Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 12, n. esp. 1, e023015, 2022. e-ISSN:2237-258X
DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v12in.esp.1.17138 1
FORMAÇÃO DE PROFESSORES: AVANÇOS E DESAFIOS
FORMACIÓN DOCENTE: AVANCES Y DESAFÍOS
TEACHER TRAINING: ADVANCES AND CHALLENGES
Maria Edimaci Teixeira Barbosa LEITE
e-mail: edimacibarbosa@hotmail.com
Lizandro POLETTO
e-mail: lizandropoletto@hotmail.com
Como referenciar este artigo:
LEITE, M. E. T. B.; POLETTO, L. Formação de professores:
Avanços e desafios. Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 12,
n. esp. 1, e023015, 2022. e-ISSN: 2237-258X. DOI:
https://doi.org/10.30612/eduf.v12in.esp.1.17138
| Submetido em: 20/12/2021
| Revisões requeridas em: 15/01/2022
| Aprovado em: 18/02/2022
| Publicado em: 22/04/2022
Editora:
Profa. Dra. Alessandra Cristina Furtado
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
Formação de professores: Avanços e desafios
Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 12, n. esp. 1, e023015, 2022. e-ISSN:2237-258X
DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v12in.esp.1.17138 2
RESUMO: Este artigo consiste em um estudo bibliográfico com o objetivo de refletir sobre a origem e
os desafios do curso de Pedagogia e a formação de professores, com ênfase nos avanços e desafios dessa
formação. As reflexões baseiam-se em autores como Minayo (1994), Gatti (2018), Masetto (2012),
Brzezinski (2011), Arantes e Gebran (2014), Scheibe e Aguiar (1999), Almeida (1995), Luzuriaga
(1960), Torquato et al. (2015), Graciani (2014) e Grillo (2000), com destaque para a formação de
professores. Também são utilizados os trabalhos de Gadotti (1996), Fernandes (2008) e Freire (1987,
1996), que contribuem para uma melhor compreensão da formação do professor, abordando seus
avanços e desafios. Compreender como a educação brasileira se configura no cenário atual leva-nos a
buscar fatos que possam revelar uma realidade repleta de avanços, considerando as diversas dimensões
que compõem o tecido social, seus conflitos e desafios, e permite refletir sobre a estreita relação entre
educação e sociedade. A função do professor requer uma formação especializada, que envolve a
aquisição de conhecimentos e um compromisso com a sociedade, baseado em princípios que motivam
o comportamento humano, especialmente neste período de mudanças e transformações na sociedade
contemporânea.
PALAVRAS-CHAVE: Formação de professores. Educação brasileira. Processo educativo.
RESUMEN: Este artículo consiste en un estudio bibliográfico con el objetivo de reflexionar sobre el
origen y los desafíos de la carrera de pedagogía y de la formación docente, destacando los avances y
desafíos en la formación docente. Las reflexiones se basan en Minayo (1994), Gatti (2018), Masetto
(2012), Brzezinski (2011), Arantes & Gebran (2014), Scheibe, Aguiar (1999), Almeida (1995),
Luzuriaga (1960), Torquato et al. (2015), Graciani (2014), Grillo (2000), con énfasis en la formación
docente; en Gadotti (1996), Florestan Fernandes (2008) y Paulo Freire (1987/1996), que ayudan a
pensar mejor la formación docente con sus avances y desafíos. Comprender cómo se configura la
educación brasileña en el escenario actual lleva a la búsqueda de hechos que puedan mostrar una
realidad llena de avances frente a las dimensiones que componen el tejido social, sus conflictos y
desafíos, permitiendo reflexionar sobre la estrecha relación entre educación y sociedad. El rol del
docente requiere de una formación exclusiva, que suma la adquisición de aprendizajes y el compromiso
con la sociedad con principios que motivan el comportamiento humano, especialmente en este período
de trayectorias y transformaciones en la sociedad actual.
PALABRAS CLAVE: Formación del profesorado. Educación brasileña. Proceso educativo.
ABSTRACT: This article consists of a bibliographic study to reflect on the origin and challenges of the
Pedagogy course and teacher training, emphasizing the advances and challenges of this training. The
reflections are based on authors such as Minayo (1994), Gatti (2018), Masetto (2012), Brzezinski
(2011), Arantes and Gebran (2014), Scheibe and Aguiar (1999), Almeida (1995), Luzuriaga (1960),
Torquato et al. (2015), Graciani (2014), and Grillo (2000), with a focus on teacher training. The works
of Gadotti (1996), Fernandes (2008), and Freire (1987, 1996) are also used, which contribute to a better
understanding of teacher training, addressing its advances and challenges. Understanding how
Brazilian education is configured in the current scenario leads us to seek facts that can reveal a reality
full of advances, considering the various dimensions that make up the social fabric, its conflicts, and
challenges, and allows us to reflect on the close relationship between education and society. The role
of the teacher requires specialized training, which involves acquiring knowledge and a commitment to
the community based on principles that motivate human behavior, especially in this period of changes
and transformations in contemporary society.
KEYWORDS: Teacher education. Brazilian education. Educational process.
Maria Edimaci Teixeira Barbosa LEITE e Lizandro POLETTO
Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 12, n. esp. 1, e023015, 2022. e-ISSN:2237-258X
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Introdução
Refletir sobre a formação de professores tem se tornado extremamente importante não
apenas no meio acadêmico, mas em toda a sociedade, especialmente no que diz respeito à
formação inicial. Nessa perspectiva, a discussão em questão é embasada em uma pesquisa
qualitativa de natureza bibliográfica.
Conforme apontado por Minayo (1994), o processo de compreensão metodológica
abarca a apreensão da realidade, a qual é composta pela concepção de mundo transmitida pelo
conjunto de técnicas empregadas pelo pesquisador para abordar seu objeto de estudo.
Dessa forma, a metodologia adotada pelo pesquisador é um fator de grande importância
para o direcionamento da pesquisa. Considera-se que o processo de pesquisa é essencialmente
um trabalho científico que se baseia na formulação de perguntas e na reformulação da
experiência. Assim, a ação é fundamentada na forma de transmitir conhecimentos, atualizando
o que está estabelecido e conectando o pensamento à ação, pois “nada pode ser intelectualmente
um problema se não tiver sido, em primeiro lugar, um problema da vida prática” (MINAYO,
1994, p. 17).
As reflexões deste artigo são fundamentadas em Minayo (1994) e Gatti (2018), com
foco na formação de professores, e em Gadotti (1996), Florestan Fernandes (2008) e Paulo
Freire (1987/1996), que contribuem para uma reflexão mais aprofundada sobre a formação do
professor, considerando seus avanços e desafios.
Origem e desafios do curso de pedagogia
A partir da criação das Faculdades de Filosofia, Ciência e Letras pelo Decreto n.º
19.852, de 11 de abril de 1931 (BRASIL, 1931), que estabeleceu a organização da Universidade
Federal do Rio de Janeiro, surgiu a preocupação com a formação de professores para o curso
normal. Foi assim que o Curso de Pedagogia foi instituído no Brasil em 1939, por meio do
Decreto-Lei n.º 1.190, de 4 de abril de 1939, que estabeleceu a criação da Faculdade Nacional
de Filosofia, incluindo uma “seção de pedagogia” como uma das “quatro seções fundamentais”
mencionadas no artigo 2º, alínea “a” (BRASIL, 1939). Esse Decreto-Lei foi responsável pela
elaboração do primeiro currículo de formação a ser implementado no curso de Pedagogia.
Desde a sua criação, o curso de Pedagogia tem sido marcado pelas dicotomias entre
professor e especialista, bacharelado e licenciatura, generalista e especialista, técnico em
educação e professor. Conforme destacam Arantes e Gebran (2014), no que diz respeito ao
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campo de atuação do pedagogo, o artigo 51 do Decreto-Lei n.º 1.190/1939 estipulava que, a
partir de 1º de janeiro de 1943, alínea “c”, seria exigido o grau de bacharel em Pedagogia para
os cargos de técnico de educação. Já os licenciados poderiam atuar como professores na Escola
Normal, responsável pela formação de professores primários.
