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Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021021, 2021. e-ISSN: 2237-258X
DOI:
https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16519
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RESENHA: QUE ENSINO MÉDIO?
REVISIÓN: ¿QUÉ ESCUELA SECUNDARIA?
REVIEW: WHICH HIGH SCHOOL?
Camila Ferreira da SILVA
Universidade Federal do Amazonas
E-mail: ferreira.camilasilva@gmail.com
Como referenciar este artigo
SILVA, C. F. da. Resenha: Que ensino médio?
Revista Educação e Fronteiras
, Dourados, v.
11, n. esp. 1, e021021, 2021. e-ISSN: 2237-258X. DOI:
https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16519
Submetido em
: 10/06/2021
Revisões requeridas em
: 07/08/2021
Aprovado em
: 13/09/2021
Publicado em
: 30/10/2021
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Camila Ferreira da SILVA
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021021, 2021. e-ISSN: 2237-258X
DOI:
https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16519
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RESUMO
: Resenha-se neste texto o livro Ensino médio em reformas: trabalho, políticas,
cotidiano, de Jean Mac Cole Tavares Santos, Elione Maria Nogueira Diógenes e Rosemeire
Reis (2012). A leitura crítica desta obra resultou em um esforço de síntese que tem sua
materialização neste texto. As preocupações, os objetos e as perspectivas dos autores se
encontram em constante diálogo ao longo do livro e é exatamente este diálogo o responsável
pelo enfrentamento de questões caras às históricas problemáticas em torno do ensino médio
brasileiro em suas interfaces com as políticas públicas.
PALAVRAS-CHAVE
: Ensino médio. Livro. Síntese.
RESUMEN
:
Este texto reseña el libro Ensino médio em reformas: trabalho, políticas,
cotidiano, de Jean Mac Cole Tavares Santos, Elione Maria Nogueira Diógenes y Rosemeire
Reis (2012). La lectura crítica de esta obra dio lugar a un esfuerzo de síntesis que tiene su
materialización en este texto. Las preocupaciones, los objetos y las perspectivas de los autores
están en constante diálogo a lo largo del libro y es justamente este diálogo el que se encarga
de abordar temas caros a la problemática histórica en torno a la escuela secundaria brasileña
en sus interfaces con las políticas públicas.
PALABRAS CLAVE
:
Escuela secundaria. Libro. Síntesis.
ABSTRACT
: Review whether, in this text, the book "High school reforms in: work, politics,
quotidian" by Jean Mac Cole Tavares Santos, Maria Nogueira Elione Rosemeire Diogenes and
Reis (2012). The critical reading of this work resulted in a synthesis effort that has its
materialization in this text. Concerns, objects and prospects of the authors are in constant
dialogue throughout the book and the dialogue is exactly the responsibility for coping with
issues dear to the issues surrounding the historical Brazilian high school in their interface with
public policy.
KEYWORDS
: High School. Book. Synthesis.
A problemática em torno da identidade da escola secundária brasileira pode ser pensada
a partir de um dado ligado às muitas reformas que este nível da atual educação básica sofreu
entre a segunda metade do século XVIII e a última década do século XX: foram 21 distintas
reformas (ANDRADE, 2012). O que este caráter reformista revela dos projetos em disputa para
a escolarização dos jovens brasileiros? Que ensino médio o Brasil possui hoje? Quais as suas
finalidades? Quais as suas relações com o ensino superior e com o mundo do trabalho? Estas
são questões que emergem quando nos propomos refletir sobre a educação em uma sociedade
capitalista, e foi exatamente o que aconteceu no
I Seminário Nacional do Ensino Médio
(SENACEM)
, realizado em Mossoró/RN, em 2011.
Este seminário reuniu estudantes, professores, gestores e pesquisadores de faculdades
de Educação e grupos de pesquisas do Rio Grande do Norte, Alagoas, Paraíba e Ceará,
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Resenha: Que ensino médio?
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021021, 2021. e-ISSN: 2237-258X
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preocupados em discutir as políticas governamentais do Ministério da Educação para o ensino
médio e a materialidade destas nas escolas brasileiras. Este evento acabou, entre outras coisas,
por estreitar os laços intelectuais entre Jean Mac Cole Tavares Santos, Elione Maria Nogueira
Diógenes e Rosemeire Reis
–
marco inicial na elaboração do livro aqui resenhado,
Ensino
médio em reformas: trabalho, políticas, cotidiano
.
Lançado um ano após o seminário em questão, esse livro condensa a soma dos esforços
dos autores para vislumbrar a realidade do ensino médio nacional, a partir das especificidades
das discussões de suas teses de doutorado.
Jean Mac Cole, doutor em Educação pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com
período sanduíche na Universidade de Valência, em 2007, defendeu a tese,
O ensino médio no
interior cearense sob os impactos da reforma: entre o discurso oficial do novo mundo do
trabalho e as apropriações/resistências pela escola (1995 2005),
disponível em (SANTOS,
2007).
