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Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 10, n. 00, e021007, 2021
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ISSN:
2237
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258X
DOI:
https://doi.org/10.30612/eduf.v11i00.9676
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AS CLASSES SECUNDÁRIAS EXPERIMENTAIS NO COLÉGIO DAS CÔNEGAS
DE SANTO AGOSTINHO NAS MEMÓRIAS DE LILIANE DUVAL (1959
-
1962)
LAS CLASES SECUNDARIAS EXPERIMENTALES EN EL
COLÉGIO DAS CÔNEGAS
DE SANTO AGOSTINHO
EN LAS MEMORIAS DE LILIANE DUVAL (1959
-
1962)
THE EXPERIMENTAL SECONDARY CLASSES
IN
THE COLÉGIO DAS CÔNEGAS
DE SANTO AGOSTINHO
IN THE MEMORIES OF LILIANE DUVAL
(1959
-
1962)
Bianka Maria DELAGRACIA
Universidade do Estado de Santa Catarina
e
-
mail:
bianka.delagracia@hotmail.com
Norberto DALLABRIDA
Universidade do Estado de Santa Catarina
e
-
mail
:
norbertodallabrida@hotmail.com
Como referenciar este artigo
CHITOLINA, M. R.; GUERRA, L.; NETO, L. C. B. de T.
As classes secundárias experimentais
no
Colégio das Cônegas de Santo Agostinho nas memórias de Liliane Duval (1959
-
1962
)
.
Revista Educação e Fronteiras
,
Dourados, v. 10, n. 00, e02100
7
, 2021
.
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258X.
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Aprovado em
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: 01/0
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Bianka Maria DELAGRACIA
e
Norberto DALLABRIDA
Rev. Educação e Fronteiras,
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RESUMO
:
O presente trabalho se propõe a compreender como se deu o processo de
apropriação da
pedagogia personalizada e comunitária de Pierre Faure, de 1959 a 1962, no
Colégio das Cônegas de Santo Agostinho, escola católica feminina privada localizada na cidade
de São Paulo. As classes secundárias experimentais renovaram o ensino secundário brasile
iro
na década de 1950 a partir de modelos pedagógicos franceses
,
como a Pedagogia Comunitária
e Personalizada de Pierre Faure. O recorte temporal (1959
-
1962) refere
-
se ao período no qual
as classes experimentais foram implementadas no colégio até o momento
em que a turma que
passa pela experimentação se forma no nível curso ginasial. Para a fundamentação teórica
,
a
pesquisa utilizou os conceitos
de
cultura escolar
,
abordado por Dominique Julia (2001),
considerado um conjunto de normas que definem conhecimentos e condutas a serem
transmitidas no espaço escolar; e de apropriação
,
defendido por Roger Chartier como a
construção de uma história social das interpretações,
remetida para suas determinações
fundamentais como o social, o institucional e o cultural. As considerações sobre o período se
basearam na entrevista com Liliane Duval, professora de matemática do Colégio das Cônegas
de Santo Agostinho no período retratad
o
.
PALAVRAS
-
CHAVE
:
Classes secundárias experimentais
.
Colégio das Cônegas
.
Renovação
educacional
.
RESUMEN
:
El presente trabajo se propone comprender cómo se dio el proceso de
apropiación de las clases secundarias experimentales
de Pierre Faure, de 1959 a 1962, en el
Colégio das Cônegas de Santo Agostinho
, escuela confessional femenina privada situada en la
ciudad de São Paulo. Las clases secundarias experimentales renovaron la enseñanza
secundaria brasileña en la década de 1950
a partir de modelos pedagógicos franceses como
por ejemplo la Pedagogía Comunitaria y Personalizada de Pierre Faure.
El recorte temporal
(1959
-
1962) se refiere al período en el cual las clasesexperimentales fueron implementadas en
el colegio hasta el momen
to en que la clase que pasa por la experimentación se forma en el
primer nivel de la enseñanza secundario. Para la fundamentación teórica la investigación
utilizó de conceptos como cultura escolar abordado por Dominique Julia (2001), considerado
un conjunt
o de normas que definen conocimientos y conductas a ser transmitidas en el espacio
escolar; y la apropiación defendida por Roger Chartier como la construcción de una historia
social de las interpretaciones, remitida a sus determinaciones fundamentales como
lo social,
lo institucional y lo cultural. Las consideraciones sobre el período se basaron en la entrevista
con Liliane Duval, profesora de matemáticas del
Colégio das Cônegas de Santo Agostinho
en
el período retratado
.
PALABRAS CLAVE
:
Clases
secundarias
experimentales
.
Colégio das Cônegas
.
Renovación
educacional
.
ABSTRACT
:
The present work intends to understand how happened the process of
appropriation of the Experimental Secondary Classes of Pierre Faure, from 1959 to 1962, in
the Colégio das Cônegas de Santo Agostinho, private feminine confessional school localized in
the
city of São Paulo. The experimental secondary classes renewed brazilian secondary
education in the 1950s with french pedagogical models like the Community and Personalized
Pedagogy of Pierre Faure. The temporal cut (1959
-
1962) refers to the period in which
the
experimental classes were implemented in the college until the time that the group that goes
through the experimentation forms in the secondary level. For the theoretical foundation, the
research used concepts such as school culture as approached by D
ominique Julia (2001),
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As
classes secundárias experimentais no Colégio das Cônegas de Santo Agostinho nas memórias de Liliane Duval (1959
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considered a set of norms that define knowledge and behaviors to be transmitted in the school
space; and the appropriation defended by Roger Chartier as the construction of a social history
of interpretations, referred to its fundame
ntal determinations as social, institutional and
cultural. The considerations of the period were based on the interview with Liliane Duval,
professor of mathematics at the Colégio das Cônegas de Santo Agostinho in the period
.
KEYWORDS
:
Experimental second
ary classes.
Colégio das Cônegas.
Educational renovation
.
Introdução
O presente trabalho apresenta considerações sobre as classes experimentais no Colégio
das Cônegas de Santo Agostinho, ensaio educacional desenvolvido de 1959 a 1962.
Procura
-
se
compreender como se deu o processo de apropriação da Pedagogia Personalizada e
Comunitária, de Pierre Faure, no espaço desse colégio, localizado na cidade de São Paulo e
marcado pela cultura francesa, que destinava sua educação a um público femi
nino de elite. As
considerações sobre essas classes secundárias experimentais são baseadas nas memórias de
Liliane Duval, ex
-
professora do Colégio das Cônegas de Santo Agostinho no período no qual
o colégio se encontrava em uma etapa de experimentação. O r
ecorte temporal escolhido (1959
-
1962) corresponde à vigência da primeira classe secundária experimental no curso ginasial
–
primeiro ciclo do ensino secundário
–
do Colégio das Cônegas de Santo Agostinho, que tinha
duração de quatro anos.
Segundo Perosa (2
006), localizad
o
na Rua Caio Prado no Bairro da Consolação da
capital paulista, o Colégio das Cônegas de Santo Agostinho foi fundado no ano de 1907, período
de grande abertura de escolas confessionais no Brasil, visando a expansão institucional da Igreja
Católica. Nesse m
omento, o Brasil já era uma república laica, mas recebeu várias congregações
católicas dedicada
s
à educação escolar; assim, as Irmãs de Nossa Senhora de Cônegas de Santo
Agostinho, vindas da Bélgica, chegaram ao país para ajudar a consolidar a rede católic
a de
ensino e criaram o Colégio das Cônegas de Santo Agostinho
–
popularmente conhecido por
Des Oiseaux.
Além de possuir como diferencial uma cultura escolar baseada em moldes
franceses, esse singularizava por trazer uma educação que atendia meninas que pe
rtenciam
à
s
famílias com condição financeira privilegiada, ou seja, filhas de grandes proprietários rurais e
urbanos, profissionais liberais e altos funcionários do setor público e privado. Assim, de acordo
com Garcia (2006), estudar a escolarização de mul
heres das elites é fundamental para a
compreensão dos processos de construção das desigualdades educativas de classe e de gênero
presentes no espaço social.
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Bianka Maria DELAGRACIA
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Norberto DALLABRIDA
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A partir de uma clave educacional europeia, a pedagogia do colégio baseava
-
se em uma
educação que p
regava conteúdos moralizantes como forma de garantir tanto uma postura
disciplinadora e autorreflexiva baseada na “culpa” como a propagação de uma figura de mulher
caracterizada pela dedicação em prol da família. Dessa forma, pretendia
-
se "produzir os efei
tos
de uma educação total, endereçada à pessoa como um todo, provocando efeitos ainda mais
profundos na medida em que reforçam os códigos, as maneiras de pensar e de ser, presentes no
universo familiar" (PEROSA, 2005,
p.
