image/svg+xmlRev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021009, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16505| 1| 1POLÍTICAS EDUCATIVAS, GESTÃO E PARTICIPAÇÃO: DIÁLOGOS E AÇÕES POLÍTICAS EDUCATIVAS, GESTIÓN Y PARTICIPACIÓN: DIÁLOGOS Y ACCIONES EDUCATIONAL POLICIES, MANAGEMENT AND PARTICIPATION: DIALOGUES AND ACTIONSAna Claudia Dantas CAVALCANTI Universidade Federal da Grande Dourados e-mail: anacavalcanti@ufgd.edu.brComo referenciar este artigo FURTADO, A. C. Políticas educativas, gestão e participação: Diálogos e ações.Revista Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021009, 2021. e-ISSN: 2237-258X. DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16505 Submetido em: 17/06/2021 Revisões requeridas em: 12/08/2021 Aprovado em: 17/09/2021Publicado em: 30/10/2021
image/svg+xmlAna Cláudia Dantas CAVALCANTI Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021009, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16505| 2| 2A contemporaneidade apresenta-se numa fase de readequação de valores. A transição para o século XXI nos instiga de forma nostálgica a pensar: Onde se encontra hoje o sentido da Place de Gréve ou da Place de la République na França? Em que ponto encontrar o sentido solidário e de coesão dos antigos movimentos sociais dos idos anos 1980? Em que localidade restauramos o sentido do 1º de maio? O globo terrestre: norte, sul, leste, oeste, vive atualmente no paraíso do mercado, com raríssimas exceções. Em companhia a era da mercadorização (inclusive estatal) - identificamos o predomínio das tecnologias, dos mercados financeiros e novos meios de comunicação e informação. Diante deste quadro, refletimos: O que era sólido virou flexível? A mobilização sindical se rendeu à força sindical – na adequação semântica do termo – em parceira com o capital? A luta hoje se resume a nos mantermos exploradamente vivos? O leste europeu sucumbiu às investidas de transição para um pós-modelo de desenvolvimento ou ‘novo modelo de desenvolvimento’, distante do modo de produção capitalista, e hoje o cenário é a coesão para os ricos e, na outra extremidade, a flexibilização para os que trabalham. Somos muitos percentuais (%) globais que produzem as riquezas para os poucos percentuais (%) globais que dela usufruem. Isso não é novidade, mas a distância entre ambos os percentuais aumentou consideravelmente nesses tempos modernos! A crise do capital instalada no final do século XX, ao planejar saídas de reprodução e manutenção de suas bases, justifica ações de manutenção das extremidades entre ricos e pobres com ação estratégica no setor da educação entre os séculos XX e XXI, na perspectiva de manter suas bases de exploração e na manutenção da subsistência do referido modelo de desenvolvimento. A famosa Era dos Anos 1990 no Brasil, iniciada por Collor de Melo, continuada por Fernando Henrique Cardoso até a presente data, apresenta sua adequação às ideias globais, que aprofundam os ideais da agressividade capitalista. Nesse período, destacamos o reinado do professor tucano, que instaurou o processo de mumificação da cidadania, calcada nas decisões das vozes populares, dos anos 1980. Tempo da financeirização do estado, da flexibilização do trabalho, apoiados pela nova estruturação do capital e pelas organizações internacionais que, sob o tripé da injeção de recurso, mudança de currículo e formação de professores, instauraram as novas significações da estrutura educacional para atender aos ideais de mercado. Por mais que forças contraditórias se enfrentem nesse conjunto de concepções, o ‘ponteiro’ tende para indicar ideias neoconservadoras de cunho neoliberais concebidas mundialmente, e especificamente no Brasil, apoiadas pelo tutelado presidencial do estado gerencial. É importante frisar o aparato do modelo do Estado gerencial no Brasil, porque este
image/svg+xmlPolíticas educativas, gestão e participação: Diálogos e ações Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021009, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16505| 3| 3modelo tem acolhido diferentes governos, a partir da década de 1990, sejam governos neoconservadores, governos progressistas e/ou ditos socialistas. Do ponto de vista social, temos movimentos urbanos inclusos na vasta onda do consumo de shopping center, travando uma guerrilha despolitizada do ‘todos contra todos’ no campo de batalha dos ‘sem nada’. Uma verdadeira campanha de banalização dos valores culturais, históricos, criativos, artísticos de cultura e da organização popular. Sob o enfoque político, uma completa alegoria aos valores globais de cidadania e direitos humanos pautados nas bases liberais da competição, da concorrência, do mérito, do individualismo, da eficiência, da eficácia e na disposição