Elione Diógenes, por sua vez, realizou seu doutorado em Políticas Públicas na
Universidade Federal do Maranhão (UFMA), tendo obtido o grau em 2010, com a tese,
Uma
avaliação política e do processo de implementação da reforma do ensino médio no Ceará
(DIÓGENES, 2010). E Rosemeire Reis, em 2006, concluiu seu doutorado em Educação na
Universidade de São Paulo (USP), com a tese,
Encontros e desencontros: a relação dos
jovens/alunos do ensino médio com os saberes escolares
(REIS, 2006)
1
.
Os diferentes olhares sobre o ensino médio
–
consolidados por estas três investigações
de doutorado
–
certamente, constituem o elemento mais rico da obra. A demarcação do debate
que o livro suscita fica evidente já na introdução, pois os autores fazem questão de apontar o
viés pelo qual observam as políticas reformistas para o ensino médio: a partir do caráter cada
vez mais adaptativo aos interesses do capital transnacional. Desse modo, podemos compreender
melhor a própria dinâmica do texto, que promove relações diretas entre as categorias
condensadas em seu subtítulo “trabalho, políticas e cotidiano” –
necessariamente nesta ordem.
São estas categorias que conferem movimento ao livro, uma vez que sintetizam as duas
partes que o compõem, a saber: 1) Centralidade do trabalho, crise do emprego e reestruturação
produtiva: elementos para entender as reformas educacionais; e 2) Reformas educacionais: do
novo ao integrado ensino médio.
A primeira parte do livro é marcada por uma abordagem teórica sobre o trabalho. Faz-
1
As informações referentes aos autores Santos, Diógenes e Reis foram extraídas dos currículos lattes dos autores.
Disponível em: http://lattes.cnpq.br/4363681764477044. Acesso em: 03 fev. 2022; Disponível em:
http://lattes.cnpq.br/2352567866641388; http://lattes.cnpq.br/3449113858899262. Acesso em: 03 fev. 2022.
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Camila Ferreira da SILVA
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021021, 2021. e-ISSN: 2237-258X
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se uso, neste caso, do materialismo histórico-dialético para enveredar pela discussão em torno
da centralidade do trabalho frente ao contexto da mundialização e de suas consequências para
a educação. Os autores travam um verdadeiro confronto entre as teses que advogam o fim do
trabalho e a concepção marxista desta categoria. São tomados, com especial atenção, os escritos
de Paul Lafargue (1999), Raoul Vaneigem (1967), André Gorz (1987) e Robert Kurz (1993),
em um exercício bastante interessante de aproximação e afastamento entre suas perspectivas.
Para os autores:
Há em comum, entre Lafargue, Vaneigem, Gorz e Kurz, a percepção de que o
trabalho domina a vida humana
–
como tortura, como sofrimento, como um
deus ou como um defunto
–
todos querem superá-lo ou já acreditam em sua
superação (SANTOS; DIÓGENES; REIS, 2012, p. 30).
Tal argumento, comum a tais postuladores do fim do trabalho, é tomado nesse livro ora
resenhado como ponto de partida para um contraponto empírico (que vai do senso comum à
ontologia do ser social), que busca mostrar o lugar do trabalho nas vidas das pessoas.
Nesse sentido,
[...] nas cabeças e nas bocas, o trabalho é, com efeito, parte intrínseca da vida
esmagadora da
maioria
das pessoas: como presença, como ausência-busca,
como torpor, como desejo, como fadiga, como ilusão
–
TRABALHO
–
lá está
ele! (SANTOS; DIÓGENES; REIS, 2012, p. 42).
E, ainda
Estendam-se os olhos para frente. Faça-se movimento contrário. Olhe-se para
os lados. Levante-se o olhar para o céu. Abaixe-se agora o mesmo olhar. O
que se vê? Cidades. Produtos. Mercadorias. Prédios. Mão humana em ato.
Corpo humano em exercício transformador. Mente humana a postos. Ação
humana. Reação humana. Atuação humana. Tudo é trabalho! (SANTOS;
DIÓGENES; REIS, 2012, p. 61).
Os autores afirmam que, mesmo as transformações tecnológicas, as novas formas de
trabalho, a flexibilização, os recentes papéis do Estado e todos os atuais sentidos e mudanças
no mundo do trabalho que temos acompanhado nas últimas décadas, não levam a atestar o fim
do trabalho. Isto seria somente uma impressão, nada mais. Uma falsa percepção, ou melhor,
mais um deslocamento das forças sociais.
Ao trazer esta discussão para um cenário mais amplo, a primeira parte do livro se dedica
a tratar de mais duas importantes questões, nomeadamente: a relação entre o Neoliberalismo, a
reestruturação produtiva e a crise do capitalismo no mundo e no Brasil; e as ligações entre o
trabalho e a educação profissional.