111). Desta forma, até meados do sé
culo XX, o Colégio
das Cônegas de Santo Agostinho foi pautado pela pedagogia tradicional católica, que se
caracterizava pela transmissão enciclopédica de conteúdos culturais, aulas expositivas,
disciplina rígida, avaliação quantitativa e permanente e ritua
is religiosos de corte
individualizante.
Com a redemocratização do Brasil no imediato pós
-
Segunda Guerra, a Igreja Católica
procurou rearticular a sua rede de colégios por meio da criação da Associação de Educação
Católica (A.E.C.), que se aproximou de alg
umas matrizes da Escola Nova europeia com o
intuito de oferecer uma educação moderna para boa parte da clientela discente.
Nesta direção,
a A. E. C. promoveu, em meados de 1955 e 1956, respectivamente no Colégio Sacré Coeur do
Rio de Janeiro e no Colégio S
ion de São Paulo as chamadas semanas pedagógicas, animadas
pelo padre jesuíta francês Pierre Faure (SAVIANI, 2008). A pedagogia de Pierre Faure, mais
conhecida como pedagogia personalizada e comunitária, é baseada em princípios educativos de
personalização
, autonomia, atividade, criatividade, sociabilidade e transcendência. Além de tais
características, busca trazer para a escola uma maior aproximação à realidade econômica e
social do aluno e respeitar as aptidões psicológicas do mesmo. Para o padre Faure,
é
fundamental ter uma percepção do aluno como autor e receptor da construção de conhecimento,
sendo o papel do docente o mediador e organizador dos conteúdos de aprendizagem, além de
estimular o aluno na busca do conhecimento (FAURE, 1993).
Em 1959, padre
Faure retornou ao Brasil para preparar professores de ensino secundário
dos colégios Sion, Cônegas de Santo Agostinho e Santa Cruz, localizados na cidade de São
Paulo, que implantariam as classes secundárias experimentais no curso ginasial (SCHREIBER,
2016
). Essas classes experimentais, permitidas pelo MEC a partir de 1959, tinham o intuito de
fazer ensaios pedagógicos inovadores no ensino secundário, iniciando preferencialmente pelo
curso ginasial
–
primeiro ciclo do ensino secundário formado por quatro an
os. De acordo com
o relatório de Cunha e Abreu (1963), que faz um balanço das classes experimentais secundárias
no Brasil de 1959 a 1962, esses ensaios representaram uma iniciativa de renovação educacional
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As
classes secundárias experimentais no Colégio das Cônegas de Santo Agostinho nas memórias de Liliane Duval (1959
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tanto em colégios públicos como em educandários pr
ivados. No estado de São Paulo, nesse
período, as classes secundárias experimentais foram implantadas em 17 estabelecimentos, entre
os quais o Colégio das Cônegas de Santo Agostinho. De acordo com esses autores, o modelo
pedagógico utilizado nos colégios c
atólicos brasileiros foi a pedagogia personalizada e
comunitária, construída por Pierre Faure
–
padre jesuíta, fundador do Centro de Estudos
Pedagógicos e professor de História da Pedagogia no Instituto Superior de Pedagogia do
Instituto Católico de Paris.
Para a fundamentação teórica desta pesquisa
,
é utilizado conceito de cultura escolar de
Julia (2001), considerada como um conjunto de normas que definem conhecimentos e condutas
que são prescritas e colocadas em prática no espaço escolar. Enunciado por Ch
artier (1992) e
de grande importância nos estudos da História Cultural, o conceito de apropriação que dá ênfase
na pluralidade dos usos, dado a absorção e interpretação de um objeto ou um bem cultural por
um dado indivíduo ou grupo social, dando
-
lhe um nov
o significado. Um novo sentido que pode
ser constituído a partir de resistências, ressignificações e arranjos correspondentes aos
indivíduos e grupos sociais que as forjam. Também pensado por Chartier (1992; 2002), o
conceito refere
-
se à operação de presen
tificação do ausente, que é reconstruído por meio de
diversas fontes históricas. Desta forma, no Colégio das Cônegas de Santo Agostinho, a
pedagogia personalizada e comunitária foi apropriada pela direção e pelas professoras dessa
escola e a Liliane Duval
construiu uma representação desse ensaio escolar.
A análise das classes secundárias experimentais no Colégio das Cônegas de Santo
Agostinho, de 1959 a 1962, é feita por meio das memórias de Liliane Duval, professora no
colégio durante esse período, colhida
s por meio de entrevista semiestruturada (DUVAL, 2018).
O trabalho de captação e análise das memórias de Liliane Duval conta com o uso da
metodologia de pesquisa da história oral e a reflexão sobre o conceito de memória. Essa
metodologia, de acordo com Sil
veira (2007), produz narrativas orais baseadas na memória e na
identidade do indivíduo entrevistado, mostrando a visão de si mesmo e do mundo o qual
representa. A partir de tais informações
,
acredita
-
se que trabalhar com “história oral” é:
[...] sobretu
do, não querer uma história totalizante a partir dos depoimentos;
tão pouco provar uma verdade absoluta. É dar espaço aos sujeitos anônimos
da História na produção e divulgação dessa, procurando articular suas
narrativas aos contextos e elementos do(s) obj
eto(s) em pesquisa. É estar
preparado para compreender que nem sempre o ato de rememorar é uma ação
saudável e positiva para o sujeito, pois pode trazer dores e sofrimentos. É
escrever história sem sacramentar certezas, mas diminuindo o campo das
dúvidas (
SILVEIRA, 2007,
p.
41).
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Bianka Maria DELAGRACIA
e
Norberto DALLABRIDA
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Segundo Le Goff (1996)
,
o termo memória pode ser conceituado como uma propriedade
de conservar determinadas informações, assim como um conjunto de funções psíquicas às quais
o homem pode atualizar impressões ou informações passadas
. Pode
-
se considerar que a sua
formação é baseada por acontecimentos vividos individualmente ou a partir da experiência do
outro, um processo feito através da projeção ou pela identificação com um passado, que é
constituído por personagens; por lugares de
memória e locais de realização dos atos de
rememoração/comemoraçã
o
(POLLACK, 1992). Fatores como sentimentos inerentes ao
homem, o desejo, a afetividade e a censura, podem manipular e alterar a memória de forma
consciente ou inconsciente (
LE GOFF
, 1996). D
eve
-
se levar em consideração, a negação do
uso da memória como uma verdade concreta e carregada de neutralidade. Para Bosi (1994),
trazer fatos a partir da memória é um processo vincado por incertezas e de esquecimentos.
Para compreender como se deu a apropriação da pedagogia personalizada e comunitária
no Colégio das Cônegas de Santo Agostinho, o trabalho divide
-
se em três partes. Em um
primeiro momento, busca
-
se informar
de
como se deu a formação
da
professora Liliane co
m
Pierre Faure, bem como o seu contato com a pedagogia personalizada e comunitária. Em
seguida, parte
-
se para
a
compreensão das transformações ocorridas no âmbito das dimensões
espaço
-
temporais do colégio, constatando a realização de aulas em um local educ
ativo
específico nomeado de “casinha” e as novas relações com o tempo no cotidiano escolar. Por
fim, busca
-
se compreender as renovações ocorridas nas práticas escolares, dando ênfase ao uso
de fichas de trabalho, a modificação ocorrida a partir da integraç
ão entre as diversas disciplinas
e as permanências e alterações no sistema avaliativo do colégio.
A aproximação de Liliane Duval com a Pedagogia Personalizada e Comunitária
Liliane Duval, ex
-
professora de Matemática do Colégio das Cônegas de Santo
Agostinho no período de vigência das classes secundárias experimentais
,
é descendente de pais
franceses e mora no Brasil desde o período de seu nascimento. A sua escolarização se iniciou
no Colégio Batista Brasileiro, localizado em São Paulo, em seguida s
e destina para o
Des
Oiseaux
(Colégio das Cônegas de Santo Agostinho), local onde fez o ginásio e o curso
científico; em seguida entrou na Faculdade
Sedes Sapientiae,
instituição associada ao último
colégio citado (DUVAL, 2018). No período em que Liliane e
studava no colégio das Cônegas,
o ensino se caracterizava por distribuir todas as disciplinas em período integral. As principais
matérias como Português e Matemática eram dadas no período da manhã e, no período da tarde,
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As
classes secundárias experimentais no Colégio das Cônegas de Santo Agostinho nas memórias de Liliane Duval (1959
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consistiam os momentos de estudo em
que os alunos se reuniam em uma sala, e eram divididos
para a atividade. Em seus relatos, aponta que, no período em que estudou nessa instituição
escolar, o ensino era tradicional como em toda a rede educacional católica.
