A ciência no contexto de expansão da fronteira: a atividade científica nos planos da Fundação Brasil Central (1943-1967)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30612/rehr.v20i38.19068

Palavras-chave:

Ciência, Território, Fronteira

Resumo

Este artigo analisa as pesquisas científicas organizadas pela Fundação Brasil Central (FBC) em parceria com instituições de pesquisa nacionais e internacionais, entre os anos de 1943 e 1967. O período em questão corresponde ao tempo de existência da referida instituição. Grande parte destas pesquisas se configurou como importantes empreendimentos científicos, destinados a conhecer as potencialidades naturais do território Brasil Central. A FBC tinha como objetivo propiciar o desenvolvimento econômico e social da região Centro-Oeste, sendo sua área de atuação os estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, bem como o então denominado Território Federal de Rondônia (atual Estado de Rondônia) e o Distrito Federal. Diante disso, o objetivo da pesquisa é analisar o processo de intervenção do Estado sobre o território, marcado pelo avanço sobre a fronteira, a partir da política científica desenvolvida no âmbito de atuação da FBC. Entendemos que tais estudos e pesquisas propostas por estas instituições possuíam não apenas a finalidade de abranger questões relacionadas ao conhecimento propriamente dito, mas também possuíam o objetivo de servir de instrumento de dominação territorial nos quadros de um capitalismo dependente e periférico.

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Biografia do Autor

Pedro Henrique Marques Cardoso, Universidade Federal de Mato Grosso

Professor efetivo de História das Secretarias de Educação dos Estados de Mato Grosso (SEDUC-MT)
e Goiás (SEDUC-GO). Doutorando em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da
Universidade Federal de Mato Grosso (PPGHIS-UFMT). E-mail: pedro.cardoso@edu.mt.gov.br

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Publicado

23-12-2024

Como Citar

Cardoso, P. H. M. (2024). A ciência no contexto de expansão da fronteira: a atividade científica nos planos da Fundação Brasil Central (1943-1967). Revista Eletrônica História Em Reflexão, 20(38), 78–103. https://doi.org/10.30612/rehr.v20i38.19068