image/svg+xmlRev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 1| 1FORMAÇÃO DO GESTOR ESCOLAR EM PERNAMBUCO LA FORMACIÓN DEL DIRECTOR DE ESCUELA EM PERNAMBUCOTHE TRAINING OF THE SCHOOL MANAGER IN PERNAMBUCO Luiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Universidade de Pernambuco e-mail: luiz.rodrigues@upe.br Como referenciar este artigo RODRIGUES, L. A. R. Formação do gestor escolar em Pernambuco.Revista Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X. DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508 Submetido em: 10/06/2021 Revisões requeridas em: 06/08/2021 Aprovado em: 09/09/2021Publicado em: 30/10/2021
image/svg+xmlLuiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 2| 2RESUMO:O objetivo deste artigo é analisar as concepções de gestão escolar presentes nos processos de formação de diretores, com recorte para o Programa de Formação de Gestores de Pernambuco - PROGEPE, desenvolvido no período de 2012 a 2019. Utilizou-se como metodologia a teoria de análise de política fundamentada em Muller & Surel e a análise de discurso de Norman Fairclogh, no sentido de identificar e analisar elementos da política de gestão da educação e como essa influenciou a constituição do processo de formação dos gestores na Rede Estadual. Retoma-se os embates em torno do conceito de gestão escolar democrática e as recentes correntes do gerencialismo de resultado na educação. Em Pernambuco, neste período, foi observado um processo político de disputa em torno da gestão democrática e, apoiado pelo PROGEPE um avanço significativo de ideias gerenciais para a gestão educacional. PALAVRAS-CHAVE: Política Educacional. Gestão democrática. Gerencialismo na educação. RESUMEN:El objetivo de este artículo es analizar las concepciones de gestión escolar presentes en los procesos de formación de directores, con un enfoque en el Programa de Formación de Directivos de Pernambuco - PROGEPE, desarrollado de 2012 a 2019. Se utilizó como metodología la teoría del análisis. basado en el análisis del discurso de Muller & Surel y Norman Fairclogh, en el sentido de identificar y analizar elementos de la política de gestión educativa y cómo esta influyó en la constitución del proceso de formación de directivos en la Red Estatal. Se retoman los debates en torno al concepto de gestión escolar democrática y las corrientes recientes de gestión de resultados en educación. En Pernambuco, durante este período, se observó un proceso político de disputa por la gestión democrática y, apoyado por PROGEPE, un avance significativo en las ideas gerenciales para la gestión educativa. PALABRAS CLAVE:Política Educativa. Gestión democrática. Gestión en educación. ABSTRACT:The purpose of this article is to analyze the concepts of school management present in the training processes of principals, with a focus on the Program for the Training of Managers of Pernambuco, developed in the period from 2012 to 2019. The policy analysis theory was used as methodology based on Muller & Surel and the speech analysis of Norman Fairclogh, in order to identify and analyze elements of the education management policy and how it influenced the constitution of the process of training managers. The clashes around the concept of democratic school management and the recent currents of result managerialism in education are resumed.In Pernambuco, a political process of dispute was observed around democratic management and, supported by PROGEPE, a significant advance in managerial ideas for educational management. KEYWORDS: Educational Policy. Democratic management. Managerialism in education.
image/svg+xmlFormação do gestor escolar em Pernambuco Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 3| 3Introdução A ideia de gestão pública no Brasil tem passado por significativa ressignificação, impulsionada por medidas decorrentes da reforma administrativa do Estado, originadas em meados da década de 1990, que tem defendido um caminho para tornar o Estado eficiente, produtivo, inserido no contexto internacional. Fundado em conceitos neoliberais de descentralização, sustentada por uma suposta estratégia de autonomia e de participação da sociedade civil, essas ideias ganham força em algumas áreas estratégicas da gestão pública, com foco na responsabilização de gestores pela eficácia e pela eficiência das instituições. Tal política começou a afetar fortemente as instituições públicas educacionais, a partir da segunda metade da década de 1990, quando iniciaram processos de gestão nos moldes das organizações privadas, e desse modo colocadas, em um mesmo plano, empresas de natureza privada e as organizações sociais (LORDÊLO, 2001). Dessa forma, se materializa o sentido da descentralização, um processo de submissão travestida de ‘confiança’, designada por poderes de decisão a órgãos diferentes do poder central que, por vezes, foram eleitos democraticamente e que, portanto, não estão submetidos ao dever de obediência hierárquica (LORDÊLO, 2001). Na área da gestão da educacional, essas medidas focam a gestão, com ênfase na responsabilização da escola pela garantia de condições para operacionalizar a aprendizagem e a redução de influência de fatores externos, (leia-se sindicatos, professores e burocratas do governo), no processo de decisão local. Políticas nesse sentido têm sido veiculadas através de ações financiadas pelo MEC, por meio do FUNDESCOLA, tais como o Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE. Um bom exemplo desta política é o Plano de Desenvolvimento da Escola - PDE Escola, que passou a ser implementado, a partir de 1995, nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com objetivo de fomentar a realização de planejamento estratégico, controlar a gestão financeira e aumentar o controle sobre processos e resultados dos índices de aprendizagem. Essas ações fomentaram uma mudança progressiva na concepção das escolas em todo o país, que começou a ser observada por pesquisadores da área. Nesta perspectiva, deve-se considerar o trabalho de Fonseca, Toschi e Oliveira (2004), que identificaram uma forte presença da cultura gerencial empresarial, nos fundamentos e ações resultantes das políticas de gestão educacionais no Brasil. Em Pernambuco, esta política foi iniciada no decorrer do governo Jarbas Vasconcelos (2003-2006), continuada nos anos seguintes com Eduardo Campos (2007 – 2013)1tendo a partir 1Programa mantido no governo Paulo Câmara (2014 - 2020 ...).
image/svg+xmlLuiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 4| 4daí seu maior e decisivo desenvolvimento, com o Programa de Modernização da Gestão Pública - PMGP, lançado em 2007. O PMGP inclui algumas áreas da gestão pública estadual, entre elas a de segurança, vindo na sequência a inclusão da área da educação, que ganha um programa próprio, o Programa de Modernização da Gestão Pública na Educação, (PMGPE)2. Este programa foi inspirado no Movimento Brasil Competitivo e no Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG). Na ótica da gestão por resultados, utiliza-se da metodologia de gestão estratégica, baseada em diagnóstico, em planejamento e na responsabilização das pessoas pelos resultados na aprendizagem dos estudantes. A política em questão buscou mobilizar a gestão da escola em torno da melhoria dos indicadores de qualidade educacional, utilizando-se de estratégicas de pactuação de metas entre a SEPE e a unidade escolar.3Por meio de sofisticado sistema de avaliação, o programa monitora os resultados do desempenho dos estudantes da rede estadual, a partir das avaliações obtidas no Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco - SAEPE e Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB, resultando em um indicador próprio de Pernambuco, o Índice de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco - IDEPE. Entrou no rol dessa política o processo de formação e de seleção de gestores escolares. Nesse sentido o governo lançou o Programa de Formação de Gestores de Pernambuco - PROGEPE, através do Decreto 38.103 de 25 de abril de 2012 (PERNAMBUCO, 2012a). Nesse conjunto de elementos, o PROGEPE é instituído para responder necessidades gerenciais com vistas à gestão ao processo de melhoria dos indicadores da educação medida por avaliações em larga escala, particularmente o Ideb4.A formação dos gestores e técnicos a partir do PROGEPE se insere no plano macro da gestão estadual, guiado por objetivos estratégicos voltados para a construção do discurso em defesa da política de resultados, na medida em que ele “[...] se materializa como uma das muitas ações realizadas para promover os índices desejados”(MARANHÃO; MARQUES, 2019, p. 264). A formação proposta está voltada à construção de um perfil de gestores, mobilizados 2No período de 2007 a 2010, o governo de Pernambuco utilizou-se de estudos do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CEDES) o qual faz um diagnóstico de investimentos, apontando, como maiores restrições ao desenvolvimento, fatores como o crescimento da violência, os sinais de desagregação social e as limitações na escolaridade e na qualificação de recursos humanos. 3Estudo sobre o termo qualidade pode ser encontrado em (SILVA; CONRADO; LUZ, 2011), quando se discute este termo, tomando por base o exame de documentos definidores de políticas públicas no Brasil - com foco no campo educacional - segundo as décadas de 1980, 1990 e 2000.4O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado em 2007 e reúne, em um só indicador, os resultados de dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: o fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações. O Ideb é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e das médias de desempenho no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
image/svg+xmlFormação do gestor escolar em Pernambuco Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 5| 5para desenvolver e assegurar, nas escolas em Pernambuco, o alcance de resultados e de indicadores de avaliação, e nesse sentido ser estrategicamente o local de ‘produção’ de gestores comprometidos com a responsabilização de metas de ‘qualidade’ estabelecidas, foco da política de gestão por resultados. Atribui-se ao PROGEPE, nesse sentido, um conjunto de múltiplas finalidades, que perpassa, ações de diagnóstico, de formação e de avaliação, com vistas ao perfil gerencial, com o objetivo de “contribuir na formação de lideranças sistêmicas capazes de atuar no conjunto da escola, assegurando que cada estudante atinja seu potencial e cada escola se transforme em uma excelente escola” (PERNAMBUCO, 2012b, art. 4). Mas afinal, qual o discurso em torno da gestão da escola está sendo afirmado ou negado nesse processo de formação e seleção de diretores e técnicos? Na atualidade, o conceito de gestão escolar no Brasil tem assumido diferentes configurações. Na perspectiva democrática, sobretudo experienciado em diversas redes públicas de escolas, essencialmente caracterizado como um esforço coordenado e coletivo, como ideia de trabalho associativo realizado por pessoas autônomas, que analisam situações e tomam decisões sobre a escola, com base no querer coletivo. Nesse sentido, gestão democrática prescinde de condições básicas e só é efetivada “[...] quando se constitui como cultura na escola, que para além das regras, normativas e leis institui práticas e dá significado a elas. [...] dessa forma, a escola seria, simultaneamente, lócus de reprodução e lócus de produção de políticas, orientações e regras” (MARQUES, 2014, p. 466). Este conceito, porém, vem se confrontando com perspectivas gerenciais inseridas no âmbito escolar, por diferentes ações mediadas por políticas públicas de educação em diferentes perspectivas, ora de avaliação de resultados, ora de planejamento, financiamento, ou mesmo aquelas voltadas ao controle do cumprimento do currículo. No aspecto gerencial, observa-se nas últimas décadas, uma crescente onda de intervenção privada na política educacional no Brasil, numa relação cada vez mais tênue entre a gestão dos interesses públicos, representada tradicionalmente pelo estado e a gestão de interesses privados, representados por grupos empresariais financeiros, por meio de seus institutos ‘filantrópicos’. Procura-se justificar essa aproximação, em um suposto padrão de eficiência e de produtividade requeridos pelo mercado para a educação e em particular para as escolas. O objetivo deste artigo é analisar as concepções de gestão escolar presentes nos processos de formação de gestores em Pernambuco, com recorte para a o período de 2011 a 2019, em que foi desenvolvido a PROGEPE. Utilizou-se como metodologia a teoria de análise
image/svg+xmlLuiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 6| 6de política fundamentada em (MULLER; SUREL, 2002), de moda buscar a identificação de elementos da política de gestão da educação e como essa influenciou a constituição do processo de formação dos gestores. Tem-se presente que a política interfere, de algum modo, na definição da ‘ordem local’, diretamente na prática de indivíduos, grupos e das organizações. É justamente nesses níveis e a partir desses atores, que se constrói a ‘ordem local’, ou seja, a regulação dos conflitos e harmonização de interesses, “toda política [...] ultrapassa a visão estritamente jurídica que se poderia ter a respeito: uma política pública se constitui em uma ‘ordem local’ [...] (MULLER; SUREL, 2002, p. 20). Considerou-se três dimensões fundamentais para a compreensão da política: o discurso dos textos oficiais, as ressignificações que os sujeitos atribuem a política e, por fim, as mudanças na ordem local daí decorrentes. Interage com a teoria e análise de discurso em Norman Fairclough, que destaca o discurso como prática de poder numa dimensão macro, uma estratégia para a construção de um processo de hegemonia. Vê no processo de disputa pelo sentido da palavra e na relação entre elas e das relações entre os sentidos de uma palavra, formas de hegemonia, que combina a relevância social com os elementos textuais5. Nesta investigação foram analisados documentos oficiais da política em questão, incluídos os dois últimos planos estaduais de educação em Pernambuco e o documento legal que instituiu o Programa de Formação de Gestores de Pernambuco – PROGEPE, além dos textos de formação em suas duas edições. Ouvidos por meio de entrevistas, educadores, especialistas e gestores educacionais responsáveis por este Programa, para buscar explicação em torno do significado que vão atribuindo a política em análise. Gestão democrática ou gestão por resultados? A primeira edição do PROGEPE foi iniciada em 2012, ano em que o Brasil vivia um dos melhores momentos de sua economia, com investimentos os mais elevados de sua história na área de educação. Percebia-se alguns movimentos em todo o país na direção de avaliar o Plano Nacional de Educação - PNE (2000-2010) e a pensar metas para a nova década, etapa essa que foi desenvolvida com significativa participação da sociedade civil. O novo PNE seria aprovado em 2014, e configurava o ápice da política educacional no Brasil. O PROGEPE nesta edição foi planejado após o primeiro mandato do governo Eduardo Campos (2006-2009), período em que Pernambuco atravessava um ambiente de elevada 5Fairclough utiliza-se de conceitos de discurso em Foucault e intertextualidade de Bakhtin.
