Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 13, n. 00, e023015, 2023. e-ISSN:2237-258X
DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v13i00.17727 1
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA: CURADORIA EDUCATIVA PARA EDUCADORES DE
ARTE NA EDUCAÇÃO BÁSICA
EXPERIENCIA ESTÉTICA: CURATORIA EDUCATIVA PARA EDUCADORES
ARTÍSTICOS EN EDUCACIÓN BÁSICA
AESTHETIC EXPERIENCE: EDUCATIONAL CURATOR FOR ARTS EDUCATORS IN
BASIC EDUCATION
Leila SAMPAIO DA SILVA
e-mail: sampaio.leila@gmail.com
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO
e-mail: margaretemay@uol.com.br
Kiara Maia de OLIVEIRA
e-mail: kiaramaiah@gmail.com
Juliana Cavalcanti CANDELÁRIA
e-mail: julianacavalcanticandelária@gmail.com
Como referenciar este artigo:
SAMPAIO DA SILVA, L.; BERKENBROCK-ROSITO, M. M.;
OLIVEIRA, K. M.; CANDELÁRIA, J. C. Experiência Estética:
Curadoria Educativa para Educadores de Arte na Educação Básica.
Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 13, n. 00, e023015,
2023. e-ISSN: 2237-258X. DOI:
https://doi.org/10.30612/eduf.v13i00.17727
| Submetido em: 16/09/2023
| Revisões requeridas em: 11/10/2023
| Aprovado em: 19/11/2023
| Publicado em: 20/12/2023
Editor:
Profa. Dra. Alessandra Cristina Furtado
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 13, n. 00, e023015, 2023. e-ISSN:2237-258X
DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v13i00.17727 2
RESUMO: A Curadoria Educativa e Experiência Estética apresentam uma lacuna. O presente
estudo tem como objetivo compreender a experiência estética na curadoria educativa. Por meio
de uma revisão bibliográfica acerca dos conceitos presentes nas produções remanescentes dos
últimos 5 anos, foram consultados artigos em dois bancos de dados. A seleção abrangeu os
artigos que mais se aproximam das temáticas em questão. Os dados foram organizados em um
quadro para facilitar a análise. Na interpretação desses dados, adotou-se a hermenêutica
filosófica. Nessa perspectiva, o pesquisador encontra limitações impostas por sua própria
historicidade, revelando assim o horizonte histórico e o caráter da tradição. Os resultados
obtidos indicam a necessidade de abordar a curadoria educativa alinhada a aspectos estéticos e
éticos, visando o desenvolvimento da autonomia dos sujeitos. Além disso, surgem
questionamentos acerca da consolidação da curadoria educativa nas formações iniciais e da sua
importância nas formações continuadas dos educadores de Arte.
PALAVRAS-CHAVE: Experiência estética. Curadoria educativa. Educadores de arte.
RESUMEN: La Curaduría Educativa y la Experiencia Estética presentan una brecha. Así, el
estudio tiene como objetivo comprender la experiencia estética en la curaduría educativa. A
través de una revisión bibliográfica de los conceptos en las producciones remanentes de los
últimos 5 años, se buscaron artículos en dos bases de datos. Se seleccionaron los artículos que
se acercan más a las temáticas. Para la organización, los datos se dispusieron en un cuadro.
Para la interpretación de los datos, se adopta la hermenéutica filosófica, desde esta
perspectiva, el investigador está limitado por su propia historicidad, lo que revela el horizonte
histórico y el carácter de la tradición. Como resultado, se identificó que es necesario pensar
en la curaduría educativa alineada con aspectos estéticos y éticos para el desarrollo de la
autonomía de los sujetos. Además, plantea interrogantes sobre su consolidación en las
formaciones iniciales y su importancia en las formaciones continuas de los educadores de arte.
PALABRAS CLAVE: Experiencia estética. Curaduría educativa. Educadores de arte.
ABSTRACT: The Educational Curatorship and Aesthetic Experience present a gap. Thus, the
study aims to understand the aesthetic experience in educational curation. Through a literature
review of concepts in the remaining productions of the last 5 years, articles were sought in two
databases. The articles that most closely align with the themes were selected. For organization,
the data were arranged in a table. For data interpretation, philosophical hermeneutics is
adopted, in this perspective, the researcher is limited by their historicity, revealing the
historical horizon and the character of tradition. As a result, it was identified that it is necessary
to think about educational curation aligned with aesthetic and ethical aspects for the
development of individuals' autonomy. In addition, it raises questions about its consolidation
in initial training and its importance in the ongoing education of art educators.
KEYWORDS: Aesthetic experience. Educational curation. Art educators.
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Introdução
O Presente estudo deriva da dissertação em andamento da primeira autora. Assim, visa
compreender o tema curadoria educativa, e como está se relaciona com as experiências
estéticas. Para o desenvolvimento deste estudo, foram selecionados artigos com enfoque nas
temáticas de curadoria educativa, formação, educador e Arte, produzidos a partir do ano de
2019 e disponíveis no site da Pergamum do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (INEP), bem como no portal de Periódicos da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Os descritores utilizados na busca
foram: curadoria educativa, arte, professor e formação. A revisão bibliográfica foi aprofundada
através da análise das produções do grupo de pesquisa liderado por Margaréte May
Berkenbrock-Rosito. Este grupo possui uma base consolidada e um repertório substancial sobre
a relevância das experiências estéticas para uma formação integral. Essa escolha baseou-se no
intuito de embasar o estudo nos fundamentos teóricos advindos dessa fonte de conhecimento.
Sob esta perspectiva, destacam-se os conceitos anteriormente delineados nas seguintes
abordagens sobre as temáticas em questão: experiência estética sob olhar de Freire (2005),
Adorno (2008) e Schiller (2002); curadoria ao longo da história por Siebra, Borba e Miranda
(2018); curadoria educativa como meio de desenvolvimento das experiências estéticas,
sentidos, fruição e leitores de signos para educadores Arte da Educação Básica de acordo com
Vergara (1996), Martins (2006, 2011) e Barbosa (1995).
Considerando o acompanhamento do retrospecto das bases teóricas relacionadas aos
temas que precedem os artigos selecionados, adotou-se o método de pesquisa exploratória. A
pergunta norteadora estabelecida foi: Como podemos compreender os temas experiência
estética e curadoria educativa na Educação Básica apresentadas nos artigos dos últimos 5 anos?
E como se relacionam com o Currículo de Arte do Estado de São Paulo e a Base Nacional
Comum Curricular (BNCC)? O sentido da experiência estética na Curadoria Educativa
possibilita o desenvolvimento de autonomia nas aulas de Arte da Educação Básica?
Para a apreensão dos conceitos, optou-se por adotar o enfoque hermenêutico proposto
por Gadamer (2000a). Nessa perspectiva, reconhece-se o caráter subjetivo da pesquisa, em que
os dados não revelam uma verdade única, mas uma parte dela, intrinsecamente vinculada à
historicidade e alteridade dos pesquisadores e dos textos. O autor destaca que os dados são
ilimitados, mas limitados pela historicidade do pesquisador. O horizonte histórico, neste
contexto, revela a tradição (GADAMER, 2000b).
A temática da curadoria educativa tem migrado do âmbito museológico para o campo
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educacional da Educação Básica ao longo do tempo, como será detalhado posteriormente nos
documentos educacionais, a BNCC (BRASIL, 2017) e no Currículo Paulista (SÃO PAULO,
2020). O termo “curadoria” vem ganhando crescente destaque na contemporaneidade,
justificando, assim, a relevância deste estudo.
Utilizando o mesmo método de pesquisa no Google, em 30 de setembro de 2023, foram
encontrados 14.900.000 resultados para a palavra “curadoria” e 5.360.000 resultados para
“curadoria digital” em português. Na língua inglesa, foram apurados 178.000.000 resultados
para curation e 142.000.000 resultados para digital curation.
Por outro lado, ao realizar buscas no Google Acadêmico com as palavras-chave
“CURADORIA EDUCATIVA E EXPERIÊNCIA ESTÉTICA”, foram obtidos apenas 13 itens
como resultados, dos quais apenas 4 relacionavam Curadoria Educativa e Experiência Estética
com a atuação do professor na Educação Básica.
O artigo foi dividido em quatro seções: a primeira exposição apresenta a base teórica
conceitual, buscando compreender e refletir sobre os possíveis significados de curadoria ao
longo da história e o papel da curadoria educativa dentro da Arte. Também são apresentadas as
relações da curadoria educativa com as experiências estéticas, autonomia e o currículo de Arte
na Educação Básica. Na segunda seção, são apresentados o método, os critérios de seleção dos
artigos, as palavras-chave pesquisadas, os bancos de dados e outros detalhes sobre o processo
de seleção dos artigos. A terceira seção aborda a análise dos artigos, enquanto a quarta seção
discute as considerações finais com reflexões sobre os artigos.
Curadoria e seus usos
Iniciou-se convidando Cortella e Dimenstein (2015, p. 19) para compreender que
“Curar”, em português lusitano, é pensar”. É interessante observar que em português de
Portugal se diz: “Você pode pensar este ferimento pra mim?”. Deste modo, o curador é aquele
que realiza a curadoria, derivada do latim, curatore, sendo responsável por cuidar, zelar e
preservar.
Os curadores possuem a particularidade de criar situações inusitadas de reflexão, “[...]
fazem que as pessoas pensem alguma coisa sobre a qual não queiram pensar. Os curadores têm
esse dom.” (CORTELLA; DIMENSTEIN, 2015, p. 25). O termo curadoria continua
popularmente associado ao mundo da Arte e da Museologia, uma vez que os acervos culturais
são tão complexos para serem cuidados quanto outros bens, dada sua heterogeneidade e
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composições diversificadas, direcionando-se não um público específico, mas a algo
globalmente diversificado. Segundo Utuari (2012, p. 44), para as Artes, atualmente “o termo se
estende para todas as linguagens artísticas, dentro e fora de museus, festivais, mostras, etc.”
Adiante, Siebra, Borba e Miranda (2018) apresentam alguns contextos e definições de
curadoria e curador ao longo da história. Desde o século V a. C., quando este deveria proteger
bens do devedor até seu julgamento, até o século XVII, quando também era um termo usado
para aquele que se tornava responsável pela “organização de mostras, espetáculos artísticos e
museus” (SIEBRA; BORBA; MIRANDA, 2018, p. 23). Entre os séculos XVIII e XIX, esteve
relacionado, além disso, à pessoa indicada como guarda legal “à proteção e guarda de pessoas
menores de idade ou deficientes físicos e/ou mentais” (SIEBRA; BORBA; MIRANDA, 2018,
p. 24). No século XX, para a criação e organização de exposições artísticas, entre 1960 e 1970,
houve a ‘organização de espécimes’, e nos anos 1980 e 1990, surgiu a ‘curadoria de dados’.