Essa distinção entre bacharelado e licenciatura, em relação às áreas de atuação, persistiu
no Parecer do Conselho Federal de Educação (CFE) n.º 251, de 11 de abril de 1962, que
estabeleceu o segundo currículo mínimo e a duração do curso de Pedagogia no Brasil. Na
Resolução CFE n.º 2, de 12 de maio de 1969, foi elaborado o terceiro currículo, fixando os
conteúdos mínimos que deveriam compor o curso. Por fim, o quarto currículo foi estabelecido
pela Resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) n.º 1, de 15 de maio de 2006
(BRASIL, 2006), que instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação
em Pedagogia (Licenciatura), revogando a Resolução CFE n.º 2/1969.
Scheibe e Aguiar (1999) afirmam que, no curso de Pedagogia, o educador atualmente
enfrenta conflitos relacionados a posições teórico-metodológicas e epistemológicas. Visando
mediar esse processo, a Comissão de Especialistas de Ensino de Pedagogia trabalha analisando
propostas de formação para profissionais da área da educação. Por exemplo, o bacharel em
Pedagogia era preparado para ocupar cargos técnicos no campo educacional, enquanto o
licenciado era destinado à docência. Havia aparentemente uma separação entre as disciplinas
do bacharelado e as da licenciatura, o que causava uma ruptura, como se ambas não fossem
interdependentes. O curso de Didática, por exemplo, foi reduzido ao ensino de métodos de sala
de aula. Possivelmente, essa é a origem da conhecida dicotomia entre teoria e prática
(FURLAN, 2008).
O curso de Pedagogia foi dividido em dois blocos distintos e autônomos: de um lado, as
disciplinas dos chamados fundamentos da educação; e, de outro, as disciplinas das habilitações
específicas. O curso passou, então, a formar predominantemente os denominados
“especialistas” em educação, como supervisores escolares, orientadores educacionais,
administradores escolares, inspetores escolares, entre outros. Além disso, continuou oferecendo
a licenciatura Ensino das disciplinas e atividades práticas dos cursos normais” como uma
habilitação, com a possibilidade de uma formação alternativa para o ensino nos primeiros anos
do ensino fundamental (SCHEIBE; AGUIAR, 1999).
Ao longo de seus 82 anos de existência, o curso de Pedagogia ainda busca e luta por sua
identidade. É uma jornada longa de sobrevivência diante das mudanças de uma sociedade
capitalista, na qual algumas instituições, inclusive de ensino superior, buscam sobreviver
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através da oferta de cursos que parecem meras fábricas de diplomas. Nesse contexto, é o curso
de Pedagogia que tem sua identidade constantemente questionada, embora ao longo dos anos
tenha se dedicado a formar profissionais capazes de questionar e buscar aprimoramentos em
seu campo de atuação.
A Pedagogia tem como objetivo principal melhorar o processo de aprendizagem dos
indivíduos por meio da reflexão, sistematização e produção de conhecimentos. Como ciência
social, a Pedagogia deve estar conectada ao conhecimento socialmente produzido, ao mesmo
tempo, em que atende às normas educacionais de cada país em que se insere (SILVA, 2014).
Segundo Almeida (1995), a questão da identidade dos cursos de formação de
professores, especialmente o de Pedagogia, assim como o papel das faculdades de educação,
tem sido um tema central nas discussões entre os educadores brasileiros mais de meio século.
A Pedagogia, como uma “ciência pedagógica”, desempenha o papel de integrar
diferentes abordagens para fornecer coerência ao estudo do fenômeno educacional. De acordo
com Coelho e Silva (1991), é necessário especificar o objeto da educação de forma a não reduzir
o fenômeno educativo, desenvolvendo assim uma metodologia específica que capture os
aspectos dinâmicos e em constante evolução da educação. É importante ampliar também o
debate histórico que a Pedagogia e seu status epistemológico alcançaram nos últimos anos,
especialmente considerando a relevância de sua contribuição para a construção de uma
sociedade fundamentada na justiça social, na solidariedade, no respeito à diversidade, na
liberdade e na igualdade de direitos (HAGEMEYER, 2008).
A importância da Pedagogia é evidente graças à sua formação abrangente, na qual
campos de conhecimento como História, Psicologia, Sociologia, Filosofia, Matemática, entre
outros, se unem em um único curso para preparar profissionais capazes de lidar com a
diversidade presente nas escolas hoje em dia. Outro ponto destacado nas diretrizes é a
reafirmação das universidades como locais privilegiados para a formação de professores
(SILVA, 2014).
Discorrer sobre o curso de Pedagogia é uma tarefa desafiadora. Sua trajetória é
permeada por dúvidas, críticas e questionamentos, deixando uma marca significativa na história
da Educação ao longo dos anos.
Diante do exposto, torna-se evidente a importância dos pedagogos, que são profissionais
da educação responsáveis por diversas disciplinas em diferentes etapas do ensino, além de
desempenharem funções administrativas, coordenação e direção no ensino básico. O pedagogo
assumiu a responsabilidade por competências tanto administrativas quanto educacionais. A
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identidade do pedagogo como profissional da educação é respaldada legalmente pelo artigo 61
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) n.º 9.394, de 20 de dezembro de
1996:
Art. 61. Consideram-se profissionais da educação escolar básica os que,
nela estando em efetivo exercício e tendo sido formados em cursos
reconhecidos, são:
[...]
II - Trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com
habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e
orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas
mesmas áreas (BRASIL, 1996, grifo nosso).
Almeida (1995) afirma que uma breve análise da história da educação brasileira revela
que a formação de professores para as séries iniciais da escola básica, ao nível superior, é uma
questão não apenas urgente, mas também de grande importância social em países onde crianças
e jovens são completamente excluídos dos benefícios educacionais. Isso ocorre devido à
ineficiência dos sistemas de ensino, à negligência governamental e às próprias condições
materiais e culturais enfrentadas por esses grupos sociais. Diante dessa realidade, destaca-se a
importância da Pedagogia Social como uma área de especialização para os profissionais da
pedagogia, bem como a relevância das ações pedagógicas em instituições socioeducativas.
A Pedagogia Social como área de especialização do profissional pedagogo
Conforme afirmado por Luzuriaga (1960), ao examinar o desenvolvimento histórico da
Pedagogia Social, é necessário estabelecer uma distinção entre os precursores ou antecessores
na Pedagogia Clássica, desde Platão até Pestalozzi, e os teóricos fundadores na Pedagogia
Moderna, desde Natorp até os dias atuais.
Segundo Torquato et al. (2015), a pedagogia dedica-se ao estudo sistemático das
práticas educativas que ocorrem na sociedade, considerando-as processos fundamentais da
condição humana. Ela investiga a natureza, os propósitos e os processos relevantes e essenciais
nas práticas realizadas em ambientes educacionais, com o objetivo de propor a execução desses
processos em diferentes contextos em que essas práticas se desenvolvem. Portanto, a pedagogia
é considerada uma “ciência da educação”.
Graciani (2014) afirma que a Pedagogia Social se caracteriza como uma ciência
transversal aberta às necessidades populares, na busca pela transformação das condições
opressivas existentes na sociedade. Ela nutre suas raízes na perspectiva reflexiva, baseada na
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cultura dos povos, com o intuito de construir outras possibilidades e alternativas, sem destruir
completamente o passado, mas sim promover a superação do que precisa ser transformado.
A pedagogia social não é uma doutrina científica, mas um âmbito de
intervenção assim como a família e a escola; onde não chega a ação
pedagógica dessas instituições, aparece a pedagogia social para exercer uma
ação subsidiária, dependente tanto do estado quanto das organizações não
governamentais. [...] o mais central do trabalho social pedagógico concreto
está na relação educativa estabelecida entre o educador e os educandos. Trata-
se de uma relação pessoal que não deve ser impedida pelo burocratismo das
instituições pedagógicas (CABANAS, 1997, p. 79).
