Festa do Vermelhense Ausente: aspectos identitários de uma festa popular mineira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30612/rel.v15i29.17625

Palavras-chave:

Festas, Identidade Cultural, Tradição, Cultura, Vermelho Novo

Resumo

Este artigo analisou a Festa do Vermelhense Ausente, realizada desde a década de 1950, em termos históricos, culturais e identitários. Foram coletadas informações históricas sobre a festa e realizadas entrevistas com nativos de Vermelho Novo (MG). Metodologicamente, empregou-se a análise documental e a pesquisa narrativa. Os resultados demonstram que a festa surgiu como uma tradição de expressão religiosa, voltada a reunir cidadãos nativos que se ausentaram do município. Com o tempo, a festa aumentou seu alcance de público e passou por um processo de espetacularização, deixando de ser organizada pela população e sendo apropriada pela administração municipal. Nesse aspecto, a festa se transformou, passando a contar com artistas de renome e alterações na programação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lusvanio Carlos Teixeira, Universidade Federal de Viçosa (UFV)

Doutorando e mestre em Administração pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Bacharel em Ciências Contábeis pela UFV. 

Wescley Silva Xavier, Universidade Federal de Viçosa (UFV)

Professor Adjunto do Departamento de Administração e Contabilidade e e Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Viçosa (PPG-Adm/UFV). Doutor e Mestre em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Graduado em Administração pela Universidade Federal de Viçosa (UFV).

José Roberto Abreu de Carvalho Junior, Instituto Federal do Espírito Santo (IFES - Campus de Alegre)

Doutor em Administração pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), Mestre em Gestão Pública pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e Graduado em Administração pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Atua como Administrador e Coordenador da Coordenadoria de Planejamento Acadêmico do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) - Campus de Alegre. 

Referências

ALBUQUERQUE JR, Durval Muniz de. Fragmentos do discurso cultural: por uma análise crítica do discurso sobre a cultura no Brasil. In: NUSSBAUMER, Gisele Marchiori (Ed.). Teorias & políticas da cultura: visões multidisciplinares. Salvador: EDUFBA, 2007. p. 13-24.

AMARAL, António. Enraizamento e desenraizamento em Simone Weil: o trabalho como mediação incarnada entre Deus e Mundo. In: AMARAL, António (Ed.). CULTUM. Excursos de Hermenêutica, Política e Religião. Covilhã: Editora LabCom.IFP, 2018. p. 161-168.

AMARAL, Rita. As festas da cidade - revivendo e inventando identidades culturais. O exemplo do povo-de-santo. Trabalhos de Antropologia e Etnologia, v. 40, n. 172, p. 131-160, 2000a.

AMARAL, Rita. As mediações culturais da festa “à brasileira”. Trabalhos de Antropologia e Etnologia, v. 40, n. 1/2, p. 107-129, 2000b.

AMARAL, Rita. Festas, Festivais, festividades: algumas notas para a discussão de métodos e técnicas de pesquisa sobre festejar no Brasil. In: COLÓQUIO FESTAS E SOCIABILIDADE, 2., Natal. Anais [...], Natal: UFRN, 2008.

BAEZ, Gustavo Cesar Ojeda; SAMPAIO, Dilaine Soares. Territórios “sagrados” da pesca artesanal em João Pessoa: identidades e sacralização de espaços públicos na Festa de São Pedro Pescador. REVER - Revista de Estudos da Religião, v. 19, n. 3, p. 219-234, set./dez. 2020.

BEZERRA, Amáli Cristina Alves. Festa e Cidade: entrelaçamentos e proximidades. Espaço e Cultura, v. 0, n. 23, p. 7-18, jan./jun. 2008.

BOSI, Ecléa. O tempo vivo da memória: Ensaios de Psicologia Social. 2. ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

CABRAL, Sandro; KRANE, Dale; DANTAS, Fagner. A dança dos blocos, empresários, políticos e técnicos: condicionantes da dinâmica de colaboração Interorganizacional do carnaval de Salvador. Organizações & Sociedade, v. 20, n. 64, p. 145-163, mar. 2013.

CANEDO, Daniele Pereira. Cultura, Democracia e Participação Social: um estudo II da Conferência Estadual de Cultura da Bahia. 2008. Dissertação (Mestrado em Cultura e Sociedade) – Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2008.

CHAUI, Marilena. Cidadania cultural: o direito à cultura. 2. ed. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2021.

CORÁ, Maria Amélia Jundurian; SOARES, Raquel Ventura; FILARDI, Anabel. Redes Organizacionais e Identidade na Construção de uma Cultura da Festa Empreendedora: O Caso da Pilantragi. Pensamento & Realidade, v. 34, n. 1, p. 68-93, jan./mar. 2019.

COSTA, Carmem Lúcia. Festa e Cidade: Contribuições para o entendimento das espacialidades contemporâneas. Espaço em Revista, v. 14, n. 2, p. 59-80, jul./dez. 2012.

