‘Teu corpo é o espaço mais teu possível’: Construindo a análise do corpo como espaço geográfico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5418/ra2020.v16i31.10750

Palavras-chave:

corpo, espaço geográfico, violência sexual, gênero

Resumo

O objetivo deste artigo é compreender o corpo como espaço geográfico por meio da perspectiva de mulheres vítimas de violência sexual. Para operacionalizar esta proposta de pesquisa foi realizado o levantamento de informações de 77 inquéritos que cobriam um período de janeiro a dezembro de 2014, disponíveis na Delegacia da Mulher no ano de 2015. Além disso essa pesquisa se baseia na sistematização do conteúdo discursivo de 11 entrevistas com mulheres que sofreram violência sexual, por meio das técnicas propostas por Badin (1977) e Silva e Silva (2016). A análise empreendida constitui a noção de que as mulheres que sofreram violência sexual consideram o corpo como um espaço íntimo violado. Além disso a ideia do espaço íntimo violado traz conexões com outras escalas espaciais como o espaço privado, ou a casa, a cidade e a nação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mayã Polo de Campos, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)

Graduação em Geografia (UEPG)

Mestrado em Gestão do Território (UEPG)

Doutorado em Geografia (UEPG)

Joseli Maria Silva, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)

Graduação em Geografia (UEPG)

Mestrado em Geografia (UFSC)

Doutorado em Geografia (UFRJ)

Edson Armando Silva, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)

Graduação em História (UEPG)
Mestrado em História Social (UFPR)
Doutorado em História (UFF)

Referências

BARDIN, Lawrence. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70, 1977.

BINNIE, Jon, LONGHURST, Robyn, PEACE, Robin. Upstairs/downstaits – Place matters, bodies matter. In: BELL, David; BINNIE, Jon; HOLLIDAY, Ruth; LONGHURST, Robyn. Pleasure zones: bodies, cities, spaces. New York: Syracuse University Press, 2001, p. vii-xiv.

BROWN, Michael P. Closet space: Geographies of metaphor from the body to the globe. London: Routledge, 2000.

BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de

Renato Aguiar. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

BUTLER, Judith. Cuerpos que importan: sobre los límites materiales y discursivos del ‘sexo’. Barcelona: Paidós, 2005.

______. Deshacer el género. Barcelona: Paidós, 2006.

[ocultado para não identificação] 2019.

DAVIS, Angela. I used to be your sweet mama: ideology, sexuality and domesticiy. In: ______. Blues legacies and black feminism. New York: Vintage Books, 1998. p. 3-41.

______. Mujeres, raza y clase. Madrid: Akal, 2004 [1981].

DELANEY, David and LEITNER, Helga. 'The political construction of scale'. Political Geography, v. 16, n. 2, p. 93–97, 1997.

GROSZ, Elizabeth. Bodies-cities. In: Space, Time, and perversion. Essays on the politics of bodies. New York: Routledge, 1995. p. 83-102.

HEROD, Andrew. Scale. New York: Routledge, 2011.

HOOKS, bell. Ain’t I a woman: black women and feminism. London: Pluto Press, 1982.

______. Talking back: thinking feminist, thinking black. Boston: South End Press, 1989.

______. Mujeres negras: dar forma a la teoría feminista. In: ALEXANDER, Jacqui; MOHANTY, Chandra Talpade. Genealogias, legados, movimentos. In: HOOKS, bell; BRAH, Avtar; SANDOVAL, Chela; ANZALDÚA, Gloria. Otras inapropriadas. Madrid: Traficantes de Sueños, 2004 [1984]. p. 33-50.

LEFEBVRE, Henri. The Production of Space. Oxford: Blackwell, [1974] 1991.

SILVA, Joseli Maria; ORNAT, Marcio Jose. Corpo como espaço: um desafio à imaginação geográfica. In: PIRES, Cláudia Zeferino, HEIDRICH, Álvaro Luiz e COSTA, Benhur Pinós da. Plurilocalidades do sujeito: representações e ações no território. Porto Alegre: Compasso Lugar-Cultura, 2016. p. 56-75.

