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Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021027, 2021. e-ISSN: 2237-258X
DOI:
https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.2.16482
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A RELEVÂNCIA DA IMAGEM E DO MOVIMENTO CORPORAL NO PROCESSO
DE APRENDER E ENSINAR
LA RELEVANCIA DE LA IMAGEN Y EL MOVIMIENTO CORPORAL EN EL
PROCESO DE APRENDER Y ENSEÑAR
THE RELEVANCE OF IMAGE AND BODY MOVEMENT IN THE PROCESS OF
LEARN AND TEACH
Evanize Kelli Siviero ROMARCO
Universidade Federal de Viçosa
e-mail
: eva.siviero@gmail.com
Ivana BITTENCOURT
Universidade Federal da Bahia
e-mail
:
ivamb14@gmail.com
Como referenciar este artigo
BITTENCOURT, I.; ROMARCO, E. K. S. A relevância da imagem e do movimento corporal
no processo de aprender e ensinar.
Revista Educação e Fronteiras
, Dourados, v. 11, n. esp. 2,
e021027, 2021. e-ISSN: 2237-258X. DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.2.16482
Submetido em
: 10/04/2021
Revisões requeridas em
: 12/06/2021
Aprovado em
: 13/09/2021
Publicado em
: 30/11/2021
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Evanize SIVIERO e Ivana BITTENCOURT
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021027, 2021. e-ISSN: 2237-258X
DOI:
https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.2.16482
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RESUMO
:
Este estudo originou-se das observações feitas pelas autoras sobre as diferentes
formas de compreender a relevância da imagem e do movimento corporal no processo de
Aprender e Ensinar. Para contextualizar esse processo educacional e somático foram aplicadas
dinâmicas visuais para participantes matriculados no curso de extensão
Corpo, Formação
Humana e Sociedade
- da UFGD com o objetivo de fazer com que o participante conhecesse a
ideia de todos os outros; identificasse, além da diversidade de ideias, uma variedade de modos
de ver e pensar a mesma imagem ou movimento corporal, levando-o ao desenvolvimento do
próprio método de pensar ou de uma reflexão coletiva e, por fim, de melhorar a participação e
o envolvimento dos alunos. Para isso, nos pautamos na teoria de John Hattie (2017) sobre a
Aprendizagem Visível e utilizamos como metodologia a
Rotina de pensamento Zoom.
Foram
apresentadas quatro imagens e, para a observação e análise destas, fizemos 3 perguntas: O que
você vê? O que pensa que poderia ser? Quais são suas próprias inferências e conclusões do que
viu e pensou? Pelos relatos dos participantes, ficou claro o entendimento da dinâmica do
zoom
e que a descrição e a análise das imagens puderam ser feitas através do repertório de
conhecimento de cada aprendente. Ao escutar o que é dito, entramos em contato com o
repertório de palavras e de pensamentos do aprendente, como ele age e reage diante das
situações ali postas e de que maneira as resolve. Observando o aprendente durante a execução
da tarefa, percebemos atitudes que podem ser o elemento dificultador da aprendizagem ou
mesmo ser o motivo do não aprender. Analisamos o quanto essa relação do ensinar-aprender
mostrou-se ser um reflexo do ambiente em que vivemos; que o olhar para o aprender é
processual e devido às nossas heranças adquirimos conhecimentos, como também os
transmitimos, nos transformando em outros “eus”. Assim, quando nos tornamos outros “eus”,
os caminhos que escolhemos, qualquer que seja ele, terá um aprendizado que fica marcado em
nós, em nosso corpo e que essas impressões não devem ser qualificadas em positivas ou
negativas, mas em sinais e assinaturas que nos constroem enquanto um ser singular. Sabemos
que tais marcas podem nos ajudar ou nos prejudicar em nossos processos de formação, por isso
é preciso encontrar estratégias de constante desmantelamento de tendências à estagnação, por
meio de práticas de transformação de si, para aumentarmos o nosso potencial criativo e que nos
inspire a constante mudanças necessárias para a nossa evolução.
PALAVRAS-CHAVE
:
Imagem. Movimento. Ensino. Aprendizagem. Formação.
RESUMEN
:
Este estudio se originó a partir de las observaciones realizadas por los autores
sobre las diferentes formas de comprender la relevancia de la imagen corporal y el movimiento
en el proceso de Aprendizaje y Enseñanza. Para contextualizar este proceso educativo y
somático, se aplicaron dinámicas visuales a los participantes inscritos en el curso de extensión
Cuerpo, Formación Humana y Sociedad - en la UFGD, con el objetivo de concienciar al
participante de la idea de todos los demás; identificar, además de la diversidad de ideas,
muchas formas de ver y pensar una misma imagen o movimiento corporal, llevando al
participante al desarrollo de su propio método de pensamiento o reflexión colectiva, y en
definitiva a mejorar la participación e implicación del alumno. Para esto, nos basamos en la
teoría de John Hattie (2017) sobre Aprendizaje Visible y utilizamos la Rutina de Pensamiento
Zoom como metodología. Se presentaron cuatro imágenes para su observación y análisis, y
después, hicimos 3 preguntas: ¿Qué ves? ¿Qué crees que podría ser? y ¿Cuáles son sus propias
inferencias y conclusiones de lo que vio y pensó? A partir de los informes de los participantes,
quedó claro que la descripción y el análisis de las imágenes se hizo a través del repertorio de
conocimientos de cada alumno. Al escuchar lo que se dice, nos ponemos en contacto con el
repertorio de palabras y pensamientos del alumno, la forma en que actúa y reacciona ante las
situaciones que allí se presentan y la forma en que las resuelve. Al observar al alumno mientras
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realiza la tarea, notamos actitudes que pueden ser el elemento obstaculizador del aprendizaje
o incluso la razón para no aprender. Analizamos hasta qué punto esta relación enseñanza-
aprendizaje demostró ser un reflejo del entorno en el que vivimos; que mirar el aprendizaje es
procedimental y por nuestra herencia adquirimos conocimiento, además de transmitirlo,
transformándonos en otros yoes. Entonces cuando nos convertimos en otro "yo", los caminos
que elijamos, sea el que sea, tendrán una curva de aprendizaje, la cual está marcada en
nosotros, en nuestro cuerpo y que estas impresiones no deben ser calificadas como positivas o
negativas, sino como signos. y firmas que nos construyen como un ser singular. Sabemos que
dichas marcas pueden ayudarnos o perjudicarnos en nuestros procesos de formación, por lo
que es necesario encontrar estrategias para desmantelar constantemente las tendencias de
estancamiento, a través de prácticas autotransformantes, para incrementar nuestro potencial
creativo e inspirarnos a los constantes cambios necesarios para nuestra evolución.