Após se formar no curso de Matemá
tica pela Faculdade
Sedes Sapientiae,
a docente fez
um ano de curso de Pós
-
Graduação em Orientação Educacional e, no momento final do curso,
foi chamada pelas irmãs do colégio de Santo Agostinho para participar de um curso pedagógico,
com vistas a passar p
or treinamentos com o padre Pierre Faure. De acordo com Duval (2018),
esse evento ocorreu em fevereiro de 1959, período de férias, em que várias católicas foram
convidadas a assistir os trabalhos elaborados pelos professores feitos a partir da orientação d
e
Pierre Faure. O curso preparatório animado pelo padre Faure foi sediado em um salão inserido
dentro do Colégio de Sion da cidade de São Paulo e, além dos docentes desse educandário,
contou com a participação de professores do Colégio das Cônegas de Santo
Agostinho e do
Colégio Santa Cruz, também localizado na capital paulista. As atividades aconteciam no
período da manhã, os professores começavam expondo seus trabalhos com as crianças, logo
após havia o período do recreio e
,
no final
,
a elaboração de um t
rabalho nomeado como linha
(momento para acalmar as crianças após a atividade anterior). Esses três colégios católicos e
paulistanos implantaram, de forma pioneira no Brasil, as classes secundárias experimentais a
partir da pedagogia do padre Faure.
No que
se refere ao contato com Pierre Faure, Duval (2018) aponta que esse associava
sempre a teoria à prática. Faure fez vários cursos preparatórios para professores em São Paulo
e sempre retornava a essa cidade para averiguar como caminhava o trabalho dos doc
entes na
prática da sala de aula. De acordo com Klein (1998), a aproximação dos professores com a
pedagogia personalizada e comunitária requeria capacitações teóricas e práticas, cursos e
estágios, seguindo as áreas de pedagogia e psicologia e o aprofundam
ento nos aspectos de
desenvolvimento da criança, uma formação que reforçasse os princípios de personalização e
comunitarização.
No curso preparatório do padre Faure
,
havia vários professores atuantes, sendo
observados por outros docentes e orientadores ed
ucacionais convidados. De acordo com as
memórias de Liliane, a formação se deu de forma teórica e prática, ou seja, a partir de discussões
em relação
à
proposta educacional de Faure, seguida da implementação desses aprendizados na
prática docente. Nesta di
reção, Duval (2018,
p.
3) assevera: “tudo que nós fazíamos era a partir
daquilo que a gente discutia”. As discussões apontadas pela docente se referiam a nova
pedagogia que os professores que participavam do curso preparatório entravam em contato, ou
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seja,
a pedagogia personalizada e comunitária. Essa proposta pedagógica segue o preceito de
que toda pessoa não nasce, mas se constrói, ou seja, o homem aprende a ser, a educar
-
se
,
a
construir
-
se a partir de sua própria agência e com a presença do outro. Visand
o contrapor
-
se a
um método de ensino tradicional, Faure visa trazer um olhar para uma formação de pessoas
mais autônomas, que possuem iniciativa, compromisso, que sejam capazes de interagir com o
mundo e com a vida espiritual adquirindo uma postura colabor
ativa e solidária (BEURMMAN,
2007).
No que se refere a aspectos da pedagogia colocada em prática no curso preparatório
ministrado pelo padre Faure, a partir das memórias de Duval (2018), evidencia
-
se que existia
uma grande preocupação em relação a organiza
ção do aluno, de forma que esse tivesse uma
autonomia para trabalhar a si mesmo, seja em vários aspectos, principalmente no tocante às
atividades escolares. O espaço escolar se torna um espaço de descoberta desses indivíduos, pois
“todo o material para ess
a semana [curso preparatório] e para as crianças fora elaborado por
nós e colocado justamente na perspectiva de busca e de pesquisa pessoal” (DUVAL, 2018,
p.
4). Essa busca de autonomia acontecia com a participação e cooperação do aluno e do professor,
ist
o é, havia uma mediação e um direcionamento por parte dos professores, que ocorria a partir
dos planos de trabalho. Assim, Duval (2018,
p.
4) afirma: “Nós estávamos presentes para
qualquer dúvida e para estimular os alunos a fazerem pesquisa. Eles podiam t
er dúvidas em
relação aos trabalhos, então a gente andava entre eles e os auxiliava”.
Além do curso preparatório, o diálogo e aprendizado com o criador da pedagogia a ser
aplicada se deu em estágio que Liliane Duval realizou, em 1961, na França e na passa
gem em
outros países como a Bélgica e a Holanda. Nos países citados, Liliane e outros professores
tiveram a oportunidade de contato com as escolas dirigidas por Pierre Faure como o Centro de
Estudos Pedagógicos. Em lembranças aponta que em uma escola visit
ada, se via uma
construção adaptada à criança, sendo que toda a estrutura era direcionada ao tamanho infantil,
concluindo: “sabe foi uma coisa que pra mim me chocou, o banheiro, tudo no tamanhinho delas,
uma construção especial para crianças” (DUVAL,
2018,
p.
13).
Dimensões espaço
-
temporais
A partir das considerações de Vieira (2001) compreende
-
se o espaço escolar como um
locus
de higienização, de poder, de tempo e de autoridade, sendo construído por marcas e
territórios que são historicamente construído
s por todos nós. Compreendido por
Viñao Frago
e
Escolano
(1998) como algo projetado, imaginado, incabível de ser neutro, mas que
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classes secundárias experimentais no Colégio das Cônegas de Santo Agostinho nas memórias de Liliane Duval (1959
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efetivamente educa. No ensino personalizado e comunitário, cria
-
se uma nova
organização
espacial caracterizada por “salas ambientes”, espaços organizados onde eram disponibilizados
materiais que auxiliassem o aluno na construção do conhecimento de uma forma proativa
(SCHREIBER, 2016).
Duval (2018) aponta que o espaço a ser projet
ado para as experiências das classes
secundárias experimentais no Colégio das Cônegas de Santo Agostinho foi uma espécie de
“casinha”. As atividades se iniciam de forma discreta em uma casa localizada dentro do próprio
colégio; o acontecimento inicia sem c
elebração, apenas com uma turma de experimentação
porque “era um ambiente, só uma turma só e uma única experiência” (DURVAL, 2018,
p.
4).
Contudo
, ao mesmo tempo que uma turma passava por um processo de experimentação, as
demais continuavam com as aulas no
s moldes de ensino tradicional.
Além das novas mudanças e sensibilidades destinadas ao espaço de aprendizado, no
Colégio das Cônegas de Santo Agostinho novas percepções sobre o tempo escolar também se
colocaram com a apropriação da pedagogia de Pierre Fau
re. A partir das concepções de Faria
Filho (2000), o tempo escolar é responsável por ordenar, sistematizar e cadenciar as atividades
a serem desenvolvidas em sala de aula, além de direcionar o tempo dos sujeitos envolvidos na
educação
–
professores e aluno
s.
As novas sensibilidades em relação ao tempo eram consideradas por Pierre Faure como
um aspecto de suma importância, haja visto que, para esse personalizar o ensino
,
é também
permitir autonomia em relação ao uso do tempo. Personalizar o tempo consiste em
levar em
consideração as diferenças de temperamento, de saúde, de motivação de história e de ritmo dos
alunos (KLEIN, 1998). Segundo Faure (1993,
p.
67), “o trabalho, tal como o ser humano, tem
seu ritmo próprio. Há um tempo de investigação e tentativa, d
e admiração e de contemplação,
um tempo para o aprimoramento e um tempo para o exercício e a averiguação, um tempo para
a apresentação e a permuta”. Para a compreensão desse tempo e ritmo individual era necessário
que cada aluna tivesse seu momento de silê
ncio e de interiorização, que era viabilizada por
meio da elaboração dos planos de trabalho (SCHEREIBER, 2016). Os planos de trabalhos eram
elaborados pelos alunos individualmente, sendo que cada um estabelecia o tempo necessário
para cada tarefa, tendo a
supervisão do docente (KLEIN, 1998). Esses roteiros de estudo
continha
m
as disciplinas que os estudantes escolhiam previamente, as datas das partilhas, da
tomada de consciência e os conteúdos que precisavam aprofundar, seguido da delimitação do
prazo de en
trega (BEURMANN,
2007).
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Bianka Maria DELAGRACIA
e
Norberto DALLABRIDA
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 10, n. 00, e021007, 2021
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A partir da análise da descrição de Duval (2018) sobre as apropriações feita do plano de
trabalho na classe secundária experimental na qual ensinou, percebe
-
se que essa metodologia
ganha certas particularidades na aplicação. Em seu
relato
,
afirma que o plano de trabalho era
um papel colocado no quadro e não entregue diretamente ao aluno, dentro desse plano contava
-
se com as matérias, as noções a serem desenvolvidas e os prazos estabelecidos para a entrega
das fichas. A docente afirma
que, no início, a elaboração desse plano era feita quinzenalmente,
pois consistia em ser uma atividade trabalhosa e que precisava ser feita em conjunto com os
demais professores. Ainda a partir de suas memórias, Duval (2018) afirma que esses planos
eram e
laborados como uma maneira de auxiliar os alunos na organização do tempo, pois não
possuíam agenda. Entretanto, futuramente os estudantes passaram a ter contato com a agenda
escolar.