JOHNSTON, Lynda; LONGHURST, Robyn. Space, place and sex: geographies of sexualities. Rowman & Littlefield: Lanham, 2010.

LONGHURST, Robyn. (Dis)embodied geographies. Progress in Human Geography, v. 21, n. 4, p. 486 - 501, 1997.

MARSTON, Sallie A. The social construction of scale. Progress in Human Geography. v. 24, n.2, p. 219–242, 2000.

MCDOWELL, Linda. Gender, identity and place: understanding feminist geographies. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1999.

NAST, Heidi; PILE, Steve. Places through the body. London: Routledge, 1998.

PILE, Steve and THRIFT, Nigel. Mapping the Subject: Geographies of Cultural Transformation, London, Routledge 1995.

PILE, Steve. The body and the city: psychoanalysis, space and subjectivity. New York: Routledge, 1996.

RICH, Adrienne. Notes toward a politics of location. In: RICH, Adrienne. Blood, bread, and poetry: selected prose 1979- 1985. London: Virago Press. 1984, p. 210-231.

SEDGWICK, Eve Kosofsky. Epistemology of the closet. Berkeley: University of California Press, 1990.

SILVA, Joseli M. Ausências e silêncios do discurso geográfico brasileiro: uma crítica feminista à geografia eurocêntrica. In: ______. (Org.). Geografias subversivas: discursos sobre espaço, gênero e sexualidades. Ponta Grossa: Todapalavra, 2009a. p. 55-93.

SILVA, Joseli M. Geografias feministas, sexualidades e corporalidades: desafios às práticas investigativas da ciência geográfica. In: ______. (Org.). Geografias subversivas: discursos sobre espaço, gênero e sexualidades. Ponta Grossa: Todapalavra, 2009b. p. 93-114.

SILVA, Joseli Maria, ORNAT, Marcio Jose, CHIMIN JUNIOR, Alides Baptista. Geografias Malditas: corpos, sexualidades e espaços. Ponta Grossa: Todapalavra, 2013.

SILVA, Edson Armando; SILVA, Joseli Maria. Ofício, Engenho e Arte: inspiração e técnica na análise de dados. Revista-Latino Americana de Geografia e Gênero, v.7, n.1, p. 132- 154 2016.

SIMONSEN, Kirsten. The body as battlefield. Transactions of the Institute of British Geographers. v. 25, n. 1, p. 7-9, 2000.

SMITH, Neil. Contours of a spatialized politics: homeless vehicles and the production of geo-graphical scale. Social Text, n. 33, p. 55–81, 1992.

SMITH, Neil. Homeless/global: Scaling places. In: BIRD, Jon, CURTIS, Barry, PUTNAM, Tim, ROBERTSON, George and TICKNER, Lisa (eds). Mapping the Futures: Local Cultures, Global Change. London: Routledge, 1993, p. 87–119.

SOTO- VILLAGRAN, Paula. Soto-Villagran Entre los espacios del miedo y los espacios de Ia violencia: discursos y practicas sabre Ia corporalidad y las emociones In: ANGEL-AGUILAR, Miguel Angel y SOTO-VILLAGRAN, Paula. Cuerpos, Espacios y Emociones: Aproximaciones desde las ciencias sociales. México: Universidad Autónoma Metropolitana, 2013. p. 197 – 2017.

SPIVAK, Gayatri C. Can the subaltern speak? In: NELSON, C.; GROSSBERG, L. (Eds.). Marxism and the interpretation of culture. Basingstoke, UK: Macmillan Education, 1988. p. 271- 313.

VALENTINE, Gill. Social Geographies: space and society. Harlow: Pearson Education, 2001.

Downloads

Publicado

2021-03-08

Como Citar

Campos, M. P. de, Silva, J. M., & Silva, E. A. (2021). ‘Teu corpo é o espaço mais teu possível’: Construindo a análise do corpo como espaço geográfico. Revista Da ANPEGE, 16(31), 101–114. https://doi.org/10.5418/ra2020.v16i31.10750

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)