PALABRAS CLAVE
:
Imagen. Movimiento. Enseñanza. Aprendizaje. Formación.
ABSTRACT
:
This study originated from the observations made by the authors about the
different ways to understand the relevance of body image and movement in the process of
Learning and Teaching. To contextualize this educational and somatic process, visual dynamics
were applied to participants enrolled in the extension course Body, Human Education and
Society - at UFGD, aiming to make the participant aware of everyone else's idea; identify,
besides he diversity of ideas, many ways of seeing and thinking the same image or body
movement, leading the participant to the development of his own thinking method or collective
reflection, and ultimately to improve student participation and involvement . For this, we base
ourselves on the theory of John Hattie (2017) about Visible Learning and we use the Zoom
Thought Routine as a methodology. Four images were presented for observation and analysis,
and after that, we asked 3 questions: What do you see? What do you think it could be? and
What are your own inferences and conclusions from what you saw and thought? From the
participants' reports, it was clear that the description and analysis of the images was be done
through the knowledge repertoire of each learner. By listening to what is said, we get in touch
with the learner's repertoire of words and thoughts, the way he acts and reacts to the situations
presented there and the manner he resolves them. Observing the learner while performing the
task, we notice attitudes that can be the hindering element of learning or even the reason for
not learning. We analyzed how much this teaching-learning relationship was shown to be a
reflection of the environment in which we live; that looking at learning is procedural and due
to our heritage, we acquire knowledge, as well as transmit it, transforming ourselves into other
“I's”. So, when we become other "I", the paths we choose, whatever it may be, will have a
learning curve, which is marked in us, in our body and that these impressions should not be
qualified as positive or negative, but as signs and signatures that they build us as a singular
being. We know that such brands can help or harm us in our training processes, so it is
necessary to find strategies to constantly dismantle stagnation tendencies, through self-
transforming practices, to increase our creative potential and inspire us to constant changes
necessary for our evolution.
KEYWORDS
: Image. Movement. Teaching. Learning. Education.
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Evanize SIVIERO e Ivana BITTENCOURT
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021027, 2021. e-ISSN: 2237-258X
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Introdução
Este estudo originou-se da investigação e apresentação dos relatos de experiências de
quatro pesquisadoras sobre diferentes formas de compreender a relevância do movimento
corporal no processo de Aprender e Ensinar.
Desta troca de experiência, surgiu a vivência -
Danças e brincadeiras: corpos que
aprendem e ensinam
- como componente prático-teórico do curso de extensão
“Corpo,
Formação Humana e Sociedade”
, realizado no 2º semestre de 2020 por meio remoto. Este
curso foi promovido pelos grupos de pesquisa Laboratório de Estudos Corporais –
LEC/Unespar e Grupo de Estudo e Pesquisa em Linguagem Corporal e Diversidade –
GEPL/UFGD, com o objetivo de agenciar diálogos e reflexões interinstitucionais acerca das
diferentes concepções de corpo e seus desdobramentos na/para a formação humana.
A vivência
Danças e brincadeiras: corpos que aprendem e ensinam
é fruto das
particularidades de cada pesquisadora, suas formas e caminhos de se fazer entender, aprender
e ensinar pelo/no corpo e com o corpo do outro.
Para contextualizar esse processo educacional e somático, para os participantes
(graduandos e pós-graduandos vinculados aos grupos de pesquisa dos professores proponentes
do curso e dos professores convidados a darem os módulos) matriculados no curso de extensão,
nos pautamos na teoria de John Hattie sobre a Aprendizagem Visível e utilizamos como
ferramenta metodológica a
Rotina de pensamento Zoom.
Por esta ferramenta metodológica, tivemos como ideia principal desafiar os
participantes a analisar, imaginar e refletir de forma singular e ampliar a consciência, a sensação
e a percepção do ato de observar imagens do corpo humano, de descrever o que viam, de
expressar opiniões próprias levando em consideração suas histórias e de dar um significado e
sentido ao processo e o ato de Aprender-Ensinar com/pelo corpo. Essa rotina de
pensamento foi essencial para que os participantes realizassem conexões entre o eu e o coletivo,
e pensar de forma crítica e criativa situações atravessadas por diretrizes educacionais, assim
como sócio-político-culturais que fortemente afetam nosso modo de pensar, sentir e agir.
Assim, para trazer o corpo como autor principal de nossa vivência, priorizamos, em
meio às pesquisas de cada autor, três aspectos que julgamos importantes e pertinentes para o
processo Aprender-Ensinar e, sobretudo, para a formação humana. São eles:
a)
alteridade e autoria de pensamento
(baseados em autores como Alicia
Fernandez, Paulo Freire, John Hattie, Suely Rolnik, entre outros.);
b)
a
ludicidade como experiência interna do sujeito
(pelas contribuições teóricas
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de Cipriano Luckesi, Cristina D'ávilla, Duarte JR, Paulo Freire, Huizinga, Ma. Augusta S.