Observa-se que o termo apresenta uma realidade historicamente construída e fluida, e a
curadoria digital demonstra que “a pesquisa que gerencia o intricado ciclo de vida dos dados
digitais de pesquisa com o intuito de gerar memórias científicas para catalisar novas pesquisas.”
(FREIRE; SALES; SAYÃO, 2020, p. 3). Na atual conjuntura e na imensa possibilidade de
acesso à informação, o curador passou a ser inserido nos meios de comunicação como aquele
que seleciona e organiza informações, desse modo
Justamente está o fundamento da era da curadoria. [o que] não significa que
seja apenas para o jornalismo, mas para a comunicação. [...] As pessoas vão
buscar se informar com pessoas de credibilidade.” (CORTELLA;
DIMENSTEIN, 2015, p. 20).
De modo semelhante para Langie (2017, p. 54), a produção curatorial no cinema é
geradora de oportunidades reflexivas que contribuem para uma experiência estética voltada a
educação e a consciência cultural, nesse contexto “a curadoria criativa, um trabalho de estar à
espreita, ofício de garimpo que engaja um outro o espectador e que busca engendrar uma
formação estético-política pelo contato com a diferença”.
No campo da Arte, ser curador é fazer curadoria, é estar se colocando numa posição de
autoria e criação, é estar diante dos objetos para produção curatorial antevendo possíveis
relações de ensejo de experiências na mediação educativa ou cultural, sendo consciente que sua
ação é colaborativa, pois não se finda em si, ela é etapa de um processo. A curadoria educativa
tem como conseguinte a ação da mediação educativa ou cultural, ambas acontecem junto aos
estudantes ou público durante a exposição da curadoria educativa. Esta ação deverá ser
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permeada de problematizações e reflexões para se alcançar os objetivos desejados pela
curadoria educativa, dentro de uma relação de dialogicidade entre as partes (FREIRE, 2005).
O termo curadoria educativa” foi desenvolvido por Luís Guilherme Vergara, este
indica que a curadoria educativa objetiva “explorar a potência da arte como veículo de ação
cultural [...] constituindo-se como uma proposta de dinamização de experiências estéticas junto
ao objeto artístico exposto perante um público diversificado” (VERGARA, 1996, p. 243). O
que nos leva a dizer que a curadoria educativa está enraizada no processo de ensino e
aprendizagem em Arte. A curadoria educativa, para Pillotto e Silva (2007, p. 22-23) vai além
de uma atividade de seleção e exposição, esta é compreendida “como ação criativa que,
mantendo laços afetivos, estabelece diálogos, provocando sentidos, saberes e fazeres. Mobiliza,
assim, as manifestações”.
Para Martins (2011, p. 313) é “considerado não uma função ligada aos museus e espaços
culturais, mas uma atitude, um modo de operar consciente na escolha criteriosa do que levamos
para a sala de aula e das exposições visitadas com nossos alunos”. Deste modo, a autora deixa
claro que a curadoria não se restringe ao espaço do museu, mas também inclui ambiente escolar
como espaço de proposição desta atividade. Segundo Martins (2006, p. 5) “por meio de uma
curadoria educativa provocadora pode despertar a fruição, não somente centrada na imagem,
mas em uma experiência, um caminho que leve a pensar a vida, a linguagem da arte, provocando
leitores de signos”, e como leitores de signos, leitores do mundo.
Apresentando currículo de arte, experiência estética e autonomia na curadoria educativa
Nos últimos anos o ensino de Arte passou por várias mudanças, a partir dos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN) de Arte
entre os anos 70 e 80, os antigos professores de Artes Plásticas, Desenho,
Música, Artes Industriais, Artes Cênicas e os recém-formados em Educação
Artística viram-se responsabilizados por educar os alunos [...] em todas as
linguagens artísticas (BRASIL, 1997, p. 24).
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) de 2017 define a curadoria como um
processo na construção de produções a partir de outras existentes, enfatizando sua importância
não apenas na disciplina de Arte, mas como uma habilidade com potencial aplicação na vida
cotidiana (BRASIL, 2017, p. 500). A deliberação 15/2002 do Conselho de Ensino, Pesquisa e
Extensão (COEPE) provocou mudanças na Licenciatura Plena em Educação Artística, Artes
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Plásticas, renomeando para Licenciatura Plena em Artes Visuais, para se adequar à LDB
9394/96 (RIO GRANDE DO SUL, 2002).
Na década de 1990, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e a Proposta
Triangular para o Ensino da Arte, influenciada por Ana Mae Barbosa, promoveram estudos
sobre educação estética e a estética do cotidiano, visando complementar a formação artística
dos alunos (BRASIL, 1997, p. 25).
Barbosa (1995) destaca a importância de instrumentalizar educadores para promover
encontros bem-sucedidos entre o público e a arte, tanto em ambientes museológicos quanto
escolares, ressaltando a relevância do componente emocional na compreensão da obra de arte
(BARBOSA, 1995, p. 63). A proposta de Barbosa se relaciona e influencia o trabalho
desenvolvido por Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque (SÃO PAULO, 2011), para o
currículo Estado de São Paulo: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Martins e Picosque,
autoras de grande influência nas áreas de arte-educação e mediação educativa em museus,
trouxeram experiências significativas para a construção do currículo.
Partindo da concepção de que a arte pode explorar diferentes territórios, como
linguagens artísticas, processo de criação, materialidade, forma, conteúdo, mediação cultural,
patrimônio cultural e saberes estéticos e culturais (SÃO PAULO, 2011, p. 187), destaca-se o
território da mediação cultural, onde o professor é considerado um curador ao fazer escolhas
sobre obras, artistas, exposições e atividades dos alunos (SÃO PAULO, 2011, p. 195).
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) influenciou os currículos estaduais,
destacando a importância de desenvolver habilidades de curadoria e apreciação ética e estética
dos estudantes (Brasil, 2017, p. 488). O novo Currículo Paulista do Ensino Médio reforça que
professores e estudantes assumem papéis de protagonistas, atuando como mediadores,
apreciadores, artistas, criadores e curadores, de forma consciente, ética, crítica e autônoma
(SÃO PAULO, 2020, p. 195).
A experiência estética tem um papel extremamente importante, tanto na produção da
curadoria educativa quanto na sua exposição. A estética, segundo Schiller (2002), engloba
diversas facetas relacionadas à ideia de beleza, à realidade da arte, às manifestações artísticas,
às formas de percepção sensível e aos sentimentos. Por meio da experiência estética, que ocorre
através da relação entre razão e a sensibilidade, que se potencializa a autonomia, para Schiller
(2002, p. 22), “A estética conduz o caminho da experiência, também no campo político, pois é
por meio da beleza que se atinge a liberdade”.
Adorno (2008, p. 152) afirma que “[...] a genuína experiência estética deve tornar-se
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filosofia ou, então não existe”. Para o autor, essa experiência ocorre no contato com a arte, uma
forma de expressão que se recusa a se render à lógica da racionalidade instrumental. Quando a
obra mantém seu caráter enigmático, ela nos instiga à reflexão, à crítica e à interpretação,
conferindo significado a essa interação entre estranhamento e familiaridade. Esse processo gera
um espaço de liberdade, Oliveira (2022, p. 152), apresenta uma dimensão crítico formativa, que
ainda que forçados a uma “forma mecânica no mundo, [...] a Educação Estética visa transformar
a concepção moderna de estética e humanizar a sociedade, por meio da beleza possibilita
resgatar o caráter epistemológico e de educação social, pela arte e na arte”.
Sob a visão de Freire (2005), a experiência estética se consolida por meio da ética,
porém ela não está plenamente estabelecida, pois nos constituímos como seres inacabados, tem-
se que se buscar a prática da liberdade.
O mundo da cultura que se alonga em mundo da história é um mundo de
liberdade, de opção, de decisão, mundo de possibilidade em que a decência
pode ser negada, a liberdade ofendida e recusada. Por isso mesmo a
capacitação de mulheres e de homens em torno de saberes instrumentais
jamais pode prescindir de sua formação ética (FREIRE, 2005, p. 56).
Para uma experiência estética na curadoria educativa voltada a autonomia, ética e
crítica, Freire indica que para a “verdadeira aprendizagem os educandos vão se transformando
em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber ensinado ao lado do educador
igualmente sujeito do processo” (FREIRE, 2005, p. 26).
Por conseguinte, orientando o estudante em direção a uma curadoria pautada no
pensamento correto, considerando a ética e a criticidade, ocorre a mudança do papel do
educador de mero transmissor de conteúdo da educação bancária para estabelecer uma relação
dialética que transcende o fazer mecânico, conduzindo aluno e educador à autonomia. Ressalta-
se que a curadoria educativa não se encerra em sua ação, ela constitui apenas uma fase desse
processo. Nessa perspectiva,
A educação libertadora é necessariamente estética e ética, justamente porque
ela desperta para a pergunta e o questionamento e estes vão provocar a
mudança. E a estética da educação não é a mudança acontecida, mas
acontecendo. Não é o ter sido, mas o estar sendo. É uma diferença sutil, mas
importante. Uma relação de continuidade. A junção da estética com a ética
(TREZZI; RECH, 2022, p. 90).
Em uma curadoria educativa voltada para uma experiência estética visando promover a
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autonomia, torna-se relevante a formulação de proposições críticas e reflexivas. Isso deve
ocorrer considerando o contexto apresentado por Adorno em relação à sociedade
contemporânea.
A ideia de liberdade, intimamente ligada à autonomia estética, formou-se na
dominação que a generaliza. Também as obras de arte. Quanto mais livres se
tornaram dos fins exteriores, tanto mais perfeitamente se definiram enquanto
organizadas, por sua vez, na dominação (ADORNO, 2008, p. 29).
Para a compreensão integral do contexto que envolve a relação da curadoria educativa
com a estética, a dialogicidade desempenha um papel crucial. Assim como Freire (2005),
Dowbor (2008) realça a importância da relação dialógica, e destaca o silêncio, tão quanto à fala.
Este último é visto como um espaço vazio que se abre para receber o outro, mediante uma
escuta ativa. Dowbor (2008, p. 36) ressalta: “O diálogo requer troca, requer espaço interno,
curiosidade amorosa e disponibilidade para o outro”. Na curadoria educativa, o educador se
coloca como aquele que estimula a curiosidade e promove inquietação para os alunos
construírem suas indagações com autonomia, porém “Sem a experiência do silêncio, fica difícil
percebemos a importância e a necessidade do momento de fala quando estamos educando”
(DOWBOR, 2008, p. 37).