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Resenha: Que ensino médio?
Rev. Educação e Fronteiras,
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A implementação do projeto neoliberal ocorreu de formas distintas nos países centrais
e periféricos. Os autores do livro têm a preocupação de observar como este projeto passou a
ditar o programa a ser implementado no Brasil a partir dos anos 1990
–
mesmo que tardiamente,
em comparação com outras realidades capitalistas circunvizinhas.
Fica claro que esta discussão é responsável, no que tange ao conjunto do livro, por
explicar os sentidos que a relação trabalho-educação passa a receber na contemporaneidade,
sentidos estes impostos pela perspectiva neoliberal, orientados por uma implacável “[...] corrida
para a eficiência, para a qualidade total, para a produção enxuta e, em menor grau, para a
informatização e a robótica” (SANTOS; DIÓGENES; REIS, 2012, p. 57).
As pontas desta parte do livro são atadas justamente pelo desdobramento dos debates já
colocados no âmbito da educação, com especial atenção para a qualificação profissional. O
trabalho é percebido, pois, pelos autores do livro
–
de uma maneira bastante poética, arriscaria
dizer
–
como uma construção social, um verdadeiro
edifício histórico
.
E, a partir desta percepção, a forma-trabalho do capitalismo ganha destaque na crítica à
pedagogia fordista
–
bastante alimentada pelas contribuições de Antonio Gramsci (2001), com
o texto
Americanismo e Fordismo
. O caráter dual da escola fordista, como apontam os autores,
previa, de um lado, a preparação mecânica dos trabalhadores manuais e, de outro, a formação
dos trabalhadores intelectuais (SAVIANI, 2005; GIROUX, 1997; GÓMEZ, 2001). Qual é a
relação entre esta perspectiva educacional e a formação profissional no toyotismo? Pensando
nesta questão, os autores Santos, Diógenes e Reis (2012, p. 82)
esclarecem que “[...] este tipo
de escola não se esfacelou com as novas exigências pelo novo modo de organizar a produção
no capitalismo pós-
fordismo”.
O modelo japonês, portanto, apresenta um eufemismo discursivo
–
recheado de termos
como
flexibilização
,
polivalência
e
autonomia participativa
–
que conduz à adoção de políticas
de qualificação preocupadas com o modelo das habilidades e competências. A mercantilização
e a financeirização das relações econômicas e sociais têm como expressão, na educação, o
discurso hegemônico da empregabilidade, que condensa em si, a culpabilização individual dos
sujeitos desempregados e dos não-empregáveis.
Guardadas as devidas distinções entre a educação em cada um destes paradigmas
produtivos
–
fordismo e toyotismo
–
, os escritos do final desta parte do livro buscam demonstrar
a subordinação da formação profissional ao processo de acumulação do capital no cenário de
crise real do capitalismo.
Na segunda parte do livro, denominada
Reformas educacionais: do novo ao integrado
Ensino Médio
, ganham relevo os debates construídos em torno das reformas educacionais para
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Camila Ferreira da SILVA
Rev. Educação e Fronteiras,
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o ensino médio e a materialidade destas no cotidiano escolar. Os autores elegeram como ponto
inicial para a discussão em torno das reformas do ensino médio, o processo de inserção do
Brasil no sistema sociometabólico do capitalismo e suas consequências para a compreensão do
campo educacional. O pensamento hegemônico empresarial e “[...] o amoldamento
subordinado aos padrões de desenvolvimento econômico dos países avan
çados” (SANTOS;
DIÓGENES; REIS, 2012, p. 109), aparentemente antigos, ainda ditam as relações
“neocoloni
a
listas” entre a educação nacional e os receituários internacionais ditos
“multilaterais”. Tais relações nos possibilitam entender a racionalidade que s
ustenta a ação do
Estado no que tange à questão educacional, de modo geral, e ao ensino médio, de modo mais
específico.
A reforma do ensino médio é observada pelos autores a partir de vários aspectos e
sujeitos que contribuíram para sua concepção e execução, tais como: a participação dos
organismos internacionais; a influência do mercado e dos empresários (por meio do
Pensamento Nacional das Bases Empresariais
–
PNBE); o envolvimento do terceiro setor, bem
como dos sistemas de comunicação (redes de televisão e revistas impressas); além da
participação das associações de pesquisadores da educação, dos sindicatos representativos dos
próprios profissionais da área e, evidentemente, das três esferas de poder (legislativo, executivo
e judiciário) (SANTOS; DIÓGENES; REIS, 2012).
A análise realizada nesta parte do livro procura abranger desde as questões normativas
–
e para isto recorre aos documentos da própria reforma investigada, a exemplo do Parecer
CNE/CEB nº 15/98
2
, bem como a própria Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação de 1996
–
até o significado da reforma em questão. Jean Mac Cole, Elione
Diógenes e Rosemeire Reis lançam, pois, um olhar atento ao percurso histórico e social desta
reforma, ratificando a subordinação do ensino médio público brasileiro aos moldes do
capitalismo transnacional.
