Toxicidade de Imidacloprido + Beta Ciflutrina sobre a abelha africanizada Apis mellifera (Hymenoptera: Apidae)
DOI:
https://doi.org/10.30612/agrarian.v14i53.13330Palavras-chave:
Abelha melífera, Desordem do colapso das colônias., Inseticida., Mortalidade., Perdas de colônias.Resumo
O uso abusivo de pesticidas tem proporcionado o desaparecimento de abelhas em áreas agrícolas, sendo uma das causas do Distúrbio do Colapso das Colônias e das perdas de colônias em todo o mundo. Para preservar polinizadores em áreas agrícolas é necessário conhecer sobre os impactos dos pesticidas sobre esses agentes. Objetivou-se com o trabalho avaliar a toxicidade do inseticida Imidacloprido + Beta Ciflutrina, nas doses mínima e máxima recomendada pelo fabricante para o controle de pragas em meloeiro, sobre operárias adultas da abelha Apis mellifera. A toxicidade de Imidacloprido + Beta Ciflutrina foi avaliada por meio de duas formas distintas de exposição das abelhas ao produto: pulverização direta e ingestão de dieta contaminada. Após a exposição, foram avaliadas a mortalidade e o comportamento das abelhas por um período de 72 horas. Independente da dose, o inseticida Imidacloprido + Beta-Ciflutrina foi extramamente tóxico sobre a A. mellifera via pulverização direta, ocasionando 100% de mortalidade e apresentando TL50 de 3,85 h. Já via oral, Imidacloprido + Beta-Ciflutrina foi menos tóxico para A. mellifera, apresentando TL50 de 32,98h. Os resultados obtidos reforçam a necessidade de atenção no momento de aplicação de inseticidas nas lavouras de meloeiro, especialmente durante o período de floração e forrageamento das abelhas melíferas.
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