image/svg+xmlFormação do gestor escolar em Pernambuco Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 7| 7pujança econômica, apresentava índices de crescimento maiores do que a média nacional. Foi nesse contexto que o então governador Eduardo Campos construiu sua candidatura à presidência do País. A educação foi a grande vitrine, que na ocasião apresentava um crescimento diferenciado no Ideb e caminhava para ter o maior percentual nacional de escolas com tempo integral. A formação dos diretores de escolas foi estratégica neste plano, e desenvolveu-se em três distintas etapas: “Curso de Extensão de Aperfeiçoamento de 80h; Curso de Especialização e Curso de Mestrado Profissional” (Coordenadora geral do PRO- GEPE na UPE). Esta última etapa foi destinada a um número pequeno de gestores, definido por processos de seleção dos próprios programas, sendo atendidos em 10 anos, cerca de 150 (cento e cinquenta) professores, dentre os quais alguns poucos técnicos educacionais. Para a primeira etapa, o aperfeiçoamento, a oferta foi de um total de 11.235 vagas. Foram inscritos de fato 7.888 (sete mil e oitocentos e oitenta e oito) docentes. Concluíram o curso apenas 3.622. Deve-se considerar que o quadro de docentes na rede estadual, na ocasião era composta por 24 mil docentes. A grande procura inicial, destacou a coordenadora do Programa, “deveu-se possivelmente à possibilidade de gratificação para o gestor, reajustada naquele ano” (do PROGEPE). Por outro lado, havia interesse político de que o maior número de pessoas concordassem com os pressupostos do programa de gestão por resultados que estava em curso. Como se pode perceber, não se tratava de uma formação especializada, mas de algum modo, uma tentativa de adequar o discurso gerencial a um número cada vez maior de professores e técnicos da escola. Deve-se considerar que estava em jogo, não apenas a seleção de docentes para a gestão da escola, mas uma nova política de gestão por resultados, para a qual todos deveriam ser envolvidos. Nesse sentido, não houve separação entre docentes e técnicos, “a separação foi apenas para fins de controle da Secretaria para distribuição das vagas nas diferentes etapas do PROGEPE e para outras demandas institucionais” (Coordenadora geral do PROGEPE). Formalmente a SEE-PE instituiu o PROTEPE, voltado à formação dos técnicos, mas nas atividades de formação, estudavam juntos. No âmbito da especialização, a formação foi organizada em doze módulos, com temáticas e temas norteadores que refletiam as discussões em torno do discurso presente na política nacional de educação: Políticas públicas, Plano Nacional de Educação (Módulo I), Gestão democrática (Módulo III), órgãos colegiados (Módulo IV), Projeto Político Pedagógico (Módulo V).
image/svg+xmlLuiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 8| 8Um segundo bloco de estudos representaram a perspectiva da política da gestão por resultados implementada em Pernambuco, que estava em curso desde 2007, na área da educação: Valores Humanos, Cultura de Paz (Módulo II), Gestão Financeira (Módulo VI), Educação de Qualidade Social (Módulo VII), O impacto da Neurociência na sala de aula (Módulo VIII), Tecnologias a serviço da educação e gestão (Módulo IX), Competências e Gestão de Pessoas (Módulo X), Monitoramento e Avaliação dos Processos de Ensino e Aprendizagem (Módulo XI), Políticas de Responsabilização Educacional (Módulo XII). No quadro a seguir, a descrição das ementas desses módulos, para que seja possível compreender de que conceitos estavam de fato tratando cada área. Quadro 1 – Títulos dos módulos e temas norteadores do PROGEPE 2012 Título do móduloTemas norteadoresMódulo I Políticas Públicas Educacionais: Marcos Regulatórios Documentos internacionais, acordos e recomendações Plano Nacional de Educação Políticas Públicas Nacionais Políticas Públicas Educacionais para a Rede Estadual de Ensino de PernambucoMódulo II Gestão com foco na Educação em Valores Humanos, Cultura de Paz e Sustentabilidade Modelo de gestão em educaçãoIdentidade estratégica, sustentabilidade e educação em valores humanos Responsabilidades e impactos da gestão na aprendizagem e desenvolvimento dos estudantes O papel do gestor como liderançaMódulo III Gestão Democrática, Instrumentos de Gestão e Diálogos com a ComunidadeGestão democrática na escola pública -possibilidades e limites Gestão democrática e educação de qualidade social Instrumentos de gestão e participação da comunidade escolarMódulo IV Contribuição dos órgãos colegiados na melhoria da aprendizagem dos estudantesA importância do Conselho EscolarConselho de Classe Grêmio Estudantil Unidade Executora e demais órgãos no desenvolvimento social e pedagógico da escolaMódulo V Projeto Político PedagógicoProjeto Político Pedagógico da escola -conceitos básicos Projeto Político Pedagógico dialógico sistêmico Planejamento escolar e projeto pedagógicoMódulo VI Gestão Financeira Gestão financeira: como planejar, executar e prestar contas dos recursos recebidos pela escola, com vistas à melhoria dos indicadores educacionais. O controle social e a transparência de processos e informaçõesMódulo VII Educação de Qualidade Social Currículo do século XXIEstratégias de valorização do espaço escolar como produção do conhecimento e cultura Ações do governo do estado de Pernambuco para a implantação dos currículos e das diretrizes curriculares em nível localMódulo VIIIAprendizagem e cognição: as novas formas de conhecer
image/svg+xmlFormação do gestor escolar em Pernambuco Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 9| 9O impacto da Neurociência na sala de aula Os avanços e descobertas na área da neurociência ligados ao processo de aprendizagemMódulo IX Tecnologias a serviço da educação e gestão Tecnologias da informação e comunicação na educação e gestão escolar democrática: conceitos, instrumentalização e uso institucional Contribuição das tecnologias para a melhoria da qualidade de ensino Ética e tecnologias da informação e comunicação, como princípios da educação e gestão escolar democrática A tecnologia na educação como política pública em PernambucoMódulo XCompetências e Gestão de PessoasGestão por competênciasParâmetros de desempenho para o Diretor Escolar e DiretorAdjuntoMódulo XI Monitoramento e Avaliação dos Processos de Ensino e Aprendizagem Avaliação e Monitoramento da EducaçãoParticipação da comunidade escolar, com ênfase no conselho escolar como agente de disseminação dos resultados da avaliação A Avaliação em Larga Escala no Estado de Pernambuco e suas Implicações para Políticas EducacionaisMódulo XIIPolíticas de Responsabilização Educacional Políticas de Responsabilização Educacional: a modernização da gestão pública como condição para accountability Resultados em Pernambuco Experiências no Brasil O contexto internacionalFonte: Elaborado a partir do conteúdo de cada módulo Deve-se considerar que a primeira edição do PROGEPE, em 2012, foi realizada pela Secretaria de Educação em parceria com a Universidade de Pernambuco – UPE. A definição das temáticas de formação, na ocasião, foi fruto de entendimento entre professores da UPE e profissionais da Secretaria de Educação. A produção dos textos destinados ao estudo de cada temática foi realizada, por alguns profissionais docentes da UPE, sobretudo aqueles referentes à política nacional, e outros por técnicos da própria secretaria, os relativos a questões da política local e as temáticas relativas ao novo paradigma. A questão autoral foi distribuída com outras Instituições de Ensino Superior - IES, como afirmou a Coordenadora Geral do PROGEPE, [...] nas duas primeiras fases tivemos contribuições de professores de outras universidades, a exemplo da UFPB, UFPE e UPE. Também recebemos contribuições de pessoas especializadas em diferentes áreas, a exemplo do MEC. Existe um campo ao final de cada módulo sobre os autores (Coord. geral do PROGEPE). A pluralidade na construção dos textos para a formação, o envolvimento de três
image/svg+xmlLuiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 10| 10universidades, não significou que a Secretaria de Educação havia assumido uma concepção de gestão originada nas universidades. O controle sobre os conteúdos e as decisões em torno do processo foi intenso, conforme detalha a coordenadora geral do PROGEPE: De forma geral, posso citar uma das exigências foi a cedência autoral à SEE-PE do material construído por cada autor, na fase do PROGEPE; Outra exigência que as decisões deveriam ser compartilhadas entre UPE e SEE-PE e outra que os repasses de verbas estariam condicionados aos relatórios seguindo cronograma de execução (Coord. geral do PROGEPE). A concepção de gestão da escola assume, nesta edição do PROGEPE, diferentes significados, com discursos que se aproximam da gestão democrática, e com discursos afirmando o gerencialismo na educação. Apresenta-se ao longo dos módulos, um conjunto de ideias em torno de uma nova perspectiva para a gestão pública, de modo a enfatizar uma convicção nos docentes e técnicos, que uma escola assegura por meio da gestão, o caminho para obter os resultados desejados de aprendizagem. Assim sendo, o discurso não é uníssono, carrega várias contradições. No Módulo III, dedicado à gestão democrática, reafirma-se a natureza coletiva do poder, instituído na escola a partir de seus colegiados, na perspectiva da gestão democrática, em que a instituição educativa “[...] encontra no Conselho de Escola o centro das decisões, pois, além de ser um instrumento legal, que consta em lei e com normatizações, pode ser uma forma legítima de organização do coletivo da escola” (PERNAMBUCO, 2012b, p. 14). Ao mesmo tempo em que este mesmo texto, contrariamente, defende a supremacia da liderança da escola como determinante na consecução dos resultados. Encontram-se nos documentos propostos, a afirmação de que a gestão da escola é estratégica para a qualidade do trabalho escolar, e, nesse sentido, a função do gestor é ser o “[...] articulador dos diferentes segmentos com seus diversos interesses. Esse movimento coordenado pelo gestor deve refletir uma realização satisfatória das necessidades apresentadas” (PERNAMBUCO, 2012b, p. 15). Aos poucos desaparece a afirmação do poder coletivo, da função dos colegiados na gestão democrática, ao mesmo tempo em que se afirmam a responsabilização do diretor quanto à consecução dos resultados. O documento estabelece três desafios à gestão da escola, primeiro refere-se a procedimento para alcançar as metas de desempenho, o foco é colocado sobretudo nos artifícios, que diz respeito aos “[...] procedimentos [...] a adequação entre currículo e metas de desempenho escolar e a delimitação do papel da escola – em seus diferentes segmentos e anos – no trabalho de socialização educacional” (PERNAMBUCO, 2012b, p. 13).