do trabalho cognitivo, comportamental, coletivo e de liderança, presentes nos discursos da educação de qualidade em favor das forças produtivas, dentre outros, com foco no classificado cidadão/cliente consumidor. Sob estes aspectos, a educação tem um papel fundamental, seja no reforço de tais ideais modernos, seja de sublevação de um pós modelo de desenvolvimento, ainda não ultrapassado porque a história ainda não acabou, mas existe e resiste no tempo. Diálogos educativos exigem embate neste mundo global e sem fronteiras. Ações demandam campo público e político, que busquem o estilo das vozes reivindicantes da Place de Gréve e da Place de la République. O momento não é de alfinetar idealizações e projetos de ruptura, que se encontram no mesmo campo de idealizações, mas fortalecer os processos de democracia e participação cidadã, por onde se fortalecerão as bases e os acessos da materialização de tal projeto. Por tal intento, este dossiê da Revista Educação & Fronteiras, sob o título: ‘Políticas Educativas, Gestão e Participação: diálogos e ações’ se propõe a refletir sobre o momento atual da educação neste contexto, eliminando nossas fronteiras, dialogando com dimensões capazes de um agir educativo de pronunciamento. As políticas educativas, de gestão e a participação cidadã, balizadas no contexto do diálogo e da ação, afirmarão bases que incluem a autonomia do sujeito como ser protagonista de vida de qualidade. É tempo de afirmar e reafirmar afirmando! A concepção racional dialógica, fundamentada no diálogo e autonomia, subsidiará as vertentes de uma ação capaz de potencializar desenvolvimento. O Dossiê resulta de reflexões e pesquisas sobre política, participação e gestão da educação e sob formas de criar perspectivas de diálogos e ações no campo educativo. Partimos da visão crítica de Ruben Marreiro, Ana Claudia Dantas Cavalcanti, Sara Saraiva e Carmen Cavaco que investigam o espaço da educação na ação política, vista sob a ótica das propostas dos governos no Brasil e em Portugal, delimitando as últimas eleições presidenciais nesses países. A pesquisa busca compreender qual o lugar que a Educação de
image/svg+xmlAna Cláudia Dantas CAVALCANTI Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021009, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16505| 4| 4Adultos assume nos planos de governo dos partidos políticos do Brasil e Portugal. As propostas condizem com a realidade internacional e local? Quais as finalidades que estes programas elencam para a Educação de Jovens e Adultos? Esse debate é central para as políticas públicas educacionais? E, nessa linha de investigação, o desenrolar na busca por respostas, compara a intencionalidade dos partidos que pretendem assumir o cargo maior de chefe do executivo dos países investigados. Em prosseguimento, os estudos e análises de Assis Leão e Maria Dayanne evidenciam a discussão da importância da formação cidadã, na perspectiva de controle social e do protagonismo juvenil. As reflexões vão desde o reconhecimento do potencial juvenil para a participação em processos em instâncias decisórias, evidenciando por outro, a ausência de espaços de formação e ação para essas questões. Seria injusto pensar que a ausência de tais espaços institucionais para o exercício da cidadania é parte do projeto do estado sob as bases da concepção gerencial? Ana Paula Romão Ferreira e Ancelmo R. da Silva discutem o papel da comunidade quilombola no processo de descolonização da gestão escolar. Assim, instrumentos de gestão como o Projeto Político-Pedagógico na perspectiva da construção coletiva dos processos educativos formais escolares e, por ouro lado, a participação direta da comunidade escolar na gestão democrática obtiveram impacto positivo na qualidade educacional? Tais experiências locais contribuem para o diálogo em torno das práticas educativas com base na participação coletiva, no processo de gestão educativa. Nessa perspectiva, haveremos de refletir sob os processos de descolonização da gestão escolar para subsidiar uma insurreição de ideias no campo da educação, a partir do exemplo do protagonismo da comunidade da escola quilombola. Em continuidade, Pollyanna N. de Oliveira e Alice Botler discutem sobre concepção de alfabetização nas pesquisas em políticas educacionais. Nesse espaço, as autoras refletem sobre a democratização na aquisição da linguagem do público estudantil, identificando o espaço local como fator complexo e criativo na qualificação dos processos educativos. A linguagem na base do campo democrático da aprendizagem e do conhecimento é o caminho que leva ao fortalecimento e ao amadurecimento de práticas de participação e da democracia no âmbito sociocultural da sociedade. Seguindo as reflexões da formação sob o aspecto da política de formação continuada de professores, Áurea Augusta R. da Mata, reflete a política nacional com foco nas ações do estado tomando por exemplo o estado de Pernambuco. Como se encontra o ordenamento dessas políticas do ponto de vista legal e curricular? Qual a lógica que permeia a condução da formação de professores no estado? Elas estão dispostas na perspectiva de fortalecimento do trabalho