Nessa compreensão, retoma-se Paulo Freire quando ele declarou (1979, p. 84): “A
Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o
mundo.” Essa citação destaca a possibilidade real da Pedagogia Social em diversos contextos
educativos.
Diante disso, a Pedagogia Social surge com a intenção de abordar as questões sociais de
determinada conjuntura sob uma perspectiva educacional, promovendo diálogos com novas
abordagens sobre a formação e atuação do profissional pedagogo.
No século XXI, as relações sociais são marcadas pela exclusão social. De acordo com
Sella (2002), essa exclusão tem sido um desafio a ser enfrentado, e a Pedagogia Social pode
desempenhar um papel fundamental na promoção da inclusão e na busca por uma sociedade
mais justa.
[...] é fruto amargo da sociedade moderna, apesar dos tantos avanços em seus
vários setores. Não se trata apenas de uma exclusão do mundo do trabalho,
considerada uma das consequências mais duras do capitalismo neoliberal,
através do fenômeno do desemprego, mas também da exclusão dos outros
bens básicos: a saúde, a educação, a alimentação, a moradia, a terra, o lazer
etc. Trata-se de exclusão da dignidade humana, criando uma enorme massa de
descartáveis, os sem-nada (SELLA, 2002, p. 13).
O pedagogo, como profissional da educação, pode se inserir nesse contexto e trabalhar
a questão social. Ele pode contribuir para o desenvolvimento das crianças, cultivando a
esperança de um mundo mais justo e proporcionando condições para que elas se tornem sujeitos
reflexivos, críticos e conscientes de seus direitos.
A Pedagogia Social tem como finalidade compreender a realidade social e humana,
contribuindo para melhorar a qualidade de vida por meio do compromisso com processos de
libertação e transformação social no contexto em que as pessoas vivem ou sofrem. O processo
de participação auxilia na aquisição de habilidades para lidar com dificuldades e lutar por
melhores condições de vida (PASSOS, 2018).
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No artigo 227 da Constituição Federal de 1988, é estabelecida a recomendação em
defesa dos direitos das crianças, reafirmando que é dever da família, da sociedade e do Estado
garantir, com absoluta prioridade, o direito à educação. Sob essa perspectiva pedagógica, a
criança é reconhecida como um ser social e histórico, pertencente a uma determinada classe
social e cultural (BARROS, 2008).
Queiroz (2018) afirma que educar vai além de abordar apenas assuntos educativos. Pelo
contrário, é uma ação intrinsecamente ligada às políticas públicas. Ao abordar a educação e as
políticas públicas, é fundamental destacar os aspectos legais que garantem uma educação de
qualidade para todos. Portanto, compreende-se que a prática pedagógica social parte de uma
análise teórica com o objetivo de transformar o mundo e contribuir para a transformação social.
Formação de Professores: educação, avanços e desafios
Atualmente, destaca-se a importância de refletir sobre a formação de professores. Essa
formação tem ganhado espaço nas discussões tanto no Brasil quanto no mundo, e é questionada
em suas abordagens mais tradicionais “em nossa história educacional desde o início do século
XX, com inspiração no cientificismo vigente no século XIX” (GATTI, 2018, p. 163).
Nessa perspectiva, de acordo com Gatti (2018, p. 163), essas abordagens tradicionais de
discussão resistem à emergência de novas práticas na área educacional, que consideram “[…]
os contextos sociais e culturais diversificados, constituídos em nossa trajetória histórico-social
e cultural”. Esse percurso é desafiado pelo contexto contemporâneo, permeado por diversas
formas de transmissão de informações por meio de tecnologias digitais, revelando diferentes
abordagens nas relações de produção e múltiplas formas de tarefas.
Gatti (2018) chama a atenção para o cenário em que se encontra o trabalho escolar na
sociedade atual. É um contexto que nos desafia a refletir sobre os valores, sobre como as
condições sociais no qual o trabalho escolar é realizado são evidenciadas, bem como a
necessidade de promover justiça social e buscar a igualdade/equidade social.
A partir dessas problematizações, é relevante mencionar a reflexão de Brzezinski (2011,
p. 5): “No processo dessas percepções modernas faz-se necessário, ainda assim, exercitar “nos
tempos contemporâneos a cultura da emancipação, que exigirá a articulação entre as
competências cognitivas, afetivas, volitivas, sociais, axiológicas, culturais”.
Gatti (2018) destaca que surgem dificuldades diante das configurações atuais,
abrangendo diversas dimensões, especialmente no exercício da democracia. São questões que
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envolvem valores, heterogeneidade e modos de atuação educativa da prática pedagógica nas
instituições escolares. Essas instituições estão inseridas na sociedade e se deparam com
particularidades das ações coletivas, que também se somam aos conflitos e divergências do
momento presente. Diante do exposto, a formação e a atividade docente e dos gestores
educacionais, segundo a autora, se concretizam e se estabelece a construção do conhecimento
dos estudantes.
Compreender as consequências que impactam a educação escolar se apresenta como
uma obrigação para os professores e gestores que almejam se desenvolver diante dos desafios
no campo educacional, e, consequentemente, nas formações de professores e gestores. “Nessa
linha de pensamento, estamos afirmando nossa crença na autonomia intelectual do docente,
capaz de pensar e promover mudanças, bem como em seu compromisso com propósitos
educativos e éticos mais amplos” (GRILLO, 2000, p. 76).
Discutir a formação de docentes é de suma importância, uma vez que, nas sociedades
contemporâneas, os processos educacionais das produções atuais desempenham funções de
grande relevância. A educação escolar, enquanto instância inegável e de interesse público, é
exercida pelos profissionais da educação, especialmente pelos docentes, que desempenham
diversos papéis nas instituições escolares e cuja formação embasa diferentes formas de
aquisição de conhecimento relacionadas a diversas responsabilidades na atuação profissional.
“No esforço de interpretar a atividade que desenvolve, o professor vai produzindo uma teoria
original e organizando um corpo específico de conhecimentos - o conhecimento prático
profissional” (GRILLO, 2000, p. 73).
As leituras realizadas revelam os avanços e desafios enfrentados no percurso da
educação, em particular no que diz respeito aos problemas da formação dos professores.
Segundo Gatti (2018, p. 164), as tensões vivenciadas pelos diferentes coletivos em situações
desiguais, “como por gestores, pesquisadores e avaliadores educacionais, suscitando
reivindicações manifestadas por diversas maneiras (associações diversas, dias, movimentos
por mais e melhor educação, etc.)”, destacam os desafios relacionados às políticas educacionais.
Assim, a autora enfatiza a necessidade de compreender as transformações na formação dos
docentes, evidenciadas nas regulamentações discutidas pelo Conselho Nacional de Educação
em 2015.
Gatti (2018) demonstra que é necessário refletir sobre as formações de professores e
analisar o contexto, a precisão e a objetividade na produção tecnológica, que confirmam as
mudanças significativas no contexto atual. Das verdades e padrões estabelecidos nas ciências
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no século XIX, surgem incertezas e conhecimentos que demandam inovações linguísticas
mediadas pelo suporte das tecnologias digitais.
Nesse contexto, a formação dos profissionais, com o surgimento da sociedade do
conhecimento ou da aprendizagem, apresenta uma multiplicidade quase infinita de fontes de
produção (MASETTO, 2012, p. 16).
No âmbito educacional brasileiro, Gatti (2018) destaca o contexto marcado por intensos
conflitos na educação básica. Apesar dos avanços e desafios, o percurso da educação infantil e
fundamental ainda é limitado e essencialmente precário. Embora a qualidade do ensino esteja
diretamente relacionada à existência de metas escolares, essas metas são indicadores que
permitem avaliar como o conhecimento escolar está sendo internalizado. Também apontam
outras questões relacionadas ao papel das instituições formadoras de professores, como os
programas de incentivo para essa capacitação.
