O Corpo como Representação
Mulheres em Crimes Sexuais (Bragança-PA, 1916-1940)
DOI:
https://doi.org/10.30612/rehr.v16i32.15376Palavras-chave:
Corpo, Representação, Defloramento, Rapto, FamíliaResumo
Este artigo investigou valores e representações do corpo da mulher na cidade de Bragança (PA) e vilas por ela administradas entre 1916 e 1940. O seu eixo central consistiu em entender a relevância do corpo outorgada pelas vítimas, réus, juízes, peritos, promotores, delegados e testemunhas no lugar e no tempo em questão. À vista disso, de forma mais específica, as preocupações a seguir concentraram-se na concepção de que o corpo era apresentado e representado à sociedade de forma diversificada e ampla, por exemplo, aquando dos crimes sexuais, ele foi fundamentado por meio de certos significados (o da desonra, o da imoralidade), porém, aquando do exame pericial, o sentido concentra-se no de vê-lo “restaurado” à ofendida, à sua família e à coletividade. Assim sendo, as pilastras a sustentar essas reflexões foram 13 exames de corpo de delito (presentes em autos de defloramento, estupro e rapto-defloramento), legislação e obras coevas.
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