image/svg+xmlFormação do gestor escolar em Pernambuco Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 11| 11O segundo desafio refere-se à responsabilização no cumprimento aos papéis, à necessidade de se articular as dimensões educacional e instrucional da escola, compreendendo bem suas diferenças e complementaridades, e os papéis desempenhados por cada um no cumprimento dessas atribuições (PERNAMBUCO, 2012b, p. 13). Desse modo, o discurso em torno da responsabilização recai sobre o gestor em relação ao cumprimento das condições e correção das lacunas observadas na avaliação externa. “[...] em cada ano e segmento escolar, e em cada contexto – precisam preencher para o desempenho de sua missão institucional. Assim também se torna possível calibrar os instrumentos de avaliação externa” (PERNAMBUCO, 2012b, p. 13). O terceiro desafio refere-se à redefinição do sentido da autonomia, sendo essa, limitada ao controle externo, uma responsabilidade atribuída ao gestor no sentido de uso da autoridade para equacionar o conflito. a escola terá que instaurar formas de autoridade que equacionem o potencial conflito existente entre a autonomia escolar e o controle externo a partir do vértice. Essa forma de autoridade compartilhada entre o vértice e a base teria que ser construída a partir de uma economia organizacional pautada pelas respostas aos desafios anteriores, e por mecanismos claros de controle e responsabilização (PERNAMBUCO, 2012b, p. 13). Para um módulo de estudo dedicado à gestão democrática, este termo passa distante. O módulo V é dedicado ao Projeto Político-Pedagógico e traz no seu bojo um discurso simbólico em favor da gestão democrática, fundamentada nos princípios da participação e da autonomia. Ressalta-se que o sentido da gestão democrática ultrapassa os planos burocráticos, implica efetivamente a participação da comunidade para a construção da identidade da escola. A gestão democrática participativa torna-se colaborativa na medida em que ultrapassa a mera elaboração de planos com fins de exigências burocráticas. A participação dos pais e comunidade ajuda a construir a identidade da escola e estabelecer o foco no desenvolvimento dos estudantes, em saberes necessários à sua humanização que é o eixo norteador da ação educativa (PERNAMBUCO, 2019a, p. 11). Explicita-se neste módulo o sentido central da educação básica, qual seja, o desenvolvimento dos estudantes, a sua humanização. Destaca ainda que a gestão democrática deve favorecer a ritos progressivos de participação, de significativo valor na construção da identidade do estudante, na construção do seu pertencimento e do seu crescimento na aprendizagem. [...] A gestão democrática para ser verdadeiramente democrática requer a
image/svg+xmlLuiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 12| 12participação que, repetimos, é uma construção afetiva, ritualística, progressiva e conflituosa dada à diversidade das pessoas que congrega. A importância do acolhimento da família na escola é vital para a gestão e trabalho dos professores, porque envolvem a aprendizagem e o sentimento de pertencimento do estudante (PERNAMBUCO, 2019a, p. 11). Este documento ainda ressalta o sentido da autonomia como princípio balizador da gestão democrática. Autonomia esclarece o texto, não impede que a escola esteja ligada e “obedeça às diretrizes gerais do sistema educacional porque ela é um espaço público regido por leis comuns” (PERNAMBUCO, 2019a, p. 13). Mesmo nesta condição ela deve ter vida própria e ressignificar as políticas que o Estado lhe confere. A escola mesmo subordinada a um sistema maior, através da gestão democrática participativa e envolvimento cada vez maior da comunidade, consegue obter graus de autonomia para ter vida própria (PERNAMBUCO, 2019a, p. 13). No módulo IV, discute-se o papel dos colegiados na gestão democrática, enfatiza a responsabilidade dos gestores no cumprimento dos mecanismos legais, que garante os espaços de gestão colegiada por meio dos vários conselhos. Lembra, ainda, que tal estrutura foi conquista de uma luta histórica da sociedade brasileira nas últimas décadas. A Gestão Democrática e Participativa na escola necessita de espaços propícios para que novas relações sociais entre os diversos segmentos escolares possam acontecer. Constituem alguns desses espaços o Conselho Escolar, juntamente com o Conselho de Classe, o Grêmio Estudantil, a Associação de Pais e Mestres, entre tantos outros possíveis (PERNAMBUCO, 2019b, p. 6). Há uma ruptura no discurso em torno da gestão escolar, de modo particular no módulo XII, quando se apresenta uma justificação a um novo tipo de gestão, em consequência da reforma gerencial do Estado brasileiro e de suas exigências daí advindas. Entendeu-se que “a reforma compreendeu a dimensão institucional a partir de sua legalização contemplando a descentralização na organização estatal, a dimensão da gestão e a cultural” (PERNAMBUCO, 2019c, p. 8). Difunde, nesse sentido, um conceito de autonomia vinculado a responsabilização pelos resultados administrativos e infere daí a necessidade de mudança cultural, de comportamento na administração pública, fundamentos da gestão por resultado. Do ponto de vista da gestão, a ênfase se deu pela autonomia e responsabilização de gestores na administração por resultados, competição administrativa e controle social, inicialmente no nível macro (Ministérios e Secretarias). No que se refere à mudança cultural, ela pode ser entendida na mudança de mentalidade e comportamento no âmbito da administração
image/svg+xmlFormação do gestor escolar em Pernambuco Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 13| 13pública, voltada para a gestão para resultados. (PERNAMBUCO, 2019c, p. 8). O discurso centrado na responsabilização do diretor tem seu ápice no módulo X desta série de cadernos, vindo a tratar especificamente de competências e das funções da gestão a serem distribuídas entre o gestor e o seu adjunto. Apresenta-se um discurso acerca da função do gestor escolar, na perspectiva direta de uma liderança individual, uma resposta a demandas das políticas educacionais de resultado, em desenvolvimento na rede estadual. Justifica-se a necessidade do exercício da liderança na escola, com o argumento de que o processo de melhoria depende em grande parte de sua liderança. Afirma-se que, apesar dos avanços, “ainda persiste um enorme desafio que consiste na melhoria efetiva dos processos de ensino e aprendizagem. A superação deste desafio depende, em grande parte, da liderança e da responsabilidade do diretor escolar” (PERNAMBUCO, 2012c, p. 7). O texto expressa ainda que o exercício da liderança não é um processo de escolha, mas é função de Diretor da Escola “[...] é competência específica desse profissional exercer a liderança para com todos os seus públicos: educadores, estudantes, funcionários da escola, responsáveis familiares, representantes da comunidade e outros atores” (PERNAMBUCO, 2012c, p. 17). O documento aprofunda as competências individuais que devem ser adquiridas pelo líder gestor, e afirma: “o que se espera de uma liderança é que tenha foco em resultados; conheça a natureza do trabalho realizado no seu contexto e saiba atuar sobre ela, de modo a tornar as condições de trabalho satisfatórias e controlar as situações de risco” (PERNAMBUCO, 2012c, p. 19). Assim, em uma mesma edição formativa, o PROGEPE (2012) veicula duas diferentes concepções de gestão escolar, suas funções. A primeira mantém a lógica de poder fundamentado na LDB (1996), a gestão escolar com foco na natureza coletiva do poder que a escola detém a partir de seu colegiado, afirmando que a gestão democrática é uma forma legítima de organização do coletivo da escola. Aqui se percebe uma concepção ainda ‘em transição’, pois revela que sua construção carrega reflexos dos ideais construídos em Pernambuco pela liderança da profa. Silker Weber, secretária de educação no período de 1995 a 1998, agora reconfigurado nos módulos teóricos do PROGEPE. A segunda concepção, a gestão escolar com função de liderança. Afirma-se a função do gestor, desenvolve uma competência específica a ser exercida para com todos os seus públicos. É dele que a política educacional espera, uma liderança com foco em resultados, e para isso deve conhecer a natureza do trabalho e controlar as situações de risco. Esta concepção de gestão
image/svg+xmlLuiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 14| 14escolar, fruto da política de resultado, não enxerga a autonomia como princípio político essencial ao processo de gestão da educação, mas a responsabilização quanto ao processo e a garantia dos resultados de aprendizagem a serem aferidos por avaliações externas, entre as quais, o Ideb e o SAEPE. Percebe-se no seu conjunto que há uma disputa conceitual em torno das concepções de gestão escolar, de um lado, a produção universitária e de outro os técnicos da Secretaria de Educação. Os conceitos da TEAR se fazem presentes e representam a lógica da política de gestão por resultados. O discurso sobre a gestão escolar presente no PROGEPE 2012 indica a existência de uma disputa conceitual, de um lado afirmando os princípios da gestão democrática, da autonomia da escola e afirmando a necessidade dos colegiados, e de outro a defesa de mudanças na perspectiva da gestão por resultados. A seguir um resumo do perfil do gestor escolar delineado nas duas concepções de gestão escolar presentes nos módulos teóricos desta formação: Perfil do diretor na perspectiva da gestão democrática: a. Encontra nos Conselhos da Escola o centro das decisões, pois, além de ser um instrumento legal, que consta em lei e com normatizações, pode ser uma forma legítima de organização do coletivo da escola e criar a identidade da escola; b. Gestor como articulador dos diferentes segmentos com seus diversos interesses. Esse movimento coordenado pelo gestor deve refletir uma realização satisfatória das necessidades apresentadas; c. Através da gestão democrática participativa e envolvimento cada vez maior da comunidade, consegue obter graus de autonomia para ter vida própria. Perfil do diretor escolar na perspectiva da gestão por resultados: a. A liderança da escola como determinante na consecução dos resultados; b. O líder deve conhecer a natureza do trabalho realizado no seu contexto e saber atuar sobre ela, de modo a tornar as condições de trabalho satisfatórias e controlar as situações de risco; c. A escola terá que instaurar formas de autoridade que equacionem o potencial conflito existente entre a autonomia escolar e o controle externo a partir do vértice.
image/svg+xmlFormação do gestor escolar em Pernambuco Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 15| 15O primeiro caso centra a gestão e as decisões no conjunto da representação política da escola, expressos em seus colegiados. Diferentemente, o segundo caso retira da escola sua autonomia na determinação dos rumos e afirma o controle externo sob os seus rumos. A presença da Universidade neste processo incomodava a Secretaria de Educação por conta dos embates conceituais que as oficinas realizavam. O confronto de concepções era velado, a defesa constitucional e teórica em torno da gestão democrática, a defesa de uma concepção de educação democrática, encontravam nos candidatos a gestores, sobretudo os recém-formados, grande base de apoio. Por outro lado, o alinhamento às políticas, a expectativa da gratificação que iria remunerar os diretores, surgia como apelo valioso. O processo de elaboração do material e sua edição final se tornou o primeiro embate. Parte dos conteúdos foram elaborados pela Universidade, sobretudo conteúdos de fundamentos em torno do Estado, gestão colegiada e do processo educativo. A outra parte, mais técnica, da formação, como gestão de recursos e planejamento estratégico ficou a cargo da equipe técnica da secretaria. Como explica um dos professores conteudistas “o processo de elaboração dos conteúdos, embora tendo sido acordado previamente foi era sacrificado pela exaustão do tempo e pelo controle por parte da secretaria em torno do processo de edição final os módulos, pois a secretaria dava um jeito de diminuir o impacto das contradições” (Prof. da UPE2). Outro aspecto destacado pelo entrevistado foi a elaboração dos roteiros das formações em slides. Os conteúdos deveriam ser produzidos em formato único de modo a serem apresentados em slides. Como detalha, [...] os slides montados pela Secretaria, a partir dos textos enviados pela Universidade, destacavam o que era de interesse da política de gerenciamento pensado para as escolas, escondiam as questões centrais, não davam ênfase aos princípios norteadores, contribuíam para criar uma confusão na cabeça dos formadores e dos formandos (Prof. da UPE2). Na etapa seguinte do PROGEPE, em sua segunda edição, a Universidade não entrou no processo. A Secretaria de Educação justificou que não havia recursos para tal contratação.
image/svg+xmlLuiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 16| 16O avanço da concepção gerencial: PROGEPE 2019 A segunda edição do PROGEPE foi realizada na modalidade de ensino à distância, em 2019. Os conteúdos foram desenvolvidos por uma equipe interna da SEE-PE, sem a interveniência de outra instituição especializada. Conforme o secretário de educação Frederico Amâncio6, a Secretaria utilizou-se de quadro de profissionais de sua confiança e conhecedores da política em desenvolvimento para a elaboração dos módulos de estudo. Justificou ainda que estava usando melhor os recursos e as pessoas disponíveis e com competência para tal finalidade. O plano formativo desenvolvido para os docentes participantes do processo de seleção à gestão das escolas foi então desenvolvido em onze (11) temáticas voltadas ao processo de gestão da escola. Os temas de cada módulo estão a seguir: 1. Gestão pública; 2. Planejamento Orçamentário; 3. Gestão de Pessoas e Liderança; 4. Gestão financeira; 5. Gestão Por resultados na Educação; 6. Gestão de Patrimônio e Operacionais; 7. Planejamento Estratégico; 8. Legislação educacional; 9. Educação Integral e Profissional; 10. Gestão Escolar e Desempenho do Gestor Escolar; 11. Relações Institucionais. A seguir, o quadro apresenta as ementas teóricas postas em cada um dos módulos. Deve-se considerar que, diferente da edição anterior, estes materiais desenvolvidos para a formação dos gestores e futuros gestores, foram publicados com registro de autoria. Quadro 2 –Títulos e ementa dos módulos temáticos do PROGEPE 2019 Título do móduloTemas norteadoresMódulo I Gestão PúblicaIntrodução à Gestão PúblicaModelo todos por Pernambuco Módulo II Planejamento OrçamentárioOrçamento públicoReceitas e despesas públicas Fontes de financiamento da educação Recursos federaisMódulo III Gestão de Pessoas e liderançaGestão de Pessoas Motivação e liderança Módulo IV Gestão FinanceiraExecução de Recursos Retenção de tributos Prestação de contas Transparência pública e controle socialMódulo V Gestão por Resultados na EducaçãoGestão por Resultados Pacto Pela Educação 6Informação dada durante reunião de trabalho, realizada em seu gabinete, em 2019.