Dessa forma Dowbor (2008), Freire (2005), Adorno (2008) e Schiller (2002) se alinham
e se complementam na defesa da necessidade e importância da curadoria educativa, visando
proporcionar uma experiência estética orientada à autonomia e liberdade.
Métodos e Procedimentos
Este estudo é classificado como pesquisa qualitativa e de revisão bibliográfica,
explorando as contribuições provenientes do conjunto de pesquisa liderado por Berkenbrock-
Rosito, que possui um sólido arcabouço teórico sobre os principais aportes da educação estética
e da experiência estética. Adotando uma abordagem hermenêutica, foi realizada a leitura dos
títulos e resumos das 64 dissertações apresentadas pelo grupo de pesquisa, utilizando alguns
aportes teóricos como base.
Uma busca no Google Acadêmico com as palavras-chave “CURADORIA
EDUCATIVA E EXPERIÊNCIA ESTÉTICA” resultou em 13 itens na primeira página, dos
quais apenas 4 estavam relacionados à Curadoria Educativa e Experiência Estética na atuação
do professor da Educação Básica. Isso evidencia uma lacuna em relação à curadoria educativa
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e à experiência estética na educação básica, com a maior parte dos termos relacionados ao
ambiente dos museus.
Realizou-se uma seleção de artigos em 30 de setembro de 2023 nas bases de dados
Pergamum do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP)
e no Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES), ambas plataformas de busca gratuitas.
Foram utilizadas as seguintes palavras-chave para a pesquisa: “CURADORIA
EDUCATIVA E ARTE” na primeira busca, “CURADORIA EDUCATIVA, PROFESSOR E
ARTE” na segunda, e FORMAÇÃO, CURADORIA EDUCATIVA E ARTE” na terceira
busca. O objetivo era encontrar artigos que de alguma forma conectassem a curadoria educativa
às aulas de arte na escola. A busca limitou-se a artigos publicados nos últimos 5 anos.
Inicialmente, obtiveram-se 13 artigos distintos entre as duas plataformas. No entanto,
ao refinar a pesquisa com base no título e no resumo, foram excluídos os artigos que não
estavam diretamente relacionados às temáticas de curadoria educativa, formação, educador e
arte. Esse processo resultou na seleção de 3 artigos, cujos detalhes são apresentados no quadro
abaixo.
Quadro 01 Distribuição das publicações sobre curadoria educativa, formação, educador e
arte
Autores
Título
Data da
Publicação
Revista
DINIZ, G. S.; LAGE, C.
F.
Curadoria Educativa e Mediação Cultural em
Exposições de Artes Visuais
2021
Revista Linguagens
Nas Artes
SPERBER, J. I.;
DEVEGILI, A.;
RIBEIRO, T.; SOUZA, K.
A. de L.
Contribuições do processo de curadoria para a
formação de professores de arte: em foco o 1º
Desafio das Artes Visuais
2022
Revista de Educação
Popular
VIANNA, R. de S.;
MELO, G. A. M. de;
MINISTÉRIO, A. C. de
V.
Construção coletiva de uma metodologia de
mediação cultural para a educação básica
2022
Revista Educação,
Artes e Inclusão
Fonte: Elaborado pelas autoras
Além disso, para organizar a revisão bibliográfica de maneira a apresentar coerência e
lógica, foi desenvolvido um instrumento de análise para compreender o que vinha sendo dito
sobre o tema durante os últimos 5 anos. Os artigos foram abordados sob a perspectiva
hermenêutica, sendo empregado o Círculo de Compreensão como método interpretativo,
alinhado à abordagem de Gadamer (2000a). Nessa perspectiva, reconheceu-se a existência de
diversas formas de compreensão, em que os dados são considerados infinitos, porém, limitados
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pela historicidade dos autores.
Dessa forma, foi perceptível o horizonte histórico da tradição, com uma reflexão crítica
sobre os próprios preconceitos, desde a palavra até o conceito. O processo de compreensão
ocorreu em círculos concêntricos no texto, com o texto, resultando na extração das informações
apresentadas a seguir.
A circularidade que se institui num processo de interpretação depende, pois,
desse diálogo do intérprete com a alteridade, que marca sua própria estrutura
prévia de compreensão e a coisa mesma que precisa ser compreendida. Todo
o caminho fenomenológico consiste nessa relação entre o projeto prévio de
interpretação e a coisa mesma; isto é, entre o ponto de partida inicial - o
contexto imediato em que se encontra cada um que deseja interpretar, e a
coisa que não pode ser alcançada sem as várias mediações que mostram até
que ponto o projeto inicial tem validade ou não (GADAMER, 2000b, p. 63).
Compreensão dos Artigos: Introdução
No primeiro artigo de Da Silva Diniz e Figueiredo Lage (2021), intitulado “Curadoria
Educativa e Mediação Cultural em Exposições de Artes Visuais”, destacam-se como bases
teóricas as autoras Barbosa, Martins e o autor Vergara.
A curadoria educativa é apresentada como um elemento crucial nas instituições
museológicas, considerando seus programas educativos que, diante das características do
público, se organizam para proporcionar o melhor acolhimento possível. A mediação cultural
é compreendida como um meio de construir um ambiente de conexões e interação entre obra,
público e educador, visando oferecer experiências significativas, mesmo sendo caracterizada
como um espaço de educação não-formal. As autoras problematizam, a partir de Ana Mae
Barbosa, [...] a necessidade se defender a importância da educação em uma instituição
cultural” (DA SILVA DINIZ; FIGUEIREDO LAGE, 2021, p. 32).
Um dos elementos que se destaca é a posição frente aos arte-educadores, pois são
expostos como integrantes do programa educativo do museu, que também podem organizar
suas curadorias educativas frente ao público da instituição,
Isso significaria que eles estariam realizando suas próprias curadorias, visando
a questão pedagógica, provocando os públicos a terem novas percepções nos
espaços expositivos, ampliando o olhar para além dos conceitos e das imagens
[...] (DA SILVA DINIZ; FIGUEIREDO LAGE, 2021, p. 33).
A experiência estética nas exposições é evidenciada pelas ações que podem gerar
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questionamentos, melhores compreensões e construções de conhecimentos diversos. Para os
autores,
[...] os aspectos educacionais de um museu ou centro cultural, abrangendo
públicos diversos e possibilitando as pessoas perceberem e vivenciarem a
cultura de uma forma mais significativa, provocando o pensamento crítico e a
fruição das artes (DA SILVA DINIZ; FIGUEIREDO LAGE, 2021, p. 33).
Por conseguinte, a mediação é exposta como desdobramento da curadoria educativa, é
nela que se coloca em prática as estratégias de comunicação dialógica entre espaço expositivo,
obra e público, tencionando experiências estéticas que gerem provocação e/ou aproximação
com as obras. Como parte essencial da mediação cultural, destaca-se a importância do
planejamento das ações propostas pelos mediadores diante do público e das obras.
Em certos casos, as pessoas buscam alguém que possa explicar a obra, fazendo
com que ela seja entendida racionalmente e que sua compreensão seja
facilitada. Isso pode não ser interessante para nenhuma das partes envolvidas
na mediação (DA SILVA DINIZ; FIGUEIREDO LAGE, 2021, p. 34).
Por isso, a mediação, por meio da comunicação dialógica, se distancia de explicações
pessoais e promove troca, colocando o público como sujeito de voz, promovendo o
desenvolvimento dos sentidos e tirando sua passividade.
Os autores chegam à conclusão de que a curadoria educativa tem o potencial de
proporcionar experiências que contribuem significativamente para a formação, revelando
perspectivas inovadoras na percepção dos espaços de arte. No que se refere à mediação,
posicionam-se como parte integral do processo, estimulando condições para a compreensão
estética e conceitual das obras, levando [...] públicos a terem experiências transformadoras de
caráter universal com as exposições de artes visuais.” (DA SILVA DINIZ; FIGUEIREDO
LAGE, 2021, p. 37).
O segundo artigo, “Contribuições do processo de curadoria para a formação de
professores de arte: em foco o 1º Desafio das Artes Visuais”, de Sperber et al. (2022), apresenta
a descrição de um projeto e seu processo curatorial para um estágio no curso de Artes Visuais
de uma universidade de Santa Catarina, desenvolvido entre 2020 e 2021 durante o período
pandêmico. O texto baseia-se nos conceitos de processo criativo de Ostrower, de educação na
pandemia por Carvalho, Gottardi e Souza, e de curadoria educativa de Martins, proporcionando
reflexões sobre as dimensões estéticas, éticas e poéticas na produção curatorial do educador.
De acordo com os autores, a arte é um campo de potencialidades em meio as
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dificuldades geradas pela pandemia, para tanto, a curadoria precisa de maior notoriedade nas
formações em licenciatura ligadas as linguagens da arte, como a proposta pelo artigo
[...] a universidade na qual somos acadêmicos não apresenta nenhuma
disciplina que tenha como foco o ensino e o aprendizado sobre a profissão de
curador de obras de arte visual. Visto que, durante o percurso como
professores, nos vemos tendo que criar, além dos critérios, uma “curadoria”
durante a avaliação dos trabalhos realizados pelos estudantes [...] (SPERBER
et al., 2022, p. 398).
A reflexão levantada neste artigo é em relação à formação do educador de arte, sobre o
exercício da produção de sua curadoria educativa, seja este utilizado no ambiente do museu ou
da escola e o quanto sua ausência deixa de contribuir para sua formação acadêmica e ação
profissional.
Outro apontamento que surgiu é a forma que os autores apresentam a curadoria
educativa como processo de escolha do educador. Esse processo é delineado considerando a
composição subsequente de sua mediação, aplicável em ambos os ambientes. Destaca-se a ideia
de que as ações do educador, nesse contexto, demandam um profissional com um repertório
sólido e conhecimento aprofundado sobre as características do público, visando uma curadoria
eficaz.
Essa ligação do sujeito com o que acontece à sua volta se faz muito necessária
e importante para se considerar quando falamos sobre a curadoria, visto que
esta conversa traz uma urgência de debate, além de uma realidade presente na
vida dos seus criadores (SPERBER et al., 2022, p. 406).
O estudo exposto apresenta a compreensão sobre as subjetividades dos alunos, os
elementos de composição do processo artístico e curatorial, tendo em vista uma curadoria
educativa que tenha um objetivo, “[...] para além de uma fase no trabalho de seleção e escolha
dos trabalhos visuais, é também um lugar de reflexão e de compreensão da realidade [...]”
