Acumulação e manutenção patrimonial da família Albuquerque Maranhão na capitania do Rio Grande: engenhos de cana-de-açúcar e sesmarias (do século XVII ao XIX)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30612/frh.v24i44.16447

Palavras-chave:

Família Albuquerque Maranhão, Engenho Cunhaú, Sesmarias, Seridó

Resumo

A família Albuquerque Maranhão assentou-se na capitania do Rio Grande no início do século XVII, onde atuou ativamente na pecuária e na produção açucareira, principal atividade econômica desenvolvida no Estado do Brasil. Essa família angariou alto status social por meio da contínua associação entre diferentes mercês régias, como o foro de fidalgos cavaleiros e hábitos em ordens religiosas, e ainda pelo exercício de postos militares e ofícios administrativos. Este artigo apresenta uma pesquisa que busca analisar como a acumulação e manutenção patrimonial da família ao longo dos séculos XVII, XVIII e início do XIX foi importante para sua perpetuação. A família acumulou vasto patrimônio, como engenhos, terras e sesmarias até mesmo em outras capitanias, como na Paraíba. A pesquisa demonstra que a perpetuação dessa antiga estirpe, ao longo do período colonial, ocorreu de modo complexo e multifacetado, sendo a dinamização das atividades econômicas e patrimoniais uma questão fulcral. O presente texto é fruto de uma pesquisa de pós-doutorado, na qual se realizou o cruzamento de diversas fontes de variados fundos, como as existentes no Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT), Arquivo Histórico Ultramarino (AHU) e Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN).

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Biografia do Autor

Ana Lunara da Silva Morais, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Cajazeiras, Paraíba, Brasil

Doutora em História pela Universidade de Évora  (UÉvora); Professora substituta da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)

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Publicado

2023-07-08

Como Citar

Morais, A. L. da S. (2023). Acumulação e manutenção patrimonial da família Albuquerque Maranhão na capitania do Rio Grande: engenhos de cana-de-açúcar e sesmarias (do século XVII ao XIX). Fronteiras, 24(44), 80–105. https://doi.org/10.30612/frh.v24i44.16447

Edição

Seção

DOSSIÊ 20 - O SISTEMA SESMARIAL NO IMPÉRIO ATLÂNTICO PORTUGUÊS