Gonçalves, Tisuko Kishimoto, Jorge Larrosa, George Snyders, Isabel Marques, dentre outros)
e
c)
as relações étnico-raciais visando proposições de criação de pesquisa e de
repertório para o trabalho em educação
(em diálogos com Nei Lopes, Luiz Rufino, Petronilha
Beatriz Gonçalves e Silva e com mestres e mestras a saber: Mestre Gil, Makota Valdina Pinto
dentre outros).
No entanto, para este artigo, pensamos como objeto de estudo o primeiro aspecto,
abarcado pela empatia, pela imaginação e, acima de tudo, pelo corpo (vivido, percebido e
sensível) ao nos relacionarmos com o coletivo e com o outro, proporcionando uma alteridade
corporal e, assim, um encontro mais acessível entre o aprender e o ensinar.
É por este prisma que se desdobra esta trama e queremos compartilhar com nossos
leitores como foram as expectativas e as reflexões dos participantes e de nós pesquisadoras
sobre a vivência. Como cita Hattie (2017, p. 642) “[...] meu papel, como professor, é o de avaliar
o efeito que tenho sobre os meus alunos. É o de ‘conhecer seu impacto’, compreender esse
impacto e atuar sobre esse conhecimento e compreensão”.
Saibamos que o desenvolvimento das Rotinas de pensamento não é importante apenas
para o corpo e para a mente, elas nos ajudam a nos organizarmos enquanto grupos,
principalmente na escola. Assim, escolhemos trabalhar com a rotina do pensamento
zoom
, pois
nessa rotina é necessário que haja um pensamento visível e coletivo, que o aluno desenvolva
um olhar e um pensar curioso para aquilo que está sendo apreciado. Normalmente são utilizados
objetos, imagens ou obras de arte para que a pessoa se atente em três perguntas que sempre são
apresentadas na mesma sequência: O que você vê? O que você pensa disso que está vendo? O
que te impressiona nisso?
Com isso, foram apresentadas quatro imagens e cada uma delas compartilhada em duas
etapas: a 1ª apresentávamos apenas um quadrante da imagem e, em seguida, perguntávamos
aos participantes o que eles estavam vendo. Logo após, o que pensavam sobre o que haviam
visto e, por último, o que mais lhes impressionavam. Depois de algumas reflexões e discussões
no grupo sobre a apreciação deste quadrante da imagem, apresentávamos a imagem por
completo - 2ª etapa.
Esta dinâmica tinha como foco valorizar e perceber a diferença entre o ver e o pensar
dos participantes (a 1ª pergunta pedíamos para ver e descrever o que estavam vendo, a 2ª o que
pensavam que poderia ser o que foi descrito, abrindo para reflexões e posicionamentos, olhares
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curiosos e a 3ª perante ao conhecimento prévio dos alunos, eles podiam se deslumbrar com o
que viram e pensaram das imagens), formando suas próprias inferências e conclusões, ou seja,
obtendo uma autonomia do pensamento.
Este tipo de rotina tem como objetivo fazer com que o participante conheça a ideia de
todos os outros; identifique, além da diversidade de ideias, uma variedade de modos de ver e
pensar, levando-o ao desenvolvimento do próprio método de pensar ou de uma reflexão coletiva
e, por fim, melhorar a participação e o envolvimento dos alunos (LENCASTRE, 2017).
Esse tipo de material metodológico está relacionado a 3 abordagens básicas: rotinas de
pensamento, a documentação do pensamento do aluno e a prática profissional reflexiva. Essa
abordagem foi originalmente desenvolvida na
Lemshaga Akademi na Suécia
como parte do
projeto
Innovating with Intelligence
e focou no desenvolvimento de disposições de pensamento
dos alunos em áreas como busca da verdade, compreensão, justiça e imaginação. Desde então,
expandiu seu foco para incluir uma ênfase no pensamento através da arte e no papel das forças
culturais e informou o desenvolvimento de outras iniciativas do
Project Zero
1
de
Harvard
Graduate School of Education
(RITCHART; PERKINS, 2008)
Em relação a coleta de dados, as intervenções foram filmadas e posteriormente
analisadas, assim como feita uma análise observacional das próprias pesquisadoras sobre as
ações e os resultados apresentados pelos participantes.
Pensando na questão do envolvimento dos participantes antes de iniciarmos as
intervenções do pensamento
Zoom
, apresentamos uma música,
Professora na Pandemia,
na
voz de Stella Nicolau em parceria com Felipe Bemol (voz, violão e tamborim). Essa música
representa muito o que docentes estão passando neste momento da Pandemia:
Vou confessar, uma agonia
Sou professora na pandemia
Desabafar a minha dor
Pois desde março eu moro no computador.
É
Google Meet
, é aula síncrona e assíncrona
É uma novela pra compartilhar a tela
É o aluno que não liga o microfone
Abre essa câmera e me diga o seu nome
Desabafar a minha dor
Pois desde março eu moro no computador
1
U
m centro de pesquisa situado em
Harvard Graduate School of Education
, fundado pelo filósofo Nelson
Goodman, em 1967. Inicialmente focado na área de arte, o projeto expandiu consideravelmente sua atuação em
novas linhas de pesquisas em torno do desenvolvimento do potencial humano.
Nos últimos vinte anos, e
nvolvendo
mais de 30 rotinas de raciocínio em colaboração com professores do ensino fundamental e médio do mundo inteiro.
Todas as diversas e oportunas linhas de investigação que ocorrem hoje nesta instituição registros e cursos online
que podem ser encontradas no site
http://www.pz.harvard.edu/projects
.
Disponível em:
https://escolascritique.com.br/2019/05/02/conhecendo-o-projeto-zero-de-perto/
. Acesso em: 05 ago. 21.