O período no qual os planos de trabalho eram aplicados denominava
-
se de
período de
permanência. De acordo com Duval (2018), toda manhã, no início das aulas, a partir do plano
de trabalho, as alunas tinham que escolher quais disciplinas iria estudar. Tratava
-
se de um
momento de autonomia do estudante a partir da escolha de quan
tas disciplinas e quais
disciplinas queria trabalhar. Dessa forma, dentro de um mesmo tempo haviam várias disciplinas
sendo estudadas e apenas o auxílio de um professor, sendo de total importância que esse
possuísse noções básicas de todas as disciplinas p
ara auxiliar o trabalho. Na permanência, havia
a possibilidade também de os estudantes de sentar onde tivessem preferência, deslocando sobre
o espaço de aula com uma certa autonomia. Dessa maneira
,
os trabalhos podiam ser realizados
também no chão com a pr
esença de colegas ou não. O período de permanência e o contato com
os planos de trabalho deviam ser levados como ponto de partida e não de chegada, visando
incentivar a busca do conhecimento e da curiosidade e não como uma obrigação dada aos alunos
(KLEIN,
1998).
Práticas escolares inovadoras
A partir dos anos 1950, momento em que novas discussões perpassam no cenário
educacional, debates influenciados por ideias vindas de países como Estados Unidos e França,
resultam em uma série de propostas e modelos pedagógicos renovadores que começam a ser
aplicadas no âmbito de escolas públicas e privadas no Brasil (SCHEREIBER, 2016). Essas
discussões visavam mudanças no que se refere a princípios ativos destinados aos estudantes,
modificação no tempo de estudo com a implementação em algumas escolas do per
íodo integral,
o desenvolvimento do pensamento crítico, a integração de disciplinas e trabalhos escolares com
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o mundo social. Desta forma, a classe secundária experimental no
Des Oiseaux
visava trazer à
aluna uma aproximação de sua individualidade, como t
ambém uma nova consciência referente
a organização do tempo e atividades escolares.
Além de se refletirem em aspectos morais e éticos destinados à formação dos alunos, a
renovação pedagógica foi direcionada também à construção de novas práticas e atividad
es
inseridas dentro da nova cultura escolar que se construía a partir dos ensaios e experimentações
que aconteciam no campo educacional. Essas mudanças vinham sendo postas em contradição
a aspectos que se enraizavam a um certo tempo no cenário escolar. A p
ropósito, Klein (1998,
p.
31) assevera:
Ao prescrever o Ensino Personalizado e Comunitário, Pierre Faure
demonstrou grande influência dos ideais da Escola Nova, visando à
distanciado despreparo dos estudantes com suas vidas sociais, ao ensino
técnico das
escolas, à sobrecarga de conteúdo, ao excesso de exames e notas,
“dentre tantos traços deficientes, o mais grave para Faure é o fato da escola
não promover o desenvolvimento integral da criança, não estimulá
-
la a pensar,
criar ou optar.
De acordo com Schereiber (2016,) como contribuição ao cenário educacional, padre
Faure propôs novas práticas, construídas a partir do diálogo com figuras como Robert Dotttrens,
professor do Instituto Jean Jaques Rousseau, criando novos sistemas como o conh
ecido
“sistema de fichas”. Segundo Beurmman (2007), as fichas são exercícios criados para reforçar
e aprofundar a aprendizagem e a construção do conhecimento. De acordo com Duval (2018),
as fichas eram elaboradas e deixadas em caixas próximas às lousas, de
sorte que esses materiais
continham o conteúdo a ser estudado e os objetivos a serem alcançados. Duval (2018,
p.
3) diz
que “se o aluno fosse estudar matemática, ele acessava a caixinha da disciplina, lia as
orientações e atividades propostas para serem r
ealizadas, e possuía a condição de terminá
-
las
até as 10 horas da manhã”
Ainda levando em consideração as memórias de Duval (2018), constata
-
se que o
professor que acompanha as alunas em sala no período de trabalho com as fichas tinha um papel
de orientaç
ão muito importante. Esses deviam encaminhar e direcionar a pesquisa da aluna,
elaborando algumas questões para que esses pudessem responder, de modo que o trabalho do
professor era intenso, pois tinha que pensar na criação das fichas. Esses materiais eram
respondidos pelos alunos diretamente no caderno e os professores averiguavam como a tarefa
se desenvolvia analisando o próprio objeto dos alunos. Para padre Faure, a incorporação das
fichas no sistema educacional visava aprender sem a previsão e organizaç
ão por esse material,
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ou seja, seria “trabalhar sem objetivo, sem saberem que, nem como, esperar que todas as
indicações sejam fornecidas pelo professor, de pouco adianta” (FAURE, 1993,
p.
55). Isso é
verificado a partir dos relatos de Duval (2018)
,
que co
nstata que esses materiais foram aplicados
aos estudantes com uma dinâmica diferente, principalmente no que se refere ao direcionamento
a partir de questões e objetivos bem demarcados pelas docentes que a elaboravam.
Duval (2018) ainda aponta que em algun
s momentos ocorria a integração entre as
disciplinas que se inseriram no período de experimentação. A ex
-
docente aponta que a união
da Matemática com as demais matérias era sempre mais desafiadora, pois era difícil visualizar
uma conexão entre essa linguag
em e os demais saberes. Afirma que no processo de
experimentação, disciplinas como Português, História e Geografia conseguiam estabelecer
conexões e realizar atividades em conjunto. Diz
,
também
,
que, além de ministrar as aulas de
Matemática, também ensinav
a aspectos da doutrina social da igreja, dessa maneira, para
associar ao conteúdo, começou a trabalhar com a questão financeira da igreja. Diz ela: “O Bispo
D.
Paulo Evaristo Arns depois falou: reúne a Matemática com a religião, porque tinha a
encíclica na
época, e eu estava dando proporção, parte financeira, e a parte da doutrina social
da igreja, entende? Quer dizer, foi uma maneira que eu fiz de integração, da parte de valores
(DUVAL, 1998,
p.
12).
No que se refere a forma de avaliação considerada pela
Pedagogia Personalizada e
comunitária como mais adequada e que garantia uma maior autonomia ao aluno é a avaliação
contínua, ou seja, aquela em que o professor está a todo momento acompanhando o aluno, sendo
em atividades ou a partir dos planos de trabalho
(KLEIN,1998). O pedagogo jesuíta criticava
os métodos avaliativos que aplicavam uma prova na véspera sendo que
,
no dia após tudo que
se aprendeu
,
ficava esquecido. A nova forma de se olhar para as avaliações transforma
-
se
também a perspectiva sobre a repe
tência. Sobre essa questão, Faure (1974,
p.
59):
Ante uma programação bem dosada, não há repetência de série porque cada
aluno trabalha de acordo com seu ritmo e capacidades. Para os alunos
incapazes de cumprir a programação seguida pela maioria do grupo
é
oferecida a classe de aperfeiçoamento. A repetência “é indício da
incapacidade da escola para adaptar
-
se às necessidades” dos alunos.
Sobre o trecho percebe
-
se como Faure deposita a responsabilidade pelo fracasso escolar
do aluno não a ele, mas à instit
uição escolar por não acompanhar o ritmo e as diferenças dos
discentes. Dessa forma, além do acompanhamento do plano de trabalho, Pierre Faure era adepto
não ao ato de se dar nota, mas no processo e na experiência do aluno com o trabalho de
aprendizagem (K
LEIN, 1998).
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Em relação aos métodos avaliativos utilizados pelos docentes na classe secundária
experimental do Colégio das Cônegas de Santo Agostinho, Duval (2018) aponta que alunos
eram avaliados a partir da apresentação de trabalhos como também havia uma
forma de
avaliação nomeada de controles, que consistiam em provas aplicadas sobre as disciplinas dadas.
De acordo com a professora Liliane, os estudantes eram avaliados a partir dos seguintes
conceitos: muito bem, bem e regular e não a partir de uma numer
ação de zero a dez como era
costume no ensino tradicional. O desempenho dos alunos era disponibilizado a partir de
boletins, documentos nos quais professores estabeleciam alguns comentários do aluno, sendo
um exemplo: se esse possuía dificuldade de concent
ração, se possuía algum problema referente
aos
comportamentos e
às a
titudes, sendo algum dos exemplos a cooperação para a manter a sala
favorável para todas as alunas.
Dessa maneira, percebe
-
se que um aspecto bem característico do ensino tradicional é
problematizado pela Pedagogia de Pierre Faure que consiste na aplicação das provas. Observa
-
se uma alteração na maneira pela qual essa era utilizada, deixando de avaliar os
estudantes por
notas para obter uma observação mais descritiva a partir de comentários e conceitos com o
intuito de acompanhar os avanços e as dificuldades individuais.