image/svg+xmlFormação do gestor escolar em Pernambuco Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 17| 17Módulo VI Gestão de Patrimônio e de Materiais Gestão de Materiais (Consumo e Distribuição, Gestão de Estoques, Organização de Espaços e Redução do Desperdício) Gestão do Patrimônio Escolar. Módulo VII Planejamento estratégicoO Planejamento Estratégico e seu CicloElementos Base e Principais Ferramentas. Formulando o Mapa Estratégico e o Plano de Ação. Módulo VIII Legislação EducacionalSistema de ensinoEstatuto da Criança e do Adolescente – ECA Processo de Classificação e Reclassificação Elaboração Regimento EscolarMódulo IX Educação Integral e Profissional A Educação Integral no Brasil e a Política de Ensino Médio Integral em Pernambuco Educação Profissional no Brasil e em Pernambuco: formas de oferta, organização, diretrizes pedagógicas, projetos e programas Educação Interdimensional: A essência da Educação Integral em PernambucoMódulo XGestão Escolar e o Desempenho do Gestor EscolarGestão e LiderançaMódulo XI Relações Institucionais: Servidores, Professores, Estudantes, Famílias e ComunidadeCultura e clima organizacional com foco no fortalecimento das ações Comunicação eficaz como ferramenta de gestão Inteligência emocional e seu impacto nas relações institucionaisFonte: Elaborado a partir do conteúdo de cada módulo Como pode ser inicialmente observado, das onze temáticas postas, apenas três referem-se diretamente ao contexto interno da escola, especificamente o Módulo VIII, que trata da Legislação Educacional, com foco no regimento escolar; Módulo IX - Educação Integral e Profissional; e o Módulo X - Gestão Escolar e Desempenho do Gestor Escolar. Os demais módulos abordam temáticas que podem ser situadas em qualquer contexto da gestão pública e, nesse sentido, não se restringem ou aprofundam a natureza da escola como organização educativa, sobretudo a questão da gestão da escola, objeto desta investigação. O módulo IX, que trata das escolas de tempo integral, ressalta a necessidade de repensar a função da escola, incluindo um elemento, novo como foco central, a que se refere a preparação para o trabalho. [...] verifica-se a necessidade de uma visão do educando na sua totalidade, não apenas uma educação para o desenvolvimento de conhecimentos cognitivos, mas para uma vida mais harmônica em sociedade, inserida em um contexto familiar, com perspectiva para uma preparação para o mundo do trabalho (PERNAMBUCO, 2019d, p. 33). É possível compreender que as temáticas aqui postas embasam uma formação voltada à fundamentação de ações operacionais na gestão pública, na ótica da gestão por resultados, em
image/svg+xmlLuiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 18| 18função do modelo de escola e processo de controle realizado com o nome de monitoramento pela alta gestão da política estadual. Verifica-se, nesse sentido, que a expectativa de formação veiculada na edição do PROGEPE em 2019, foca no objetivo de formação do diretor escolar, em uma perspectiva de liderança com competências técnicas, com vistas a desenvolver na escola, o processo de gestão por resultados, conforme ver-se-á a seguir, nos discursos veiculados nos módulos. O primeiro, o Módulo de ‘Gestão por Resultados na Educação’ insere o docente cursista no contexto da gestão da máquina estatal, sob a lógica de resultados. Destaca o texto que, Pernambuco [...] adota a política de Gestão por Resultados desde 2007, com a implantação do Pacto pela Vida, trabalhando com metas pré-fixadas e pagamento de bônus por desempenho, para melhorar não só o cumprimento das metas fiscais, mas também os indicadores de qualidade de vida da população (ANTUNES,2019, p. 9). Recorda o texto que o Pacto de gestão se estendeu para a área da educação, seguindo a mesma lógica gerencial aplicada na segurança pública e assim “busca alinhar as ações estratégicas [...] através dos indicadores de resultado e de processo, estabelecendo uma rotina de pactuação de metas, de medição e acompanhamento periódico dos resultados por escola, e elaboração e implantação de ações corretivas e pagamento de bônus por desempenho (ANTUNES, 2019, p. 9). Afirma, ainda, a mesma autora, que todas as escolas passam por essa determinação, o que constitui o Pacto Pela Educação - PPE, “uma política que tem seu foco voltado para a melhoria da qualidade da educação, para todos e com equidade, abrangendo todas as escolas estaduais de ensino fundamental (anos finais) e de ensino médio, através do acompanhamento dos seus resultados” (ANTUNES, 2019, p. 17). Na prática da gestão, portanto, o diretor se submete a uma metodologia de trabalho estabelecida pelo Pacto Pela Educação, como explica, “o PPE, por ser uma política de gestão por resultados, utiliza indicadores de processo e de resultado como mecanismos para avaliar e mensurar objetivamente o desempenho das ações educacionais desenvolvidas pelo Estado de Pernambuco” (ANTUNES, 2019, p. 20). O controle sobre a escola está desenhado a partir de dois principais indicadores “[...] o Índice de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco (IDEPE) e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), que são medidos periodicamente para o 3º ano do Ensino Médio e 9º ano do Ensino Fundamental” (ANTUNES, 2019, p. 20).
image/svg+xmlFormação do gestor escolar em Pernambuco Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 19| 19O módulo 11, (Gestão Escolar e o Desempenho do Gestor Escolar) volta à tônica sobre a função da direção escolar, reafirmando sua responsabilização para com os resultados, centrado no controle do desempenho da aprendizagem dos estudantes, colocando, de certa maneira, o processo de ensinar e aprender na dependência da capacidade de liderança do diretor em detrimento do conjunto de responsabilidades dos demais professores, profissionais da educação, família, e sobretudo o estudante, como sujeito autônomo e único. Embasa essa premissa, o pressuposto de que a liderança escolar, centrada no diretor, tem uma função estratégica para alcançar a qualidade da educação. Argumenta-se este princípio em supostas experiências internacionais (não há referência mencionada) e afirma-se que, “na educação, em âmbito internacional, está sendo destacada como condição fundamental para determinar a qualidade do ensino e a formação efetiva dos seus alunos [...] uma relação direta entre a qualidade de liderança dos gestores e a qualidade do ensino e desempenho do aluno” (MAGALHÃES, 2019, p. 9). Esse tipo de argumento, além de ter sua fundamentação discutível, desloca o sentido social do aprender para a esfera administrativa, restringe aprendizagem a um dado quantitativo, na dependência ou influência direta da liderança do diretor, um modo de responsabilizar o dirigente administrativo sobre algo que ele tem pouco ou quase nenhum domínio real. Afirma-se, neste módulo de estudos teóricos para formação dos gestores, uma concepção de gestor escolar, com características de um líder de processos, quando se diz: “[...] portanto entendidos dessa forma, os conceitos de liderança e gestão se complementam e até mesmo em certa medida, confundem-se por apresentarem certos elementos importantes e básicos em comum, conforme anteriormente apresentado” (MAGALHÃES, 2019, p. 23). O discurso veiculado pelo PROGEPE 2019 aprofunda ainda mais uma concepção gerencial que já estava presente na edição da formação em 2012. Desconsidera, por exemplo, as Metas do PNE em vigência, e suas estratégias para a gestão escolar. Da mesma forma, não se percebe repercussão das decisões postas no atual Plano Estadual de Educação, no qual a própria SEE-PE teve parte preponderante na sua efetivação. Desconsideram-se, nesse sentido, as políticas norteadoras propostas para o sistema estadual de educação, como já abordado anteriormente.
image/svg+xmlLuiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 20| 20Considerações finais Buscou-se, neste artigo, analisar as concepções de gestão escolar presentes nos processos de formação de gestores em Pernambuco na última década, com foco na contribuição do programa de Formação de Gestores de Pernambuco - PROGEPE, em suas duas edições, a primeira em 2012 e a segunda edição em 2019. Os textos base da edição do PROGEPE 2012, escritos uma parte por um grupo de docentes universitários e outra parte por assessores da política de resultados da secretaria de educação, apresentam, nesta edição, discursos contraditórios, relatos que indicam a existência de um processo de disputa conceitual em torno da concepção da escola, de sua função e da própria concepção de gestão colegiada. De um lado, afirma-se a gestão democrática, fundada na participação e na autonomia, bem como a necessidade de colegiados, tais como o conselho escolar e o grêmio estudantil. O discurso da gestão democrática foca, assim, na importância da gestão colegiada, como estratégica para criar a identidade da escola. Afirmar o gestor como articulador dos diferentes segmentos em seus diversos interesses. Valoriza os princípios da ação participativa e o envolvimento da comunidade, como condição para se obter graus de autonomia para ter vida própria. De outro, percebeu-se, a partir de então, um forte discurso para afirmar a necessidade de mudanças no perfil dos gestores, com vistas a atender a perspectiva da gestão por resultados que estava sendo desenvolvida no âmbito do Estado, particularmente na Secretaria de Educação. Aponta-se a necessidade de uma formação de liderança na escola, como sendo elemento determinante na consecução dos resultados. Redefine-se a autonomia escolar como responsabilidade condicionada ao controle externo das avaliações. Foi observado, ainda, que o Plano Estadual de Educação (2015-2025), diferente do modelo de gerencialismo proposto, reafirma que a qualificação da gestão democrática no contexto da educação básica pressupõe a existência e a participação dos colegiados na construção e gestão do projeto da escola, uma expressão de sua autonomia. A segunda edição do PROGEPE, realizado em 2019, apresenta temáticas de formação centradas na fundamentação de ações operacionais para a gestão pública, na ótica da gestão por resultados, em função do modelo de escola e do processo de controle de monitoramento pela alta gestão da política estadual. De modo geral, o discurso do PROGEPE 2019 aprofunda ainda mais a concepção gerencial já iniciada na formação em 2012 e desconsidera a política estadual em
image/svg+xmlFormação do gestor escolar em Pernambuco Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 21| 21desenvolvimento por meio do PEE-PE (2015-2025). Revela-se, assim, uma narrativa integrada a um conjunto de políticas educacionais em desenvolvimento no âmbito nacional e, sobretudo estadual, alicerçada na responsabilização, no monitoramento dos resultados e dos processos (integrados ao sistema de avaliação externa da aprendizagem em larga escala), e, alimentado por uma vigorosa política de recompensa, o Bônus de Desempenho Educacional. Entende-se, também, que a democracia na gestão escolar é um elemento com potencial repercussão direta na cultura social como um todo, ou seja, transcende a escola, na medida em que constitui um elemento da própria democratização da sociedade. Este conceito, porém, vem se confrontando com perspectivas gerenciais inseridas no âmbito escolar, por diferentes ações mediadas por políticas públicas de educação em diferentes perspectivas, ora de avaliação de resultados, ora de planejamento, financiamento, ou mesmo aquelas voltadas ao controle do cumprimento do currículo. Há de se reconhecer que o modelo de gestão escolar, desenhado pela Constituição Federal de 1988, ainda com frágil experiência nas escolas, passa a ser substituído, em alguns estados, por formas de gerência escolar, em que se concentram a atenção em questões de natureza administrativa e, em particular, no modelo de planejamento estratégico e de controle gerencial dos resultados, metodologia de gestão bastante utilizada no mundo empresarial. Entre outros aspectos, o modelo gerencial aplicado à escola tende a descaracterizar o princípio básico da necessária democratização das relações, de modo à ressignificar o princípio fundamental da participação e da autonomia docente, enaltecendo e ampliando os formalismos burocráticos e o controle externo sobre os processos internos da escola. A opção política pela gestão democrática ou por um gerencialismo neoliberal, tem consequências. Se a opção política é pela democracia, aumenta a contribuição da educação para com a formação do cidadão crítico, na perspectiva da formação humana, embasada em processos autônomos e de participação, de cooperação e solidariedade entre os sujeitos. Porém, a opção pelo gerencialismo leva a uma formação limitada ao mercado, a uma educação centrada na lógica da competição e da meritocracia. Tende a considerar o cidadão como consumidor, indiferente aos semelhantes. Afirma-se, então, que esta é uma questão de política que remete à relação entre o público e o privado. Ao se discutir as novas orientações entre o público e o privado, neste período particular do capitalismo, e as suas consequências para a gestão da educação básica, entende-se que a gestão democrática da educação – processo ainda em construção, em uma conjuntura de correlação de forças societárias em disputa, necessita voltar, mais uma vez, ao centro do debate educacional (PERONI;
image/svg+xmlLuiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 22| 22OLIVEIRA; FERNANDES, 2009, p. 775). Passados mais de uma década, o discurso em torno da gestão por resultados contou com um importante programa de formação de gestores, o PROGEPE, que vem contribuindo para firmar discursos, fortalecer e normalizar a retórica em torno da gestão por resultados na educação. Pernambuco despontou no cenário nacional com resultados considerados exitosos nas avaliações externas, produzidos no âmbito desta política. Não há dúvidas que, nas melhores das hipóteses da política estadual, esta estratégica tende a se manter. Como disse a professora Silker Weber, ex-Secretária De Educação no governo Arraes, tempo em que foram firmados princípios avançados para a gestão da educação neste Estado, [...] Pernambuco certamente continuará com políticas educacionais por resultados. Mas serão elas suficientes para salvaguardar a escola como lugar de aprendizagem do conhecimento, da arte, da cultura, tecnologia produzidas pela humanidade e de assegurar a organização do pensamento a ela inerente [?] (WEBER, 2019, p. 10). Ampliando este foco analítico, pode-se elaborar os seguintes questionamentos: Os documentos da política oficial, os planos nacional, estadual e municipal de educação continuarão no campo das intenções, ou mesmo na retórica sem nexo com a realidade? Que desafios se colocam aos educadores neste momento histórico, no sentido de construir uma gestão escolar capaz de impulsionar um projeto de educação de qualidade, com vistas às demandas atuais e vindouras? Há que se retomar o Plano Nacional de Educação, nas metas referentes à gestão democrática. Como princípio, a gestão democrática deve ser entendida em sentido amplo, relativa a todo o sistema educacional. Trata-se de um componente fundamental à consolidação do Sistema Nacional de Educação, incluindo as discussões sobre o funcionamento dos conselhos, fóruns, instâncias de negociação, conferências de educação e quaisquer outros instrumentos e processos democráticos de participação, capazes de construir e validar a autonomia da escola, parte essencial desse sistema. REFERÊNCIAS ANTUNES, F. Módulo de Gestão por Resultados na Educação: PROGEPE Programa de Formação de Gestores Educacionais de Pernambuco. 2.ed. Recife: Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco, 2019. 37 p.