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É a vídeo aula pra inserir na plataforma
Sedentarismo me deixou fora de forma
É a profusão de link para reunião
É o maremoto chamado ensino remoto
Desabafar a minha dor
Pois desde março eu moro no computador.
Trouxemos essa música para problematizar e desafiar os participantes a abrirem suas
telas, caso fosse possível, para que a dinâmica do
Zoom
fosse participativa e instigadora. Após
ouvir a música, refletimos sobre a necessidade, nesse momento remoto, de ver e dialogar com
o indivíduo em cena e com seu corpo, ou melhor, a partir de uma tela de computador e o quanto
é necessário trabalhar com metodologias ativas para que haja um envolvimento maior de quem
está atrás desta tela, porque a atenção, a motivação e o ensino, bem como o conteúdo-
aprendizagem podem ficar prejudicados.
Como resposta, alguns participantes abriram suas telas, outros permaneceram com elas
fechadas, até porque não obrigamos ninguém a abri-la, mas, que ficassem à vontade quando
quisessem interagir.
Desenvolvimento
O primeiro
Zoom
a ser compartilhado foi uma imagem de um livro substituindo a cabeça
de um ser humano (Fig.1) e ao lado a foto completa (Fig. 2):
Figura 1
– Apresentada na dinâmica do
Zoom
pelo
Google Meet
Fonte: Escultura de Shakespeare ([s.d.])
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Figura 2
– Apresentada na dinâmica do
Zoom
pelo
Google Meet
Fonte: Escultura de Shakespeare ([s.d.])
Pedimos para os participantes descreverem o que estavam vendo na figura 1. Pichón-
Rivierè (2005) ao realizar atividades em grupo com seus pacientes percebeu que eles reagiam
positivamente e apresentavam suas características individuais ao mesmo tempo que
participavam da tarefa grupal. Essa movimentação revelava o jeito de ser de cada sujeito, seus
esquemas e suas referências que Pichón-Rivierè (2005, p. 249) denominou de Esquema
Conceitual Referencial Operativo (ECRO) que “[...] é um conjunto organizado de conceitos
universais que permitem uma abordagem adequada da situação concreta a pesquisar ou
resolver”.
Visca (2020), ao elaborar a epistemologia Convergente da Psicopedagogia, que é uma
área do conhecimento que tem por objeto de estudo a aprendizagem humana, traz o conceito de
ECRO da Psicologia Social para compreender de maneira singular como a pessoa aprende,
quais caminhos são utilizados em seu movimento de aprender e como organiza e sintetiza
ideias. Numa leitura psicopedagógica, o ECRO revela o percurso realizado pelo indivíduo, ou
pelo grupo, apresentando suas habilidades e limitações na realização de uma tarefa
desenvolvida a partir dos esquemas conceituais e referências de cada pessoa, adquiridas no seu
percurso de aprender.
Fazer a leitura de uma situação, no nosso caso de uma imagem, na perspectiva
psicopedagógica é descartar o certo ou errado, inconveniente ou conveniente, o absurdo ou
adequado, mas entender que a leitura se dará através do repertório de conhecimento de cada
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aprendente. Sendo assim, a Figura 1 que traz um livro no lugar da cabeça, pode nos sugerir
diferentes leituras: podemos sinalizar a importância do estudo na formação da pessoa, a leitura
como ponto de partida para o conhecimento, a relevância de se concentrar nos estudos para
adquirir conhecimento, que o conhecimento se encontra nos livros, que o saber está relacionado
com a quantidade de leitura que fazemos, que só aprendemos quando estudamos, que
precisamos ter as teorias e conceitos ‘frescos’ na mente, que a cabeça é mais importante que o
resto do corpo por armazenar o conhecimento.
Podemos, também, considerar uma leitura que nos remete a negação, ausência de
identidade, o distanciamento do indivíduo das suas opiniões por conta dos conceitos e teorias
que são supervalorizados em detrimento das experiências e vivências pessoais, estas muitas
vezes tidas como algo amador, sem valor acadêmico.
No atendimento psicopedagógico, a
escuta
e a
observação
são dois fatores relevantes
na avaliação diagnóstica. Elas dirão muito sobre o aprendente, ou sobre o grupo, em relação a
sua maneira de desenvolver a tarefa e suas aprendizagens. Ao escutar o que é dito, entramos
em contato com o repertório de palavras e de pensamentos do aprendente, como ele age e reage
diante das situações ali postas e de que maneira as resolve. Observando o aprendente durante a
execução da tarefa, percebemos atitudes que podem ser o elemento dificultador da
aprendizagem, ou mesmo, o motivo do não aprender. O que quero dizer com tudo isso? Mesmo
recebendo a queixa, motivo da procura para realizar a avaliação diagnóstica psicopedagógica,
não iniciamos o atendimento levando em conta apenas essa informação. É importante escutar e
observar o aprendente para sabermos como ele apreende e elabora seus pensamentos na
resolução das atividades.
Psicopedagogicamente falando, tudo é relativo, nada é absoluto. O olhar para o aprender
é processual, consideramos cada informação trazida pelo aprendente e suas reformulações.
Normalmente, não concluímos qualquer análise na primeira resposta, damos a oportunidade de
ver o aprendente em situações similares para saber se a atitude dada será igual à anterior ou
teremos novas contribuições. E ampliando a Figura 1, ratificamos esse pensamento. A Figura 2
nos convida a outras interpretações, sugerindo outras leituras, fazendo-nos rever o que foi
percebido quando a imagem estava reduzida. Podemos, por exemplo, questionar o quanto de
saber uma pessoa tem ao estudar, o quanto o estudar transforma, quais consequências o
conhecimento traz, até que ponto adquirir conhecimento é sinônimo de satisfação pessoal, o
quanto a pessoa se reconhece no estudo que faz/fez, se o que é estudado é aplicado, como a
pessoa compreende seu percurso formativo.