Considerações
finais
Desde a década de 1950, o ensino secundário
brasileiro passou por um processo de
renovação pedagógica. No cenário das escolas católicas
,
essa mudança também ocorreu pelo
uso da pedagogia personalizada e comunitária. Segundo Saviani (2008)
,
foi estabelecida a
“Escola Nova Católica”, que se contrapunh
a ao método tradicional de ensino nos educandários
vinculados à Igreja Católica. Os novos discursos e os novos rostos escolares que se construíam,
se manifestavam a partir da implantação das classes secundárias experimentais em alguns
colégios católicos. I
nserindo
-
se dentro desse processo de mudança, destaca
-
se os 17
estabelecimentos de ensino secundário que passaram, no período de 1959 a 1962, por um
processo de experimentação de novas posições pedagógicas, inclusive aquela defendida pelo
padre Faure. O pa
dre jesuíta trouxe
a
o Brasil alguns preceitos de sua pedagogia que foram
apropriados em escolas católicas como o Colégio das Cônegas de Santo Agostinho.
Os preceitos de autonomia, personificação e proatividade podem ser vistos e aplicados
por Liliane Duval
, professora de matemática da classe experimental do Colégio das Cônegas
de Santo Agostinho, que passou pela orientação com Pierre Faure e pela vivência de aplicação
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de sua proposta pedagógica. Dentre as apropriações realizadas pelo
Des Oiseaux
, nas memóri
as
de Liliane ficou marcado alguns aspectos principais entre esses, as novas relações de espaço e
tempo. Um espaço caracterizado por um deslocamento da sala de aula para o trabalho em uma
casinha e a criação de uma nova sensibilidade em relação ao tempo ca
racterizado pelas
atividades que o compõe como os planos de trabalho e seu desenvolvimento no período de
Permanência.
A compreensão da narrativa de Duval se deu a partir das recordações que possuía sobre
as experiências relatadas. É preciso deixar evidente
que sua memória estava repleta de
esquecimentos e as descrições relatadas não devem ser consideradas como verdade absoluta.
Assim, seguindo as considerações de Le Goff (1996), que descreve a memória como
sentimentos que alteram conscientemente ou inconsci
entemente a memória individual, neste
trabalho não
se leva
em conta a ideia de um relato como verdade concreta e indiscutível, mas
informações carregadas de subjetividade de quem as apresenta.
As memórias de Duval trazem a compreensão de como a cultura es
colar se modifica a
partir da apropriação nas práticas da sala de aula, sendo esse uso, carregado de resistências e
imposições e que assim acabam por criar uma cultura com particularidades próprias. A nova
cultura escolar do Colégio das Cônegas de Santo Ag
ostinho se altera tanto no espaço quanto no
tempo escolar, modificando o espaço de aprendizagem para o que foi chamado de “casinha” e
uma nova organização em relação ao tempo individual de cada aluno com o auxílio de materiais
como os planos de trabalho. A
lém desses aspectos, novas práticas da pedagogia de Pierre Faure
são apropriadas pelo colégio como o sistema de fichas, a integração entre as disciplinas e um
olhar mais descritivo para as avaliações, tais pontos contribuem para um processo de
aprendizagem
mais autônomo, individual e comunitário.
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classes secundárias experimentais no Colégio das Cônegas de Santo Agostinho nas memórias de Liliane Duval (1959
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classes secundárias experimentais no Colégio das Cônegas de Santo Agostinho nas memórias de Liliane Duval (1959
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Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 10, n. 00, e021007, 2021
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Sobre os autore
s
Bianka Maria DELAGRACIA
Graduada em Abi
–
História (
UDESC
)
.
Norberto DALLABRIDA
Professor concursado (efetivo) e pesquisador na Universidade do Estado de Santa Catarina
(UDESC) e do CNPq
.
Processamento e edição:
Editora Ibero
-
Americana de Educação.
Correção, formatação, normalização e tradução.
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THE EXPERIMENTAL SECONDARY CLASSES IN THE COLÉGIO DAS
CÔNEGAS DE SANTO AGOSTINHO IN THE MEMORIES OF LILIANE DUVAL
(1959
-
1962)
AS CLASSES SECUNDÁRIAS EXPERIMENTAIS NO COLÉGIO DAS CÔNEGAS DE
SANTO AGOSTINHO NAS MEMÓRIAS DE LILIANE
DUVAL (1959
-
1962)
LAS CLASES SECUNDARIAS EXPERIMENTALES EN EL
COLÉGIO DAS CÔNEGAS
DE SANTO AGOSTINHO
EN LAS MEMORIAS DE LILIANE DUVAL (1959
-
1962)
Bianka Maria DELAGRACIA
State University of Santa Catarina
e
-
mail:
bianka.delagracia@hotmail.com
Norberto DALLABRIDA
State University of Santa C
atarina
e
-
mail
:
norbertodallabrida@hotmail.com
How to refer to this article
CHITOLINA, M. R.; GUERRA, L.; NETO, L. C. B. de T.
The experimental secondary classes
in the Colégio das Cônegas de Santo Agostinho in the memories of Liliane Duval (1959
-
1962)
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Revista Educação e Fronteiras
,
Dourados, v. 10, n. 00, e021007, 2021
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RESUMO
:
O presente trabalho se propõe a compreender como se deu o processo de
apropriação da pedagogia
personalizada e comunitária de Pierre Faure, de 1959 a 1962, no
Colégio das Cônegas de Santo Agostinho, escola católica feminina privada localizada na cidade
de São Paulo. As classes secundárias experimentais renovaram o ensino secundário brasileiro
na déc
ada de 1950 a partir de modelos pedagógicos franceses
,
como a Pedagogia Comunitária
e Personalizada de Pierre Faure. O recorte temporal (1959
-
1962) refere
-
se ao período no qual
as classes experimentais foram implementadas no colégio até o momento em que a
turma que
passa pela experimentação se forma no nível curso ginasial. Para a fundamentação teórica
,
a
pesquisa utilizou os conceitos
de
cultura escolar
,
abordado por Dominique Julia (2001),
considerado um conjunto de normas que definem conhecimentos e cond
utas a serem
transmitidas no espaço escolar; e de apropriação
,
defendido por Roger Chartier como a
construção de uma história social das interpretações, remetida para suas determinações
fundamentais como o social, o institucional e o cultural. As considera
ções sobre o período se
basearam na entrevista com Liliane Duval, professora de matemática do Colégio das Cônegas
de Santo Agostinho no período retratado
.
PALAVRAS
-
CHAVE
:
Classes secundárias experimentais
.
Colégio das Cônegas
.
Renovação
educacional
.
RESUMEN
:
El presente trabajo se propone comprender cómo se dio el proceso de
apropiación de las clases secundarias experimentales de Pierre Faure, de 1959 a 1962, en el
Colégio das Cônegas de Santo Agostinho
, escuela confessional femenina privada situada e
n la
ciudad de São Paulo. Las clases secundarias experimentales renovaron la enseñanza
secundaria brasileña en la década de 1950 a partir de modelos pedagógicos franceses como
por ejemplo la Pedagogía Comunitaria y Personalizada de Pierre Faure.
El recorte
temporal
(1959
-
1962) se refiere al período en el cual las clasesexperimentales fueron implementadas en
el colegio hasta el momento en que la clase que pasa por la experimentación se forma en el
primer nivel de la enseñanza secundario. Para la fundamentaci
ón teórica la investigación
utilizó de conceptos como cultura escolar abordado por Dominique Julia (2001), considerado
un conjunto de normas que definen conocimientos y conductas a ser transmitidas en el espacio
escolar; y la apropiación defendida por Roge
r Chartier como la construcción de una historia
social de las interpretaciones, remitida a sus determinaciones fundamentales como lo social,
lo institucional y lo cultural. Las consideraciones sobre el período se basaron en la entrevista
con Liliane Duval,
profesora de matemáticas del
Colégio das Cônegas de Santo Agostinho
en
el período retratado
.
PALABRAS CLAVE
:
Clases secundarias experimentales
.
Colégio das Cônegas
.
Renovación
educacional
.
ABSTRACT
:
The present work intends to understand how happened the process of
appropriation of the Experimental Secondary Classes of Pierre Faure, from 1959 to 1962, in
the Colégio das Cônegas de Santo Agostinho, private feminine confessional school localized in
the
city of São Paulo. The experimental secondary classes renewed brazilian secondary
education in the 1950s with french pedagogical models like the Community and Personalized
Pedagogy of Pierre Faure. The temporal cut (1959
-
1962) refers to the period in which
the
experimental classes were implemented in the college until the time that the group that goes
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The experimental secondary classes in the Colégio das Cônegas de Santo Agostinho in the memories of Liliane Duval (1959
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through the experimentation forms in the secondary level. For the theoretical foundation, the
research used concepts such as school culture as approached by D
ominique Julia (2001),
considered a set of norms that define knowledge and behaviors to be transmitted in the school
space; and the appropriation defended by Roger Chartier as the construction of a social history
of interpretations, referred to its fundame
ntal determinations as social, institutional and
cultural. The considerations of the period were based on the interview with Liliane Duval,
professor of mathematics at the Colégio das Cônegas de Santo Agostinho in the period
.