A relação entre a reforma e os ditames do capital ganha relevância nesta discussão por
meio de um debate que os autores assumem acerca das lutas de classes e de projetos societários
em torno deste objeto. As discrepâncias entre as promessas do discurso da reforma do ensino
médio e a realidade dos jovens nas nossas escolas públicas são problematizadas com base em
três argumentos principais, nomeadamente: a dualidade da escola brasileira; a naturalização do
hegemônico; e os próprios limites e impossibilidades de concretização desta reforma. Frente a
estes elementos, os autores fazem ainda a defesa de uma formação integral ou omnilateral, que
2
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/1998/pceb015_98.pdf. Acesso em: 03 fev. 2022.
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Resenha: Que ensino médio?
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021021, 2021. e-ISSN: 2237-258X
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seria capaz de romper com a própria sociedade capitalista.
Por fim, com um tópico intitulado “Dimensões da experiência escolar para jovens/
alunos do ensino médio”, percebe
-se a necessidade destes pesquisadores de compreender os
olhares dos próprios jovens sobre a instituição escolar após esta reforma do ensino médio.
Alguns dados da tese de doutorado de Rosemeire Reis são trazidos nesta parte do livro para
ilustrar a discussão em torno das representações dos jovens sobre os elementos que circundam
seus cotidianos na escola
–
percebe-se, claramente, a tentativa de apreender os modos como os
jovens se relacionam com outros sujeitos, com a própria escola e com o saber.
Esta última discussão do livro contempla um debate em torno da democratização do
ensino médio no Brasil e da consequente entrada de “novos alunos” na escola, seguido de
problematizações acerca da própria identidade do ensino médio com relação ao projeto
educacional e de sociedade que esta etapa concretiza: qual o papel do ensino médio, afinal? As
contradições sociais ganham, então, novo reforço frente à democratização já citada.
Os jovens de camadas populares adentram o nível médio de ensino e, em suas falas,
trazem consigo as esperanças de famílias inteiras: são pais, mães, irmãos e demais parentes
esforçando-se, o quanto podem, para proporcionar
uma “moratória breve” a estes jovens, a fim
de retardar ao máximo a sua entrada no mundo precarizado do trabalho que lhes aguarda. Neste
sentido, “[...] a experiência escolar no ensino médio para esses jovens é rica em desafios de
sociabilidade, em encontros significativos com modos diferentes de se relacionar com as
pessoas” (SANTOS; DIÓGENES; REIS, 2012, p. 197).
A parceria intelectual expressa nesses escritos do livro é um exercício bastante
interessante: trata-se de uma soma de leituras; de uma retomada de trabalhos originais (as teses)
frente às novas questões que se colocam a cada dia para os objetos de cada um dos autores; e
ainda de um cruzamento de perspectivas que acabou por conferir movimento a estes trabalhos,
em uma busca por coerência para olhar o ensino médio, desde a concepção que o rege até o seu
cotidiano nas escolas públicas brasileiras.
Observemos aqui as palavras de Francisco Ari de Andrade (2012, p. 9), ao prefaciar o
livro:
A presente leitura tende a incomodar alguns, porque não é passiva. É latente.
Querem os autores, não apenas chamar a atenção sobre as incongruências das
políticas educacionais e dos programas voltados para a educação média, na
segunda metade do século XX e início do século XXI, mas estimular um
debate nacional pautado na intenção de traçar a identidade da escola
secundária brasileira, frente aos nichos da sociedade de mercado que aquecem
euforias de segmentos dominantes. Estimula uma reflexão crítica não sobre o
que foi feito, mas, principalmente, sobre o que foi deixado de ser feito e como
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deve ser feito para preencher lacunas no sistema nacional de ensino.
Como leitora, posso afirmar, por fim, que este é um daqueles livros nos quais tudo se
grifa: as informações históricas; as análises densas e críticas; as notas de rodapé, sempre
repletas de indicações de outros trabalhos importantes; e os próprios posicionamentos dos
autores frente aos contextos sobre os quais se debruçaram.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, F. A. Prefácio. In: SANTOS, J. M. C. T.; DIÓGENES, E. M. N.; REIS, R.
Ensino médio em reformas
: Trabalho, políticas, cotidiano. 1. ed. Curitiba, PR: CRV, 2012.
p. 7-10.
DIÓGENES, E. M. N. U
ma avaliação política e do processo de implementação da
reforma do Ensino Médio no Ceará
. 2010. Tese (Doutorado em Educação)
–
Universidade
Federal do Maranhão, São Luís, 2010.
GIROUX, H. A.
Os professores como intelectuais
: Rumo a uma pedagogia crítica da
aprendizagem. Porto Alegre: ARTMED, 1997.
GÓMEZ, A. P.