image/svg+xmlPolíticas educativas, gestão e participação: Diálogos e ações Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021009, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16505| 5| 5docente? Essas indagações percorrem o trabalho de pesquisa reafirmando a necessidade da ciência da educação em explorar essas questões e apontar caminhos que conduzam ao diálogo. A perspectiva do dossiê, ao convidar pesquisadores de diferentes países e estados, vem com o intuito do diálogo que ultrapasse paradoxalmente fronteiras políticas no espaço global. Acrescente-se a objetivação do desenvolvimento de ações que venham a fortalecer o debate crítico na consolidação das políticas e da gestão da educação. Nessa objetivação, Luiz de Souza Júnior, Damião de Lima e Sérgio Andrade de Moura, apresentam a discussão sobre a efetividade do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB, no estado da Paraíba no período 2007/2019. Os autores analisam tal efetividade na perspectiva de apresentar resultados objetivos, no que concerne ao atendimento do desenvolvimento do ensino básico. Para além dessa perspectiva, alinham a reflexão ao direito constitucional da educação básica. Apesar do fluxo regular e de seu amparo legal, o FUNDEB no estado conseguiu contribuir para o avanço e melhoria do sistema de educação? A presença efetiva dos recursos implica no aumento da oferta da educação na perspectiva normativa do direito constitucional de educação para todos? Essas indagações estão na base do olhar investigativo da pesquisa dos autores, que, ao extrapolar os limites das fronteiras nacionais, propiciam elementos de debate e organização das sociedades civil e política. Que os caminhos do debate sejam públicos e em espaços públicos. Luciana Marques e Iágrici M. de L. Maranhão trazem à tona a discussão da centralidade do modelo gerencial de estado no âmbito da formação de gestores no Estado de Pernambuco, resultante da Reforma do Estado, iniciada na década de 1990, com o então presidente Fernando Henrique Cardoso. Elucidam sobre a Nova Gestão Pública e seus objetivos em trazer eficiência eficácia e resultados econômicos ao Estado. As autoras refletem sobre a perspectiva da formação de gestores escolares tendo por base a cultura dos resultados e sob os pilares fincados na meritocracia e bonificação. Por essas constatações, tomam por base o Programa de Formação de Gestores Escolares de Pernambuco – PROGEPE. Qual a qualidade de educação que foi construída na rede pública em Pernambuco sob a perspectiva gerencial de estado? Em que medida a política gerencial implica na construção e elaboração de aferição da qualidade da educação a partir das avaliações externas e dos índices educacionais no estado? Essas questões reverberam na organização da gestão escolar? A mesma linha de investigação foi tomada por Luiz Alberto R. Rodrigues que pesquisa sobre a formação do gestor escolar em Pernambuco. O autor limitou sua investigação no período de 2012 a 2019, na análise das concepções de gestão no estado de Pernambuco. Através
image/svg+xmlAna Cláudia Dantas CAVALCANTI Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021009, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16505| 6| 6do Programa de Formação de Gestores Escolares de Pernambuco – PROGEPE, a análise reflete sobre os embates entre os conceitos de gestão escolar democrática e as correntes do gerencialismo, com a gestão por resultados adotada pelo estado. O autor pondera sobre esta colisão na representação das instituições que se unem para a execução do referido projeto. Se, por um lado, a Universidade de Pernambuco - UPE e outras universidades parceiras deste projeto, tencionam fortalecer o conceito crítico da gestão educacional, a partir da perspectiva democrática de gestão, por outro, o Estado de Pernambuco pretende reforçar a lógica gerencial de estado. Por este esbarrão conceitual, o que preponderou na formação dos gestores foi o campo crítico-conceitual acadêmico ou o instrumental institucional? Esta análise nos leva a entender o campo das forças da política gerencial subsidiada na esfera neoliberal que contornam a educação nacional. É interessante notar que as pesquisas apontam fatores que influenciam a qualidade da educação: os planos e intenções de governo, a maneira como você age intersubjetivamente com os sujeitos