Pensando por esta perspectiva e análise das Figuras 1 e 2, nos debruçamos no segundo
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Zoom,
no qual apresentamos a imagem de uma mão de cor negra amassando uma massa branca
com nuances rosa (Fig. 3) e, na imagem completa (Fig.4), a foto revelando duas mãos
modelando uma massa e, nela, um rosto humano.
Figura 3
– Apresentada na dinâmica do
Zoom
pelo
Google Meet
Fonte: Abreu (2017)
Figura 4
– Apresentada na dinâmica do
Zoom
pelo
Google Meet
Fonte: Abreu (2017)
Pensando que o olhar para o aprender é processual, como vimos nas figuras 1 e 2, os
participantes descreveram a primeira imagem (Fig. 3). Pensaram o que poderia ser essa massa
rosada e relataram o que viram, tal como uma mão amassando algo e criando uma escultura.
Também se detiveram em olhar as peculiaridades da imagem, como a cor negra da mão e as
unhas e segundo uma participante – “mão combalida pelo trabalho.”
Segundo Mendes (2019, p. 52):
Assim, para além de uma interpretação da imagem em si (abordagem
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predominantemente hermenêutica), é importante entender também como ela
se situa no imaginário coletivo ocidental e as consequências de se ocupar esse
lugar no que se refere à produção de práticas e discursos.
O olhar, ou seja, assim como todo o corpo, carrega impressões herdadas da cultura, da
sociedade e da própria história do indivíduo, sendo que, as pessoas, ao apreciarem a mesma
imagem, podem interpretar e experimentar sensações diferentes umas das outras e até mesmo
terem impressões díspares quando a imagem é novamente apreciada por elas.
O que queremos dizer é que, o que é percebido e sentido por mim ou pelo outro, e o que
está sendo admirado por ambos, pode ser um reflexo de nossa história pessoal e sociocultural,
“[...] a imagem assemelha-se ou confunde-se com aquilo que ela representa. Visualmente
imitadora, pode tanto enganar como educar. Reflexo, ela pode conduzir ao conhecimento.”
(JOLY, 2007, p. 29).
Como cita esta mesma autora, Joly (2007, p. 22), a imagem pode provocar associações
que justificam a identificação ou a repulsa de algo, de alguém, de algum objeto, do seu próprio
corpo, onde são atribuídos por nós certo número de qualidades e importâncias socioculturais.
Pensando por esse viés, a Figura 4 mostrou ser esse reflexo e revelou o quanto somos
afetados pelo ambiente em que vivemos. Quando a imagem foi descrita, pensada e admirada
pelos participantes, eles pontuaram situações que a maioria de nós vivemos e/ou vemos
acontecer em nossa cultura e na nossa sociedade: mãos que moldam a vida do outro, a sociedade
representada pelas mãos que nos moldam, manipulação do homem pela cultura e religião, mãos
de pele escura que moldam uma massa branca dando sentido que, naquela imagem, poderia
estar havendo uma inversão de papéis, em que o oprimido move e manipula o opressor.
Tais interpretações deram abertura para discutirmos o quanto uma pessoa ou uma
cultura e/ou sociedade podem ser duras ou permissivas. Na primeira, somos educados e
afeiçoados por pensamentos já formados e cristalizados, coibindo a nossa autonomia e nossas
ações. Já a segunda, nos conecta em redes de informações e assimilações socioculturais que se
identificam e se reorganizam, modificando e/ou interagindo com a nossa forma de ver, pensar,
agir e sentir.
Buscando nos aprofundar um pouco mais nessa segunda interpretação, os participantes
foram convidados a pensar e a refletir sobre o que seria alteridade para cada um e se, para eles,
soaria estranho se pensássemos em uma construção da alteridade não como apenas colocar-se
no lugar do outro, de perceber o outro e a si mesmo, mas, um olhar
entre
os dois, onde estão as
veias, as intersecções, as identificações e as diferenças socioculturais. É como indivíduos
singulares que possuímos nossas impressões e marcas que nos causam temor da mudança, mas,
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Evanize SIVIERO e Ivana BITTENCOURT
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021027, 2021. e-ISSN: 2237-258X
DOI:
https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.2.16482
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também, nos desafiam a refletir e agir diferente, e repensar sobre nossas certezas e expertises.
Essa reflexão nos levou ao terceiro
Zoom
, fazendo com que trilhássemos um caminho
do aprender e do ensinar por meio das nossas próprias escolhas, de querer quando e onde obter
o conhecimento e que, para tanto, a desconstrução, a reconstrução e a reorganização podem
fazer parte desta trajetória.
Figura 5
– Apresentada na dinâmica do
Zoom
pelo
Google Meet
Fonte: Furlan (2013)
Figura 6
– Apresentada na dinâmica do
Zoom
pelo
Google Meet
Fonte: Furlan (2013)
A Figura 5 sugere algo sendo destruído ou em processo de destruição para construir,
retirando pedras, esculpindo. Ao ampliar esta imagem, encontramos uma pessoa esculpindo a
si mesma, o que pode ser interpretado como o ser humano retirando uma ‘casca’ dura de si,
descobrindo outras possibilidades, abrindo-se, percebendo-se por outro ângulo. Aprender é se
desnudar. É se expor para a apreensão de conteúdo. É estar aberto às informações. É perceber
suas fragilidades e habilidades. É fugir das dificuldades. É negar. Aprender gera desconfortos,
mostra quando temos dificuldade e quando não aprendemos. Deixa-nos frágeis, vulneráveis.
Contudo, também podemos dizer que é algo libertador. Momento que nos possibilita conhecer
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A relevância da imagem e do movimento corporal no processo de aprender e ensinar
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Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021027, 2021. e-ISSN: 2237-258X
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outras formas de pensar. Momento de ampliação de repertório.