A cultura escolar na sociedade neoliberal
. Porto Alegre: ARTMED, 2001.
GORZ, A.
Adeus ao proletariado
: Para além do socialismo. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 1987.
GRAMSCI, A.
Cadernos do cárcere
. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
KURZ, R.
O colapso da modernização
: Da derrocada do socialismo de caserna à crise da
economia mundial. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.
LAFARGUE, P.
O direito à preguiça
. São Paulo: Hucitec, 1999.
REIS, R.
Encontros e desencontros
: A relação dos jovens/alunos do ensino médio com os
saberes escolares. 2006. Tese (Doutorado em Educação)
–
Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2006.
SANTOS, J. M. C. T.
O ensino médio no interior cearense sob os impactos da reforma
:
Entre o discurso oficial do novo mundo do trabalho e as apropriações/resistências pela escola
(1995-2005). 2007. Tese (Doutorado em Educação)
–
Universidade Federal da Paraíba, João
Pessoa, 2007.
SANTOS, J. M. C. T.; DIÓGENES, E. M. N.; REIS, R.
Ensino médio em reformas
:
Trabalho, políticas, cotidiano. 1. ed. Curitiba, PR: CRV, 2012.
SAVIANI, D. Educação socialista, pedagogia histórico-crítica e os desafios da sociedade de
classes.
In
: LOMBARDI, J. C.; SAVIANI, D. (org.).
Marxismo e Educação
: Debates
contemporâneos. Campinas, SP: Autores Associados, 2005.
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Resenha: Que ensino médio?
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021021, 2021. e-ISSN: 2237-258X
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VANEIGEM, R.
A decadência do trabalho
. 1967. (mimeografado).
Sobre a autora
Camila Ferreira da SILVA
Professora Adjunta da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
Processamento e edição: Editora Ibero-Americana de Educação.
Correção, formatação, normalização e tradução.
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REVIEW: WHICH HIGH SCHOOL?
RESENHA: QUE ENSINO MÉDIO?
REVISIÓN: ¿QUÉ ESCUELA SECUNDARIA?
Camila Ferreira da SILVA
Federal University of Amazonas
E-mail: ferreira.camilasilva@gmail.com
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SILVA, C. F. da. Review: Which high school?
Revista Educação e Fronteiras
, Dourados, v.
11, n. esp. 1, e021021, 2021. e-ISSN: 2237-258X. DOI:
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ABSTRACT
: Review whether, in this text, the book "High school reforms in: work, politics,
quotidian" by Jean Mac Cole Tavares Santos, Maria Nogueira Elione Rosemeire Diogenes and
Reis (2012). The critical reading of this work resulted in a synthesis effort that has its
materialization in this text. Concerns, objects and prospects of the authors are in constant
dialogue throughout the book and the dialogue is exactly the responsibility for coping with
issues dear to the issues surrounding the historical Brazilian high school in their interface with
public policy.
KEYWORDS
: High School. Book. Synthesis.
RESUMO
: Resenha-se neste texto o livro Ensino médio em reformas: trabalho, políticas,
cotidiano, de Jean Mac Cole Tavares Santos, Elione Maria Nogueira Diógenes e Rosemeire
Reis (2012). A leitura crítica desta obra resultou em um esforço de síntese que tem sua
materialização neste texto. As preocupações, os objetos e as perspectivas dos autores se
encontram em constante diálogo ao longo do livro e é exatamente este diálogo o responsável
pelo enfrentamento de questões caras às históricas problemáticas em torno do ensino médio
brasileiro em suas interfaces com as políticas públicas.
PALAVRAS-CHAVE
: Ensino médio. Livro. Síntese.
RESUMEN
:
Este texto reseña el libro Ensino médio em reformas: trabalho, políticas,
cotidiano, de Jean Mac Cole Tavares Santos, Elione Maria Nogueira Diógenes y Rosemeire
Reis (2012). La lectura crítica de esta obra dio lugar a un esfuerzo de síntesis que tiene su
materialización en este texto. Las preocupaciones, los objetos y las perspectivas de los autores
están en constante diálogo a lo largo del libro y es justamente este diálogo el que se encarga
de abordar temas caros a la problemática histórica en torno a la escuela secundaria brasileña
en sus interfaces con las políticas públicas.
PALABRAS CLAVE
:
Escuela secundaria. Libro. Síntesis.
The problem surrounding the identity of the Brazilian secondary school can be thought
of from a data linked to the many reforms that this level of current basic education suffered
between the second half of the eighteenth century and the last decade of the twentieth century:
there were 21 different reforms (ANDRADE, 2012). What does this reformist character reveal
of the projects in dispute for the schooling of young Brazilians? What high school does Brazil
have today? What are its purposes? What are your relationships with higher education and the
world of work? These are issues that emerge when we propose to reflect on education in a
capitalist society, and this is exactly what happened at the
1st National High School Seminar
(SENACEM),
held in Mossoró/RN, in 2011.
