Fala a mulher da rua: narrativas do feminino e saber periférico com as pombagiras

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30612/frh.v24i43.15985

Palavras-chave:

Pombagira. Mulher. Saber Periférico. Descolonização. Relação.

Resumo

Este artigo é parte de uma investigação em processo que investe em pensar as narrativas e práticas relacionadas ao signo pombagira. O problema aqui proposto se situa nas dimensões do feminino, suas relações a múltiplas formas de produção de desvio/inscrição do signo. Elegemos uma identidade política subalternizada que enuncia desde as periferias do mundo para ressaltar as múltiplas faces do feminino e suas batalhas cotidianas ou, como preferimos chamar, “feminismos que não tem nome”. Assim, este texto aborda diálogos com narrativas sobre as pombagiras, suas presenças, saberes e trânsitos expressas no campo de pesquisa, conversas com as pombagiras praticantes de terreiros de umbanda e candomblé. Propomos uma reflexão sobre como ser mulher a partir dos diversos aspectos do feminino que as inscrições do signo pombagira revela. Essas performances expressas de múltiplas formas abrem caminhos para respostas à opressão e desigualdade de gênero, não a partir de um enfrentamento automático, mas no movimento de sabedorias táticas que deslocam as imposições pautadas no machismo/patriarcado/racismo/colonialismo.

 

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Biografia do Autor

Clairí Zaleski, Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Mestranda em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); Assistente Social da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC).

Luiz Rufino, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Doutor em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGECC / UERJ).

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Publicado

2022-12-01

Como Citar

Zaleski, C., & Rufino, L. (2022). Fala a mulher da rua: narrativas do feminino e saber periférico com as pombagiras. Fronteiras, 24(43), 38–53. https://doi.org/10.30612/frh.v24i43.15985

Edição

Seção

DOSSIÊ 19: HISTÓRIA, MEMÓRIA E PRÁTICAS DAS PERIFERIAS BRASILEIRAS, AFRICANAS...