(SPERBER et al., 2022, p. 408).
É destacado pelo artigo a falta de componente curricular para área acadêmica de Arte,
voltada a uma formação em curadorias de obras, seja para exercer a função profissional no
campo da escola ou do museu. Os autores Sperber et al. (2022, p. 410) finalizam apontando a
importância “[...] entre professor/a e estudante, o dialogismo e o olhar do outro são
fundamentais para uma prática educativa responsável, crítica e sensível [...]”.
Outro ponto importante é o entendimento dos caminhos diversificados em meio às
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dificuldades que perpassam o território da educação e o ensino da arte para uma curadoria
educativa, voltada à formação de professores que considere as “[...] dimensões estéticas éticas
e poéticas [...]” (SPERBER et al., 2022, p. 410).
Os autores concluem que a curadoria educativa em arte proporciona experiências
estéticas, éticas e poéticas, mas para explorar plenamente essas potencialidades, aspectos como
disciplinas acadêmicas voltadas à curadoria, empatia e sensibilidade para compreender o
universo dos alunos, bem como repertório e escolhas temáticas, devem estar interligados nesse
diálogo.
No terceiro artigo, “Construção coletiva de uma metodologia de mediação cultural para
a educação básica” de Vianna, Melo e Ministério (2022), é desenvolvida a análise de um projeto
de ensino, pesquisa e extensão intitulado “Mediação da experiência estética na escola”,
realizado entre duas escolas públicas e a Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) em
2017. A base teórica para compreensão dos resultados e reflexões teóricas sobre mediação
cultural no ensino das Artes Visuais inclui John Dewey, Michael Parsons, Teresinha Franz e
George Geahigan.
Inicialmente se conceitua o que se compreende como mediação cultural e sua relação
com a curadoria educativa, a capacidade de construir experiências estéticas, para que o
observador desenvolva criticidade e reflexão. De acordo com os autores “Idealmente o caráter
dialógico da mediação cultural acontece também em termos da curadoria educativa, na medida
em que adota uma perspectiva intercultural na seleção de obras que serão objeto de estudo”
(VIANNA; MELO; MINISTÉRIO, 2022, p. 5).
É apresentado a informação de que a mediação cultural focada na arte contemporânea
traz estranhamento e intimidação nos professores de arte, mesmo esta arte apresentando
temáticas do cotidiano. A curadoria educativa sugere o aperfeiçoamento de materiais e
metodologias de mediação cultural, por não estar incorporada à prática docente nas escolas
estudadas.
A concepção da curadoria educativa está direcionada à arte contemporânea, destacando-
se os objetivos de educação estética e ética na mediação cultural. Esses objetivos são delineados
a partir da relação entre a obra, a realidade dos alunos e da escola, como indicado no trecho
abaixo,
[...] fatores podem ter influenciado nessa assimetria entre educação estética e
ética: o tema e as obras selecionadas na curadoria educativa; o
desconhecimento dos estudantes sobre meios, técnicas e linguagens adotadas
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na arte contemporânea; a carga horária relativamente restrita para aplicação
dos materiais educativos; ou mesmo a opção, consciente ou não, por ressaltar
a experiência estética como base para uma postura mais pessoal e reflexiva
sobre arte (VIANNA; MELO; MINISTÉRIO, 2022, p. 5).
Posteriormente, foram apresentados o material educativo, o processo de mediação das
obras e os dados das avaliações dos alunos e professores após o desenvolvimento da curadoria
e da mediação junto aos participantes do projeto (professores e alunos).
Concluiu-se que é possível desenvolver curadoria educativa e mediação cultural,
direcionando o foco ao trabalho com obras de arte contemporânea dentro da sala de aula.
Destacou-se a necessidade de os professores ampliarem seus repertórios para formular
“questões ativadoras”, desenvolvendo percepções diferentes das tradicionais. No mesmo
ambiente, os alunos devem ter o direito de expressar suas opiniões para desenvolverem suas
argumentações, considerando a possibilidade de incorporar obras de suas preferências às aulas,
criando um ambiente de interação dialógica com um papel produtivo, alinhados aos paradigmas
atuais do ensino da Arte.
Com base na compreensão dos três artigos, identificou-se que todos possuem um ponto
em comum: a adaptação às particularidades e subjetividades do público-alvo da curadoria
educativa e da mediação. Destacaram-se as experiências estéticas de forma indissociável da
curadoria educativa, realçando os elementos críticos e reflexivos presentes na experiência
estética. Conforme Oliveira (2022, p. 102) aprender a ser, exige a capacidade imaginativa,
reflexiva e crítica, o que possibilitaria a tomada de consciência estética de si, atribuindo novos
sentidos às experiências vividas”. Isso pode levar o estudante ou público a promover aspectos
voltados ao desenvolvimento enquanto sujeitos, alinhados à função educacional explicitada na
BNCC e no currículo do Estado de São Paulo.
Os artigos também valorizam o processo de encontro entre a obra e o público da
curadoria educativa, estimulado pelas provocações, olhares atentos para o despertar de
experiências estéticas, ajustado a proposta triangular de Barbosa que destaca “[...] criação (fazer
artístico), leitura da obra de arte e contextualização histórica [...]” (BARBOSA, 1995, p. 62) e
as ideias de Martins e Picosque (2003, p. 2) de que
[...] o DIÁLOGO como um processo humano imediato gerador da
comunicação necessária entre arte e público. APROXIMAR porque, entre a
arte e o público, há ainda fronteiras a serem ultrapassadas a fim de dinamizar
a formação cultural como um bem simbólico integrado a vida de crianças,
jovens e adultos.
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Neste contexto os artigos se conectam sobre relação dialógica entre educador, arte e
público (estudante), considerando esta ligação o valorizada e intensificada no processo de
ensino e aprendizagem. Segundo Freire (2005, p. 60)
É neste sentido também que a dialogicidade verdadeira, em que os sujeitos
dialógicos aprendem e crescem na diferença, sobretudo, no respeito a ela, é a
forma de estar sendo coerentemente exigida por seres que, inacabados,
assumindo-se como tais, se tornam radicalmente éticos.
As reflexões apresentadas indicam a necessidade de reavaliar o papel da arte na
educação, considerando a desvalorização histórica e tradicional dessa disciplina. Destaca-se a
importância de promover o desenvolvimento da ação curatorial nas aulas de arte, ancoradas em
experiências estéticas para conferir-lhes maior relevância e significado na formação tanto dos
professores quanto dos alunos. Um ponto de convergência entre os artigos é a ênfase na
valorização da experiência estética, embora reconheçam que a educação estética requer
estímulos deliberados (SCHILLER, 2002).
A curadoria educativa apresenta um direcionamento, que esta é aprimorada a partir
de um objetivo que vise o pensamento crítico reflexivo, consequentemente ético, levando o
estudante ao entendimento e ao reconhecimento mais amplo da estética do mundo e a liberdade.
Schiller reforça esse contexto quando afirma “[...] quanto mais a liberdade ganha sua razão,
tanto mais mundo o homem concebe, tanto mais forma cria fora de si” (SCHILLER, 2002, p.
68).
O primeiro artigo se diferencia dos demais por levantar a característica educacional da
curadoria educativa, como “[...] educação não-formal e realizam ações educativas em museus
e centros culturais” (DA SILVA DINIZ; FIGUEIREDO LAGE, 2021, p. 30). No entanto, os
temas relacionados à curadoria educativa têm aplicabilidade também no contexto escolar.
Uma observação relevante nos artigos segundo e terceiro é a ausência de
obrigatoriedade da curadoria educativa na formação docente. No segundo, ela é incorporada
como projeto de estágio, enquanto no terceiro, é apresentada como matéria optativa, intitulada
“Mediação da experiência estética na escola”. Essa constatação ressalta que, apesar de
documentos oficiais do currículo educacional nacional destacarem a curadoria educativa como
elemento crucial na construção do conhecimento, ainda não recebe o devido reconhecimento e
valorização na formação continuada e no âmbito universitário do curso de Artes Visuais.
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Considerações finais
Visando contribuir para uma compreensão mais aprofundada da experiência estética na
curadoria educativa, o estudo teve como objetivo analisar o que foi pesquisado em artigos sobre
os conceitos de curadoria, curadoria educativa, formação, educador e arte nos últimos cinco
anos. Utilizando o método de pesquisa exploratória e considerando a base teórica remanescente
dos temas relacionados, foram selecionados artigos nos bancos de dados Pergamum do INEP e
Periódicos da Capes. Os resultados indicam que a curadoria educativa nas aulas de Arte é
impulsionada por repertórios, escolhas, percepções e relações estabelecidas na experiência
estética, promovendo a potencialização do exercício de decisões e da crítica, visando intenções
e objetivos, e, assim, fomentando a autonomia.
A produção de curadoria educativa pelos educadores é uma atividade que influencia
tanto o presente quanto o futuro dos alunos, permeada por decisões significativas. A pesquisa
ressalta a importância da curadoria educativa no desenvolvimento do sujeito, seja educador ou
estudante, explorando as compreensões conceituais sobre experiência estética, curadoria e
curadoria educativa na Educação Básica nos últimos cinco anos. Além disso, investiga a relação
desses conceitos com o Currículo de Arte do Estado de São Paulo e a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC).
A análise revela que a experiência estética na curadoria educativa propicia o
desenvolvimento da autonomia nas aulas de Arte da Educação Básica. A produção de curadoria
educativa está intrinsecamente ligada à experiência estética, pois é por meio da razão, do
sensível e da ética que se alcança a liberdade, elementos indispensáveis para o desenvolvimento
da curadoria educativa e de sua autonomia. Nesse contexto, tanto alunos quanto educadores
podem estabelecer diversas relações, leituras, reflexões e discussões com o mundo, utilizando
as linguagens da arte como meio e oportunidade para promover autonomia, consciência, ética
e autoria.
Em relação aos artigos selecionados, o primeiro destaca a mediação a cultura
desenvolvida pelo educador no espaço museológico, por meio da curadoria educativa e da
experiência estética como elemento, provocador do pensamento crítico e reflexivo, além de
valorizar a relação dialógica estabelecida em meio as fruições. O segundo e o terceiro artigos
apontam a precariedade de se pensar na produção de curadoria educativa para experiências
estéticas, e a iminência da necessidade de haver empenho das universidades e dos planos de
formação continuada, garantindo que educadores e alunos possam desenvolver a competência
e habilidade para construção de suas curadorias, não voltadas para Arte, mas também para
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vida segundo o currículo do estado de São Paulo e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Percebe-se uma lacuna entre Curadoria Educativa e Experiência Estética na Educação
Básica, emergindo do horizonte histórico que aponta para tradição e revela a forma como a Arte
é compreendida e tratada atualmente. Isso implica no distanciamento de seu poder de promover
uma possível criticidade, consciência e liberdade. As buscas nos bancos de dados expõem a
escassez de resultados, evidenciando a arte desvinculada da experiência estética.