image/svg+xmlFormação do gestor escolar em Pernambuco Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 23| 23FAIRCLOUGH, N. Discurso e Mudança Social. Coord. de tradução: Izabel Magalhães. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 2001. FONSECA, M.; TOSCHI, M. S; OLIVEIRA, J. F. (org.). Escolas Gerenciadas: Planos de desenvolvimento e Projetos políticos-pedagógico em debate. Goiânia: Ed. da UCG, 2004. MAGALHÃES, I. R. B. S. Módulo 11 - Gestão Escolar e o Desempenho do Gestor Escolar: PROGEPE Programa de Formação Continuada de Gestores Escolares de Pernambuco. 2. ed. Recife: Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco, 2019. 53 p. MARANHÃO, I. L.; MARQUES, L. R. O Programa de Formação de Gestores Escolares de Pernambuco e a qualidade da educação. In: SANTOS, A. L. F.; ANDRADE, E. F.; MARQUES, L. R.(org.). Políticas Educacionais no Estado de Pernambuco: Discursos, tensões e contradições. Recife: UFPE, 2019. MARQUES, L. R. Gestão democrática da educação: Os projetos em disputa. Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 8, n. 15, jul./dez. 2014. Disponível em: http://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/article/view/453 Acesso em: 01 dez. 2017. MULLER, P.; SUREL, Y. A análise das políticas públicas. Tradução de Agemir Bavaresco e Alceu Ferraro. Pelotas: Educar, 2002. PERNAMBUCO. Secretaria de Educação de Pernambuco. Módulo VI – Gestão de Patrimônio e de Materiais. PROGEPE. Recife: SEE, 2019a. PERNAMBUCO. Secretaria de Educação de Pernambuco. Módulo I – Gestão Pública. PROGEPE. Recife: SEE, 2019b. PERNAMBUCO. Secretaria de Educação de Pernambuco. Módulo XII – Relações Institucionais. PROGEPE. Recife: SEE, 2019c. PERNAMBUCO. Secretaria de Educação de Pernambuco. Módulo IX – Educação Profissional e Integral. PROGEPE. Recife: SEE, 2019d. PERNAMBUCO. Secretaria de Educação de Pernambuco. Decreto n. 38.103, de 25 de abril de 2012. Regulamenta os critérios e procedimentos para realização de processo de seleção para função de representação de diretor escolar e diretor adjunto das escolas estaduais, e dá outras providências. Recife: SEE, 2012a. Disponível em: https://legis.alepe.pe.gov.br/?de381032012#:~:text=(Revogado%20pelo%20art.,estaduais%2C%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias. Acesso em: 10 nov. 2019. PERNAMBUCO. Secretaria de Educação de Pernambuco. Módulo III - Gestão Democrática, Instrumentos de Gestão e Diálogos com a Comunidade. PROGEPE. Recife: SEE, 2012b. PERNAMBUCO. Secretaria de Educação de Pernambuco. Módulo X – Competências e Gestão de Pessoas. PROGEPE. Recife: SEE, 2012c.
image/svg+xmlLuiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 24| 24PERONI, V. M. V.; OLIVEIRA, R. T. C. de; FERNANDES, M. D. E. Estado e terceiro setor: as novas regulações entre o público e o privado na gestão da educação básica brasileira. Educação e Sociedade, Campinas, v. 30, n. 108, p. 761-778, out. 2009. SILVA, M. G. M. da; CONRADO, N. L. D. de; LUZ, J. N. N. da. Qualidade na perspectiva das políticas educacionais: significados e paradoxos. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 1, n. 1, p. 7-17, 2011. Disponível em: http://ojs.ufgd.edu.br/index.php/educacao/article/view/1404. Acesso em: 10 nov. 2019. WEBER, S. Prefácio. In: SANTOS, A. L. F. dos; ANDRADE, E. F.; MARQUES, L. R. (org.). Políticas Educacionais no Estado de Pernambuco: Discursos, tensões e contradições. Recife: Ed. UFPE, 2019. ISBN 978-85-415-1113-1. Sobre o autor Luiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Professor Associado e livre docente da Universidade de Pernambuco.Processamento e edição: Editora Ibero-Americana de Educação. Correção, formatação, normalização e tradução.
image/svg+xmlRev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 1| 1THE TRAINING OF THE SCHOOL MANAGER IN PERNAMBUCO FORMAÇÃO DO GESTOR ESCOLAR EM PERNAMBUCO LA FORMACIÓN DEL DIRECTOR DE ESCUELA EM PERNAMBUCOLuiz Alberto Ribeiro RODRIGUES University of Pernambuco e-mail: luiz.rodrigues@upe.br How to refer to this article RODRIGUES, L. A. R. The training of the school manager in Pernambuco.Revista Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X. DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508 Submitted: 10/06/2021 Revisions required: 06/08/2021 Approved: 09/09/2021Published: 30/10/2021
image/svg+xmlLuiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 2| 2ABSTRACT:The purpose of this article is to analyze the concepts of school management present in the training processes of principals, with a focus on the Program for the Training of Managers of Pernambuco, developed in the period from 2012 to 2019. The policy analysis theory was used as methodology based on Muller & Surel and the speech analysis of Norman Fairclogh, in order to identify and analyze elements of the education management policy and how it influenced the constitution of the process of training managers. The clashes around the concept of democratic school management and the recent currents of result managerialism in education are resumed.In Pernambuco, a political process of dispute was observed around democratic management and, supported by PROGEPE, a significant advance in managerial ideas for educational management. KEYWORDS: Educational Policy. Democratic management. Managerialism in education. RESUMO:O objetivo deste artigo é analisar as concepções de gestão escolar presentes nos processos de formação de diretores, com recorte para o Programa de Formação de Gestores de Pernambuco - PROGEPE, desenvolvido no período de 2012 a 2019. Utilizou-se como metodologia a teoria de análise de política fundamentada em Muller & Surel e a análise de discurso de Norman Fairclogh, no sentido de identificar e analisar elementos da política de gestão da educação e como essa influenciou a constituição do processo de formação dos gestores na Rede Estadual. Retoma-se os embates em torno do conceito de gestão escolar democrática e as recentes correntes do gerencialismo de resultado na educação. Em Pernambuco, neste período, foi observado um processo político de disputa em torno da gestão democrática e, apoiado pelo PROGEPE um avanço significativo de ideias gerenciais para a gestão educacional. PALAVRAS-CHAVE: Política Educacional. Gestão democrática. Gerencialismo na educação. RESUMEN:El objetivo de este artículo es analizar las concepciones de gestión escolar presentes en los procesos de formación de directores, con un enfoque en el Programa de Formación de Directivos de Pernambuco - PROGEPE, desarrollado de 2012 a 2019. Se utilizó como metodología la teoría del análisis. basado en el análisis del discurso de Muller & Surel y Norman Fairclogh, en el sentido de identificar y analizar elementos de la política de gestión educativa y cómo esta influyó en la constitución del proceso de formación de directivos en la Red Estatal. Se retoman los debates en torno al concepto de gestión escolar democrática y las corrientes recientes de gestión de resultados en educación. En Pernambuco, durante este período, se observó un proceso político de disputa por la gestión democrática y, apoyado por PROGEPE, un avance significativo en las ideas gerenciales para la gestión educativa. PALABRAS CLAVE:Política Educativa. Gestión democrática. Gestión en educación.
image/svg+xmlThe training of the school manager in Pernambuco Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 3| 3Introduction The idea of public management in Brazil has undergone significant resignification, driven by measures resulting from the administrative reform of the State, originated in the mid-1990s, which has advocated a path to make the state efficient, productive, inserted in the international context. Founded on neoliberal concepts of decentralization, supported by a supposed strategy of autonomy and participation of civil society, these ideas gain strength in some strategic areas of public management, focusing on the accountability of managers for the effectiveness and efficiency of institutions. This policy began to strongly affect public educational institutions, from the second half of the 1990s, when they began management processes along the lines of private organizations, and thereby placed private companies and social organizations in the same plan (LORDÊLO, 2001). Thus, the meaning of decentralization materializes, a process of submission with 'trust', called decision-making powers to organs other than the central power that were sometimes democratically elected and are therefore not subject to the duty of hierarchical obedience (LORDÊLO, 2001). In the area of educational management, these measures focus on management, with emphasis on the responsibility of the school for ensuring conditions to operationalize learning and reducing the influence of external factors (read unions, teachers and government bureaucrats) in the local decision-making process. Policies in this sense have been conveyed through actions financed by Minister of Education, through FUNDESCOLA, such as the Direct Money at School Program - PDDE. A good example of this policy is the School Development Plan - PDE School, which began to be implemented, from 1995, in the North, Northeast and Midwest regions, with the objective of fostering strategic planning, controlling financial management and increasing control over processes and results of learning indexes. These actions fostered a progressive change in the design of schools throughout the country, which began to be observed by researchers in the area. In this perspective, one should consider the work of Fonseca, Toschi and Oliveira (2004), who identified a strong presence of the business management culture, in the fundamentals and actions resulting from educational management policies in Brazil. In Pernambuco, this policy was initiated during the Jarbas Vasconcelos government (2003-2006), continued in the following years with Eduardo Campos (2007 - 2013)1and from there its greatest and decisive development, with the Program for Modernization of Public 1Program maintained in the government Paulo Câmara (2014 - 2020).
image/svg+xmlLuiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 4| 4Management - PMGP, launched in 2007. The PMGP includes some areas of state public management, including security, following the inclusion of the area of education, which gains its own program, the Program for the Modernization of Public Management in Education, (PMGPE).2This program was inspired by the Brazil Competitive Movement and in the Institute of Management Development (INDG). From the perspective of results management, it uses the methodology of strategic management, based on diagnosis, planning and accountability of people for the results in the learning of students. The policy in question sought to mobilize the management of the school around the improvement of educational quality indicators, using strategies for the agreement of goals between SEPE and the school unit.3Through a sophisticated evaluation system, the program monitors the results of the performance of students in the state network, based on the evaluations obtained in the Educational Evaluation System of Pernambuco - SAEPE and Basic Education Development Index - IDEB, resulting in an indicator of Pernambuco's own, the Education Development Index of Pernambuco - IDEPE. The process of training and selection of school managers was on the list of this policy. In this sense, the government launched the Training Program for Managers of Pernambuco - PROGEPE, through Decree 38,103 of April 25, 2012 (PERNAMBUCO, 2012a). In this set of elements, PROGEPE is established to respond to management needs with a view to managing the process of improving education indicators measured by large-scale evaluations, particularly the Ideb4.The training of managers and technicians from PROGEPE is part of the macro plan of state management, guided by strategic objectives aimed at the construction of discourse in defense of the policy of results, to the extent that he "[...] materializes as one of the many actions carried out to promote the desired indexes" (MARANHÃO; MARQUES, 2019, p. 264, our translation). The proposed training is aimed at building a profile of managers, mobilized to develop and ensure, in schools in Pernambuco, the achievement of results and evaluation indicators, and 2From 2007 to 2010, the government of Pernambuco used studies by the Council for Economic and Social Development (CEDES), which makes a diagnosis of investments, pointing out, as greater restrictions on development, factors such as the growth of violence, signs of social disaggregation and limitations in schooling and qualification of human resources. 3A study on the term quality can be found in (SILVA; CONRADO; LUZ, 2011), when discussing this term, based on the examination of documents defining public policies in Brazil - focusing on the educational field - according to the 1980s, 1990s and 2000s. 4The Basic Education Development Index (IDEB) was created in 2007 and brings together, in a single indicator, the results of two concepts equally important for the quality of education: school flow and average evaluation performance. The Ideb is calculated from the data on school approval, obtained in the School Census, and the average performance in the Basic Education Assessment System (Saeb).