CZARNIAWSKA, Barbara. A narrative approach to organization studies. Londres: Sage, 1997.

DANTAS, Maria de Fátima Medeiros. Romaria, Festa e Turismo: Relações entre nativos e romeiros na festa de Nossa Senhora das Vitórias em Carnaúba dos Dantas (Rio Grande do Norte). 2015. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2015.

DAVEL, Eduardo; DANTAS, Marcelo. Festas Populares na Bahia: Gestão e Dinâmica Identitária. PragMATIZES, v. 9, n. 17, p. 203, abr./set. 2020.

GNJATOVIĆ, Milena; GNJATOVIĆ, Ana. Festivals as carriers of Culture in Servia - Problems and Limitations. Megatrend Review, v. 9, n. 1, p. 161-172, 2012.

HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. 11. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

HOBSBAWN, Eric; RANGER, Terence. A Invenção das tradições. 6. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Cidades e Estados: Vermelho Novo. 2021. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/mg/vermelho-novo.html. Acesso em: 03 jan. 2023.

LEFEBVRE, Henri. The Production of Space. Oxford: Blackwell Publishing, 1991.

MANSO, Faride dos Reis Oliveira. Vermelho Novo, doce terra onde eu nasci. Documento não Publicado, sem data. Acervo Particular de Faride dos Reis Oliveira Manso.

MARQUES, Luana Moreira; BRANDÃO, Carlos Rodrigues. As festas populares como objeto de estudo: contribuições geográficas a partir de uma análise escalar. Ateliê Geográfico, v. 9, n. 3, p. 7-26, dez. 2015.

MATTOS, Pedro Lincoln Carneiro Leão de. A entrevista não-estruturada como forma de conversação: razões e sugestões para sua análise. Revista de Administração Pública, v. 39, n. 4, p. 823-848, jul./ago. 2005.

MIRANDA, Paulo. Se lembra da Lira de Xopotó...? Recanto das Letras, publicado em 17 de novembro de 2023. Disponível em: < https://www.recantodasletras.com.br/artigos-de-musica/7934198>. Acesso em: 26 mar. 2024.

PAIVA, Vera Lúcia Menezes de Oliveira e. A pesquisa narrativa: uma introdução. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, v. 8, n. 2, p. 261-266, 2008.

PAZ, Elisete de Souza Ramāo; GEVEHR, Daniel Luciano; JUNG, Carlos Fernando. Identidade e representações sociais na construção da imagem da cidade: uma análise conceitual. Resgate - Revista Interdisciplinar de Cultura, v. 29, p. 1-31, 2021.

RESE, Natália; MONTENEGRO, Ludmilla Meyer; BULGAVOV, Sergio; BULGACOV, Yára Lúcia Mazziotti. A análise de narrativas como metodologia possível para os estudos organizacionais sob a perspectiva da estratégia como prática: “uma estória baseada em fatos reais”. In: ENCONTRO DE ESTUDOS ORGANIZACIONAIS DA ANPAD, 6., 2010, Florianópolis. Anais [...] Florianópolis: ANPAD, 2010.

RICHARDS, Greg. From place branding to placemaking: the role of events. International Journal of Event and Festival Management, v. 8, n. 1, p. 8-23, 2017.

SÁ-SILVA, Jackson Ronie; ALMEIDA, Cristóvão Domingos de; GUINDANI, Joel Felipe. Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, v. 1, n. 1, p. 1-15, jul. 2009.

SERPA, Angelo. Cultura De Massa Versus Cultura Popular Na Cidade Do Espetáculo E Da “Retradicionalização”. Espaço e Cultura, v. 0, n. 22, p. 79-96, jan./dez. 2007.

SOUZA, Marcos Felipe Sudre. A Festa e a Cidade: Experiência coletiva, poder e excedente no espaço urbano. 2010. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2010.

TRIGUEIRO, Osvaldo. A espetacularização das culturas populares ou produtos culturais folkmidiáticos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FOLCLORE, 11., 2004, Goiânia. Anais [...] Goiânia: Kelps, 2004.

VICH, Victor. O que é um Gestor Cultural? In: CALABRE, Lia; LIMA, Deborah Rebello (Eds.). Políticas Culturais: conjunturas e territorialidades. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. p. 49-54.

WEIL, Simone. O Enraizamento. Bauru: EDUSC, 2001.

XAVIER, Wescley Silva; BALDEZ, Maria Aparecida Neves Azevedo. Lei Municipal de Incentivo à Cultura: Quais os Efeitos Inclusivos e Democráticos na Produção Cultural Local? Organizações & Sociedade, v. 28, n. 97, p. 294–316, 2021.

Downloads

Publicado

2024-07-11

Como Citar

Teixeira, L. C., Xavier, W. S., & Carvalho Junior, J. R. A. de. (2024). Festa do Vermelhense Ausente: aspectos identitários de uma festa popular mineira. ENTRE-LUGAR, 15(29), 216–242. https://doi.org/10.30612/rel.v15i29.17625

Edição

Seção

Artigos