Conclui-se que o estudo apontou que a pesquisa científica sobre a curadoria educativa
voltada à formação e à educação básica nos últimos cinco anos é incipiente, justificando a
relevância deste artigo e a necessidade de (re)pensar e continuar construindo uma educação
pautada na autonomia. Desta pesquisa emergem outras reflexões, como a importância que as
universidades atribuem à curadoria educativa em seus currículos e a existência de formação
específica sobre curadoria educativa na formação inicial dos professores, bem como a presença
de formação continuada voltada a esse domínio.
O desenvolvimento deste estudo identificou a relevância de as universidades
apresentarem disciplinas direcionadas ao desenvolvimento da experiência estética junto à
curadoria educativa, sendo esses elementos significativos e indispensáveis na formação do
educador de Arte que atua na Educação Básica.
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Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 13, n. 00, e023015, 2023. e-ISSN:2237-258X
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Sobre os autores
Leila SAMPAIO DA SILVA
Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), São Paulo SP Brasil. Mestranda em
Educação. Docente da Rede Estadual do Estado de São Paulo.
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO
Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), São Paulo SP Brasil. Doutorado em
Educação (UNICAMP). Docente no Programa de Pós-Graduação. Doutorado e Mestrado em
Educação.
Kiara Maia de OLIVEIRA
Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), São Paulo SP Brasil. Doutoranda em
Educação. Editora Executiva da Revista @mbienteeducação.
Juliana Cavalcanti CANDELÁRIA
Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), São Paulo SP Brasil. Mestranda em
Educação. Docente e Formadora de Professores da Rede Municipal de Ensino de São Paulo.
Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 13, n. 00, e023015, 2023. e-ISSN:2237-258X
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CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Agradecimentos ao Programa de Suporte à Pós-Graduação de
Instituições de Ensino Particulares, associado à Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (PROSUP - CAPES) que me concede a Bolsa taxa na
Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), a todas as autoras deste artigo e em memória
de Vilma Sampaio da Silva.
Financiamento: Não há.
Conflitos de interesse: Não há conflitos de interesse.
Aprovação ética: Utilizamos os procedimentos éticos de referenciação dos materiais
consultados.
Disponibilidade de dados e material: Os dados e materiais utilizados no trabalho estão
disponíveis nas referências.
Contribuições dos autores: Leila Sampaio da Silva Se aprofundou nos conceitos
remanescentes sobre curadoria e curadoria educativa nas aulas de arte, além da produção
das considerações finais. Margaréte May Berkenbrock- Rosito Orientou a construção
da estrutura do artigo e a compreensão das possíveis relações entre experiencia estética e a
curadoria educativa. Kiara Maia de Oliveira Auxiliou no desenvolvimento do conceito
de experiência estética sob o ponto de vista de Schiller, Freire e Adorno. Juliana
Cavalcanti Candelária Participou da análise dos artigos selecionados, da formatação e
da revisão da pesquisa.
Processamento e edição: Editora Ibero-Americana de Educação.
Correção, formatação, normalização e tradução.
Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 13, n. 00, e023015, 2023. e-ISSN:2237-258X
DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v13i00.17727 1
AESTHETIC EXPERIENCE: EDUCATIONAL CURATOR FOR ARTS
EDUCATORS IN BASIC EDUCATION
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA: CURADORIA EDUCATIVA PARA EDUCADORES DE
ARTE NA EDUCAÇÃO BÁSICA
EXPERIENCIA ESTÉTICA: CURATORIA EDUCATIVA PARA EDUCADORES
ARTÍSTICOS EN EDUCACIÓN BÁSICA
Leila SAMPAIO DA SILVA
e-mail: sampaio.leila@gmail.com
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO
e-mail: margaretemay@uol.com.br
Kiara Maia de OLIVEIRA
e-mail: kiaramaiah@gmail.com
Juliana Cavalcanti CANDELÁRIA
e-mail: julianacavalcanticandelária@gmail.com
How to reference this paper:
SAMPAIO DA SILVA, L.; BERKENBROCK-ROSITO, M. M.;
OLIVEIRA, K. M.; CANDELÁRIA, J. C. Aesthetic Experience:
Educational Curator for Arts Educators in Basic Education. Rev.
Educação e Fronteiras, Dourados, v. 13, n. 00, e023015, 2023. e-
ISSN: 2237-258X. DOI:
https://doi.org/10.30612/eduf.v13i00.17727
| Submitted: 16/09/2023
| Revisions required: 11/10/2023
| Approved: 19/11/2023
| Published: 20/12/2023
Editor:
Prof. Dr. Alessandra Cristina Furtado
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 13, n. 00, e023015, 2023. e-ISSN:2237-258X
DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v13i00.17727 2
ABSTRACT: The Educational Curatorship and Aesthetic Experience present a gap. Thus, the
study aims to understand the aesthetic experience in educational curation. Through a literature
review of concepts in the remaining productions of the last 5 years, articles were sought in two
databases. The articles that most closely align with the themes were selected. For organization,
the data were arranged in a table. For data interpretation, philosophical hermeneutics is adopted,
in this perspective, the researcher is limited by their historicity, revealing the historical horizon
and the character of tradition. As a result, it was identified that it is necessary to think about
educational curation aligned with aesthetic and ethical aspects for the development of
individuals' autonomy. In addition, it raises questions about its consolidation in initial training
and its importance in the ongoing education of art educators.
KEYWORDS: Aesthetic experience. Educational curation. Art educators.
RESUMO: A Curadoria Educativa e Experiência Estética apresentam uma lacuna. O presente
estudo tem como objetivo compreender a experiência estética na curadoria educativa. Por meio
de uma revisão bibliográfica acerca dos conceitos presentes nas produções remanescentes dos
últimos 5 anos, foram consultados artigos em dois bancos de dados. A seleção abrangeu os
artigos que mais se aproximam das temáticas em questão. Os dados foram organizados em um
quadro para facilitar a análise. Na interpretação desses dados, adotou-se a hermenêutica
filosófica. Nessa perspectiva, o pesquisador encontra limitações impostas por sua própria
historicidade, revelando assim o horizonte histórico e o caráter da tradição. Os resultados
obtidos indicam a necessidade de abordar a curadoria educativa alinhada a aspectos estéticos
e éticos, visando o desenvolvimento da autonomia dos sujeitos. Além disso, surgem
questionamentos acerca da consolidação da curadoria educativa nas formações iniciais e da
sua importância nas formações continuadas dos educadores de Arte.
PALAVRAS-CHAVE: Experiência estética. Curadoria educativa. Educadores de arte.
RESUMEN: La Curaduría Educativa y la Experiencia Estética presentan una brecha. Así, el
estudio tiene como objetivo comprender la experiencia estética en la curaduría educativa. A
través de una revisión bibliográfica de los conceptos en las producciones remanentes de los
últimos 5 años, se buscaron artículos en dos bases de datos. Se seleccionaron los artículos que
se acercan más a las temáticas. Para la organización, los datos se dispusieron en un cuadro.
Para la interpretación de los datos, se adopta la hermenéutica filosófica, desde esta
perspectiva, el investigador está limitado por su propia historicidad, lo que revela el horizonte
histórico y el carácter de la tradición. Como resultado, se identificó que es necesario pensar
en la curaduría educativa alineada con aspectos estéticos y éticos para el desarrollo de la
autonomía de los sujetos. Además, plantea interrogantes sobre su consolidación en las
formaciones iniciales y su importancia en las formaciones continuas de los educadores de arte.
PALABRAS CLAVE: Experiencia estética. Curaduría educativa. Educadores de arte.
Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 13, n. 00, e023015, 2023. e-ISSN:2237-258X
DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v13i00.17727 3
Introduction
The present study stems from the ongoing dissertation of the first author. It aims to
comprehend the theme of educational curation and its relationship with aesthetic experiences.
For the development of this study, articles focusing on academic curation, training, educators,
and art were selected, produced from the year 2019 onward, and available on the Pergamum
website of the National Institute of Educational Studies and Research Anísio Teixeira (INEP),
as well as on the Periodicals portal of the Coordination for the Improvement of Higher
Education Personnel (CAPES). The descriptors used in the search were: educational curation,
art, teacher, and training. The literature review was deepened through the analysis of the
productions of the research group led by Margaréte May Berkenbrock-Rosito. This group has
a consolidated base and a substantial repertoire on the relevance of aesthetic experiences for
comprehensive education. This choice was based on the intention to ground the study in the
theoretical foundations derived from this source of knowledge.
From this perspective, the concepts previously outlined in the following approaches to
the relevant themes stand out: aesthetic experience from the viewpoint of Freire (2005), Adorno
(2008), and Schiller (2002); curation throughout history by Siebra, Borba, and Miranda (2018);
educational curation as a means of developing aesthetic experiences, senses, enjoyment, and
sign readers for Basic Education Art educators according to Vergara (1996), Martins (2006,
2011), and Barbosa (1995).
An exploratory research method was adopted considering the review of the theoretical
foundations related to the themes preceding the selected articles. The guiding question
established was: How can we understand the themes of aesthetic experience and educational
curation in Basic Education presented in articles from the last 5 years? And how do they relate
to the Art Curriculum of the State of São Paulo and the National Common Curricular Base
(BNCC)? Does the sense of aesthetic experience in Educational Curation enable the
development of autonomy in Basic Education Art classes?
The hermeneutic approach proposed by Gadamer (2000a) was adopted to grasp the
concepts. In this perspective, the subjective nature of the research is recognized, where data do
not reveal a singular truth but a part of it, intrinsically linked to the historicity and otherness of
the researchers and texts. The author emphasizes that data are limitless but limited by the
researcher's historicity. In this context, the historical horizon reveals tradition (GADAMER,
2000b).
The theme of educational curation has transitioned from the museum sphere to the
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educational field of Basic Education over time, as will be detailed later in educational
documents such as the BNCC (BRASIL, 2017) and the Paulista Curriculum (SÃO PAULO,
2020). The term "curation" has been gaining increasing prominence in contemporary times,
justifying the relevance of this study.
Using the same research method on Google, on September 30, 2023, 14,900,000 results
were found for the word "curadoria" and 5,360,000 results for "curadoria digital" in
Portuguese. In English, 178,000,000 were reported for curation, and 142,000,000 were reported
for digital curation.