envolvidos numa perspectiva democrática no âmbito das decisões coletivas que afetam aos processos educativos, como o currículo, os projetos políticos-pedagógicos escolares, a gestão democrática, o financiamento da educação, a formação de professores, gestores, técnicos administrativos, dentre outros. O trabalho de pesquisa de Ana Maria S. Pereira culmina os debates na discussão sobre a pedagogia da alternância e a curricularização da extensão popular na formação de professores. A formação de professores exerce influência sobre a concepção da educação? Os princípios da ética e da autonomia provocam consequências diretas na prática docente e de cidadania na perspectiva interdisciplinar e planetária? A análise tem como campo os estudantes do campo, no âmbito do PRONERA, em Curso de Licenciatura em Geografia da UPE/Campus Mata Norte. Educação e cultura foram explorados cientificamente em área de assentamento e acampamento de Reforma Agrária. De que maneira a pedagogia da alternância articula e dialoga com saberes científicos, pedagógicos numa perspectiva intercultural? Esse diálogo implica na melhoria da curricularização da extensão popular da formação inicial dos professores? O fortalecimento da culturalidade e interculturalidade podem ser vistas como um processo de fortalecimento do diálogo e ações no processo de desenvolvimento do protagonismo social nesses tempos. O trabalho de Andreia Vicência e Pamela Gimenes apreende a concepção de gestão democrática e gestão gerencial a partir de uma revisão bibliográfica. A temática é de importância relevante nos tempos atuais, considerando a necessidade de explicitar as especificidades do modelo do estado gerencial e suas perspectivas no âmbito do modelo de
image/svg+xmlPolíticas educativas, gestão e participação: Diálogos e ações Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021009, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16505| 7| 7participação e democracia. Os tempos modernos sinalizam que o processo de globalização requer respostas não só locais, mas que venham a incluir outros poderes locais. Vamos começar a ventilar com as nossas cidades gêmeas. O trabalho de Mara Marques sinaliza a necessidade de refletir a educação na perspectiva da construção de suas políticas em população fronteiriça. Assim, tratar a política de formação de professores no espaço fronteiriço entre Brasil e Paraguai, por exemplo e foco da pesquisa, sinaliza a necessidade do diálogo para a edificação de espaços interculturais – importante dimensão para observação de limites e superação de desafios - na perspectiva de conceber as melhores formas de uma educação que construa sujeitos autônomos na potencialização da ação de transformação. O dossiê apresenta uma proposta de análise das políticas em diálogo na perspectiva de construir ações de enfrentamento às questões que nos são adversas nesse mundo sem fronteira, onde o capital habita. Havemos de refletir na transposição de uma educação que contempla uma lógica neoliberal de mercado, para uma educação com alternativa, de ser uma gestão pública, laica, de qualidade, centrada na lógica do tripé: desenvolvimento humano, do protagonismo do sujeito e participação para formação cidadã. E, por fim, o dossiê incorpora a resenha do livro Ensino médio em reformas: trabalho, políticas, cotidiano de Jean Mac Cole Tavares Santos, Elione Maria Nogueira Diógenes e Rosemeire Reis; de autoria de Camila Ferreira da Silva, intitulada “Que Ensino Médio?” Que as reflexões congregadas neste dossiê possam mover os sujeitos sociais e políticos, mover uma educação que estabeleça, no diálogo, a fonte significativa de ação e execução. Nosso agradecimento especial a Linha de Pesquisa Política e Gestão da Educação – PPGEdu/UFGD/FAED, que nos possibilitou a discussão nesse espaço, aos autores, aos pareceristas, aos editores, aos funcionários e colaboradores, meu profundo respeito e consideração. Não poderia deixar de registrar o enfrentamento à pandemia no decurso deste trabalho. Assim, aos que venceram o vírus, aos que viram seus familiares vencendo a COVID-19, aos que perderam seus familiares e aos que ainda lutam contra o vírus e suas mazelas, nosso profundo respeito e solidariedade.
image/svg+xmlAna Cláudia Dantas CAVALCANTI Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021009, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16505| 8| 8Sobre a autora Ana Cláudia Dantas CAVALCANTI Editora. Processamento e edição: Editora Ibero-Americana de Educação. Correção, formatação, normalização e tradução.