Nesse sentido, Gatti (2018, p. 165) constata que, no que diz respeito à formação de
docentes nos cursos de licenciatura, não são identificados avanços significativos “nas políticas
e nas práticas aspectos modernos ou novidades harmônicas com o novo panorama que se
assenta para as novas gerações [...]”.
Nessa perspectiva, a autora destaca a importância de refletir sobre os dados vivenciados
no contexto educacional, afirmando que: “a ideia de que a partir deles se estimule espírito de
transformação, em consonância com Saviani e Duarte (2012, p. 15) para que haja uma mudança
é necessária uma análise sistemática, rigorosa em sua totalidade sobre as circunstâncias que a
realidade oferece (GATTI, 2018, p. 165)”.
Mediante esse aspecto, busca-se comprovar que nos cursos de graduação que formam
professores, refletir sobre a formação desses profissionais ainda é um processo complexo.
Segundo a estudiosa, essa dificuldade surge da construção histórico-social e da divisão na
formação, em decorrência da ênfase dada à cultura acadêmica,
[...] no que se refere às licenciaturas e outras formações de docentes em que
estas se mostram concebidas como apêndice de bacharelados, instituições
superiores em que a formação pedagógica é vista com certo descaso, em que
o próprio ensino é desvalorizado e se exprime por um elitismo
representacional associado apenas à pesquisa, ao pesquisador e não ao
professor é de esperar que a instauração de novas perspectivas para os cursos
formadores de professores encontre barreiras culturais, defesa de formas e
hábitos arraigados, dificultando mudanças (GATTI, 2018, p. 166).
A prática reflexiva é importante e necessária, mas não deve ser tratada de forma
superficial ou transformada em um modismo, podendo ficar restrita a aspectos abstratos ou
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teóricos (GRILLO, 2000, p. 79). Nessa perspectiva, é necessário refletir sobre os problemas,
experiências e mediações pedagógicas que consideram o professor como um pesquisador
(GRILLO, 2000), transcendendo a mera ação educativa.
O professor pesquisador é aquele que se dedica à sua própria experiência, visando
reconstruir seu conhecimento por meio da reflexão, na prática, e sobre a prática. Essa atuação
requer competência pedagógica, pois o professor é um educador e essa é sua responsabilidade
profissional. Para desempenhar bem esse papel, o professor precisa de uma formação
pedagógica adequada (MASETTO, 2012, p. 15).
Dessa forma, o desafio apresentado aos formadores de professores, segundo Gatti (2018,
p. 13), é
[...] mudar suas perspectivas de currículo, discuti-las, dedicar-se a pensar
sobre elas, buscar a elaboração de currículos integrados horizontal, vertical e
transversalmente, compreender e saber realizar a integração entre práticas
pedagógicas e teorias, e com isso diferenciar conhecimento disciplinar de
conhecimento para ensinar (SHULMAN, 2004), saber lidar com abordagens
interdisciplinares e com as tecnologias e mídias, integrando-as ao seu fazer
pedagógico, trabalhar cooperativamente, por exemplo em projetos didáticos
etc.
Na situação apresentada pela autora, o professor identifica situações especiais, utiliza
elementos relevantes para analisá-las, busca elaborar o currículo e organiza o diagnóstico para
tomar decisões sobre as mediações pedagógicas. São criadas múltiplas abordagens adequadas
às diferentes situações que ocorrem na sala de aula.
Gatti (2018) compreende que a função do professor requer uma formação específica,
pois essa formação incorpora a aquisição de conhecimentos e o compromisso com a sociedade,
baseado em princípios que orientam o comportamento humano, especialmente em um período
marcado por rápidas e intensas transformações na história.
Uma nova maneira de ler a realidade: educação brasileira avanços e desafios
Refletir sobre a configuração da educação brasileira no cenário atual implica em buscar
evidências que demonstrem uma realidade repleta de avanços diante das diferentes dimensões
que compõem o tecido social, com seus conflitos e desafios. Isso permite compreender a estreita
relação entre educação e sociedade. Nessa perspectiva, é importante considerar uma educação
fundamentada no diálogo com a sociedade e seu contexto social, destacando a complexa
interação entre sociedade e educação, de modo que elas não se consolidem de forma isolada,
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sendo que a contribuição da educação se torna cada vez mais relevante para a sociedade
(GADOTTI, 1996).
Nesse contexto, as contribuições de Florestan Fernandes (2008) e Freire (1987) o
fundamentais para a reflexão sobre a educação dialógica baseada na ação/reflexão das práticas.
Essa ação se manifesta a partir do que é aprendido, conhecido, por meio do próprio processo de
conhecer, sendo colocada em prática por meio do ensinamento. Em suma, trata-se de uma
sistematização movida pela ação, vivida, experimentada, conhecida e experienciada.
Segundo Freire (1987), essa compreensão se baseia na ação/reflexão e abrange todo o
ser humano, envolvendo a corporalidade, a afetividade, as relações humanas e sociais, a moral
e a ética. Nesse sentido, essa ação constitui um conjunto inseparável de práticas conscientes
e/ou inconscientes. Observa-se que esses aspectos destacados por Freire possibilitam uma
formação que considere a vida, as vivências e os conhecimentos dos indivíduos envolvidos no
processo, uma vez que eles são fundamentados em valores e tradições.
No conjunto de suas formulações, Florestan (2008) apresenta contribuições admiráveis
para a reflexão desse processo, destacando que, para haver avanços reais, é necessário que o
objetivo supremo seja a construção de uma sociedade nacional autônoma. Nesse raciocínio, o
estudioso ressalta que o processo educativo deve ser um mediador para o desenvolvimento da
sociedade, garantindo a interação social de todos os envolvidos. Nessa perspectiva, buscava-se
uma educação organizada, que possibilitasse a criticidade, visando à formação de uma nação
de forma autônoma.
Compreende-se que os desafios para a educação, mediados pelas relações de
aprendizagem estabelecidas no processo educativo, bem como pelos projetos educacionais,
possuem uma função orientadora na construção da politicidade como ato de conhecimento e de
transformação social. Em seu sentido mais amplo, a educação crítica promove processos de
conscientização. Esse é o propósito do ato de educar em todas as dimensões da atuação do
sujeito. Nesse sentido, para Freire (1987), a educação libertadora representa um investimento
social, um ato de rebeldia na luta contra as determinações impostas e produtoras do sujeito. É
uma recusa do oprimido em se deixar moldar pelo acaso, pelas circunstâncias, pela educação
“bancária”. A educação como prática da liberdade tem como objetivo a possibilidade do sujeito
desenhar sua maneira de pensar e ler a realidade, compreender o mundo em que vive, escrever
seu próprio destino, criar a si mesmo e à própria humanidade.
Ao fazer escolhas e deliberar sobre elas de maneira criativa e corajosa, o sujeito
desenvolve a crença na possibilidade de melhorar e transformar o ambiente em que vive. Assim,
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Paulo Freire (1996, p. 9798) afirma:
Uma educação que se possibilita ao homem a discussão corajosa de sua
problemática. De sua inserção nesta problemática. Que o advertisse dos
perigos de seu tempo, para que, consciente deles, ganhasse a força e a coragem
de lutar, ao invés de ser levado e arrastado à perdição de seu próprio “eu”,
submetido às prescrições alheias. Educação que o colocasse em diálogo
constante com o outro. Que o predispusesse a constantes revisões.
É a educação que se revela como um instrumento de emancipação do sujeito e de
transformação de seus comportamentos.
Paulo Freire e Florestan são referências importantes para se refletir sobre os avanços e
desafios na educação. Esses desafios proporcionam uma reflexão sobre o papel e a finalidade
da educação, especialmente na perspectiva da atualidade da educação brasileira. Os estudos
desses pensadores permitem compreender a situação da sociedade como carente de autonomia
e possibilitam pensar na educação a partir das relações entre os sujeitos, considerando-os como
sujeitos autônomos e capazes de tomar decisões.