image/svg+xmlThe training of the school manager in Pernambuco Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 5| 5in this sense be strategically the place of 'production' of managers committed to the accountability of established 'quality' goals, focus of the management policy by results. PROGEPE is attributed, in this sense, a set of multiple purposes, which permeates diagnostic, training and evaluation actions, with a view to the managerial profile, with the objective of "contributing to the formation of systemic leaders capable of acting in the whole school, ensuring that each student reaches its potential and each school becomes an excellent school" (PERNAMBUCO, 2012b, art. 4, our translation). But after all, what discourse around school management is being affirmed or denied in this process of training and selection of principals and technicians? Nowadays, the concept of school management in Brazil has assumed different configurations. From the democratic perspective, especially experienced in several public networks of schools, essentially characterized as a coordinated and collective effort, as an idea of associative work performed by autonomous people, who analyze situations and make decisions about the school, based on collective want. In this sense, democratic management does not need basic conditions and is only effective "[...] when it is constituted as a culture in the school, which in addition to the rules, regulations and laws institutes practices and gives meaning to them. [...] thus, the school would be simultaneously locus of reproduction and locus of production of policies, guidelines and rules" (MARQUES, 2014, p. 466, our translation). This concept, however, has been confronted with managerial perspectives inserted in the school environment, by different actions mediated by public education policies in different perspectives, sometimes evaluation of results, sometimes planning, financing, or even those aimed at controlling compliance with the curriculum. In the managerial aspect, there has been a growing wave of private intervention in educational policy in Brazil in recent decades, in an increasingly tenuous relationship between the management of public interests, traditionally represented by the state and the management of private interests, represented by financial business groups, through their 'philanthropic' institutes. It seeks to justify this approach, in a supposed pattern of efficiency and productivity required by the market for education and in particular for schools. The aim of this article is to analyze the conceptions of school management present in the processes of training managers in Pernambuco, with a cut-off for the period from 2011 to 2019, in which PROGEPE was developed. The methodology of policy analysis based on (MULLER; SUREL, 2002), fashion seek the identification of elements of education management policy and how this influenced the constitution of the process of training managers. It is in the light of the policy that the policy interferes, in some way, in the definition
image/svg+xmlLuiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 6| 6of the 'local order', directly in the practice of individuals, groups and organizations. It is precisely at these levels and from these actors that the 'local order' is constructed, that is, the regulation of conflicts and harmonization of interests, "every policy [...] goes beyond the strictly legal view that could be taken of this: a public policy constitutes a 'local order' [...]" (MULLER; SUREL, 2002, p. 20, our translation). Three fundamental dimensions for the understanding of politics were considered: the discourse of the official texts, the resignifications that the subjects attribute to the policy and, finally, the changes in the local order resulting from it. It interacts with the theory and analysis of discourse in Norman Fairclough, which highlights discourse as a practice of power in a macro dimension, a strategy for the construction of a process of hegemony. It sees in the process of dispute for the meaning of the word and in the relationship between them and the relations between the meanings of a word, forms of hegemony, which combines social relevance with textual elements.5In this investigation, official documents of the policy in question were analyzed, including the last two state education plans in Pernambuco and the legal document that instituted the Training Program for Managers of Pernambuco - PROGEPE, in addition to the training texts in its two editions. Heard through interviews, educators, specialists and educational managers responsible for this Program, to seek explanation around the meaning that are attributing the policy under analysis. Democratic management or results management? The first edition of PROGEPE was started in 2012, when Brazil was experiencing one of the best moments of its economy, with the highest investments in its history in the area of education. Some movements were perceived throughout the country in the direction of evaluating the National Education Plan - PNE (2000-2010) and thinking goals for the new decade, a stage that was developed with significant participation of civil society. The new PNE would be approved in 2014, and was the culmination of educational policy in Brazil. PROGEPE in this edition was planned after the first term of the Eduardo Campos government (2006-2009), a period in which Pernambuco was experiencing an environment of high economic strength, with growth rates higher than the national average. It was in this context that the then governor Eduardo Campos built his candidacy for the presidency of the country. Education was the great showcase, which at the time presented a differentiated growth 5Fairclough uses discourse concepts in FoucauIt and Bakhtin intertextuality.
image/svg+xmlThe training of the school manager in Pernambuco Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 7| 7in Ideb and walked to have the highest national percentage of full-time schools. The training of school principals was strategic in this plan, and developed in three different stages: "80-hour Improvement Extension Course; Specialization Course and Professional Master's Course" (General Coordinator of PROGEPE at UPE). This last stage was aimed at a small number of managers, defined by selection processes of the programs themselves, being attended in 10 years, about 150 (one hundred and fifty) teachers, among which a few educational technicians. For the first stage, the improvement, the offer was a total of 11,235 vacancies. In fact, 7,888 (seven thousand eight hundred and eighty-eight) teachers were enrolled. Only 3,622 completed the course. It should be considered that the staff in the state network at the time was composed of 24,000 teachers. The initial great demand, said the program coordinator, "was possibly due to the possibility of gratification for the manager, readjusted that year" (PROGEPE). On the other hand, there was a political interest that the largest number of people agreed with the assumptions of the result management program that was underway. As can be seen, it was not a specialized training, but somehow an attempt to adapt the management discourse to an increasing number of teachers and technicians of the school. It should be considered that it was at stake, not only the selection of teachers for the management of the school, but a new policy of management by results, to which everyone should be involved. In this sense, there was no separation between teachers and technicians, "the separation was only for the purposes of control of the Secretariat for the distribution of vacancies in the different stages of PROGEPE and for other institutional demands" (General Coordinator of PROGEPE). Formally, SEE-PE instituted PROTEPE, aimed at training technicians, but in training activities, they studied together. In the scope of specialization, the training was organized in twelve modules, with themes and themes that reflected the discussions around the discourse present in the national education policy: Public Policies, National Education Plan (Module I), Democratic Management (Module III), collegiate bodies (Module IV), Pedagogical Political Project (Module V). A second block of studies represented the perspective of the results management policy implemented in Pernambuco, which had been underway since 2007, in the area of education: Human Values, Culture of Peace (Module II), Financial Management (Module VI), Social Quality Education (Module VII), The impact of Neuroscience in the classroom (Module VIII), Technologies at the service of education and management (Module IX), Competencies and
image/svg+xmlLuiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 8| 8People Management (Module X), Monitoring and Evaluation of Teaching and Learning Processes (Module XI), Educational Accountability Policies (Module XII). In the following table, the description of the menus of these modules, so that it is possible to understand what concepts were actually dealing with each area. Table 1 - Titles of the modules and themes of PROGEPE 2012 Module titleThemes guideModule I Educational Public Policies: Regulatory Frameworks International documents, agreements and recommendations National Education Plan National Public Policies Educational Public Policies for the State School Network of PernambucoModule II Management focused on Education in Human Values, Culture of Peace and Sustainability Management model in educationStrategic identity, sustainability and education in human values Responsibilities and impacts of management on student learning and developmentThe role of the manager as a leaderModule III Democratic Management, Management Tools and Dialogues with the CommunityDemocratic management in public schools -possibilities and limitsDemocratic management and social quality educationInstruments for managing and participating in the school communityModule IV Contribution of collegiate bodies in improving student learningThe importance of the School BoardClass Council Student Guild Executing Unit and other bodies in the social and pedagogical development of the schoolModule V Pedagogical Political ProjectSchool's Pedagogical Political Project -basic conceptsSystemic Dialogical Pedagogical Political Project School planning and pedagogical projectModule VI Financial management Financial management: how to plan, execute and account for the resources received by the school, with a view to improving educational indicators.Social control and transparency of processes and informationModule VII Social Quality Education 21st century curriculumStrategies for valuing the school space as a production of knowledge and cultureActions of the state government of Pernambuco for the implementation of curricula and curriculum guidelines at the local levelModule VIII The impact of Neuroscience in the classroomLearning and cognition: new ways of knowingAdvances and discoveries in the field of neuroscience linkedto the learning processModule IX Information and communication technologies in education and democratic school management: concepts, instrumentalization and institutional useContribution of technologies to improving the quality ofteaching
image/svg+xmlThe training of the school manager in Pernambuco Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 9| 9Technologies at the service of education and managementEthics and information and communication technologies, as principles of education and democratic school managementTechnology in education as a public policy in PernambucoModule XSkills and People ManagementSkills managementPerformance parameters for the School Principal and Deputy PrincipalModule XI Monitoring and Evaluation of Teaching and Learning ProcessesEducation Assessment and MonitoringParticipation of the school community, with emphasis on the school board as an agent for disseminating the results of the evaluationLarge-scale evaluation in the State of Pernambuco and its Implications for Educational PoliciesModule XIIEducational Accountability Policies Educational Accountability Policies: the modernization of public management as a condition for accountabilityResults in Pernambuco Experiences in Brazil The international contextSource: Elaborated from the contents of each module It should be considered that the first edition of PROGEPE, in 2012, was held by the Department of Education in partnership with the University of Pernambuco - UPE. The definition of the training themes at the time was the result of understanding between UPE teachers and professionals from the Department of Education. The production of the texts intended for the study of each theme was carried out by some UPE teaching professionals, especially those related to national policy, and others by technicians of the secretariat itself, those related to local policy issues and the themes related to the new paradigm. The authorial question was distributed with other Higher Education Institutions - HEIs, as stated by the General Coordinator of PROGEPE, [...] in the first two phases we had contributions from professors from other universities, such as UFPB, UFPE and UPE. We also receive contributions from people specialized in different areas, such as mec. There is a field at the end of each module on the authors (General Coord. of PROGEPE). The plurality in the construction of the texts for training, the involvement of three universities, did not mean that the Department of Education had assumed a conception of management originated in universities. The control over the contents and decisions surrounding the process was intense, as detailed by the general coordinator of PROGEPE: In general, I can mention one of the requirements was the authorial provision to SEE-PE of the material constructed by each author, in the PROGEPE phase; Another requirement that decisions should be shared between UPE and SEE-PE and another that the transfers of funds would be conditioned to the reports
image/svg+xmlLuiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 10| 10following the execution schedule (General Coord. of PROGEPE). The conception of school management assumes, in this edition of PROGEPE, different meanings, with discourses that approach democratic management, and with discourses affirming managerialism in education. Throughout the modules, a set of ideas is presented around a new perspective for public management, in order to emphasize a conviction in teachers and technicians, which a school ensures through management, the way to obtain the desired learning results. Therefore, speech is not unison, it carries several contradictions. Module III, dedicated to democratic management, reaffirms the collective nature of power, instituted in the school from its collegiates, from the perspective of democratic management, in which the educational institution "[...] it finds in the School Council the center of decisions, because, in addition to being a legal instrument, which is in law and with norms, it can be a legitimate form of organization of the school collective" (PERNAMBUCO, 2012b, p. 14, our translation). At the same time that this same text, on the contrary, defends the supremacy of school leadership as a determinant in achieving the results. The proposed documents are stated that school management is strategic for the quality of school work, and, in this sense, the manager's role is to be the "[...] different segments with their different interests. This movement coordinated by the manager should reflect a satisfactory achievement of the needs presented" (PERNAMBUCO, 2012b, p. 15, our translation). Gradually disappears the affirmation of collective power, the function of collegiates in democratic management, while affirming the responsibility of the director regarding the achievement of the results. The document establishes three challenges to school management, first refers to the procedure to achieve performance goals, the focus is placed mainly on the artifices, which concerns the "[...] procedures [...] the adequacy between curriculum and school performance goals and the delimitation of the role of the school – in its different segments and years – in the work of educational socialization" (PERNAMBUCO, 2012b, p. 13, our translation). The second challenge concerns accountability in fulfilling roles, the need to articulate the educational and instructional dimensions of the school, understanding well its differences and complementarities, and the roles played by each one in fulfilling these attributions (PERNAMBUCO, 2012b, p. 13, our translation). Thus, the discourse around accountability falls on the manager in relation to compliance with the conditions and correction of the gaps observed in the external evaluation. "[...] in each
image/svg+xmlThe training of the school manager in Pernambuco Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 11| 11year and school segment, and in each context – they need to fill in for the performance of their institutional mission. Thus, it is also possible to calibrate external evaluation instruments" (PERNAMBUCO, 2012b, p. 13, our translation). The third challenge refers to the redefinition of the meaning of autonomy, which is limited to external control, a responsibility attributed to the manager in the sense of using authority to equate the conflict. the school will have to establish forms of authority that equate the potential conflict between school autonomy and external control from the apex. This form of shared authority between the vertex and the base would have to be constructed from an organizational economy based on responses to previous challenges, and by clear mechanisms of control and accountability (PERNAMBUCO, 2012b, p. 13, our translation). For a study module dedicated to democratic management, this term passes apart. Module V is dedicated to the Political-Pedagogical Project and brings in its bulge a symbolic discourse in favor of democratic management, based on the principles of participation and autonomy. It is emphasized that the sense of democratic management goes beyond bureaucratic plans, effectively implies the participation of the community to build the identity of the school. Participatory democratic management becomes collaborative in that it goes beyond mere the elaboration of plans for the purpose of bureaucratic requirements. The participation of parents and the community helps to build the identity of the school and establish the focus on the development of students, on knowledge necessary for their humanization that is the guide axis of educational action (PERNAMBUCO, 2019a, p. 11, our translation). This module explains the central meaning of basic education, that is, the development of students, their humanization. It also stresses that democratic management should favor progressive rites of participation, of significant value in the construction of the student's identity, in the construction of their belonging and growth in learning. [...] Democratic management to be truly democratic requires the participation that, we repeat, is an affective, ritualistic, progressive and conflicting construction given to the diversity of the people it gathers. The importance of welcoming the family at school is vital for the management and work of teachers, because they involve the student's learning and feeling of belonging (PERNAMBUCO, 2019a, p. 11, our translation). This document also highlights the sense of autonomy as a guiding principle of democratic management. Autonomy clarifies the text, does not prevent the school from being connected and "obeys the general guidelines of the educational system because it is a public