KEYWORDS
:
Experimental second
ary classes.
Colégio das Cônegas.
Educational renovation.
Introduction
This paper presents considerations about experimental classes at the Colégio das
Cônegas
de Santo Agostinho, an educational essay developed from 1959 to 1962. It seeks to
understand how the process of appropriation of Personalized and Community Pedagogy by
Pierre Faure took place in the space of this college, located in the city of São Paulo
and marked
by French culture, which destined its education to an elite female audience. The considerations
about these experimental secondary classes are based on the memories of Liliane Duval, former
teacher of the Colégio das Cônegas de Santo Agostinho i
n the period in which the college was
in a stage of experimentation. The time frame chosen (1959
-
1962) corresponds to the validity
of the first experimental secondary class in the junior high school course
–
the first cycle of
secondary education
–
of the
Colégio das Cônegas de Santo Agostinho, which lasted four years.
According to Perosa (2006), located on Rua Caio Prado in the Consolação
Neighborhood of São Paulo, the Colégio das Cônegas de Santo Agostinho was founded in 1907,
a period of great opening of
confessional schools in Brazil, aiming at the institutional expansion
of the Catholic Church. At that time, Brazil was already a secular republic, but it received
several Catholic congregations dedicated to school education; thus, the Sisters of Our Lady
of
Cônegas of Santo Agostinho, from Belgium, arrived in the country to help consolidate the
Catholic school network and created the Colégio das Cônegas de Santo Agostinho
–
popularly
known as
Des Oiseaux.
In addition to having as a differential a school cu
lture based on French
molds, this singularized by bringing an education that attended girls who belonged to families
with privileged financial condition, that is, daughters of large rural and urban owners, liberal
professionals and senior civil servants of
the public and private sector. Thus, according to
Garcia (2006), studying the schooling of women from the elites is fundamental for
understanding the processes of constructing class and gender educational inequalities present
in the social space.
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Bianka Maria DELAGRACIA
and
Norberto DALLABRIDA
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From a E
uropean educational clave, the pedagogy of the college was based on an
education that preached moralizing contents as a way to guarantee both a disciplinarian and
self
-
reflective posture based on "guilt" and the propagation of a figure of a woman character
ized
by dedication to the family. Thus, it was intended to "produce the effects of a total education,
addressed to the person as a whole, causing even deeper effects as they reinforce the codes, the
ways of thinking and being, present in the family univers
e" (PEROSA, 2005, p. 111
, our
translation
). Thus, until the mid
-
twentieth century, the Colégio das Cônegas de Santo Agostinho
was guided by traditional Catholic pedagogy, which was characterized by the encyclopedic
transmission of cultural contents, exhibi
tion classes, rigid discipline, quantitative and
permanent evaluation and religious rituals of individualizing cutting.
With the redemocratization of Brazil in the immediate post
-
Second World War, the
Catholic Church sought to rearticulate its network of c
olleges through the creation of the
Catholic Education Association (A.E.C.), which approached some headquarters of the
European New School in order to offer a modern education for much of the student clientele.
In this direction, A. E. C. promoted, in mid
-
1955 and 1956, respectively, at the Colégio Sacré
Coeur do Rio de Janeiro and at the Sion College of São Paulo the so
-
called pedagogical weeks,
animated by the French Jesuit priest Pierre Faure (SAVIANI, 2008). Pierre Faure's pedagogy,
better known as pers
onalized and community pedagogy, is based on educational principles of
personalization, autonomy, activity, creativity, sociability and transcendence. In addition to
these characteristics, it seeks to bring to the school a closer approach to the economic a
nd social
reality of the student and respect the psychological aptitudes of the student. For Father Faure,
it is essential to have a perception of the student as the author and receiver of the construction
of knowledge, and the role of the teacher is the m
ediator and organizer of the learning contents,
besides stimulating the student in the search for knowledge (FAURE, 1993).
In 1959, Father Faure returned to Brazil to prepare secondary school teachers from Sion,
Cônegas de Santo Agostinho and Santa Cruz sc
hools, located in the city of São Paulo, which
would implement the experimental secondary classes in the junior high school (SCHREIBER,
2016). These experimental classes, allowed by MEC from 1959, were intended to do innovative
pedagogical trials in second
ary education, preferably starting with the junior high school course
–
the first cycle of secondary education formed for four years. According to the report by Cunha
e Abreu (1963), which takes stock of secondary experimental classes in Brazil from 1959 t
o
1962, these essays represented an initiative of educational renewal both in public schools and
in private education students. In the state of São Paulo, during this period, the experimental
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The experimental secondary classes in the Colégio das Cônegas de Santo Agostinho in the memories of Liliane Duval (1959
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secondary classes were established in 17 establishments, includi
ng the Colégio das Cônegas de
Santo Agostinho. According to these authors, the pedagogical model used in Brazilian Catholic
colleges was personalized and community pedagogy, built by Pierre Faure
–
Jesuit priest,
founder of the Center for Pedagogical Studi
es and professor of Pedagogy History at the Higher
Institute of Pedagogy of the Catholic Institute of Paris.
For the theoretical foundation of this research, Julia's concept of school culture (2001)
is used, considered as a set of norms that define knowled
ge and conducts that are prescribed
and put into practice in the school space. Enunciated by Chartier (1992) and of great importance
in the studies of Cultural History, the concept of appropriation that emphasizes the plurality of
uses, given the absorptio
n and interpretation of an object or a cultural good by a given individual
or social group, giving it a new meaning. A new meaning that can be constituted from
resistances, resignifications and arrangements corresponding to the individuals and social
group
s that forge them. Also thought by Chartier (1992; 2002), the concept refers to the
operation of presentification of the absent, which is reconstructed through several historical
sources. Thus, at the Colégio das Cônegas de Santo Agostinho, personalized an
d community
pedagogy was appropriated by the direction and teachers of this school and Liliane Duval built
a representation of this school essay.
The analysis of the experimental secondary classes at the Colégio das Cônegas de Santo
Agostinho, from 1959 to
1962, is made through the memories of Liliane Duval, a teacher at the
college during this period, collected through semi
-
structured interviews (DUVAL, 2018). The
work of capturing and analyzing Liliane Duval's memories relies on the use of the research
me
thodology of oral history and the reflection on the concept of memory. This methodology,
according to Silveira (2007), produces oral narratives based on the memory and identity of the
individual interviewed, showing the vision of himself and the world he r
epresents. From such
information, it is believed that working with "oral history" is:
[...] above all, not wanting a totalizing story from the testimonials; so little
prove an absolute truth. It is to give space to the anonymous subjects of history
in t
he production and dissemination of this, trying to articulate their narratives
to the contexts and elements of the object(s) in research. It is to be prepared to
understand that the act of
remembrance
is not always a healthy and positive
action for the sub
ject, because it can bring pain and suffering. It is writing
history without sacramental certainties, but diminishing the field of doubt
(SILVEIRA, 2007, p. 41
, o
ur translation).
According to Le Goff (1996), the term memory can be conceptualized as a prop
erty of
retaining certain information, as well as a set of psychic functions to which man can update past
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Bianka Maria DELAGRACIA
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impressions or information. It can be considered that their formation is based on events
experienced individually or from the experience of the other,
a process made through projection
or identification with a past, which consists of characters; places of memory and places of
realization of the acts of remembrance/commemoration (POLLACK, 1992). Factors such as
feelings inherent to man, desire, affectivi
ty and censorship can manipulate and alter memory
consciously or unconsciously (
LE GOFF
, 1996). One must take into account
the denial of
memory use as a concrete truth and loaded with neutrality. For Bosi (1994), bringing facts from
memory is a process marked by uncertainties and forgetfulness.
To understand how the appropriation of personalized and community pedagogy took
p
lace at the Colégio das Cônegas de Santo Agostinho, the work is divided into three parts. At
first, we seek to inform how professor Liliane was trained with Pierre Faure, as well as her
contact with personalized and community pedagogy. Next, it is started
to understand the
transformations that occurred within the scope of the space
-
time dimensions of the college,
noting the realization of classes in a specific educational place called "little house" and the new
relationships with time in the school routine.
Finally, we seek to understand the renewals that
occurred in school practices, emphasizing the use of work forms, the modification that occurred
from the integration between the various disciplines and the permanence and changes in the
evaluation system o
f the college.