Assim, o desafio da educação brasileira diante da realidade das dimensões que compõem
a tessitura social precisa ser (re)pensado. Os protagonistas desse processo são o educando e o
educador, que, mediados pela dialogicidade, aprendem com os outros e com as experiências.
Consoante Brzezinski (2011, p. 5), “um outro modelo de formação de professores que
vem se acercando de um paradigma de ciência ainda em construção, por isso identificado como
emergente” e salienta que esse novo modelo deverá “[...] aprovar às exigências de qualidade no
trabalho pedagógico do professor-pesquisador por meio da articulação entre inteligência mental
e inteligência sensível, combinadas com a sua imaginação criadora”. No contexto atual, torna-
se um grande desafio ser um professor-pesquisador, capaz de exercer sua prática pedagógica
com competência e proporcionar aos sujeitos de suas ações, condições para que possam
desempenhar sua cidadania plenamente.
Considerações finais
Percebe-se que a formação do professor no contexto educacional brasileiro encontra-se
marcada por acontecimentos que interferiram nas suas tradicionais maneiras de discussão, um
percurso abalado na contemporaneidade. Compreender a articulação dessas experiências foi
essencial para refletir sobre a necessidade de formação do professor diante da ação humana do
ato educativo.
Nas reflexões mediadas pelas leituras realizadas para a composição deste artigo, a
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perspectiva de autores baseada nos processos educacionais, com base na dialogicidade, aponta
para uma formação do professor que requer refletir sobre as finalidades da educação como um
dos instrumentos transformadores da sociedade. Portanto, a educação precisa ser libertadora e
emancipadora, uma dimensão que capacita os sujeitos a interpretar o conhecimento e o meio
em que vivem.
Estudos mostraram que os avanços e desafios da formação do docente na educação
brasileira atual são numerosos, conforme constatado e observado no conjunto das literaturas
pesquisadas. Entre eles, destaca-se a necessidade de uma educação com qualidade e equidade
para todos os brasileiros.
Olhar além dos desafios atuais da formação do professor, em um contexto de crise
educacional dentro dos paradigmas do pensamento desses autores, ressalta a necessidade de
repensar o próprio processo educativo à medida que se engaja na ação de realizá-lo. Além disso,
é importante enfrentar os avanços e crises no campo educacional, que desafiam a adoção de
propostas de superação aos desafios colocados para a formação do professor. Novos estudos e
artigos são necessários para auxiliar nessa reflexão sobre a formação, especialmente em termos
da adoção de políticas educacionais no contexto brasileiro.
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Maria Edimaci Teixeira Barbosa LEITE e Lizandro POLETTO
Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 12, n. esp. 1, e023015, 2022. e-ISSN:2237-258X
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Sobre os autores
Maria Edimaci Teixeira Barbosa LEITE
Secretaria Municipal de Educação (SME), Goiânia GO Brasil. Professora. Doutorado em
Educação (PUC-Goiás).
Lizandro POLETTO
Centro Universitário Alfredo Nasser (UNIFAN), Aparecida de Goiânia GO Brasil.
Professor. Pós-Doutorado em Educação (PUC-Goiás).
Processamento e edição: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 12, n. esp. 1, e023015, 2022. e-ISSN:2237-258X
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TEACHER TRAINING: ADVANCES AND CHALLENGES
FORMAÇÃO DE PROFESSORES: AVANÇOS E DESAFIOS
FORMACIÓN DOCENTE: AVANCES Y DESAFÍOS
Maria Edimaci Teixeira Barbosa LEITE
e-mail: edimacibarbosa@hotmail.com
Lizandro POLETTO
e-mail: lizandropoletto@hotmail.com
How to refer to this article:
LEITE, M. E. T. B.; POLETTO, L. Teacher training: Advances and
challenges. Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 12, n. esp.
1, e023015, 2022. e-ISSN: 2237-258X. DOI:
https://doi.org/10.30612/eduf.v12in.esp.1.17138
| Submitted: 20/12/2021
| Revision required: 15/01/2022
| Approved: 18/02/2022
| Published: 22/04/2022
Editor:
Profa. Dra. Alessandra Cristina Furtado
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
Teacher training: Advances and challenges
Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 12, n. esp. 1, e023015, 2022. e-ISSN:2237-258X
DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v12in.esp.1.17138 2
ABSTRACT: This article consists of a bibliographic study to reflect on the origin and challenges of the
Pedagogy course and teacher training, emphasizing the advances and challenges of this training. The
reflections are based on authors such as Minayo (1994), Gatti (2018), Masetto (2012), Brzezinski (2011),
Arantes and Gebran (2014), Scheibe and Aguiar (1999), Almeida (1995), Luzuriaga (1960), Torquato
et al. (2015), Graciani (2014), and Grillo (2000), with a focus on teacher training. The works of Gadotti
(1996), Fernandes (2008), and Freire (1987, 1996) are also used, which contribute to a better
understanding of teacher training, addressing its advances and challenges. Understanding how Brazilian
education is configured in the current scenario leads us to seek facts that can reveal a reality full of
advances, considering the various dimensions that make up the social fabric, its conflicts, and
challenges, and allows us to reflect on the close relationship between education and society. The role of
the teacher requires specialized training, which involves acquiring knowledge and a commitment to the
community based on principles that motivate human behavior, especially in this period of changes and
transformations in contemporary society.
KEYWORDS: Teacher education. Brazilian education. Educational process.
RESUMO: Este artigo consiste em um estudo bibliográfico com o objetivo de refletir sobre a origem e
os desafios do curso de Pedagogia e a formação de professores, com ênfase nos avanços e desafios
dessa formação. As reflexões baseiam-se em autores como Minayo (1994), Gatti (2018), Masetto
(2012), Brzezinski (2011), Arantes e Gebran (2014), Scheibe e Aguiar (1999), Almeida (1995),
Luzuriaga (1960), Torquato et al. (2015), Graciani (2014) e Grillo (2000), com destaque para a
formação de professores. Também são utilizados os trabalhos de Gadotti (1996), Fernandes (2008) e
Freire (1987, 1996), que contribuem para uma melhor compreensão da formação do professor,
abordando seus avanços e desafios. Compreender como a educação brasileira se configura no cenário
atual leva-nos a buscar fatos que possam revelar uma realidade repleta de avanços, considerando as
diversas dimensões que compõem o tecido social, seus conflitos e desafios, e permite refletir sobre a
estreita relação entre educação e sociedade. A função do professor requer uma formação especializada,
que envolve a aquisição de conhecimentos e um compromisso com a sociedade, baseado em princípios
que motivam o comportamento humano, especialmente neste período de mudanças e transformações na
sociedade contemporânea.
PALAVRAS-CHAVE: Formação de professores. Educação brasileira. Processo educativo.
RESUMEN: Este artículo consiste en un estudio bibliográfico con el objetivo de reflexionar sobre el
origen y los desafíos de la carrera de pedagogía y de la formación docente, destacando los avances y
desafíos en la formación docente. Las reflexiones se basan en Minayo (1994), Gatti (2018), Masetto
(2012), Brzezinski (2011), Arantes & Gebran (2014), Scheibe, Aguiar (1999), Almeida (1995),
Luzuriaga (1960), Torquato et al. (2015), Graciani (2014), Grillo (2000), con énfasis en la formación
docente; en Gadotti (1996), Florestan Fernandes (2008) y Paulo Freire (1987/1996), que ayudan a
pensar mejor la formación docente con sus avances y desafíos. Comprender cómo se configura la
educación brasileña en el escenario actual lleva a la búsqueda de hechos que puedan mostrar una
realidad llena de avances frente a las dimensiones que componen el tejido social, sus conflictos y
desafíos, permitiendo reflexionar sobre la estrecha relación entre educación y sociedad. El rol del
docente requiere de una formación exclusiva, que suma la adquisición de aprendizajes y el compromiso
con la sociedad con principios que motivan el comportamiento humano, especialmente en este período
de trayectorias y transformaciones en la sociedad actual.