On the other hand, when conducting searches on Google Scholar with the keywords
CURADORIA EDUCATIVA E EXPERIÊNCIA ESTÉTICA (EDUCATIONAL CURATION
AND AESTHETIC EXPERIENCE)”, only 13 items were obtained as results, of which only 4
related Educational Curation and Aesthetic Experience to the teacher's role in Basic Education.
The article is divided into four sections: the first exposition presents the conceptual and
theoretical basis, seeking to understand and reflect on the possible meanings of curation
throughout history and the role of educational curation within Art. Also presented are the
relationships of academic curation with aesthetic experiences, autonomy, and the Art
curriculum in Basic Education. The second section presents the method, article selection
criteria, researched keywords, databases, and other details about the article selection process.
The third section addresses the analysis of the articles, while the fourth section discusses the
final considerations with reflections on the articles.
Curatorship and Its Uses
We begin by inviting Cortella and Dimenstein (2015, p. 19) to understand that "Curar,"
in Lusitanian Portuguese, means "to think." It is interesting to note that in Portuguese from
Portugal, one would say: "Can you think about this wound for me?" Thus, the curator is the one
who performs curation, derived from the Latin curator, being responsible for caring,
safeguarding, and preserving.
Curators possess the particularity of creating unusual situations for reflection, "[...] they
make people think about something they don't want to think about. Curators have that gift"
(CORTELLA; DIMENSTEIN, 2015, p. 25, our translation). The term "curatorship" continues
to be popularly associated with the worlds of Art and Museology, as cultural collections are as
complex to care for as other assets, given their heterogeneity and diverse compositions,
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directing themselves not to a specific audience but to something globally diversified. According
to Utuari (2012, p. 44), for the Arts, "the term currently extends to all artistic languages, within
and outside museums, festivals, exhibitions, etc."
Furthermore, Siebra, Borba, and Miranda (2018) present some contexts and definitions
of curation and curators throughout history. From the 5th century BCE, when it was supposed
to protect the debtor's assets until judgment, to the 17th century, when it was also a term used
for someone responsible for the "organization of shows, artistic performances, and museums"
(SIEBRA; BORBA; MIRANDA, 2018, p. 23, our translation). Between the 18th and 19th
centuries, it was also related to the person appointed as a legal guardian "for the protection and
care of minors or physically and/or mentally disabled individuals" (SIEBRA; BORBA;
MIRANDA, 2018, p. 24, our translation). In the 20th century, for the creation and organization
of art exhibitions, between the 1960s and 1970s, there was the 'organization of specimens,' and
in the 1980s and 1990s, 'data curation' emerged.
It is observed that the term presents a historically constructed and fluid reality, and
digital curation demonstrates that "research manages the intricate life cycle of digital research
data with the aim of generating scientific memories to catalyze new research" (FREIRE;
SALES; SAYÃO, 2020, p. 3, our translation). In the current context and with the immense
possibility of access to information, the curator has been inserted into the media as someone
who selects and organizes information; thus,
Right, there lies the foundation of the era of curation. [It] does not mean it's
only for journalism but for communication. [...] People will seek to be
informed by credible individuals" (CORTELLA; DIMENSTEIN, 2015, p. 20,
our translation).
Similarly, for Langie (2017, p. 54, our translation), curatorial production in cinema
generates reflective opportunities that contribute to an aesthetic experience focused on
education and cultural awareness. In this context, "creative curation, a work of being on the
lookout, a craft of mining that engages anotherthe viewerand seeks to engender an
aesthetic-political formation through contact with difference."
In the field of Art, being a curator means curating, placing oneself in a position of
authorship and creation, being in front of objects for curatorial production, and anticipating
possible relationships that may lead to experiences in educational or cultural mediation. It is
essential to be aware that curatorial action is collaborative; it is not self-contained but a stage
in a process. Consequently, educational curation leads to the action of educational or cultural
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mediation, both occurring with students or the audience during the exhibition of academic
curation. This action should be permeated with problematizations and reflections to achieve
educational curation objectives within a relationship of dialogue between the parties (FREIRE,
2005).
The term "educational curation" was coined by Luís Guilherme Vergara, who suggests
that educational curation aims to "explore the power of art as a vehicle for cultural action [...]
constituting itself as a proposal for dynamizing aesthetic experiences with the artistic object
exhibited to a diverse audience" (VERGARA, 1996, p. 243, our translation). This leads us to
say that educational curation is rooted in the process of teaching and learning in Art. According
to Pillotto and Silva (2007, p. 22-23, our translation), educational curation goes beyond a
selection and exhibition activity; it is understood as a creative action that maintains affective
ties, establishes dialogues, and provokes meanings, knowledge, and practices. Thus, it
mobilizes manifestations.
For Martins (2011, p. 313, our translation) it is "considered not a function linked to
museums and cultural spaces, but an attitude, a consciously operated mode in the careful
selection of what we bring to the classroom and the exhibitions visited with our students."
Therefore, the author makes it clear that curation is not limited to the museum space but also
includes the school environment as a space for proposing this activity. According to Martins
(2006, p. 5, our translation) "Through a provocative educational curation, it can awaken
appreciation, not only centered on the image but on an experience, a path that leads to thinking
about life, the language of art, provoking readers of signs," and as readers of signs, readers of
the world.
Presenting Art Curriculum, Aesthetic Experience, and Autonomy in Educational
Curation
In recent years, the teaching of art has undergone several changes, starting with the
National Curriculum Parameters (PCN) for art
in the 1970s and 1980s, the former teachers of Plastic Arts, Drawing, Music,
Industrial Arts, Performing Arts, and newly graduated in Art Education found
themselves responsible for educating students in all artistic languages
(BRASIL, 1997, p. 24, our translation).
The National Common Curricular Base (BNCC) of 2017 defines curation as a process
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of constructing productions from existing ones, emphasizing its importance not only in the Art
discipline but as a skill with potential application in everyday life (BRASIL, 2017, p. 500).
Decision 15/2002 of the Teaching, Research, and Extension Council (COEPE) brought about
changes in the Full Degree in Art Education, Plastic Arts, renaming it to Full Degree in Visual
Arts to align with the LDB 9394/96 (RIO GRANDE DO SUL, 2002).
In the 1990s, the National Curriculum Parameters (PCN) and the Triangular Proposal
for Art Education, influenced by Ana Mae Barbosa, promoted studies on aesthetic education
and the aesthetics of everyday life, aiming to complement the artistic formation of students
(BRASIL, 1997, p. 25).
Barbosa (1995) emphasizes the importance of equipping educators to facilitate
successful encounters between the public and art, both in museum and school environments,
highlighting the relevance of emotional components in understanding the artwork (BARBOSA,
1995, p. 63). Barbosa's proposal relates to and influences the work developed by Mirian Celeste
Martins and Gisa Picosque (SÃO PAULO, 2011) for the State of São Paulo Curriculum:
Languages, Codes, and their Technologies. Martins and Picosque, influential authors in the
fields of art education and educational mediation in museums, brought significant experiences
to the construction of the curriculum.
Starting from the conception that art can explore different territories, such as artistic
languages, the creative process, materiality, form, content, cultural mediation, cultural heritage,
and aesthetic and cultural knowledge (SÃO PAULO, 2011, p. 187), the territory of cultural
mediation stands out, where the teacher is considered a curator in making choices about
artworks, artists, exhibitions, and student activities (SÃO PAULO, 2011, p. 195).
The National Common Curricular Base (BNCC) influenced state curricula, emphasizing
the importance of developing curatorial skills and ethical and aesthetic appreciation in students
(BRASIL, 2017, p. 488). he new São Paulo High School Curriculum reinforces that teachers
and students take on roles as protagonists, acting as mediators, appreciators, artists, creators,
and curators, consciously, ethically, critically, and autonomously (SÃO PAULO, 2020, p. 195).
Aesthetic experience plays a vital role in the production of educational curation and its
exhibition. According to Schiller (2002), aesthetics encompasses various facets related to the
idea of beauty, the reality of art, artistic manifestations, forms of sensitive perception, and
feelings. Autonomy is enhanced through aesthetic experience, which occurs through the
relationship between reason and sensitivity. For Schiller (2002, p. 22, our translation),
"Aesthetics paves the way for experience, also in the political field, as it is through beauty that
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freedom is attained".
Adorno (2008, p. 152, our translation) asserts that "[...] genuine aesthetic experience
must become philosophy or else it does not exist." For the author, this experience occurs in
contact with art, a form of expression that refuses to succumb to the logic of instrumental
rationality. When the work maintains its enigmatic character, it prompts us to reflect, criticize,
and interpret, giving meaning to this interaction between strangeness and familiarity. This
process creates a space of freedom. Oliveira (2022, p. 152, our translation), presents a critical
formative dimension, which, even if forced into a "mechanical form in the world [...] Aesthetic
Education aims to transform the modern conception of aesthetics and humanize society.
Through beauty, it allows the rescue of the epistemological and social education character,
through art and in art".
Under Freire's perspective (2005), aesthetic experience is consolidated through ethics,
although it is not fully established, as we constitute ourselves as unfinished beings; thus, the
practice of freedom must be sought.
The world of culture that extends into the world of history is a world of
freedom, of choice, of decision, a world of possibility where decency can be
denied, freedom offended and refused. For this reason, the empowerment of
women and men around instrumental knowledge can never do without their
ethical formation (FREIRE, 2005, p. 56, our translation).
For an aesthetic experience in educational curation focused on autonomy, ethics, and
critique, Freire indicates that for "true learning, learners become real subjects of the
construction and reconstruction of knowledge taught alongside the educator, who is equally a
subject of the process" (FREIRE, 2005, p. 26, our translation).
Consequently, guiding the student towards curation based on correct thinking,
considering ethics and critical thinking changes the role of the educator from a mere transmitter
of content in banking education to establishing a dialectical relationship that transcends
mechanical actions, leading both student and educator towards autonomy. It is emphasized that
educational curation does not conclude with its action; it constitutes only one phase of this
process. In this perspective,
Liberating education is necessarily aesthetic and ethical precisely because it
awakens questioning, and this questioning will provoke change. The
aesthetics of education is not the change that has happened but is happening.
It is not the past but the present. It is a subtle but essential difference. A
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relationship of continuity. The junction of aesthetics with ethics (TREZZI;
RECH, 2022, p. 90, our translation).
The formulation of critical and reflective propositions becomes relevant in educational
curation aimed at an aesthetic experience to promote autonomy. This should take place
considering the context presented by Adorno regarding contemporary society.