image/svg+xmlRev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021009, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16505| 1| 1EDUCATIONAL POLICIES, MANAGEMENT AND PARTICIPATION: DIALOGUES AND ACTIONS POLÍTICAS EDUCATIVAS, GESTÃO E PARTICIPAÇÃO: DIÁLOGOS E AÇÕES POLÍTICAS EDUCATIVAS, GESTIÓN Y PARTICIPACIÓN: DIÁLOGOS Y ACCIONES Ana Claudia Dantas CAVALCANTI Federal University of Grande Dourados e-mail: anacavalcanti@ufgd.edu.brHow to refer to this article FURTADO, A. C. Educational policies, management and participation: Dialogues and actions.Revista Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021009, 2021. e-ISSN: 2237-258X. DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16505 Submitted: 17/06/2021 Revisions required: 12/08/2021 Approved: 17/09/2021Published: 30/10/2021
image/svg+xmlAna Cláudia Dantas CAVALCANTI Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021009, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16505| 2| 2Contemporaneity presents itself in a phase of readjustment of values. The transition to the 21st century prompts us in a nostalgic way to think: Where is today the meaning of place de Gréve or Place de la République in France? At what point to find the sense of solidarity and cohesion of the old social movements of the 1980s? In what locality do we restore the meaning of May 1st? The globe: north, south, east, west, currently lives in the paradise of the market, with very few exceptions. In company the era of marketization (including state) - we identified the predominance of technologies, financial markets and new means of communication and information. In view of this picture, we reflect: What was solid turned flexible? The union mobilization surrendered to the union force – in the semantic adequacy of the term – in partnership with the capital? Is today's struggle boiling down to being exploited alive? Eastern Europe has succumbed to the attacks of transition to a post-model of development or 'new model of development', far from the capitalist mode of production, and today the scenario is cohesion for the rich and, at the other end, flexibility for those who work. We are many percentages (%) global that produce the wealth for the few percentages (%) global that enjoy it. This is nothing new, but the distance between both percentages has increased considerably in these modern times! The crisis of capital installed at the end of the 20th century, when planning reproduction and maintenance of its bases, justifies actions to maintain the extremities between rich and poor with strategic action in the education sector between the 20th and 21st centuries, with a view to maintaining its bases of exploitation and maintaining the subsistence of the said development model. The famous Era of the 1990s in Brazil, initiated by Collor de Melo, continued by Fernando Henrique Cardoso to date, presents its adaptation to global ideas, which deepen the ideals of capitalist aggressiveness. In this period, we highlight the reign of the Toucan professor, who initiated the process of mummification of citizenship, based on the decisions of popular voices, of the 1980s. Time of financialization of the state, the flexibilization of work, supported by the new structuring of capital and by international organizations that, under the tripod of the injection of resources, change of curriculum and teacher training, established the new meanings of the educational structure to meet market ideals. As much as contradictory forces face themselves in this set of conceptions, the 'pointer' tends to indicate neo-liberal neoconservative ideas conceived worldwide, and specifically in Brazil, supported by the presidential tutelage of the management state. It is important to emphasize the fact of the model of the management state in Brazil, because this model has
image/svg+xmlEducational policies, management and participation: Dialogues and actions Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021009, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16505| 3| 3welcomed different governments, since the 1990s, whether neoconservative governments, progressive governments and/or socialist so-called. From a social point of view, we have urban movements included in the vast wave of shopping center consumption, fighting a depoliticized guerrilla of 'all against all' on the battlefield of the 'nothing'. A true campaign of trivialization of cultural, historical, creative, artistic values of culture and popular organization. From the political perspective, a complete allegory to the global values of citizenship and human rights based on the liberal bases of competition, competition, merit, individualism, efficiency, effectiveness and the disposition of cognitive, behavioral, collective and leadership work, present in the discourses of quality education in favor of productive forces, among others, focusing on the citizen/consumer customer classified. In these