This seminar brought together students, teachers, managers and researchers from
education colleges and research groups from Rio Grande do Norte, Alagoas, Paraíba and Ceará,
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Resenha: Que ensino médio?
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021021, 2021. e-ISSN: 2237-258X
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concerned with discussing the government policies of the Ministry of Education for high school
and the materiality of these in Brazilian schools. This event ended, among other things, by
strengthening the intellectual ties between Jean Mac Cole Tavares Santos, Elione Maria
Nogueira Diogenes and Rosemeire Reis
–
initial milestone in the preparation of the book
reviewed here,
High School in reforms: work, policies, daily life
.
Launched a year after the seminar in question, this book condenses the sum of the
authors' efforts to glimpse the reality of national high school, from the specificities of the
discussions of their doctoral theses.
Jean Mac Cole, PhD in Education from the Federal University of Paraíba (UFPB), with
sandwich period at the University of Valencia, in 2007, defended the thesis
, High school in the
interior of Ceará under the impacts of the reform: between the official discourse of the new
world of work and the appropriations/resistances by the school (1995 to 2005),
available in
(SANTOS, 2007).
Elione Diogenes, in turn, held his Doctorate in Public Policy at the Federal University
of Maranhão (UFMA), having obtained the degree in 2010, with the thesis, A
political
evaluation and the process of implementation of the reform of high school in Ceará
(DIOGENES, 2010). And Rosemeire Reis, in 2006, completed her Doctorate in Education at
the University of São Paulo (USP), with the thesis,
Meetings and mismatches: the relationship
of young/high school students with school knowledge
(REIS, 2006)
1
.
The different views on high school
–
consolidated by these three doctoral investigations
–
are certainly the richest element of the work. The demarcation of the debate that the book
raises is evident already in the introduction, because the authors make a point of pointing out
the bias by which they observe reformist policies for high school: from the increasingly adaptive
character to the interests of transnational capital. Thus, we can better understand the very
dynamics of the text, which promotes direct relations between the categories condensed in its
subtitle "work, policies and daily life"
–
necessarily in this order.
It is these categories that give movement to the book, since they summarize the two
parts that compose it, that is: 1) Centrality of work, employment crisis and productive
restructuring: elements to understand educational reforms; and 2) Educational reforms: from
the new to the integrated high school.
The first part of the book is marked by a theoretical approach to work. In this case,
1
The information regarding the authors Santos, Diogenes and Reis was extracted from the authors' lattes curricula.
Available in: http://lattes.cnpq.br/4363681764477044. Access: 03 Feb. 2022; Available in:
http://lattes.cnpq.br/2352567866641388; http://lattes.cnpq.br/3449113858899262. Access: 03 Feb. 2022.
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Camila Ferreira da SILVA
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021021, 2021. e-ISSN: 2237-258X
DOI:
https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16519
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historical-dialectical materialism is used to discuss the centrality of work in the context of
globalization and its consequences for education. The authors have a real confrontation between
the theses that advocate the end of work and the Marxist conception of this category. With
special attention, the writings of Paul Lafargue (1999), Raoul Vaneigem (1967), André Gorz
(1987) and Robert Kurz (1993) are taken, in a very interesting exercise of approximation and
distance between their perspectives. For authors:
There is in common, between Lafargue, Vaneigem, Gorz and Kurz, the
perception that work dominates human life
–
such as torture, as suffering, as
a god or as a deceased
–
all want to overcome it or already believe in its
overcoming (SANTOS; DIOGENES; REIS, 2012, p. 30, our translation).
This argument, common to such postulators of the end of work, is taken in this book
now reviewed as a starting point for an empirical counterpoint (which goes from common sense
to the ontology of the social being), which seeks to show the place of work in people's lives.
In this sense,
[...] in the heads and mouths, the work is, in fact, an intrinsic part of the
overwhelming life of most people: as presence, as absence-seek, as torpor, as
desire, as fatigue, as illusion - WORK - there it is! (SANTOS; DIOGENES;
REIS, 2012, p. 42, our translation).
And yet
Extend your eyes forward. Make yourself contrary movement. Look at each
other. Stand up and look up at the sky. Lower yourself now the same look.
What do you see? Cities. Goods. Wares. Buildings. Human hand in action.
Human body in transforming exercise. Human mind ready. Human action.
Human reaction. Human performance. Everything is work! (SANTOS;
DIOGENES; REIS, 2012, p. 61, our translation).
The authors affirm that, even technological transformations, new forms of work,
flexibilization, recent roles of the State and all the current meanings and changes in the world
of work that we have followed in recent decades, do not lead to the end of work. This would
just be an impression, nothing more. A false perception, or rather, another shift of social forces.
In bringing this discussion to a broader scenario, the first part of the book is dedicated
to dealing with two more important issues, namely: the relationship between Neoliberalism,
productive restructuring and the crisis of capitalism in the world and in Brazil; and the links
between work and vocational education.