The idea of freedom, intimately linked to aesthetic autonomy, was formed in
the domination that generalizes it. Also, works of art. The more they became
free from external ends, the more perfectly they defined themselves as
organized, in turn, within domination (ADORNO, 2008, p. 29, our
translation).
For a comprehensive understanding of the context surrounding the relationship between
educational curation and aesthetics, dialogicity plays a crucial role. Like Freire (2005), Dowbor
(2008) emphasizes the importance of dialogic relationships and highlights silence as much as
speech. The latter is seen as an empty space that opens up to receive the other through active
listening. Dowbor (2008, p. 36) emphasizes, "Dialogue requires exchange, requires internal
space, loving curiosity, and readiness for the other." In educational curation, the educator
positions themselves as someone who stimulates curiosity and promotes restlessness for
students to build their inquiries autonomously, but "Without the experience of silence, it
becomes difficult for us to perceive the importance and necessity of the moment of speech when
we are educating" (DOWBOR, 2008, p. 37, our translation).
Thus, Dowbor (2008), Freire (2005), Adorno (2008), and Schiller (2002) align and
complement each other in advocating for the necessity and importance of educational curation,
aiming to provide an aesthetic experience oriented towards autonomy and freedom.
Methods and Procedures
This study is classified as qualitative research and literature review, exploring
contributions from the research group led by Berkenbrock-Rosito, which has a solid theoretical
framework on the main contributions of aesthetic education and aesthetic experience. Adopting
a hermeneutic approach, the titles and abstracts of the 64 dissertations presented by the research
group were read, using some theoretical contributions as a foundation.
A search on Google Scholar with the keywords CURADORIA EDUCATIVA E
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA (EDUCATIONAL CURATION AND AESTHETIC
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EXPERIENCE) resulted in 13 items on the first page, of which only 4 were related to
Educational Curation and Aesthetic Experience in the work of Basic Education teachers. This
highlights a gap regarding educational curation and aesthetic experience in basic education,
with most of the terms related to museum environments.
A selection of articles was conducted on September 30, 2023, using the Pergamum
databases of the National Institute for Educational Studies and Research Anísio Teixeira (INEP)
and the Periodicals Portal of the Coordination for the Improvement of Higher Education
Personnel (CAPES), both free search platforms.
The following keywords were employed for the search: CURADORIA EDUCATIVA E
ARTE (EDUCATIONAL CURATION AND ART) in the first search, CURADORIA
EDUCATIVA, PROFESSOR E ARTE (EDUCATIONAL CURATION, TEACHER, AND
ART)in the second, and FORMAÇÃO, CURADORIA EDUCATIVA E ARTE (FORMATION,
EDUCATIONAL CURATION, AND ART)in the third search. The objective was to find
articles that, in some way, connected educational curation to art classes in schools. The search
was limited to articles published in the last 5 years.
Initially, 13 distinct articles were obtained from the two platforms. However, upon
refining the search based on title and abstract, articles not directly related to the themes of
educational curation, training, educator, and art were excluded. This process resulted in the
selection of 3 articles, the details of which are presented in the table below.
Table 01 Distribution of publications on educational curation, training, educator, and art
Authors
Title
Publication
Date
Journal
DINIZ, G. S.; LAGE, C.
F.
Curadoria Educativa e Mediação Cultural em
Exposições de Artes Visuais
2021
Revista Linguagens
Nas Artes
SPERBER, J. I.;
DEVEGILI, A.;
RIBEIRO, T.; SOUZA, K.
A. de L.
Contribuições do processo de curadoria para
a formação de professores de arte: em foco o
1º Desafio das Artes Visuais
2022
Revista de Educação
Popular
VIANNA, R. de S.;
MELO, G. A. M. de;
MINISTÉRIO, A. C. de
V.
Construção coletiva de uma metodologia de
mediação cultural para a educação básica
2022
Revista Educação,
Artes e Inclusão
Source: Developed by the authors
In addition, to organize the literature review in a coherent and logical manner, an
analysis instrument was developed to understand what had been said about the topic over the
last 5 years. The articles were approached from a hermeneutic perspective, employing the Circle
of Understanding as an interpretive method aligned with Gadamer's approach (2000a). In this
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perspective, the existence of various forms of understanding, where data are considered infinite
but limited by the authors' historicality, was acknowledged.
Thus, the historical horizon of tradition was perceptible, with a critical reflection on
one's prejudices, from the word to the concept. The process of understanding occurred in
concentric circles in the text, with the text, resulting in the extraction of the information
presented below.
The circularity established in an interpretation depends on this dialogue
between the interpreter and otherness, which marks its prior structure of
understanding and the thing that needs to be understood. The entire
phenomenological path consists of this relationship between the initial
interpretative project and the thing itself; that is, between the initial starting
point - the immediate context in which everyone who wishes to interpret
already finds themselves, and the thing that cannot be reached without the
various mediations that show to what extent the initial project is valid or not
(GADAMER, 2000b, p. 63, our translation).
Understanding the Articles: Introduction
In the first article by Da Silva Diniz and Figueiredo Lage (2021), titled Curadoria
Educativa e Mediação Cultural em Exposições de Artes Visuais (Educational Curation and
Cultural Mediation in Visual Arts Exhibitions)”, the authors highlight Barbosa, Martins, and
Vergara as theoretical foundations.
Educational curation is presented as a crucial element in museum institutions,
considering their educational programs that, based on the characteristics of the audience, are
organized to provide the best possible reception. Cultural mediation is understood as a means
of building an environment of connections and interaction among artwork, audience, and
educators, aiming to offer meaningful experiences, even though it is characterized as a space of
non-formal education. The authors problematize, drawing on Ana Mae Barbosa, "[...] the need
to defend the importance of education in a cultural institution" (DA SILVA DINIZ;
FIGUEIREDO LAGE, 2021, p. 32, our translation).
One of the elements that stands out is the role of art educators, as they are presented as
members of the museum's educational program who can also organize their educational
curation for the institution's audience,
This would mean that they would be carrying out their curation, aiming at the
pedagogical question, encouraging the public to have new perceptions in
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exhibition spaces, and expanding their gaze beyond concepts and images [...]
(DA SILVA DINIZ; FIGUEIREDO LAGE, 2021, p. 33, our translation).
The aesthetic experience in exhibitions is highlighted by actions that can generate
questions, better understanding, and construct diverse knowledge. For the authors,
[...] the educational aspects of a museum or cultural center, encompassing
diverse audiences and enabling people to perceive and experience culture in a
more meaningful way, provoking critical thinking and the enjoyment of the
arts (DA SILVA DINIZ; FIGUEIREDO LAGE, 2021, p. 33, our translation).
Consequently, mediation is presented as an unfolding of educational curation; it is where
the strategies of dialogical communication between exhibition space, artwork, and the audience
are put into practice, aiming for aesthetic experiences that provoke and/or connect with the
works. As an essential part of cultural mediation, the importance of planning the actions
proposed by mediators in the face of the public and artworks is emphasized.
In some instances, people seek someone to explain the artwork, making it
understood rationally and facilitating its comprehension. This may not be of
interest to either party involved in mediation (DA SILVA DINIZ;
FIGUEIREDO LAGE, 2021, p. 34, our translation).
Therefore, through dialogical communication, mediation distances itself from personal
explanations and promotes exchange, placing the audience as the subject of voice, fostering the
development of senses, and removing their passivity.
The authors conclude that educational curation has the potential to provide experiences
that contribute significantly to education, revealing innovative perspectives in the perception of
art spaces. Regarding mediation, they position it as an integral part of the process, stimulating
conditions for the aesthetic and conceptual understanding of artworks, leading "[...] audiences
to have transformative experiences of a universal nature with visual arts exhibitions." (DA
SILVA DINIZ; FIGUEIREDO LAGE, 2021, p. 37, our translation).
The second article, Contribuições do processo de curadoria para a formação de
professores de arte: em foco o Desafio das Artes Visuais (Contributions of the Curatorial
Process to the Training of Art Teachers: focusing on the 1st Visual Arts Challenge)”, by Sperber
et al. (2022), presents the description of a project and its curatorial process for an internship in
the Visual Arts course at a university in Santa Catarina, developed between 2020 and 2021
during the pandemic period. The text is based on the creative process concepts of Ostrower,
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pandemic education by Carvalho, Gottardi, and Souza, and educational curation by Martins,
providing reflections on the aesthetic, ethical, and poetic dimensions in the curator's educational
production.
According to the authors, art is a field of potentiality amid the difficulties generated by
the pandemic. Therefore, curatorial practices need greater prominence in teacher training
related to art languages, as proposed by the article,
[...] the university where we are academics does not offer any discipline
focused on teaching and learning about the profession of curating visual
artworks. Since, during our journey as teachers, we find ourselves having to
create, in addition to criteria, a 'curatorship' during the evaluation of the work
done by students [...] (SPERBER et al., 2022, p. 398, our translation).
The reflection raised in this article pertains to the training of the art educator, specifically
regarding the practice of producing their educational curation, whether utilized in the museum
or school environment and how its absence fails to contribute to their academic formation and
professional action.
Another point highlighted is the way in which the authors present educational curation
as a process of choice for the educator. This process is outlined considering the subsequent
composition of their mediation, applicable in both environments. The notion is emphasized that
the educator's actions in this context require a professional with a solid repertoire and in-depth
knowledge of the audience's characteristics, aiming for effective curation.
This connection of the individual with their surroundings is highly necessary
and important to consider when discussing curation, as this conversation
brings an urgency for debate beyond being a reality present in the lives of its
creators (SPERBER et al., 2022, p. 406, our translation).
The presented study provides an understanding of the subjectivities of students and the
elements of the artistic and curatorial process, with a view to an educational curation that has
an objective, "[...] beyond a phase in the selection and choice of visual works, it is also a place
for reflection and understanding of reality [...]" (SPERBER et al., 2022, p. 408, our translation).
The article highlights the lack of a curricular component for the academic field of art
focused on training in curating artworks, whether for professional roles in the school or museum
context. The authors, Sperber et al. (2022, p. 410, our translation), conclude by emphasizing
the importance of "[...] dialogue and the gaze of the other between the teacher and the student,
which are fundamental for a responsible, critical, and sensitive educational practice [...]".
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Another important aspect is understanding the diversified paths amidst the challenges
within the territory of education and art teaching for educational curation, aimed at the training
of teachers that considers "[...] aesthetic, ethical, and poetic dimensions [...]" (SPERBER et al.,
2022, p. 410, our translation).
The authors conclude that educational curation in art provides aesthetic, ethical, and
poetic experiences, but to fully explore these potentialities, aspects such as academic disciplines
focused on curation, empathy, and sensitivity to understand the students' universe, as well as
repertoire and thematic choices, must be interconnected in this dialogue.