Numa visão psicopedagógica, aprender é compreender o mundo em que se está inserido
de maneira individual e singular. E isso, para cada aprendiz, tem um tempo, tem uma maneira.
Em seu livro, Fernández (2010, p. 28) descreve um diálogo que ela presenciou entre duas
crianças. Sem ter nenhum adulto por perto, estavam na iminência de explicar sobre o aprender:
- Vou aprender a nadar – diz Silvina com a alegria de seus seis anos recém-
feitos.
- Vai nadar? – intervém a irmã, três anos mais jovem.
- Não, vou aprender a nadar.
- Eu também vou brincar na piscina.
- Não é o mesmo. E vou aprender a nadar, diz Silvina.
- O que é aprender?
- Aprender é... como quando papai me ensinou a andar de bicicleta. Eu queria
muito andar de bicicleta. Então... papai me deu uma bici menor do que a dele.
Me ajudou a subir. A bici sozinha cai, tem que segurar andando...- Eu fico
com medo de andar sem rodinhas.
- Dá um pouco de medo, mas papai segura a bici. Ele não subiu na sua bicicleta
grande e disse “assim se anda de bici” não, ele ficou correndo ao meu lado
sempre segurando a bici muitos dias e, de repente, sem que eu me desse conta
disso, soltou a bici e seguiu correndo ao meu lado. Então eu disse: “Ah!
Aprendi!”
- Ah! Aprender é quase tão lindo quanto brincar – respondeu.
- Sabe, papai não fez como na escola. Ele não disse “Hoje é o dia de aprender
a andar de bicicleta”. Primeira lição: andar direito. Segunda lição: andar
rápido. Terceira lição: dobrar. Não tinha um boletim onde anotar: muito bem,
excelente, regular... porque, se tivesse sido assim, não sei, algo nos pulmões,
no meu estômago, no meu coração não me deixaria aprender.
Fernández (2010) diz que jamais havia escutado, nem lido, nem conseguido escrever,
enquanto psicopedagoga, uma explicação tão acertada do ato de ensinar e aprender. Ou seja, os
atos de ensinar e de aprender passam por transformações, dificuldades, aprisionamentos e
libertação e também dependerá de como vivenciamos cada fase e situação e como agenciamos
tudo que é percebido, observado e recebido pelos nossos “eus”, pelos nossos corpos tão
tangíveis e mutáveis.
É com essa percepção que o quarto e último
Zoom
foi apreciado,
retratado pelas Figuras
7 e 8,
do Jornal Entre Rios,
O poder gerir do eu
, de Garcia (2020).
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Figura 7
– Apresentada na dinâmica do
Zoom
pelo
Google Meet
Fonte: Garcia (2020)
Figura 8
– Apresentada na dinâmica do
Zoom
pelo
Google Meet
Fonte: Garcia (2020)
Foi interessante, porém, observar que quando os alunos descreveram a Figura 7, os
significados, nos remeteram às questões culturais que nos habitam tais como: um homem
voando, correndo, corpo em movimento, homem se desintegrando, eletricidade. Vamos nos
perdendo em meio a vida corrida, vamos nos desfazendo, reafirmando as influências culturais,
ambientais e sociais que nos cercam. Mas, quando apreciaram a figura por completo (Fig. 8), o
processo reflexivo foi tomando forma por meio de expressões dos participantes como:
transformação, libertação, cruzar a linha de chegada, quebrar as couraças, afinando com as
discussões e reflexões sobre o terceiro
Zoom.
Embasada nos depoimentos das imagens anteriores, uma das autoras enfatizou as
palavras “corpo em movimento”, “quebrar as couraças “e “cruzar a linha de chegada”. Ao
pensar no contexto que propusemos no curso de extensão, tais interpretações expressaram a
necessidade do movimento para não ficarmos estagnados, de quebrar nossas couraças, as
barreiras que nos aprisionam em modelos e métodos. Quando temos um movimento que nos
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tira do senso comum, da estagnação e que nos liberta de mecanismos que minam nossa
criatividade, o nosso poder de reflexão e pensamento é ampliado, fazendo-nos trilhar infinitos
caminhos até a linha de chegada, ou seja, até conseguir atingir os objetivos almejados ou até
mesmo ir além ou transformá-los em outros objetivos ou em outros caminhos. Segundo Rolnik
(1992), é como se estivéssemos traçando novas cartografias para novos territórios de existência
individual e coletiva.
Neste aspecto, não somente a ampliação, mas, segundo Rolnik (1992, p. 6), a mudança
na prática do pensamento tendo acesso à “[...] dimensão da subjetividade mergulhada no
invisível da alteridade, como caos e como devir-outro [...]”, onde se produzem as diferenças e
as nossas inquietações.
O que é chamado de prática do pensamento, por Rolnik (1992, p. 6-7), consiste:
[...] num trabalho que opera a passagem entre a consciência e o inconsciente,
a representação e a sensação (os afectos), o atual e o virtual, os territórios
existenciais e o caos - em síntese, pensar consiste fundamentalmente em fazer
a passagem entre a realidade visível e o que se passa [...] no invisível das
sensações e de sua atualização em alguma forma de expressão a ser criada.
A Figura 8, para uma das autoras deste artigo, representa o que, em palavras, Rolnik
(1992, p. 2) descreve sobre a alteridade como um caos, um devir-outro, em que as composições
atuais do eu (visível e invisível):
[...] a partir de um certo limiar, geram em nós estados inéditos, inteiramente
estranhos em relação àquilo de que é feita a consistência subjetiva de nossa
atual figura. Rompe-se assim, irreversivelmente, o equilíbrio dessa nossa
figura, tremem seus contornos. Podemos dizer que a cada vez que isso
acontece há uma violência, vivida por nosso corpo em sua forma atual, que
nos desestabiliza e nos coloca a exigência de criarmos um novo corpo [...] E
cada que encarnamos uma diferença - nos tornamos outros.