image/svg+xmlLuiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 12| 12space governed by common laws" (PERNAMBUCO, 2019a, p. 13, our translation). Even in this condition it must have a life of its own and resignify the policies that the State confers on it. The school even subordinated to a larger system, through participatory democratic management and increasing community involvement, can obtain degrees of autonomy to have a life of its own (PERNAMBUCO, 2019a, p. 13, our translation). Module IV discusses the role of collegiates in democratic management, emphasizing the responsibility of managers in complying with legal mechanisms, which guarantees the spaces of collegiate management through the various councils. It also recalls that this structure has been the conquest of a historical struggle of Brazilian society in recent decades. Democratic and Participatory Management at school requires spaces conducive to new social relations between the various school segments can happen. Some of these spaces constitute the School Council, together with the Class Council, the Student Guild, the Association of Parents and Teachers, among many other possible (PERNAMBUCO, 2019b, p. 6, our translation). There is a rupture in the discourse around school management, particularly in module XII, when a justification for a new type of management is presented, as a result of the management reform of the Brazilian State and its demands arising therefrom. It was understood that "the reform understood the institutional dimension from its legalization contemplating decentralization in the state organization, the dimension of management and the cultural" (PERNAMBUCO, 2019c, p. 8, our translation). It disseminates, in this sense, a concept of autonomy linked to accountability for administrative results and infers from this the need for cultural change, behavior in public administration, foundations of management by result. From the management point of view, the emphasis was on the autonomy and accountability of managers in the administration for results, administrative competition and social control, initially at the macro level (Ministries and Secretariats). With regard to cultural change, it can be understood in the change of mentality and behavior in the field of public administration, focused on management for results. (PERNAMBUCO, 2019c, p. 8, our translation). The discourse focused on the responsibility of the director has its culmination in module X of this series of notebooks, coming specifically to deal with competences and management functions to be distributed between the manager and his assistant. A discourse about the role of the school manager is presented, from the direct perspective of individual leadership, a response
image/svg+xmlThe training of the school manager in Pernambuco Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 13| 13to the demands of educational policies of result, in development in the state network. The need for the exercise of leadership in the school is justified, with the argument that the improvement process depends largely on its leadership. It is stated that, despite the advances, "there still remains a huge challenge that consists in the effective improvement of teaching and learning processes. Overcoming this challenge depends largely on the leadership and responsibility of the school principal" (PERNAMBUCO, 2012c, p. 7, our translation). The text also expresses that the exercise of leadership is not a process of choice, but is the function of Director of the School "[...] it is the specific competence of this professional to exercise leadership with all its audiences: educators, students, school staff, family leaders, community representatives and other actors" (PERNAMBUCO, 2012c, p. 17, our translation). The document deepens the individual skills that must be acquired by the managing leader, and states: "what is expected of leadership is that it focuses on results; know the nature of the work done in its context and know how to act on it, in order to make working conditions satisfactory and control risk situations" (PERNAMBUCO, 2012c, p. 19, our translation). Thus, in the same formative edition, PROGEPE (2012) conveys two different conceptions of school management, its functions. The first maintains the logic of power based on the LDB (1996), the school management focused on the collective nature of the power that the school holds from its collegiate, stating that democratic management is a legitimate form of organization of the school collective. Here we perceive a conception still 'in transition', because it reveals that its construction carries reflections of the ideals built in Pernambuco by the leadership of the Professor Silker Weber, secretary of education from 1995 to 1998, now reconfigured in the theoretical modules of PROGEPE. The second conception, school management with leadership function. It affirms the role of the manager, develops a specific competence to be exercised with all its audiences. It is from him that educational policy expects, a leadership focused on results, and for this must know the nature of work and control risk situations. This conception of school management, the result of the result policy, does not see autonomy as an essential political principle for the education management process, but the responsibility for the process and the guarantee of learning outcomes to be measured by external evaluations, including Ideb and SAEPE. It is perceived as a whole that there is a conceptual dispute around the conceptions of school management, on the one hand, the university production and on the other the technicians of the Department of Education. Tear's concepts are present and represent the logic of the results management policy. The discourse on school management present at PROGEPE 2012 indicates the existence
image/svg+xmlLuiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 14| 14of a conceptual dispute, on the one hand affirming the principles of democratic management, school autonomy and affirming the need of collegiates, and on the other the defense of changes in the perspective of results management. The following is a summary of the profile of the school manager outlined in the two conceptions of school management present in the theoretical modules of this training: Profile of the director from the perspective of democratic management: the. It finds in the School Councils the center of decisions, because, in addition to being a legal instrument, which is in law and with standardizations, can be a legitimate form of organization of the school collective and create the identity of the school; b. Manager as articulator of the different segments with his various interests. This movement coordinated by the manager should reflect a satisfactory achievement of the needs presented; c. Through participatory democratic management and increasing community involvement, it manages to obtain degrees of autonomy to have a life of its own. Profile of the school principal from the perspective of results management: a. School leadership as a determinant in achieving results; b. The leader must know the nature of the work carried out in its context and know how to act on it, in order to make working conditions satisfactory and control risk situations; c. The school will have to establish forms of authority that address the potential conflict between school autonomy and external control from the apex. The first case focuses on management and decisions as a whole of the school's political representation, expressed in its collegiates. In differently, the second case removes from the school its autonomy in determining the directions and affirms external control under its directions. The presence of the University in this process bothered the Department of Education because of the conceptual clashes that the workshops held. The confrontation of conceptions was veiled, the constitutional and theoretical defense around democratic management, the defense of a conception of democratic education, found in the candidates for managers, especially the newly graduated, a great support base. On the other hand, alignment with policies, the expectation of gratification that would pay the principals, emerged as a valuable appeal.
image/svg+xmlThe training of the school manager in Pernambuco Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 15| 15The process of preparing the material and its final edition became the first clash. Part of the contents were elaborated by the University, mainly contents of fundamentals around the State, collegiate management and the educational process. The other, more technical part of the training, such as resource management and strategic planning was in charge of the technical team of the secretariat. As one of the professors explains "the process of elaboration of the contents, although it was previously agreed was sacrificed by the exhaustion of time and by the control by the secretariat around the final editing process the modules, because the secretariat could reduce the impact of contradictions" (Prof. of UPE2). Another aspect highlighted by the interviewee was the elaboration of the scripts of the slide formations. The contents should be produced in a single format so that they can be presented on slides. As you detail, [...] the slides assembled by the Secretariat, from the texts sent by the University, highlighted what was of interest to the management policy thought for schools, hid the central issues, did not emphasize the guiding principles, contributed to create a confusion in the heads of trainers and trainees (Prof. of UPE2). In the next stage of PROGEPE, in its second edition, the University did not enter the process. The Department of Education explained that there were no resources for such hiring. The advancement of management design: PROGEPE 2019 The second edition of PROGEPE was held in the distance learning modality in 2019. The contents were developed by an internal team of SEE-PE, without the intervention of another specialized institution. According to the Secretary of Education Frederico Amâncio, the Secretariat used a staff of professionals of his trust and knowledgeable of the developing policy for the elaboration of the study modules. He also explained that he was using the resources and people available and competent for this purpose.6The training plan developed for the teachers participating in the selection process to the management of schools was then developed into eleven (11) themes focused on the school management process. The themes of each module are as follows: 1. Public management; 2. Budget Planning; 3. People Management and Leadership; 4. Financial management; 5. Management By results in Education; 6. Asset and Operational Management; 7. Strategic Planning; 8. Educational legislation; 9. Integral and Professional Education; 10. School Management and School Manager Performance; 11. Institutional Relations. The following table shows the theoretical menus placed in each of the modules. It should 6Information given during a working meeting held in his office in 2019.
image/svg+xmlLuiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 16| 16be considered that, unlike the previous edition, these materials developed for the training of managers and future managers were published with authorship records. Table 2 -Titles and menu of the thematic modules of PROGEPE 2019 Module titleThemes guideModule I Public ManagementIntroduction to Public ManagementModel all by Pernambuco Module II Budget PlanningPublic budgetPublic revenues and expenditures Sources of education funding Federal resourcesModule III People Management and LeadershipPeople Management Motivation and leadership Module IV Financial managementResource Execution Tax retention Accountability Public transparency and social controlModule V Results Management in EducationResults Management Pact for Education Module VI Wealth and Materials Management Materials Management (Consumption and Distribution, Inventory Management, Space Organization and Waste Reduction) School Heritage Management.Module VII Strategic planningStrategic Planning and its CycleBasic Elements and Main Tools. Formulating the Strategic Map and the Action Plan.Module VIII Educational LegislationEducation systemChild and Adolescent Statute - ECA Process of Classification and Reclassification School RulesModule IX Integral and Professional Education Integral Education in Brazil and the Policy of Integral High School in PernambucoProfessional Education in Brazil and Pernambuco: forms of supply, organization, pedagogical guidelines, projects and programsInterdimensional Education: The Essence of Integral Education in PernambucoModule XSchool Management and School Manager PerformanceManagement and LeadershipModule XI Institutional Relations: Servers, Teachers, Students, Families and CommunityCulture and organizational climate focused on strengtheningof the shares Effective communication as a management tool Emotional intelligence and its impact on institutional relationsSource: Elaborated from the contents of each module
image/svg+xmlThe training of the school manager in Pernambuco Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 17| 17As can be seen initially, of the eleven themes put, only three refer directly to the internal context of the school, specifically Module VIII, which deals with educational legislation, focusing on the school rules; Module IX - Integral and Professional Education; and Module X - School Management and School Manager Performance. The other modules address themes that can be situated in any context of public management and, in this sense, do not restrict or deepen the nature of the school as an educational organization, especially the issue of school management, the object of this investigation. Module IX, which deals with full-time schools, highlights the need to rethink the function of the school, including an element, new as a central focus, to which the preparation for work refers. [...] there is a need for a vision of the student in its entirety, not only an education for the development of cognitive knowledge, but for a more harmonious life in society, inserted in a family context, with a perspective for a preparation for the world of work (PERNAMBUCO, 2019d, p. 33, our translation). It is possible to understand that the themes placed here support a training focused on the foundation of operational actions in public management, from the perspective of results management, due to the school model and control process carried out with the name of monitoring by the senior management of state policy. In this sense, it is verified that the expectation of training conveyed in the edition of PROGEPE in 2019, focuses on the objective of training the school principal, in a leadership perspective with technical skills, with a view to developing in the school, the process of management by results, as will be seen below, in the discourses published in the modules. The first, the Module of 'Management for Results in Education' inserts the professor in the context of the management of the state machine, under the logic of results. Highlights the text that, Pernambuco [...] adopts the Policy of Results Management since 2007, with the implementation of the Pact for Life, working with pre-fixed goals and payment of bonuses for performance, to improve not only the achievement of fiscal goals, but also the indicators of quality of life of the population (ANTUNES,2019, p. 9, our translation). It recalls the text that the Management Pact extended to the area of education, following the same managerial logic applied in public security and thus "seeks to align strategic actions [...] through result and process indicators, establishing a routine of agreement of goals, measurement and periodic monitoring of results by school, and preparation and implementation
image/svg+xmlLuiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 18| 18of corrective actions and payment of bonuses for performance (ANTUNES, 2019, p. 9, our translation). It also states that all schools go through this determination, which constitutes the Pact for Education - PPE, "a policy that focuses on improving the quality of education, for all and with equity, covering all state elementary schools (final years) and high school, through the monitoring of its results" (ANTUNES, 2019, p. 17, our translation). In the practice of management, therefore, the director submits to a working methodology established by the Pact for Education, as he explains, "the PPE, because it is a policy of management by results, uses process and result indicators as mechanisms to evaluate and objectively measure the performance of educational actions developed by the State of Pernambuco" (ANTUNES, 2019, p. 20, our translation). Control over the school is drawn from two main indicators "[...] the Pernambuco Education Development Index (IDEPE) and the Basic Education Development Index (IDEB), which are measured periodically for the 3rd year of high school and 9th grade of elementary school" (ANTUNES, 2019, p. 20, our translation). Module 11 (School Management and School Manager Performance) returns to the focus on the role of school management, reaffirming its responsibility for the results, centered on controlling the performance of students' learning, placing, in a certain way, the process of teaching and learning, depending on the leadership capacity of the principal to the detriment of the set of responsibilities of other teachers, education professionals, family, and especially the student, as an autonomous and unique subject. It underpins this premise, the assumption that school leadership, centered on the principal, has a strategic function to achieve the quality of education. This principle is argued in supposed international experiences (there is no reference mentioned) and it is stated that, "in education, at the international level, is being highlighted as a fundamental condition to determine the quality of education and the effective training of its students [...] a direct relationship between the quality of leadership of managers and the quality of teaching and student performance" (MAGALHÃES, 2019, p. 9, our translation). This type of argument, in addition to having its debatable reasoning, shifts the social sense of learning to the administrative sphere, restricts learning to a quantitative data, depending on or direct influence of the director's leadership, a way of holding the administrative manager accountable for something that he has little or almost no real domain. It is affirmed, in this module of theoretical studies for the training of managers, a conception of school manager, with characteristics of a process leader, when it says: "[...]