aspects, education has a fundamental role, whether in the reinforcement of such modern ideals or of a post-development model, not yet outdated because history is not yet over, but it exists and resists in time. Educational dialogues require a clash in this global and borderless world. Actions demand public and political field, which seek the style of the voices claiming the Place de Gréve and place de la République. The moment is not to pin idealizations and projects of rupture, which are in the same field of idealizations, but to strengthen the processes of democracy and citizen participation, through which the bases and accesses of the materialization of such project will be strengthened. For this purpose, this dossier of the Journal Educação & Fronteiras, under the title: 'Educational Policies, Management and Participation: dialogues and actions' proposes to reflect on the current moment of education in this context, eliminating our borders, dialoguing with dimensions capable of an educational action of pronouncement. Educational policies, management and citizen participation, guided in the context of dialogue and action, will affirm bases that include the autonomy of the subject as a protagonist of quality life. It is time to affirm and reaffirm affirming! The rational dialogical conception, based on dialogue and autonomy, will support the aspects of an action capable of potentiating development. The Dossier results from reflections and research on politics, participation and management of education and in ways of creating perspectives of dialogues and actions in the educational field. We start from the critical view of Ruben Marreiro, Ana Claudia Dantas Cavalcanti, Sara Saraiva and Carmen Cavaco who investigate the space of education in political action, seen from the perspective of the proposals of governments in Brazil and Portugal, delimiting the last presidential elections in these countries. The research seeks to understand the place that Adult Education takes in the government plans of the political parties of Brazil and Portugal. Do the
image/svg+xmlAna Cláudia Dantas CAVALCANTI Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021009, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16505| 4| 4proposals are in agreement with the international and local reality? What are the purposes of these programs for Youth and Adult Education? Is this debate central to public education policies? And in this line of investigation, the unfolding in the search for answers, comms, the intentionality of the parties that intend to assume the greater position of chief executive of the countries investigated. In the course of this, the studies and analyses of Assis Leão and Maria Dayanne highlight the discussion of the importance of citizen education, from the perspective of social control and youth protagonism. The reflections range from the recognition of the juvenile potential for participation in processes in decision-making instances, evidencing, on the other hand, the absence of spaces for training and action for these issues. Would it be unfair to think that the absence of such institutional spaces for the exercise of citizenship is part of the state project under the foundations of management conception? Ana Paula Romão Ferreira and Ancelmo R. da Silva discuss the role of the quilombola community in the process of decolonization of school management. Thus, management instruments such as the Political-Pedagogical Project from the perspective of the collective construction of formal school educational processes and, on the other hand, the direct participation of the school community in democratic management have had a positive impact on educational quality? Such local experiences contribute to the dialogue around educational practices based on collective participation in the educational management process. In this perspective, we will reflect under the processes of decolonization of school management to subsidize an insurrection of ideas in the field of education, from the example of the protagonism of the quilombola school community. In continuity, Pollyanna N. de Oliveira and Alice Botler discuss the conception of literacy in research in educational policies. In this space, the authors reflect on the democratization in the acquisition of the language of the student public, identifying the local space as a complex and creative factor in the qualification of educational processes. Language at the basis of the democratic field of learning and knowledge is the path that leads to the strengthening and maturation of participation practices and democracy in the sociocultural sphere of society. Following the reflections of the formation under the aspect of the policy of continuing teacher education, Áurea Augusta R. da Mata reflects the national policy focusing on the actions of the state taking for example the state of Pernambuco. How is the ordering of these policies from the legal and curricular point of view? What is the logic that permeates the conduct of teacher training in the state? Are they willing in the perspective of strengthening the teaching