The implementation of the neoliberal project occurred in different ways in the central
and peripheral countries. The authors of the book are concerned to observe how this project
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Resenha: Que ensino médio?
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021021, 2021. e-ISSN: 2237-258X
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began to dictate the program to be implemented in Brazil from the 1990s
–
even if late,
compared to other surrounding capitalist realities.
It is clear that this discussion is responsible, with regard to the whole of the book, for
explaining the meanings that the work-education relationship begins to receive in
contemporaneity, felt these imposed by the neoliberal perspective, guided by a relentless "[...]
race for efficiency, for total quality, for lean production and, to a lesser extent, for
computerization and robotics" (SANTOS; DIOGENES; REIS, 2012, p. 57, our translation).
The tips of this part of the book are tied precisely by the unfolding of the debates already
placed in the field of education, with special attention to professional qualification. The work
is perceived, therefore, by the authors of the book
–
in a very poetic way, I would venture to
say
–
as a social construction, a true
historical building
.
And, from this perception, the work form of capitalism gains prominence in the criticism
of Fordist pedagogy
–
greatly fueled by the contributions of Antonio Gramsci (2001), with the
text Americanism and Fordism
. The dual character of the Fordist school, as the authors point
out, predicted, on the one hand, the mechanical preparation of manual workers and, on the other,
the training of intellectual workers (SAVIANI, 2005; GIROUX, 1997; GÓMEZ, 2001). What
is the relationship between this educational perspective and professional training in Toyotism?
Thinking about this issue, the authors Santos, Diogenes and Reis (2012, p. 82, our translation)
clarify that "[...] this type of school did not face the new demands for the new way of organizing
production in post-Fordism capitalism".
The Japanese model, therefore, presents a discursive euphemism
–
filled with
terms such
as flexibility
,
versatility
and
participatory autonomy
–
that leads to the adoption of qualification
policies concerned with the model of skills and competences. The commodification and
financialization of economic and social relations have as expression, in education, the
hegemonic discourse of employability, which condenses in itself, the individual culpability of
unemployed and non-employable subjects.
Keeping the appropriate distinctions between education in each of these productive
paradigms
–
Fordism and Toyotism
–
the writings of the end of this part of the book seek to
demonstrate the subordination of professional training to the process of accumulation of capital
in the scenario of real crisis of capitalism.
In the second part of the book, called
Educational Reforms: from the new to the
integrated High School
, the debates built around the educational reforms for high school and
the materiality of these in the school routine gain prominence. The authors elected as the starting
point for the discussion about high school reforms, the process of insertion of Brazil in the
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Camila Ferreira da SILVA
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021021, 2021. e-ISSN: 2237-258X
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sociometabolic system of capitalism and its consequences for understanding the educational
field. Corporate hegemonic thinking and "[...] the molding subordinated to the economic
development standards of the advanced countries" (SANTOS; DIOGENES; REIS, 2012, p.
109, our translation), apparently old, still dictate the "neocolonialists" relations between
national education and the so-called "multilateral" international prescriptions. Such
relationships enable us to understand the rationality that sustains the state's action with regard
to the educational issue, in general, and to high school, in a more specific way.
The reform of high school is observed by the authors from various aspects and subjects
that contributed to its conception and execution, such as: the participation of international
organizations; the influence of the market and entrepreneurs (through the National Business
Bases Thinking - PNBE); the involvement of the third sector, as well as communication systems
(television networks and print magazines); in addition to the participation of associations of
education researchers, trade unions representing the professionals themselves in the area and,
of course, the three spheres of power (legislative, executive and judicial) (SANTOS;
DIOGENES; REIS, 2012).
The analysis carried out in this part of the book seeks to cover from the normative issues
–
and for this it uses the documents of the reform itself investigated, such as CNE/CEB Opinion
No. 15/98, as well as the Federal Constitution of 1988 and the Law of Guidelines and Bases of
Education of 1996
–
to the meaning of the reform in question. Jean Mac Cole, Elione Diogenes
and Rosemeire Reis therefore take a close look at the historical and social path of this reform,
ratifying the subordination of Brazilian public high school to the mold of transnational
capitalism.
2
The relationship between reform and the dictates of capital gains relevance in this
discussion through a debate that the authors assume about the struggles of classes and societal
projects around this object. The discrepancies between the promises of the high school reform
discourse and the reality of young people in our public schools are problematized based on three
main arguments, namely: the duality of the Brazilian school; the naturalization of the
hegemonic; and the limits and impossibilities of achieving this reform. In view of these
elements, the authors also defend an integral or omnilateral formation, which would be able to
break with the capitalist society itself.
Finally, with a topic entitled "Dimensions of school experience for young people/high
school students", we perceive the need of these researchers to understand the views of the young
2
Available in: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/1998/pceb015_98.pdf. Access: 03 Feb. 2022.