image/svg+xmlThe training of the school manager in Pernambuco Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 19| 19therefore understood in this way, the concepts of leadership and management complement each other and even to some extents are confused by presenting certain important and basic elements in common, as previously presented" (MAGALHÃES, 2019, p. 23, our translation). The discourse published by PROGEPE 2019 deepens even more a managerial conception that was already present in the edition of the training in 2012. It does not, for example, the goals of the PNE in force, and its strategies for school management. Similarly, there is no impact on the decisions made in the current State Education Plan, in which SEE-PE itself had a major role in its implementation. In this sense, the guidelines proposed for the state education system, as previously discussed, are disregarded. Final considerations This article aimed to analyze the conceptions of school management present in the management processes of managers in Pernambuco in the last decade, focusing on the contribution of the Management Training program of Pernambuco - PROGEPE, in its two editions, the first in 2012 and the second edition in 2019. The basic texts of the PROGEPE 2012 edition, written partly by a group of university professors and another part by advisors of the education secretariat's results policy, present, in this edition, contradictory discourses, reports that indicate the existence of a process of conceptual dispute around the conception of the school, its function and the very conception of collegiate management. On the one hand, democratic management is affirmed, based on participation and autonomy, as well as the need for collegiates, such as the school board and the student guild. The discourse of democratic management thus focuses on the importance of collegiate management as strategic to create the identity of the school. Affirm the manager as articulator of the different segments in his various interests. It values the principles of participatory action and community involvement, as a condition for obtaining degrees of autonomy to have a life of its own. On the other hand, from then on, a strong discourse was perceived to affirm the need for changes in the profile of managers, in order to meet the perspective of management by results that was being developed within the State, particularly in the Department of Education. It points out the need for leadership training in the school, as a determining element in achieving the results. School autonomy is redefined as a responsibility conditioned to the external control of evaluations.
image/svg+xmlLuiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 20| 20It was also observed that the State Education Plan (2015-2025), different from the proposed managerialist model, reaffirms that the qualification of democratic management in the context of basic education presupposes the existence and participation of collegiates in the construction and management of the school project, an expression of their autonomy. The second edition of PROGEPE, held in 2019, presents training themes focused on the foundation of operational actions for public management, from the perspective of results management, due to the school model and the monitoring control process by the senior management of state policy. In general, the PROGEPE 2019 discourse further deepens the management conception already initiated in training in 2012 and disregards the state policy under development through the PEE-PE (2015-2025). Thus, it is revealed an integrated narrative to a set of educational policies under development at the national and, above all, state level, based on accountability, monitoring of results and processes (integrated into the external evaluation system of large-scale learning), and, fueled by a vigorous reward policy, the Educational Performance Bonus. It is also understood that democracy in school management is an element with potential direct repercussion on social culture as a whole, that is, it transcends the school, to the extent that it constitutes an element of the democratization of society itself. This concept, however, has been confronted with managerial perspectives inserted in the school environment, by different actions mediated by public education policies in different perspectives, sometimes evaluation of results, sometimes planning, financing, or even those aimed at controlling compliance with the curriculum. It must be acknowledged that the school management model, designed by the Federal Constitution of 1988, still with fragile experience in schools, is now replaced, in some states, by forms of school management, in which attention is focused on issues of an administrative nature and, in particular, on the model of strategic planning and management control of results, management methodology widely used in the business world. Among other aspects, the managerial model applied to the school tends to mischaracterize the basic principle of the necessary democratization of relationships, in order to resignify the fundamental principle of participation and teacher autonomy, extolling and expanding bureaucratic formalisms and external control over the internal processes of the school. The political choice for democratic management or for a neoliberal managerialism has consequences. If the political option is for democracy, it increases the contribution of education to the formation of the critical citizen, from the perspective of human formation, based on
image/svg+xmlThe training of the school manager in Pernambuco Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 21| 21autonomous processes and participation, cooperation and solidarity among the subjects. However, the option for managerialism leads to a training limited to the market, to an education centered on the logic of competition and meritocracy. It tends to regard the citizen as a consumer, indifferent to the like. It is stated, then, that this is a matter of politics that refers to the relationship between the public and the private. When discussing the new orientations between the public and the private, in this particular period of capitalism, and its consequences for the management of basic education, it is understood that the democratic management of education – a process still under construction, in a conjuncture of correlation of societal forces in dispute, needs to return, once again, to the center of the educational debate (PERONI; OLIVE TREE; FERNANDES, 2009, p. 775, our translation). More than a decade later, the discourse around results management had an important program of training managers, PROGEPE, which has been contributing to the firming of discourses, strengthening and normalizing the rhetoric around management by results in education. Pernambuco emerged in the national scenario with results considered successful in external evaluations, produced within the scope of this policy. There is no doubt that, at the best of state politics, this strategy tends to remain. As Professor Silker Weber, former Secretary of Education in the Arraes government, said, at a time when advanced principles for the management of education in this state were established, [...] Pernambuco will certainly continue with educational policies for results. But will they be sufficient to safeguard the school as a place of learning of knowledge, art, culture, technology produced by humanity and to ensure the organization of thought inherent to it [?] (WEBER, 2019, p. 10, our translation). Expanding this analytical focus, one can elaborate the following questions: Will the official policy documents, the national, state and municipal education plans continue in the field of intentions, or even in rhetoric without connection with reality? What challenges are the challenges of educators at this historic moment in constructing a school management capable of boosting a quality education project, with a view to current and future demands? The National Education Plan must be resumed in the goals of such democratic generation. As a principle, democratic management must be understood in a broad sense, relating to the entire educational system. It is a fundamental component to the consolidation of the National Education System, including discussions on the functioning of councils, forums,
image/svg+xmlLuiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 22| 22negotiating bodies, education conferences and any other democratic instruments and processes of participation, capable of building and validating the autonomy of the school, an essential part of this system. REFERENCES ANTUNES, F. Módulo de Gestão por Resultados na Educação: PROGEPE Programa de Formação de Gestores Educacionais de Pernambuco. 2.ed. Recife: Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco, 2019. 37 p. FAIRCLOUGH, N. Discurso e Mudança Social. Coord. de tradução: Izabel Magalhães. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 2001. FONSECA, M.; TOSCHI, M. S; OLIVEIRA, J. F. (org.). Escolas Gerenciadas: Planos de desenvolvimento e Projetos políticos-pedagógico em debate. Goiânia: Ed. da UCG, 2004. MAGALHÃES, I. R. B. S. Módulo 11 - Gestão Escolar e o Desempenho do Gestor Escolar: PROGEPE Programa de Formação Continuada de Gestores Escolares de Pernambuco. 2. ed. Recife: Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco, 2019. 53 p. MARANHÃO, I. L.; MARQUES, L. R. O Programa de Formação de Gestores Escolares de Pernambuco e a qualidade da educação. In: SANTOS, A. L. F.; ANDRADE, E. F.; MARQUES, L. R.(org.). Políticas Educacionais no Estado de Pernambuco: Discursos, tensões e contradições. Recife: UFPE, 2019. MARQUES, L. R. Gestão democrática da educação: Os projetos em disputa. Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 8, n. 15, jul./dez. 2014. Available: http://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/article/view/453 Access: 01 Dec. 2017. MULLER, P.; SUREL, Y. A análise das políticas públicas. Tradução de Agemir Bavaresco e Alceu Ferraro. Pelotas: Educar, 2002. PERNAMBUCO. Secretaria de Educação de Pernambuco. Módulo VI – Gestão de Patrimônio e de Materiais. PROGEPE. Recife: SEE, 2019a. PERNAMBUCO. Secretaria de Educação de Pernambuco. Módulo I – Gestão Pública. PROGEPE. Recife: SEE, 2019b. PERNAMBUCO. Secretaria de Educação de Pernambuco. Módulo XII – Relações Institucionais. PROGEPE. Recife: SEE, 2019c. PERNAMBUCO. Secretaria de Educação de Pernambuco. Módulo IX – Educação Profissional e Integral. PROGEPE. Recife: SEE, 2019d. PERNAMBUCO. Secretaria de Educação de Pernambuco. Decreto n. 38.103, de 25 de abril de 2012. Regulamenta os critérios e procedimentos para realização de processo de seleção para função de representação de diretor escolar e diretor adjunto das escolas estaduais, e dá outras providências. Recife: SEE, 2012a. Available:
image/svg+xmlThe training of the school manager in Pernambuco Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021017, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16508| 23| 23https://legis.alepe.pe.gov.br/?de381032012#:~:text=(Revogado%20pelo%20art.,estaduais%2C%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias. Access: 10 Nov. 2019. PERNAMBUCO. Secretaria de Educação de Pernambuco. Módulo III - Gestão Democrática, Instrumentos de Gestão e Diálogos com a Comunidade. PROGEPE. Recife: SEE, 2012b. PERNAMBUCO. Secretaria de Educação de Pernambuco. Módulo X – Competências e Gestão de Pessoas. PROGEPE. Recife: SEE, 2012c. PERONI, V. M. V.; OLIVEIRA, R. T. C. de; FERNANDES, M. D. E. Estado e terceiro setor: as novas regulações entre o público e o privado na gestão da educação básica brasileira. Educação e Sociedade, Campinas, v. 30, n. 108, p. 761-778, out. 2009. SILVA, M. G. M. da; CONRADO, N. L. D. de; LUZ, J. N. N. da. Qualidade na perspectiva das políticas educacionais: significados e paradoxos. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 1, n. 1, p. 7-17, 2011. Available: http://ojs.ufgd.edu.br/index.php/educacao/article/view/1404. Access: 10 Nov. 2019. WEBER, S. Prefácio. In: SANTOS, A. L. F. dos; ANDRADE, E. F.; MARQUES, L. R. (org.). Políticas Educacionais no Estado de Pernambuco: Discursos, tensões e contradições. Recife: Ed. UFPE, 2019. ISBN 978-85-415-1113-1. About the author Luiz Alberto Ribeiro RODRIGUES Associate Professor at the University of Pernambuco.Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação. Correction, formatting, normalization and translation.