Liliane Duval's approach to Personalized and Community Pedagogy
Liliane Duval, a former mathematics teacher at the Colégio das Cônegas
de Santo
Agostinho during the term of the experimental secondary classes, is descended from French
parents and has lived in Brazil since the period of her birth. His schooling began at the Colégio
Batista Brasileiro, located in São Paulo, then destined f
or
the Des Oiseaux
(Colégio das
Cônegas de Santo Agostinho), where he did the gymnasium and the scientific course; then he
entered
the Sedes Sapientiae College,
an institution associated with the last
-
mentioned college
(DUVAL, 2018). During Liliane's time
at the Cônegas college, teaching was characterized by
distributing all subjects full
-
time. The main subjects such as Portuguese and Mathematics were
given in the morning and, in the afternoon, consisted of the moments of study in which the
students met in
a room, and were divided for the activity. In his reports, he points out that,
during the period in which he studied at this school, teaching was traditional as in the entire
Catholic educational network.
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The experimental secondary classes in the Colégio das Cônegas de Santo Agostinho in the memories of Liliane Duval (1959
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After graduating from the
Mathematics course
at
The
Sedes Sapientiae College,
the
professor took a year of postgraduate course in Educational Guidance and, at the final moment
of the course, was called by the sisters of the college of Santo Agostinho to participate in a
pedagogical course, with a view to g
oing through training with Father Pierre Faure. According
to Duval (2018), this event took place in February 1959, vacation, in which several Catholics
were invited to attend the works prepared by teachers made from the guidance of Pierre Faure.
The prepar
atory course animated by Father Faure was hosted in a hall inserted within the
College of Sion of the city of São Paulo and, in addition to the teachers of this school, had the
participation of teachers from the Colégio das Cônegas de Santo Agostinho and t
he Santa Cruz
College, also located in the capital of São Paulo. The activities took place in the morning, the
teachers began exposing their work with the children, soon after the recess period and, in the
end, the elaboration of a work named as a line (ti
me to calm the children after the previous
activity). These three Catholic and São Paulo schools pioneered the experimental secondary
classes in Brazil from the pedagogy of Father Faure.
Regarding contact with Pierre Faure, Duval (2018) points out that he
always associated
theory with practice. Faure took several preparatory courses for teachers in São Paulo and
always returned to this city to find out how the teachers' work was going in classroom practice.
According to Klein (1998), the approximation of t
eachers with personalized and community
pedagogy required theoretical and practical training, courses and internships, following the
areas of pedagogy and psychology and the deepening of the aspects of child development, a
training that reinforced the prin
ciples of personalization and communization.
In Father Faure's preparatory course, there were several teachers at work, being
observed by other invited teachers and educational advisors. According to Liliane's memoirs,
the training took place in a theoret
ical and practical way, that is, from discussions in relation to
Faure's educational proposal, followed by the implementation of these learnings in teaching
practice. In this direction, Duval (2018, p. 3
, our translation
) asserts: "all we did was from what
we discussed". The discussions pointed out by the professor referred to the new pedagogy that
the teachers who participated in the preparatory course came into contact, that is, personalized
and community pedagogy. This pedagogical proposal follows the pr
ecept that every person is
not born, but is built, that is, man learns to be, to educate himself, to build himself from his own
agency and with the presence of the other. Aiming to counter a traditional teaching method,
Faure aims to bring a look at a form
ation of more autonomous people, who have initiative,
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Bianka Maria DELAGRACIA
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commitment, who are able to interact with the world and with spiritual life by acquiring a
collaborative and solidary posture (BEURMMAN, 2007).
With regard to aspects of pedagogy put into practice in th
e preparatory course taught by
Father Faure, from the memories of Duval (2018), it is evident that there was a great concern
regarding the student's organization, so that he had autonomy to work himself, whether in
several aspects, especially with regard t
o school activities. The school space becomes a space
for discovery of these individuals, because "all the material for this week [preparatory course]
and for the children was elaborated by us and placed precisely in the perspective of search and
personal
research" (DUVAL, 2018, p. 4
, our translation
). This search for autonomy occurred
with the participation and cooperation of the student and the teacher, that is, there was mediation
and direction on the part of the teachers, which occurred from the work pl
ans. So, Duval (2018,
p. 4
, our translation
) states: "We were present for any doubt and to encourage students to do
research. They could have doubts about the work, so we walked between them and helped
them"
.
In addition to the preparatory course, the dia
logue and learning with the creator of the
pedagogy to be applied took place in an internship that Liliane Duval held in 1961 in France
and in the passage in other countries such as Belgium and the Netherlands. In the countries
mentioned, Liliane and other
teachers had the opportunity to contact the schools run by Pierre
Faure as the Center for Pedagogical Studies. In memories points out that in a school visited, we
saw a construction adapted to the child, and the whole structure was directed to children's
size,
concluding: "you know it was something that shocked me, the bathroom, everything in their
size, a special construction for children" (DUVAL, 2018, p. 13
, our translation
).
Space
-
time dimensions
From Vieira's considerations (2001) the school space is
understood as a locus
of
hygiene, power, time and authority, being built by brands and territories that are historically
built by all of us. Understood by Vinão Frago (1998) as something designed, ima
gined, unfit to
be neutral, but that effectively educates. In personalized and community education, a new
spatial organization characterized by "ambient rooms" is created, organized spaces where
materials were made available that would assist the student
in the construction of knowledge in
a proactive way (SCHREIBER, 2016).
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The experimental secondary classes in the Colégio das Cônegas de Santo Agostinho in the memories of Liliane Duval (1959
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Duval (2018) points out that the space to be designed for the experiments of the
experimental secondary classes in the Colégio das Cônegas de Santo Agostinho was a kind of
"little house
". The activities begin discreetly in a house located within the school itself; the
event begins without celebration, only with a class of experimentation because "it was an
environment, only one class and a single experience" (DURVAL, 2018, p. 4
, our tran
slation
).
However, at the same time that a class was going through a process of experimentation, the
others continued with the classes along the lines of traditional teaching.
In addition to the new changes and sensitivities destined to the learning space
, in the
Colégio das Cônegas de Santo Agostinho new perceptions about school time also placed
themselves with the appropriation of Pierre Faure's pedagogy. Based on the conceptions of
Faria Filho (2000), school time is responsible for ordering and systemat
izing the activities to
be developed in the classroom, besides directing the time of the subjects involved in education
-
teachers and students.
The new sensitivities in relation to time were considered by Pierre Faure as an aspect of
paramount importance,
since, for this to personalize teaching, it is also to allow autonomy in
relation to the use of time. Customizing time consists of taking into account differences in
temperament, health, motivation of history and rhythm of students (KLEIN, 1998). Accordin
g
to Faure (1993, p. 67
, our translation
), "work, like the human being, has its own rhythm. There
is a time of investigation and attempt, of admiration and contemplation, a time for improvement
and a time for exercise and investigation, a time for presenta
tion and exchange"
.
For the
understanding of this time and individual rhythm, it was necessary that each student had his/her
moment of silence and internalization, which was made possible through the elaboration of
work plans (SCHEREIBER, 2016). The work p
lans were elaborated by the students
individually, and each one set the necessary time for each task, having the supervision of the
teacher (KLEIN, 1998). These study scripts contained the subjects that students previously
chose, the dates of sharing, awar
eness and contents that needed to deepen, followed by the
delimitation of the delivery time (BEURMANN, 2007).
From the analysis of Duval's description (2018) about the appropriations made of the
work plan in the experimental secondary class in which he tau
ght; it is perceived that this
methodology gains certain particularities in the application. In his report, he states that the work
plan was a role placed on the board and not delivered directly to the student, within this plan
the subjects, the directions
to be developed and the deadlines established for the delivery of the
forms were included. The professor states that, in the beginning, the elaboration of this plan
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was done every two weeks, because it consisted of being a laborious activity and that need
ed
to be done together with the other teachers. Still from his memoirs, Duval (2018) states that
these plans were elaborated as a way to assist students in the organization of time, because they
had no agenda. However, in the future, the students began to
have contact with the school
schedule.
The period in which the work plans were applied was called the period of stay.
According to Duval (2018), every morning, at the beginning of classes, from the work plan, the
students had to choose which subjects they
would study. It was a moment of student autonomy
from the choice of how many subjects and which subjects they wanted to work on. Thus, within
the same time there were several disciplines being studied and only the help of a teacher, being
of total importa
nce that he had basic basics of all disciplines to assist the work. During the stay,
there was also the possibility of the students to sit where they had preference, moving over the
classroom space with a certain autonomy. Thus, the work could also be carr
ied out on the
ground with the presence of colleagues or not. The period of permanence and contact with work
plans should be taken as a starting point and not of arrival, aiming to encourage the search for
knowledge and curiosity and not as an obligation g
iven to students (KLEIN, 1998).