PALABRAS CLAVE: Formación del profesorado. Educación brasileña. Proceso educativo.
Maria Edimaci Teixeira Barbosa LEITE and Lizandro POLETTO
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Introduction
Reflecting on teacher training has become extremely important in the academic sphere
and society as a whole, especially regarding initial training. In this perspective, the discussion
at hand is based on qualitative research of a bibliographic nature.
As pointed out by Minayo (1994), the process of methodological understanding
encompasses the apprehension of reality, which is composed of the worldview transmitted by
the set of techniques the researcher employs to approach their object of study.
Thus, the methodology adopted by the researcher is a factor of great importance for
guiding the research. The research process is a scientific work based on formulating questions
and reformulating experience. Therefore, action is grounded in how knowledge is transmitted,
updating what is established and connecting thought to action, as "nothing can be intellectually
a problem if it has not first been a problem of practical life" (MINAYO, 1994, p. 17, our
translation).
The reflections in this article are grounded in Minayo (1994) and Gatti (2018), with a
focus on teacher training, as well as Gadotti (1996), Florestan Fernandes (2008), and Paulo
Freire (1987/1996), who contribute to a deeper reflection on teacher training, considering its
advances and challenges.
Origin and Challenges of the Pedagogy Course
With the creation of the Faculties of Philosophy, Science, and Literature by Decree n. º
19,852 on April 11, 1931 (BRAZIL, 1931), which established the organization of the Federal
University of Rio de Janeiro, there arose a concern for the training of teachers for the normal
course. It was in this way that the Pedagogy Course was established in Brazil in 1939, through
Decree-Law n. º 1,190 on April 4, 1939, which established the creation of the National Faculty
of Philosophy, including a "pedagogy section" as one of the "four fundamental sections"
mentioned in Article 2, clause "a" (BRAZIL, 1939). This Decree-Law was responsible for
developing the first curriculum for training to be implemented in the Pedagogy course.
Since its creation, the Pedagogy course has been marked by dichotomies between
teacher and specialist, bachelor's degree and teaching degree, generalist and specialist,
educational technician and teacher. As highlighted by Arantes and Gebran (2014), regarding
the field of work of the pedagogue, Article 51 of Decree-Law n. º 1,190/1939 stipulated that as
of January 1, 1943, clause "c", a bachelor's degree in Pedagogy would be required for positions
Teacher training: Advances and challenges
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as educational technicians. On the other hand, teaching degree holders could work as teachers
in Normal Schools, responsible for training primary school teachers.
This distinction between a bachelor's degree and a teaching degree, regarding areas of
work, persisted in the Opinion of the Federal Council of Education (CFE) n. º 251, dated April
11, 1962, which established the second minimum curriculum and the duration of the Pedagogy
course in Brazil. In Resolution CFE n. º 2, dated May 12, 1969, the third curriculum was
developed, setting the minimum contents that should be included in the course. Finally, the
fourth curriculum was established by the Resolution of the National Council of Education
(CNE) n. º 1, dated May 15, 2006 (BRAZIL, 2006), which instituted the National Curriculum
Guidelines for the Undergraduate Course in Pedagogy (Teaching Degree), revoking Resolution
CFE n. º 2/1969.
According to Scheibe and Aguiar (1999), in the Pedagogy course, educators face
conflicts related to theoretical-methodological and epistemological positions. To mediate this
process, the Commission of Specialists in Pedagogy Education works by analyzing training
proposals for professionals in the field of education. For example, a bachelor's degree in
Pedagogy was prepared to hold technical positions in the educational field, while a teaching
degree was intended for teaching. There was a separation between the disciplines of the
bachelor's degree and those of the teaching degree, which caused a rupture as if they were not
interdependent. The course on Didactics, for instance, was reduced to teaching classroom
methods. This originates from the well-known dichotomy between theory and practice
(FURLAN, 2008).
The Pedagogy course was divided into two distinct and autonomous blocks: on one side,
the disciplines of the so-called foundations of education, and the other, the disciplines of
specific specializations. The course began to predominantly train the so-called "specialists" in
education, such as school supervisors, educational counselors, school administrators, and
school inspectors. Additionally, it continued to offer the teaching degree "Teaching of subjects
and practical activities in normal courses" as a specialization, providing an alternative teaching
method in the early years of elementary education (SCHEIBE; AGUIAR, 1999).
Throughout its 82 years of existence, the Pedagogy course still seeks and struggles for
its identity. It is a long journey of survival in the face of changes in a capitalist society, where
some institutions, including higher education, strive to survive by offering courses that seem
like mere diploma factories. In this context, the Pedagogy course constantly has its identity
questioned, although, over the years, it has been dedicated to training professionals capable of
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questioning and seeking improvements in their field of work.
Pedagogy aims to improve the learning process of individuals through reflection,
systematization, and knowledge production. As a social science, Pedagogy should be connected
to socially produced knowledge while adhering to each country's educational standards
(SILVA, 2014).
According to Almeida (1995), the issue of identity in teacher education programs,
especially in Pedagogy, and the role of education faculties has been a central topic in
discussions among Brazilian educators for over half a century.
Pedagogy, as a "pedagogical science," integrates different approaches to providing
coherence to the study of the educational phenomenon. According to Coelho and Silva (1991),
it is necessary to specify the object of education in a way that does not reduce the educational
phenomenon, thus developing a specific methodology that captures the dynamic and constantly
evolving aspects of education. It is also important to broaden the historical debate that Pedagogy
and its epistemological status have achieved in recent years, especially considering the
relevance of its contribution to the construction of a society based on social justice, solidarity,
respect for diversity, freedom, and equality of rights (HAGEMEYER, 2008).
The importance of Pedagogy is evident due to its comprehensive training, in which
fields of knowledge such as History, Psychology, Sociology, Philosophy, and Mathematics,
among others, come together in a single course to prepare professionals capable of dealing with
the diversity present in schools today. Another point highlighted in the guidelines is reaffirming
universities as privileged places for teacher education (SILVA, 2014).
Discussing the Pedagogy course is a challenging task. Its trajectory is permeated by
doubts, criticisms, and questioning, leaving a significant mark on the history of Education over
the years.
In light of the above, the importance of pedagogues becomes evident. They are
education professionals responsible for various subjects at different stages of Education and
performing administrative, coordination, and leadership roles in basic Education. The
pedagogue assumes responsibility for both administrative and educational competencies. The
identity of the pedagogue as an education professional is legally supported by Article 61 of the
National Education Guidelines and Bases Law (LDB) n. º 9,394, dated December 20, 1996:
Article 61. Basic school education professionals are considered those who,
while effectively working in it and having graduated from recognized courses,
are: [...]
II - Education workers holding a degree in pedagogy with qualifications in
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administration, planning, supervision, inspection, and educational guidance,
as well as master's or doctoral degrees in the same areas (BRASIL, 1996,
emphasis added).
Almeida (1995) states that a brief analysis of the history of Brazilian education reveals
that teacher training for the early grades of basic school, at the higher level, is not only an urgent
matter but also of great social importance in countries where children and young people are
completely excluded from educational benefits. This is due to the inefficiency of the education
systems, governmental negligence, and the material and cultural conditions these social groups
face. In the face of this reality, the importance of Social Pedagogy as a specialized area for
pedagogy professionals and the relevance of pedagogical actions in socio-educational
institutions is highlighted.
Social Pedagogy as a specialization area for the pedagogy professional
As stated by Luzuriaga (1960), when examining the historical development of Social
Pedagogy, it is necessary to establish a distinction between the precursors or predecessors in
Classical Pedagogy, from Plato to Pestalozzi, and the founding theorists in Modern Pedagogy,
from Natorp to the present day.