Outro ponto interessante desta imagem é que mesmo que nos transformamos em um
outro “eu”, não deixamos o que éramos para trás. Na figura 8, podemos observar que há
resquícios do passado que se conecta com o eu que emergiu, e é por esses resíduos que nosso
olhar pode se estender e migrar, criando linhagens infinitas desse eu que estará em constante
formação. Esse movimento “[...] assume a forma de um círculo, em que o movimento é o de
reincidir, retornar, renovar, reinventar, reiterar, recomeçar” (KASTRUP, 2005, p. 1279).
Em sua obra
Políticas cognitivas na formação do professor e o problema do devir-
mestre,
Kastrup (2005, p. 1279) traz a ideia que “O novo e o antigo, o que surge e o que já
estava lá, não são pares antinômicos, mas se ligam por uma linha de repetição, diferenciação e
invenção [...] na ideia de que ‘sempre se está à frente de si mesmo’”.
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Trazendo esse pensamento para a formação humana e ao relacioná-la a nossa formação
profissional, a maioria dos participantes envolvidos nesta vivência são ou serão professores em
suas respectivas áreas. Logo, procuramos trazer, por meio da
Rotina de pensamento Zoom,
o
entendimento que o movimento de descrever a imagem nos leva a delinear uma situação, pensar
sobre e assim refletir sobre o que é e o que pode ser, nos permitindo ter uma liberdade de criação
de um modo de vida, de pensamento, de um método ou uma circunstância diferente do que
estávamos trilhando, de um realinhamento ou reinvenção que pode nos transformar. Essa
transformação é feita constantemente. Então devemos sempre nos perguntar em qual momento
estamos? Na estagnação, encouraçados pelas impressões sociais e culturais; ou em meio aos
resíduos, na impermanência? ou em movimento?
Considerações finais
Enfim, esta vivência, com a dinâmica do pensamento
Zoom,
foi de grande importância
para este estudo, pois, por meio da análise das imagens, pudemos proporcionar tanto para os
participantes, quanto para nós pesquisadoras, momentos de reflexão e pensamentos subjetivos,
que puderam ser expressos no coletivo. Ação esta que, muitas vezes, no momento de ensinar e
de aprender, não tem espaço em uma sala de aula comprometendo a nossa formação enquanto
seres críticos, criativos e reflexivos. Deveria ser comum para todos nós externalizar nossos
pensamentos, saber observar e escutar, para agenciar o melhor caminho da aprendizagem, mas,
muitas vezes, não somos educados por este caminho e para o diálogo.
Cada imagem aqui descrita, refletida e analisada deu abertura para discutirmos o quanto
somos alicerçados por uma cultura e/ou sociedade, sendo estas duras ou permissivas, que
podem nos libertar ou nos tirar a autonomia e nossas ações criativas, que nos conectam entre
olhares, entre ensinar e aprender, entre perceber a si mesmo e aos outros, suas semelhanças e
diferenças.
O olhar
entre
corpos enriquece a nossa formação humana e amplia os nossos
conhecimentos a ponto de nos transformarmos em outros “eus”. Além disso, quando nos
tornamos outros, os caminhos que escolhemos, qualquer que seja ele, terá um aprendizado que
fica marcado em nós, em nosso corpo e que essas impressões não devem ser qualificadas em
positivas ou negativas, mas em sinais e assinaturas que nos constroem enquanto um ser singular.
Sabemos que tais marcas podem nos ajudar ou nos prejudicar em nossos processos de
formação, por isso é preciso encontrar estratégias de constante desmantelamento de tendências
à estagnação, por meio de práticas de transformação de si, para aumentarmos o nosso potencial
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criativo e que nos inspire às constantes mudanças necessárias para a nossa evolução.
Enfim, como cita Kastrup (2005, p. 1276):
O si e o mundo são co-engendrados pela ação, de modo recíproco e
indissociável. Encontram-se, por sua vez, mergulhados num processo de
transformação permanente. Pois ainda que sejam configurados como formas,
estas restam sujeitas a novas perturbações, que forçam sua reinvenção.
Compreendemos que o modelo educacional vigente propõe um corpo que não conhece
seu espaço, com pouca mobilidade, restrita noção de autonomia e que, também, não se
reconhece enquanto construtor da sua aprendizagem, acumulando padrões pré-fixados.
Considerando a aprendizagem numa perspectiva psicopedagógica, a maior das transformações
de si é dar ao aprendente a possibilidade de mostrar como ele apreende as informações e como
as insere no seu cotidiano. É estimulá-lo à autoria de pensamento que, segundo Fernández
(2001), significa contribuir para uma percepção criativa, singular e crítica de aprender. Dessa
maneira, entramos em contato com os esquemas, conceitos e referências (ECRO) do
aprendente, que alicerçam o como ele realiza e compreende as coisas, sinalizando suas
habilidades e suas limitações na realização de uma ação, seja no ato de aprender e/ou ensinar.
REFERÊNCIAS
ABREU, Vinícius Cavalcante.
Sobre a mania de querer mudar o outro.
Multiverso
Terapêutico
, 1 mai0 2017. Disponível em:
http://web.archive.org/web/20211020112238/multiversoterapeutico.com.br/2017/05/01/sobre-
a-mania-de-querer-mudar-o-outro/. Acesso em:15 out. 2020.
ESCULTURA de Skakespeare.
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https://www.lcdonline.com.br/escultura-shakespeare-dourado-envelhecido. Acesso em: 05
jun. 2021.
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O saber em jogo
:
A psicopedagogia propiciando autoria de pensamento.
Trad. HICKEL, Neuza Kern. Porto Alegre: Artmed, 2010.
FURLAN, D. Esculpir o corpo.