In the third article, Construção coletiva de uma metodologia de mediação cultural para
a educação básica (Collective Construction of a Cultural Mediation Methodology for Basic
Education)by Vianna, Melo, and Ministério (2022), an analysis of a teaching, research, and
extension project titled Mediação da experiência estética na escola (Mediation of the
Aesthetic Experience in School)”, is developed. The project was conducted between two public
schools and the State University of Minas Gerais (UEMG) in 2017. The theoretical basis for
understanding the results and theoretical reflections on cultural mediation in the teaching of
Visual Arts includes John Dewey, Michael Parsons, Teresinha Franz, and George Geahigan.
Initially, the article conceptualizes what is understood as cultural mediation and its
relationship with educational curationthe ability to build aesthetic experiences for the
observer to develop criticality and reflection. According to the authors, "Ideally, the dialogical
nature of cultural mediation also occurs in terms of educational curation, as it adopts an
intercultural perspective in the selection of works that will be studied" (Vianna; Melo;
Ministério, 2022, p. 5, our translation).
The information presented shows that cultural mediation focused on contemporary art
brings strangeness and intimidation to art teachers, even though this art presents themes from
everyday life. Educational curation suggests the improvement of materials and methodologies
for cultural mediation, as it is not incorporated into the teaching practice in the studied schools.
The conception of educational curation is directed toward contemporary art,
emphasizing the objectives of aesthetic and ethical education in cultural mediation. These
objectives are outlined based on the relationship between the artwork, the reality of the students,
and the school, as indicated in the passage below,
[...] factors may have influenced this asymmetry between aesthetic and ethical
education: the theme and works selected in educational curation; students' lack
of knowledge about means, techniques, and languages adopted in
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contemporary art; the relatively restricted class hours for the application of
educational materials; or even the conscious or unconscious choice to
emphasize aesthetic experience as a basis for a more personal and reflective
stance on art (VIANNA; MELO; MINISTÉRIO, 2022, p. 5, our translation).
Subsequently, educational material, the process of mediating the works, and the data
from evaluations by students and teachers after the development of curation and mediation with
project participants (teachers and students) were presented.
It was concluded that it is possible to develop educational curation and cultural
mediation by focusing on working with contemporary artworks within the classroom. The need
for teachers to broaden their repertoires to formulate "activating questions" was emphasized,
developing perceptions different from the traditional ones. In the same environment, students
should have the right to express their opinions to build their arguments, considering the
possibility of incorporating works of their preferences into classes, creating an environment of
dialogical interaction with a productive role aligned with current paradigms in art education.
Based on the understanding of the three articles, it was identified that they all share a
common point: the adaptation to the particularities and subjectivities of the target audience of
educational curation and mediation. The aesthetic experiences were emphasized as inseparable
from educational curation, highlighting the critical and reflective elements present in the
aesthetic experience. Oliveira (2022, p. 102, our translation) states, "Learning to be requires
imaginative, reflective, and critical capacity, which would enable the aesthetic self-awareness,
attributing new meanings to lived experiences." This can lead the student or audience to
promote aspects related to personal development, aligned with the educational function outlined
in the BNCC (National Common Curricular Base) and the State of São Paulo curriculum.
The articles also value the process of encounter between the artwork and the audience
of educational curation, stimulated by provocations and attentive looks to awaken aesthetic
experiences, aligned with Barbosa's triangular proposal that emphasizes "[...] creation (artistic
making), reading the artwork, and historical contextualization [...]" (BARBOSA, 1995, p. 62,
our translation) and the ideas of Martins and Picosque (2003, p. 2, our translation) that
[...] DIALOGUE as an immediate human process generating the necessary
communication between art and the public. TO BRING CLOSER because
there are still boundaries to be crossed between art and the public to energize
cultural formation as a symbolic asset integrated into the lives of children,
young people, and adults.
In this context, the articles connect regarding the dialogical relationship between the
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educator, art, and the audience (students), considering this connection highly valued and
intensified in the teaching and learning process. According to Freire (2005, p. 60, our
translation)
It is in this sense, too, that true dialogic, in which dialogical subjects learn and
grow in difference, above all, in respect for it, is the form of being consistently
demanded by beings who, being unfinished, assuming themselves as such,
become radically ethical.
The presented reflections indicate the need to reassess the role of art in education,
considering the historical and traditional devaluation of this discipline. The importance of
promoting the development of curatorial action in art classes is emphasized and anchored in
aesthetic experiences to give them greater relevance and meaning in the education of teachers
and students. A point of convergence among the articles is emphasizing the valorization of
aesthetic experience, although they recognize that aesthetic education requires deliberate
stimuli (SCHILLER, 2002).
Educational curation provides a direction, as it is enhanced by an objective that aims at
reflective critical thinking, consequently ethical, leading the student to a broader understanding
and recognition of the aesthetics of the world and freedom. Schiller reinforces this context when
he states, "[...] the more freedom gains its reason, the more the man conceives the world, the
more he creates form outside himself" (SCHILLER, 2002, p. 68, our translation).
The first article stands out from the others by highlighting the educational characteristic
of educational curation, as "[...] non-formal education and carry out educational actions in
museums and cultural centers" (DA SILVA DINIZ; FIGUEIREDO LAGE, 2021, p. 30, our
translation). However, the themes related to educational curation are also applicable in the
school context.
A relevant observation in the second and third articles is the absence of a mandatory
educational curation component in teacher training. In the second, it is incorporated as an
internship project, while in the third, it is presented as an optional subject titled Mediação da
experiência estética na escola (Mediation of Aesthetic Experience in School)”. This
observation highlights that, despite official documents of the national educational curriculum
emphasizing educational curation as a crucial element in knowledge construction, it still does
not receive the due recognition and appreciation in continuing education and the university
context of the Visual Arts course.
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Final considerations
To contribute to a deeper understanding of the aesthetic experience in educational
curation, the study aimed to analyze what has been researched in articles on the concepts of
curation, educational curation, training, education, and art in the last five years. Using the
exploratory research method and considering the remaining theoretical foundation of the related
topics, articles were selected from the Pergamum databases of INEP and Periodicals of Capes.
The results indicate that educational curation in Art classes is driven by repertoires, choices,
perceptions, and relationships established in the aesthetic experience, promoting the
empowerment of decision-making and criticism, aiming at intentions and objectives, and thus
fostering autonomy.
The production of educational curation by educators is an activity that influences both
the present and the future of students, permeated by significant decisions. The research
emphasizes the importance of academic curation in the development of the individual, whether
educator or student, exploring conceptual understandings of aesthetic experience, curation, and
educational curation in Basic Education over the last five years. Additionally, it investigates the
relationship of these concepts with the Art Curriculum of the State of São Paulo and the
National Common Curricular Base (BNCC).
The analysis reveals that the aesthetic experience in educational curation promotes the
development of autonomy in Basic Education Art classes. The production of academic curation
is intrinsically linked to the aesthetic experience because it is through reason, sensibility, and
ethics that freedom is achievedindispensable elements for the development of educational
curation and its autonomy. In this context, both students and educators can establish various
relationships, readings, reflections, and discussions with the world, using the languages of art
as a means and opportunity to promote autonomy, awareness, ethics, and authorship.
The selected articles emphasize the mediation of culture developed by the educator in
the museum space through educational curation and the aesthetic experience as a provocative
element for critical and reflective thinking. It also values the dialogical relationship established
amid appreciation. The second and third articles point out the precariousness of thinking about
the production of educational curation for aesthetic experiences and the imminent need for
commitment from universities and continuous training plans. This ensures that educators and
students can develop the competence and skill to construct their curations, not only focused on
art but also on life, according to the state of São Paulo and the National Common Curricular
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Base (BNCC) curriculum.
There is a gap between Educational Curation and Aesthetic Experience in Basic
Education, emerging from the historical horizon that points to tradition and reveals how art is
understood and treated. This implies a distancing from its power to promote possible criticality,
awareness, and freedom. Database searches expose the scarcity of results, highlighting art
detached from aesthetic experience.
The study concludes that scientific research on educational curation focused on training
and primary education in the last five years is incipient, justifying the relevance of this article
and the need to (re)think and continue building education based on autonomy. This research
leads to other reflections, such as the importance that universities attribute to educational
curation in their curricula, the existence of specific training on educational curation in the initial
training of teachers, and the presence of continuous training focused on this domain.
The development of this study identified the relevance of universities offering courses
focused on the development of aesthetic experience in educational curation. These elements are
significant and indispensable in training Art educators working in Basic Education.
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Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 13, n. 00, e023015, 2023. e-ISSN:2237-258X
DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v13i00.17727 21
About the authors
Leila SAMPAIO DA SILVA
University City of São Paulo (UNICID), São Paulo SP Brazil. Master's student in Education.
Teacher in the State Education Network of the State of São Paulo.
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO
University City of São Paulo (UNICID), São Paulo SP Brazil. Doctoral degree in Education
(UNICAMP). Professor in the Graduate Program. Doctoral degree and Master's in Education.
Kiara Maia de OLIVEIRA
University City of São Paulo (UNICID), São Paulo SP Brazil. Doctoral degree student in
Education. Executive Editor of the @mbienteeducação Journal.
Juliana Cavalcanti CANDELÁRIA
University City of São Paulo (UNICID), São Paulo SP Brazil. Master's student in Education.
Teacher and Teacher Trainer in the Municipal Education Network of São Paulo.
Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 13, n. 00, e023015, 2023. e-ISSN:2237-258X
DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v13i00.17727 22
CRediT Author Statement
Acknowledgements: Acknowledgments to the Private Higher Education Support Program,
associated with the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel
(PROSUP - CAPES), which grants me the Fee Scholarship at the University Cidade de São
Paulo (UNICID), to all the authors of this article, and in memory of Vilma Sampaio da
Silva.
Funding: None.
Conflicts of interest: There are no conflicts of interest.
Ethical approval: We followed ethical referencing procedures for the consulted materials.
Data and material availability: The data and materials used in the work are available in
the references.
Authors' contributions: Leila Sampaio da Silva Explored the remaining concepts of
curation and educational curation in art classes, in addition to producing the final
considerations. Margaréte May Berkenbrock-Rosito Guided the construction of the
article's structure and the understanding of possible relationships between aesthetic
experience and educational curation. Kiara Maia de Oliveira Assisted in developing the
concept of aesthetic experience from the perspectives of Schiller, Freire, and Adorno.
Juliana Cavalcanti Candelária Participated in the analysis of selected articles,
formatting, and reviewing the research.
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, normalization and translation.