According to Torquato et al. (2015), pedagogy is dedicated to systematically studying
educational practices that occur in society, considering them fundamental processes of the
human condition. It investigates the nature, purposes, and relevant and essential processes in
the practices carried out in educational settings, intending to propose implementing these
processes in different contexts in which these practices develop. Therefore, pedagogy is
considered a "science of education."
Graciani (2014) states that Social Pedagogy is characterized as a transversal science
open to popular needs in the search to transform oppressive conditions existing in society. It
nourishes its roots in the reflective perspective, based on people's culture, to build other
possibilities and alternatives without destroying the past but rather promoting the overcoming
of what needs to be transformed.
Social Pedagogy is not a scientific doctrine but a field of intervention, much
like the family and the school. Where the pedagogical action of these
institutions does not reach, social pedagogy appears to exert subsidiary action,
dependent on both the state and non-governmental organizations. [...] The
most central aspect of concrete social pedagogical work lies in the educational
relationship between the educator and the learners. It is a personal relationship
that should not be hindered by the bureaucratism of pedagogical institutions
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(CABANAS, 1997, p. 79, our translation).
In this understanding, we revisit Paulo Freire when he stated (1979, p. 84, our
translation): "Education does not transform the world. Education changes people. People
transform the world." This quote highlights the real possibility of Social Pedagogy in various
educational contexts.
In light of this, Social Pedagogy emerges to address social issues of a particular situation
from an educational perspective, promoting dialogues with new approaches to the training and
practice of the pedagogy professional.
In the 21st century, social relations are marked by social exclusion. According to Sella
(2002), this exclusion has been a challenge, and Social Pedagogy can play a fundamental role
in promoting inclusion and striving for a more just society.
[...] is the bitter fruit of modern society, despite the many advancements in its
various sectors. It is not only about exclusion from the world of work,
considered one of the harshest consequences of neoliberal capitalism through
unemployment but also exclusion from other basic goods: health, education,
food, housing, land, leisure, etc. It excludes human dignity, creating a massive
population of disposables with nothing (SELLA, 2002, p. 13, our translation).
As an education professional, the pedagogue can engage in this context and address
social issues. They can contribute to the development of children, nurturing the hope for a fairer
world and providing conditions for them to become reflective, critical, and aware individuals
of their rights.
Social Pedagogy aims to understand social and human reality, contributing to improving
the quality of life through a commitment to processes of liberation and social transformation in
the context in which people live or suffer. The participation process assists in acquiring skills
to deal with difficulties and fight for better living conditions (PASSOS, 2018).
Article 227 of the Federal Constitution of 1988 establishes the recommendation to
defend children's rights, reaffirming that it is the duty of the family, society, and the state to
ensure, with absolute priority, the right to education. From this pedagogical perspective, the
child is recognized as a social and historical belonging to a specific social and cultural class
(BARROS, 2008).
Queiroz (2018) states that education goes beyond addressing only educational subjects.
On the contrary, it is an action intrinsically linked to public policies. When addressing education
and public policies, it is essential to highlight the legal aspects that ensure quality education for
all. Therefore, it is understood that social pedagogical practice begins with a theoretical analysis
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to transform the world and contribute to social transformation.
Teacher Education: Education, Advancements, and Challenges
It is essential to highlight the significance of reflecting on teacher education. This topic
has gained prominence in discussions both in Brazil and around the world, and it is questioned
in its more traditional approaches, "which have been present in our educational history since
the beginning of the 20th century, inspired by the scientism prevalent in the 19th century"
(GATTI, 2018, p. 163, our translation).
From this perspective, according to Gatti (2018, p. 163, our translation), these traditional
approaches to discussion resist the emergence of new practices in the educational field that
consider "[...] diverse social and cultural contexts, constituted in our historical, social, and
cultural trajectory." This trajectory is challenged by the contemporary context, permeated by
various forms of information transmission through digital technologies, revealing different
approaches in production relations and multiple forms of tasks.
Gatti (2018) draws attention to the current societal landscape in which schoolwork
occurs. It is a context that challenges us to reflect on values, how the social conditions in which
schoolwork is carried out are highlighted, and the need to promote social justice and strive for
social equality/equity.
From these problematizations, it is relevant to mention the reflection of Brzezinski
(2011, p. 5, our translation): "In the process of these modern perceptions, it is still necessary to
exercise 'in contemporary times the culture of emancipation, which will require the articulation
between cognitive, affective, volitional, social, axiological, and cultural competencies'."
Gatti (2018) highlights that difficulties arise in the face of current configurations,
encompassing various dimensions, especially in exercising democracy. These are issues that
involve values, heterogeneity, and modes of educational practice in school institutions. These
institutions are embedded in society and face the particularities of collective actions,
contributing to the conflicts and divergences of the present moment. In light of the above, the
author argues that the formation and activity of teachers and educational managers materialize
and establish the construction of students' knowledge.
Understanding the consequences that impact school education presents itself as an
obligation for teachers and managers who aspire to develop themselves in the face of challenges
in the educational field and, consequently, in teacher and manager training. "In this line of
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thought, we affirm our belief in the intellectual autonomy of the teacher, capable of thinking
and promoting changes, as well as their commitment to broader educational and ethical
purposes" (GRILLO, 2000, p. 76, our translation).
Discussing teacher education is paramount, as educational processes in current
productions play highly relevant roles in contemporary societies. As an undeniable instance of
public interest, school education is carried out by education professionals, especially teachers,
who perform various roles in school institutions, and whose education underpins different forms
of knowledge acquisition related to various responsibilities in professional practice. "To
interpret the activity they develop, the teacher produces an original theory and organizes a
specific body of knowledge - professional practical knowledge" (GRILLO, 2000, p. 73, our
translation).
The readings revealed the advances and challenges faced in the education path,
particularly regarding teacher education issues. According to Gatti (2018, p. 164, our
translation), the tensions experienced by different collectives in unequal situations, "such as
managers, researchers, and educational evaluators, giving rise to claims expressed in various
ways (different associations, media, movements for more and better education, etc.)," highlight
the challenges related to educational policies. Thus, the author emphasizes the need to
understand the transformations in teacher education, as evidenced by the regulations discussed
by the National Council of Education in 2015.
Gatti (2018) demonstrates that it is necessary to reflect on teacher education and analyze
the context, accuracy, and objectivity in technological production, which confirms significant
changes in the current context. From the truths and patterns established in the sciences in the
19th century, uncertainties and knowledge emerged that demanded linguistic innovations
mediated by the support of digital technologies.
In this context, professional education, with the emergence of the knowledge or learning
society, presents an almost infinite multiplicity of production sources (MASETTO, 2012, p.
16).
In the Brazilian educational sphere, Gatti (2018) highlights a context marked by intense
conflicts in basic education. Despite advances and challenges, the path of early childhood and
primary education is still limited and essentially precarious. Although the quality of teaching is
directly related to school goals, these goals are indicators that allow us to evaluate how school
knowledge is internalized. They also point to other issues related to the role of teacher training
institutions, such as incentive programs for such training.
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In this sense, Gatti (2018, p. 165, our translation) notes that, regarding teacher training
in undergraduate courses, no significant advances are identified "in policies and practices
related to modern aspects or harmonious novelties with the new panorama that is being
established for the new generations [...]".
In this perspective, the author highlights the importance of reflecting on the experienced
data in the educational context, affirming that: "the idea that from them the spirit of
transformation is stimulated, in line with Saviani and Duarte (2012, p. 15, our translation), so
that a change can occur, a systematic and rigorous analysis in its entirety is necessary regarding
the circumstances that reality offers (GATTI, 2018, p. 165)".