image/svg+xmlEducational policies, management and participation: Dialogues and actions Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021009, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16505| 5| 5work? These questions go through the research work reaffirming the need of the science of education to explore these issues and point out paths that lead to dialogue. The perspective of the dossier, by inviting researchers from different countries and states, comes with the aim of dialogue that goes beyond and paradoxically political borders in the global space. Add the objective of the development of actions that will strengthen the critical debate in the consolidation of policies and the management of education. In this objectification, Luiz de Souza Júnior, Damião de Lima and Sérgio Andrade de Moura, present the discussion on the effectiveness of the Fund for Maintenance and Development of Basic Education and Valorization of Education Professionals - FUNDEB, in the state of Paraíba in the period 2007/2019. The authors analyze this effectiveness from the perspective of presenting objective results, with regard to the attendance of the development of basic education. In addition to this perspective, they align the reflection with the constitutional right of basic education. Despite the regular flow and its legal support, has FUNDEB in the state been able to contribute to the advancement and improvement of the education system? Does the effective presence of resources imply the provision of education from the normative perspective of the constitutional right of education for all? These questions are the basis of the investigative look of the authors' research, which, by extrapolating the limits of national borders, provide elements of debate and organization of civil and political societies. May the paths of debate be public and in public spaces. Luciana Marques and Iágrici M. de L. Maranhão bring to light the discussion of the centrality of the state management model in the context of the formation of managers in the State of Pernambuco, resulting from the State Reform, begun in the 1990s, with the then President Fernando Henrique Cardoso. They elucidate about the New Public Management and its objectives in bringing efficiency effectiveness and economic results to the State. The authors reflect on the perspective of the formation of school managers based on the culture of results and under the pillars placed on meritocracy and bonuses. For these findings, they are based on the Training Program of School Managers of Pernambuco - PROGEPE. What is the quality of education that was built in the public network in Pernambuco from the state managerial perspective? To what extent does management policy imply in the construction and elaboration of measurement of the quality of education from external evaluations and educational indexes in the state? Do these issues reverberate in the organization of school management? The same line of research was taken by Luiz Alberto R. Rodrigues who researches the formation of the school manager in Pernambuco. The author limited his research from 2012 to 2019, in the analysis of management conceptions in the state of Pernambuco. Through the
image/svg+xmlAna Cláudia Dantas CAVALCANTI Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021009, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16505| 6| 6Training Program of School Managers of Pernambuco - PROGEPE, the analysis reflects on the clashes between the concepts of democratic school management and the currents of managerialism, with the management by results adopted by the state. The author ponders this collision in the representation of the institutions that unite for the implementation of this project. If, on the one hand, the University of Pernambuco - UPE and other partner universities of this project intend to strengthen the critical concept of educational management, from the democratic perspective of management, on the other hand, the State of Pernambuco intends to reinforce the managerial logic of state. For this conceptual bump, what preponderate the formation of managers was the critical-conceptual academic field or the institutional instrumental? This analysis leads us to understand the field of the forces of management policy subsidized in the neoliberal sphere that go around