Innovative school practices
Since the 1950s, when new discussions have permeated the educational scene, debates
influenced by ideas from countries such as the United States and France, result in a series of
proposals and innovative pedagogical models that begin to be applied in the s
cope of public
and private schools in Brazil (SCHEREIBER, 2016). These discussions aimed at changes in the
active principles aimed at students, modification in the study time with the implementation in
some full
-
time schools, the development of critical th
inking, the integration of disciplines and
school work with the social world. Thus, the experimental secondary class at
Des Oiseaux
aimed to bring to the student an approximation of her individuality, as well as a new awareness
regarding the organization o
f time and school activities.
In addition to being reflected in moral and ethical aspects aimed at the formation of
students, the pedagogical renewal was also directed to the construction of new practices and
activities inserted within the new school cult
ure that was built from the trials and
experimentations that took place in the educational field. These changes had been put at odds
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The experimental secondary classes in the Colégio das Cônegas de Santo Agostinho in the memories of Liliane Duval (1959
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with aspects that were rooted at a certain time in the school scene. By the way, Klein (1998, p.
31
, our translation
) asser
ts:
In prescribing Personalized and Community Education, Pierre Faure
demonstrated great influence of the ideals of the New School, aiming at the
distance
unprepared
students with their social lives, the technical education of
schools, the overload of con
tent, the excess of exams and grades, "among so
many deficient traits, the most serious for Faure is the fact that the school does
not promote the integral development of the child, not encourage her to think,
create or choose.
According to Schereiber (2
016,) as a contribution to the educational scene, Father Faure
proposed new practices, built from dialogue with figures such as Robert Dotttrens, professor at
the Jean Jacques Rousseau Institute, creating new systems such as the so
-
called "chip system".
Ac
cording to Beurmman (2007), the factsheets are exercises created to strengthen and deepen
learning and the construction of knowledge. According to Duval (2018), the forms were
prepared and left in boxes near the slates, so that these materials contained th
e content to be
studied and the objectives to be achieved. Duval (2018, p. 3
, our translation
) says that "if the
student went to study mathematics, he would access the discipline box, read the guidelines and
activities proposed to be carried out, and had t
he condition to finish them until 10 a.m."
Still taking into account Duval's memories (2018), it is observed that the teacher who
accompanies the students in the classroom during the work period with the records had a very
important guiding role. These sh
ould forward and direct the student's research, elaborating
some questions so that they could answer, so that the teacher's work was intense, because he
had to think about the creation of the forms. These materials were answered by the students
directly in
the notebook and the teachers investigated how the task developed by analyzing the
students' own object. For Father Faure, the incorporation of the forms in the educational system
aimed to learn without the prediction and organization by this material, th
at is, it would be "to
work without objective, without knowing that, nor how, to expect all indications to be provided
by the teacher, of little use" (FAURE, 1993, p. 55
, our translation
). This is verified from the
reports of Duval (2018), who notes that t
hese materials were applied to students with a different
dynamic, especially with regard to the direction from questions and objectives well demarcated
by the teachers who elaborated it.
Duval (2018) also points out that at times there was the integration between the
disciplines that were inserted in the experimental period. The former teacher points out that the
union of Mathematics with other subjects was always more challenging, because
it was difficult
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to visualize a connection between this language and other knowledge. It states that in the
process of experimentation, disciplines such Portuguese, History and Geography were able to
establish connections and perform activities together.
He also says that, in addition to teaching
mathematics classes, he also taught aspects of the church's social doctrine, so to associate with
content, he began to work with the financial issue of the church. She says: "Bishop Paul Evaristo
Arns later said:
he brings together mathematics with religion, because he had the encyclical at
the time, and I was giving proportion, financial part, and part of the social doctrine of the church,
you know? I mean, it was a way I did integration, on the part of values
"
(D
UVAL, 1998, p. 12
,
our translation
).
Regarding the form of evaluation considered by Personalized and Community Pedagogy
as more appropriate and that guarantees greater autonomy to the student is the continuous
evaluation, that is, the one in which the tea
cher is always accompanying the student, being in
activities or from work plans (KLEIN, 1998). The Jesuit pedagogue criticized the evaluative
methods that applied a test the day before and, on the day after all that was learned, he was
forgotten. The new w
ay of looking at evaluations also transforms the perspective on repetition.
On this issue, Faure (1974, p. 59
, our translation
):
In the face of a well
-
dosed schedule, there is no repetition of the series because
each student works according to their pace
and abilities. For students unable
to meet the schedule followed by the majority of the group is offered the
improvement class. The repetition "is indicative of the school's inability to
adapt to the needs" of students.
The passage is perceived as Faure d
eposited responsibility for the student's school
failure not to him, but to the school institution for not following the rhythm and differences of
the students. Thus, in addition to the follow
-
up of the work plan, Pierre Faure was adept not at
the act of g
iving a grade, but in the process and experience of the student with the learning work
(KLEIN, 1998).
Regarding the evaluative methods used by the teachers in the experimental secondary
class of the Colégio das Cônegas de Santo Agostinho, Duval (2018) poin
ts out that students
were evaluated from the presentation of papers as well as there was a form of evaluation called
controls, which consisted of tests applied on the disciplines given. According to Professor
Liliane, the students were evaluated from the f
ollowing concepts: very well, well and regular
and not from a number of zero to ten as was customary in traditional teaching. The students'
performance was made available from bulletins, documents in which teachers established some
comments of the student,
being an example: if he had difficulty concentrating, if he had any
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The experimental secondary classes in the Colégio das Cônegas de Santo Agostinho in the memories of Liliane Duval (1959
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Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 10, n. 00, e021007, 2021
.
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ISSN:
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DOI:
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problems related to behaviors and attitudes, some of the examples being the cooperation to keep
the room favorable for all students.
Thus, it is perceived that a very characteristic as
pect of traditional teaching is
problematized by Pierre Faure's Pedagogy which consists in the application of the tests. A
change in the way in which it was used is observed, failing to evaluate students by grades to
obtain a more descriptive observation f
rom comments and concepts in order to follow the
advances and individual difficulties.
Final
considerations
Since the 1950s, Brazilian secondary education has undergone a process of pedagogical
renewal. In the scenario of Catholic schools, this change also occurred through the use of
personalized and community pedagogy. According to Saviani (2008), the "New Cath
olic
School" was established, which was opposed to the traditional method of teaching in the
students linked to the Catholic Church. The new discourses and the new school faces that were
built were manifested from the implementation of experimental seconda
ry classes in some
Catholic schools. Inserting itself within this process of change, we highlight the 17 secondary
schools that passed, in the period from 1959 to 1962, through a process of experimentation of
new pedagogical positions, including that defen
ded by Father Faure. The Jesuit priest brought
to Brazil some precepts of his pedagogy that were appropriated in Catholic schools such as the
Colégio das Cônegas de Santo Agostinho.
The precepts of autonomy, embodiment and proactivity can be seen and appli
ed by
Liliane Duval, professor of mathematics of the experimental class of the Colégio das Cônegas
de Santo Agostinho, who went through the orientation with Pierre Faure and the experience of
applying his pedagogical proposal. Among the appropriations made
by Des Oiseaux
, Liliane's
memoirs marked some main aspects among these, the new relations of space and time. A space
characterized by a displacement from the classroom to work in a small house and the creation
of a new sensitivity in relation to time char
acterized by the activities that compose it as the work
plans and their development in the period of Permanence.
Duval's understanding of the narrative was based on his memories of the reported
experiences. It must be made clear that his memory was full of
forgetfulness and the
descriptions reported should not be considered as absolute truth. Thus, following the
considerations of Le Goff (1996), who describes memory as feelings that consciously or
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Bianka Maria DELAGRACIA
and
Norberto DALLABRIDA
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 10, n. 00, e021007, 2021
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unconsciously alter individual memory, this work does not ta
ke into account the idea of an
account as concrete and indisputable truth, but information loaded with subjectivity of those
who present them.
Duval's memories bring an understanding of how school culture changes from
appropriation in classroom practices,
and this use is loaded with resistance and impositions and
thus end up creating a culture with its own particularities. The new school culture of the Colégio
das Cônegas de Santo Agostinho changes both in space and in school time, modifying the
learning s
pace for what was called "little house" and a new organization in relation to the
individual time of each student with the help of materials such as work plans. In addition to
these aspects, new practices of Pierre Faure's pedagogy are appropriated by the
college as the
system of records, the integration between disciplines and a more descriptive look at the
evaluations, such points contribute to a more autonomous, individual and community learning
process.
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and
Norberto DALLABRIDA
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 10, n. 00, e021007, 2021
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https://doi.org/10.30612/eduf.v11i00.9676
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About the authors
Bianka
Maria DELAGRACIA
Graduated in History
(
UDESC
)
.
Norberto DALLABRIDA
Professor and researcher at the University of the State of Santa Catarina (UDESC) and CNPq.
Processing and publishing by the Editora
Ibero
-
Americana de Educação.
Correction, formatting, standardization and translation.