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Resenha: Que ensino médio?
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021021, 2021. e-ISSN: 2237-258X
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people themselves about the school institution after this high school reform. Some data from
Rosemeire Reis's doctoral thesis are brought in this part of the book to illustrate the discussion
around the representations of young people about the elements that surround their daily lives at
school
–
one clearly perceives the attempt to apprehend the ways in which young people relate
to other subjects, with their own school and with knowledge.
This last discussion of the book contemplates a debate about the democratization of high
school in Brazil and the consequent entry of "new students" in school, followed by
problematizations about the very identity of high school in relation to the educational and
society project that this stage concretizes: what is the role of high school, after all? Social
contradictions then gain new reinforcement in the face of the democratization already
mentioned.
Young people from the youth classes enter the secondary level of education and, in their
speeches, bring with them the hopes of entire families: they are fathers, mothers, brothers and
other relatives striving, as much as they can, to provide a "brief moratorium" to these young
people, in order to delay their entry into the precarious world of the work that awaits them as
much as possible. In this sense, "[...] the school experience in high school for these young
people is rich in challenges of sociability, in significant encounters with different ways of
relating to people" (SANTOS; DIÓGENES; REIS, 2012, p. 197, our translation).
The intellectual partnership expressed in these writings of the book is a very interesting
exercise: it is a sum of readings; of a resumption of original works (theses) in the face of new
questions that arise each day for the objects of each of the authors; and also, a cross of
perspectives that eventually gave movement to these works, in a search for coherence to look
at high school, from the conception that governs it to its daily life in Brazilian public schools.
Let us observe here the words of Francisco Ari de Andrade (2012, p. 9, our translation),
in the preface the book:
This reading tends to bother some, because it is not passive. It's latent. They
want the authors not only to draw attention to the incongruities of educational
policies and programs focused on middle education in the second half of the
20th century and the beginning of the 21st century, but to stimulate a national
debate based on the intention of tracing the identity of the Brazilian secondary
school, in view of the niches of market society that heat euphoria of dominant
segments. It stimulates a critical reflection not on what has been done, but
mainly about what has been left to be done and how it should be done to fill
gaps in the national education system.
As a reader, I can finally say that this is one of those books in which everything is griffin:
historical information; dense and critical analyses; footnotes, always full of indications of other
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Camila Ferreira da SILVA
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021021, 2021. e-ISSN: 2237-258X
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important works; and the authors' own positions in relation to the contexts they looked at.
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ANDRADE, F. A. Prefácio. In: SANTOS, J. M. C. T.; DIÓGENES, E. M. N.; REIS, R.
Ensino médio em reformas
: Trabalho, políticas, cotidiano. 1. ed. Curitiba, PR: CRV, 2012.
p. 7-10.
DIÓGENES, E. M. N. U
ma avaliação política e do processo de implementação da
reforma do Ensino Médio no Ceará
. 2010. Tese (Doutorado em Educação)
–
Universidade
Federal do Maranhão, São Luís, 2010.
GIROUX, H. A.
Os professores como intelectuais
: Rumo a uma pedagogia crítica da
aprendizagem. Porto Alegre: ARTMED, 1997.
GÓMEZ, A. P.
A cultura escolar na sociedade neoliberal
. Porto Alegre: ARTMED, 2001.
GORZ, A.
Adeus ao proletariado
: Para além do socialismo. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 1987.
GRAMSCI, A.
Cadernos do cárcere
. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
KURZ, R.
O colapso da modernização
: Da derrocada do socialismo de caserna à crise da
economia mundial. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.
LAFARGUE, P.
O direito à preguiça
. São Paulo: Hucitec, 1999.
REIS, R.
Encontros e desencontros
: A relação dos jovens/alunos do ensino médio com os
saberes escolares. 2006. Tese (Doutorado em Educação)
–
Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2006.
SANTOS, J. M. C. T.
O ensino médio no interior cearense sob os impactos da reforma
:
Entre o discurso oficial do novo mundo do trabalho e as apropriações/resistências pela escola
(1995-2005). 2007. Tese (Doutorado em Educação)
–
Universidade Federal da Paraíba, João
Pessoa, 2007.
SANTOS, J. M. C. T.; DIÓGENES, E. M. N.; REIS, R.
Ensino médio em reformas
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SAVIANI, D. Educação socialista, pedagogia histórico-crítica e os desafios da sociedade de
classes.
In
: LOMBARDI, J. C.; SAVIANI, D. (org.).
Marxismo e Educação
: Debates
contemporâneos. Campinas, SP: Autores Associados, 2005.
VANEIGEM, R.
A decadência do trabalho
. 1967. (mimeografado).
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Resenha: Que ensino médio?
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021021, 2021. e-ISSN: 2237-258X
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About the author
Camila Ferreira da SILVA
Adjunt Professor at the Federal University of Amazonas (UFAM).
Processing and publishing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Review, formatting, standardization and translation