Oiapoque – Saint Georges de L'oyapock: a fronteira e a COVID-19

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30612/rel.v16i31.19418

Palavras-chave:

Pandemia, COVID-19, Fronteira, Fronteira Subversiva

Resumo

O mapeamento e a análise da COVID-19, no espaço geográfico, permitiram claramente constatar, que sua evolução, se deu estritamente associada às estruturas territoriais de circulação, que são formas fixas, associadas aos fluxos por elas conformadas. Em razão dessas características, a Geografia, pode fornecer subsídios não somente ao diagnóstico das dinâmicas territoriais, dos casos da doença, mas também a realização, de prognósticos que possam orientar as ações de saúde pública, desde que respeitadas e compreendidas, as especificidades desse fenômeno em cada lugar. A pandemia COVID-19, acentuou tensões políticas e alterou as relações geopolíticas, que mudaram rapidamente a realidade das zonas fronteiriças. A fronteira internacional, foi revivida, como um dispositivo rígido de vigilância e de controle, visando conter um vírus, visto como invasor estrangeiro. Nesse sentido, este texto se apresenta, com a perspectiva de compreender os impactos da pandemia COVID-19, na circulação transfronteiriça Brasil (Oiapoque) e França (Saint-Georges de l'Oyapock). Sendo o trabalho de campo, a análise empírica e as entrevistas, o embasamento para a discussão acerca dos impactos da pandemia COVID-19, neste espaço da fronteira internacional e na vida dos fronteiriços, o que revela uma fronteira subversiva.

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Biografia do Autor

Alexandre Bergamin Vieira, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

Licenciado (2001) e Bacharel (2002) em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Presidente Prudente. Mestre e Doutor pela mesma instituição (2005 e 2009). Atualmente é professor associado da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Vem debatendo temas de Geografia da Saúde, Fronteiras e Exclusão Social. 

Yurgel Pantoja Caldas, Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)

Possui graduação em Letras pela Universidade Federal do Pará (1997), mestrado em Teoria Literária pela Universidade Federal de Minas Gerais (2001) e doutorado em Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais (2007). Cumpriu estágio de pós-doutoramento na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (2011/2012), Atua como professor na graduação do Curso de Letras (com habilitações em Inglês e Francês) da Universidade Federal do Amapá e na pós-graduação no Mestrado em Letras (PPGLET) na mesma instituição. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Comparada, atuando principalmente nos seguintes temas: Amazônia, poesia, narrativa, fronteiras, desenvolvimento, contemporaneidade e violência.

Gutemberg de Vilhena Silva, Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)

Atual Diretor-Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amapá (FAPEAP). Início das atividades em agosto de 2023.Graduação, Mestrado e Doutorado em Geografia. Realizou dois estágios de pós-doutorado: o primeiro pela Universidade de São Paulo (USP) com bolsa Capes-Pró/Defesa, em 2015, e o seguinte pela Universidade Sorbonne Nouvelle, Paris 3, com Bolsa CNPq/Ciência Sem Fronteiras, em 2016. Entre maio e setembro de 2019 esteve como pesquisador visitante na Brock University, Canadá. Experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Política e Regional, trabalhando principalmente nos seguintes temas: Geografia Política, Relações internacionais e Transfronteiriças dos países que compõem as Guianas (Brasil, Venezuela, República Cooperativa da Guiana, Suriname e França/Guiana Francesa). Criou e coordena o grupo de pesquisa Políticas Territoriais e Desenvolvimento (POTEDES, https://www2.unifap.br/potedes/) e, desde 2013, faz parte do comitê de seleção de projetos do CNRS-OHM/Oyapock. Na dimensão da gestão universitária foi Pró-Reitor de Cooperação e Relações Interinstitucionais entre 04/2013 e 05/2014; Coordenador na UNIFAP do Ciência Sem Fronteiras, em 2013, e foi Coordenador do Mestrado em Estudos de Fronteira (PPGEF) entre 2017 e 2019. Registre-se, por fim, a participação na organização de edições temáticas e revisão de textos de inúmeras revistas de geografia do Brasil e do exterior.

Camilo Pereira Carneiro Filho, Universidade Federal do Goiás (UFG)

Professor Adjunto, Classe C, Nível 1, da Universidade Federal de Goiás (UFG) (habilitado em Concurso Público, homologado através do Edital n 4, publicado no D.O.U. de 01/02/2021), professor do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFG (PPGeo), vice-líder do grupo de pesquisa LABETER - Laboratório Estado e Território - Gestão, regiões e fronteiras (UFRGS), membro do LABOTER (Laboratório de Estudos e Pesquisa das Dinâmicas Territoriais - IESA/UFG), do LAFRONT (UNIOESTE) e do POTEDES (UNIFAP). Coordenador do grupo de estudos Limes - Geopolítica e Fronteiras (UFG). Pós-doutorado em Estudos Estratégicos Internacionais pela UFRGS (2013-2016). Doutorado em Geografia pela UFRGS (2013), com doutorado-sanduíche pela Universidade Paris 1, Panthéon-Sorbonne (2011-2012). Mestrado em Geografia pela UFRJ (2008), bacharelado e licenciatura em Geografia e Meio Ambiente pela PUC-Rio (2005) e bacharelado em Direito pela PUC-Rio (2001). Tem experiência nas áreas de Geografia Humana, Geografia Política, Cartografia, Integração Regional, Fronteiras e Conflitos Internacionais.

Referências

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Publicado

2024-12-31

Como Citar

Vieira, A. B., Caldas, Y. P., Silva, G. de V., & Carneiro Filho, C. P. (2024). Oiapoque – Saint Georges de L’oyapock: a fronteira e a COVID-19. ENTRE-LUGAR, 16(31), 312–328. https://doi.org/10.30612/rel.v16i31.19418

Edição

Seção

Nota de Pesquisa