national education. It is interesting to note that the researches indicate factors that influence the quality of education: the plans and intentions of government, the way you act intersubjectively with the subjects involved in a democratic perspective in the context of collective decisions that affect educational processes, such as the curriculum, political projects- school education, democratic management, education funding, teacher training, managers, administrative technicians, among others. Ana Maria S. Pereira's research work culminates the debates in the discussion about the pedagogy of alternation and the curricularization of popular extension in teacher education. Does teacher education influence the conception of education? Do the principles of ethics and autonomy have direct consequences in teaching and citizenship practice in the interdisciplinary and planetary perspective? The analysis has as field the students of the field, within the scope of PRONERA, in a degree course in Geography of UPE / Campus Mata Norte. Education and culture were scientifically explored in settlement area and agrarian reform camp. How does the pedagogy of alternation articulate and dialogue with scientific, pedagogical knowledge from an intercultural perspective? Does this dialogue imply the improvement of the curricularization of the popular extension of initial teacher education? The strengthening of culturality and interculturality can be seen as a process of strengthening dialogue and actions in the process of developing social protagonism in these times. The work of Andreia Vicência and Pamela Gimenes seizes the conception of democratic management from a literature review. The theme is of relevant importance in the present times, considering the need to explain the specificities of the management state model and its perspectives within the framework of the participation and democracy model. Modern times signal that the process of globalization requires not only local responses,
image/svg+xmlEducational policies, management and participation: Dialogues and actions Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021009, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16505| 7| 7but that they will include other local powers. Let's start venting with our twin cities. Mara Marques' work signals the need to reflect education from the perspective of the construction of its policies in border population. Thus, dealing with the policy of teacher education in the border between Brazil and Paraguay, for example and the focus of research, signals the need for dialogue for the construction of intercultural spaces – an important dimension for observing limits and overcoming challenges – in the perspective of conceiving the best forms of an education that builds autonomous subjects in the potentializing of the transformation action. The dossier presents a proposal for the analysis of policies in dialogue with a view to constructing actions to address the issues that are adverse to us in this world without frontier, where capital lives. We must reflect on the transposition of an education that contemplates a neoliberal market logic, for an alternative education, of being a public, secular, quality management, centered on the tripod logic: human development, the subject's protagonism and participation for citizen education. And finally, the dossier incorporates the review of the book High School in reforms: work, policies, daily life of Jean Mac Cole Tavares Santos, Elione Maria Nogueira Diogenes and Rosemeire Reis; by Camila Ferreira da Silva, entitled "What High School?" May the reflections gathered in this dossier move social and political subjects, move an education that establishes, in dialogue, the significant source of action and execution. Our special thanks to the Line of Political Research and Management of Education - PPGEdu/UFGD/FAED, which enabled us to discuss in this space, to the authors, to the reviewers, to the editors, to the employees and collaborators, my deep respect. I could not fail to record the confrontation with the pandemic in the course of this work. Thus, to those who have overcome the virus, to those who saw their families winning COVID-19, to those who have lost their families and to those who are still fighting the virus and its ills, our deep respect and solidarity.
image/svg+xmlAna Cláudia Dantas CAVALCANTI Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 11, n. esp. 1, e021009, 2021. e-ISSN: 2237-258X DOI:https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.1.16505| 8| 8About the author Ana Cláudia Dantas CAVALCANTI Publisher. Processing and publishing: Editora Ibero-Americana de Educação. Review, formatting, standardization and translation