Given this aspect, the aim is to prove that reflecting on the formation of these
professionals is still a complex process in undergraduate courses that train teachers. According
to the scholar, this difficulty arises from the historical-social construction and the division in
training, resulting from the emphasis on academic culture,
[...] regarding bachelor's degrees and other teacher training programs where
they are conceived as appendices to bachelor's degrees, higher education
institutions where pedagogical training is viewed with a certain disregard,
where teaching itself is undervalued and expressed through representational
elitism associated solely with research and researchers rather than teachers −
it is expected that the establishment of new perspectives for teacher training
courses will encounter cultural barriers, defense of established forms and
habits, hindering changes (GATTI, 2018, p. 166, our translation).
Reflective practice is essential and necessary but should not be treated superficially or
turned into a fad, possibly limited to abstract or theoretical aspects (GRILLO, 2000, p. 79). In
this perspective, it is necessary to reflect on the problems, experiences, and pedagogical
mediations that consider the teacher as a researcher (GRILLO, 2000), going beyond mere
educational action.
The teacher-researcher is the one who dedicates themself to their own experience,
seeking to Reconstruct your knowledge through reflection, in practice, and about practice. This
role requires pedagogical competence because the teacher is an educator, and this is their
professional responsibility. To perform this role well, the teacher needs appropriate pedagogical
training (MASETTO, 2012, p. 15).
Thus, the challenge presented to teacher educators, according to Gatti (2018, p. 13, our
translation), is to
[...] change their curriculum perspectives, discuss them, devote themselves to
thinking about them, seek the development of horizontally, vertically, and
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transversally integrated curricula, understand and know how to integrate
pedagogical practices and theories, and thereby differentiate disciplinary
knowledge from knowledge for teaching (SHULMAN, 2004), learn how to
deal with interdisciplinary approaches and with technologies and media,
integrating them into their pedagogical practice, working cooperatively, for
example, in didactic projects, etc.
In the situation presented by the author, the teacher identifies special situations, uses
relevant elements to analyze them, seeks to develop the curriculum, and organizes diagnoses to
make decisions about pedagogical mediations. Multiple approaches are created that are
appropriate to the different situations that occur in the classroom.
Gatti (2018) understands that the role of the teacher requires specific training, as this
training incorporates the acquisition of knowledge and a commitment to a society based on
principles that guide human behavior, especially in a period marked by rapid and intense
transformations in history.
A new way of reading reality: Brazilian education advances and challenges
Reflecting on the configuration of Brazilian education in the current scenario implies
seeking evidence that demonstrates a reality full of advancements in the different dimensions
that compose the social fabric, with its conflicts and challenges. This allows for an
understanding of the close relationship between education and society. In this perspective, it is
important to consider an education based on dialogue with the community and its social context,
highlighting the complex interaction between society and education so that they do not
consolidate in isolation, with education's contribution becoming increasingly relevant to society
(GADOTTI, 1996).
In this context, the contributions of Florestan Fernandes (2008) and Freire (1987) are
fundamental for reflecting on dialogic education based on the action/reflection of practices.
This action is manifested through what is learned, known, through the very process of
understanding, and put into practice through teaching. In short, it is a systematization driven by
action, lived, experienced, known, and felt.
Freire (1987) states that this understanding is based on action/reflection and
encompasses the whole human being, involving corporeality, affectivity, human and social
relations, morality, and ethics. In this sense, this action constitutes an inseparable set of
conscious and unconscious practices. It is observed that these aspects highlighted by Freire
enable a formation that considers the life, experiences, and knowledge of the individuals
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involved in the process, as they are based on values and traditions.
In his set of formulations, Florestan (2008) presents admirable contributions to the
reflection of this process, emphasizing that for real advancements to occur, the supreme goal
must be the construction of an autonomous national society. In this line of thinking, the scholar
highlights that the educational process should serve as a mediator for the development of
society, ensuring the social interaction of all those involved. From this perspective, the aim was
to establish an organized education that would enable critical thinking, with the goal of forming
a nation autonomously.
It is understood that the challenges for education, mediated by the learning relationships
established in the educational process, as well as educational projects, play a guiding role in the
construction of politicization as an act of knowledge and social transformation. In its broadest
sense, critical education promotes processes of conscientization. This is the purpose of
educating in all dimensions of an individual's agency. For Freire (1987), liberating education
represents a social investment, an act of rebellion in the struggle against imposed determinations
that produce individuals. It is a refusal by the oppressed to allow themselves to be shaped by
chance, circumstances, or "banking" education. Education as the practice of freedom aims to
enable individuals to shape their way of thinking and interpreting reality, understand their
world, write their own destiny, create themselves, and create humanity itself.
By making choices and deliberating on them creatively and courageously, the individual
develops a belief in the possibility of improving and transforming the environment in which
they live. Thus, Paulo Freire (1996, p. 9798, our translation) asserts:
An education that enables individuals to engage in courageous discussions of
their issues. Their engagement with these issues. That warns them of the
dangers of their time so that, conscious of them, they gain the strength and
courage to fight instead of being led and dragged towards the ruin of their own
"self," subjected to external prescriptions. An education that constantly places
them in dialogue with others. That predisposes them to constant revisions.
It is an education that reveals itself as an instrument of individual emancipation and
transformation of behaviors.
Paulo Freire and Florestan are essential references for reflecting on the advancements
and challenges in education. These challenges provide an opportunity to reflect on the role and
purpose of education, particularly in the context of contemporary Brazilian education. The
studies of these thinkers allow us to understand society as lacking autonomy and to consider
education based on the relationships between individuals, recognizing them as autonomous
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subjects capable of making decisions.
Thus, the challenge for Brazilian education in the face of the reality of the dimensions
that make up the social fabric needs to be (re)thought. The protagonists of this process are the
learner and the educator, who, mediated by dialogism, learn from others and experiences.
According to Brzezinski (2011, p. 5, our translation), "another model of teacher
education is approaching a paradigm of science that is still under construction, thus identified
as emergent" and emphasizes that this new model should "[...] meet the quality requirements in
the pedagogical work of the teacher-researcher through the articulation of mental intelligence
and sensitive intelligence, combined with their creative imagination." In the current context,
being a teacher-researcher capable of exercising pedagogical practice with competence and
providing individuals with the conditions to exercise their citizenship entirely becomes a great
challenge.
Final Considerations
The formation of teachers in the Brazilian educational context is marked by events that
have interfered with their traditional modes of discussion, creating a disrupted path in
contemporary times. Understanding the articulation of these experiences has been essential to
reflect on the need for teacher education in the face of the human action of educational activity.
In the reflections mediated by the readings conducted for the composition of this article,
the perspective of authors based on educational processes, with a basis in dialogism, points to
a teacher education that requires reflecting on the purposes of education as one of the
transformative instruments of society. Therefore, education needs to be liberating and
emancipatory, a dimension that empowers individuals to interpret knowledge and the
environment in which they live.
Studies have shown numerous advances and challenges in teacher education in Brazilian
education, as found and observed in the researched literature. Among them, the need for quality
and equitable education for all Brazilians stands out.
Looking beyond the current challenges of teacher education, within the paradigms of
thought of these authors, highlights the need to rethink the educational process itself as one
engages in realizing it. Additionally, it is important to confront the advancements and crises in
the educational field, which challenge the adoption of proposals to overcome the challenges
faced in teacher education. New studies and articles are necessary to assist in this reflection on
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education, especially in adopting educational policies in the Brazilian context.
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Maria Edimaci Teixeira Barbosa LEITE and Lizandro POLETTO
Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 12, n. esp. 1, e023015, 2022. e-ISSN:2237-258X
DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v12in.esp.1.17138 17
About the Authors
Maria Edimaci Teixeira Barbosa LEITE
Municipal Department of Education (SME), Goiânia GO Brazil. Professor. Doctoral Degree
in Education (PUC-Goiás).
Lizandro POLETTO
Alfredo Nasser University Center (UNIFAN), Aparecida de Goiânia - GO - Brazil. Professor.
Postdoctoral Degree in Education (PUC-Goiás).
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
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