter into separate, additional contractual arrangements for the non-exclusive distribution of the Journal's published version of the work (e.g., post it to an institutional repository or in a book chapter), with an acknowledgement of authorship and initial publication in this journal.
Authors are permitted and encouraged to publish and share their work online (e.g., in institutional repositories or on their website) prior to and during the submission process, as it can lead to productive exchanges, as well as increase the impact and citation of published work (See The Effect of Open Access - http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html.)