Denise Furlan
, 2013. Disponível em:
https://denisefurlan.wordpress.com/2013/02/05/esculpir-o-corpo/. Acesso: 05 jun. 2021.
GARCIA, J.
O poder de gerir o eu.
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https://www.entreriosjornal.com.br/coluna-o-poder-de-gerir-o-eu-parte-vii-1276. Acesso em:
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HATTIE, J.
Aprendizagem Visível para Professores
: Como Maximizar o Impacto da
Aprendizagem. Trad. Luís Fernando Marques Dorvillé. Porto Alegre: Penso, 2017.
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Evanize SIVIERO e Ivana BITTENCOURT
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021027, 2021. e-ISSN: 2237-258X
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JOLY, M.
Introdução à análise da imagem
. Lisboa: Ed.70, 2007.
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https://www.scielo.br/j/es/a/bG374G5nJQ6jtVgCbb7Vsvb/?lang=pt. Acesso em: 10 abr.
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A relevância da imagem e do movimento corporal no processo de aprender e ensinar
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021027, 2021. e-ISSN: 2237-258X
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Sobre os autores
Evanize SIVIERO
Professora efetiva do curso de dança da UFV/MG.
Ivana BITTENCOURT
Licenciada em Dança (UFBA).
Processamento e edição: Editora Ibero-Americana de Educação.
Correção, formatação, normalização e tradução.
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Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021027, 2021. e-ISSN: 2237-258X
DOI:
https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.2.16482
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THE RELEVANCE OF IMAGE AND BODY MOVEMENT IN THE PROCESS OF
LEARN AND TEACH
A RELEVÂNCIA DA IMAGEM E DO MOVIMENTO CORPORAL NO PROCESSO DE
APRENDER E ENSINAR
LA RELEVANCIA DE LA IMAGEN Y EL MOVIMIENTO CORPORAL EN EL
PROCESO DE APRENDER Y ENSEÑAR
Evanize Kelli Siviero ROMARCO
Federal University of Viçosa
e-mail
: eva.siviero@gmail.com
Ivana BITTENCOURT
Federal University of Bahia
e-mail
:
ivamb14@gmail.com
How to refer to this article
BITTENCOURT, I.; ROMARCO, E. K. S. The relevance of image and body movement in the
process of learn and teach.
Revista Educação e Fronteiras
, Dour
ados, v. 11, n. esp. 2,
e021027, 2021. e-ISSN: 2237-258X. DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.2.16482
Sub
mitted
: 10/04/2021
Revisions required
: 12/06/2021
Approved
: 13/09/2021
Published
: 30/11/2021
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Evanize SIVIERO and Ivana BITTENCOURT
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021027, 2021. e-ISSN: 2237-258X
DOI:
https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.2.16482
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ABSTRACT
:
This study originated from the observations made by the authors about the
different ways to understand the relevance of body image and movement in the process of
Learning and Teaching. To contextualize this educational and somatic process, visual dynamics
were applied to participants enrolled in the extension course Body, Human Education and
Society - at UFGD, aiming to make the participant aware of everyone else's idea; identify,
besides he diversity of ideas, many ways of seeing and thinking the same image or body
movement, leading the participant to the development of his own thinking method or collective
reflection, and ultimately to improve student participation and involvement . For this, we base
ourselves on the theory of John Hattie (2017) about Visible Learning and we use the Zoom
Thought Routine as a methodology. Four images were presented for observation and analysis,
and after that, we asked 3 questions: What do you see? What do you think it could be? and
What are your own inferences and conclusions from what you saw and thought? From the
participants' reports, it was clear that the description and analysis of the images was be done
through the knowledge repertoire of each learner. By listening to what is said, we get in touch
with the learner's repertoire of words and thoughts, the way he acts and reacts to the situations
presented there and the manner he resolves them. Observing the learner while performing the
task, we notice attitudes that can be the hindering element of learning or even the reason for not
learning. We analyzed how much this teaching-learning relationship was shown to be a
reflection of the environment in which we live; that looking at learning is procedural and due
to our heritage, we acquire knowledge, as well as transmit it, transforming ourselves into other
“I's”. So, when we become other "I", the paths we choose, whatever it may be, will have a
learning curve, which is marked in us, in our body and that these impressions should not be
qualified as positive or negative, but as signs and signatures that they build us as a singular
being. We know that such brands can help or harm us in our training processes, so it is necessary
to find strategies to constantly dismantle stagnation tendencies, through self-transforming
practices, to increase our creative potential and inspire us to constant changes necessary for our
evolution.
KEYWORDS
: Image. Movement. Teaching. Learning. Education.
RES
UMO
:
Este estudo originou-se das observações feitas pelas autoras sobre as diferentes
formas de compreender a relevância da imagem e do movimento corporal no processo de
Aprender e Ensinar. Para contextualizar esse processo educacional e somático foram
aplicadas dinâmicas visuais para participantes matriculados no curso de extensão Corpo,
Formação Humana e Sociedade - da UFGD com o objetivo de fazer com que o participante
conhecesse a ideia de todos os outros; identificasse, além da diversidade de ideias, uma
variedade de modos de ver e pensar a mesma imagem ou movimento corporal, levando-o ao
desenvolvimento do próprio método de pensar ou de uma reflexão coletiva e, por fim, de
melhorar a participação e o envolvimento dos alunos. Para isso, nos pautamos na teoria de
John Hattie (2017) sobre a Aprendizagem Visível e utilizamos como metodologia a Rotina de
pensamento Zoom. Foram apresentadas quatro imagens e, para a observação e análise destas,
fizemos 3 perguntas: O que você vê? O que pensa que poderia ser? Quais são suas próprias
inferências e conclusões do que viu e pensou? Pelos relatos dos participantes, ficou claro o
entendimento da dinâmica do zoom e que a descrição e a análise das imagens puderam ser
feitas através do repertório de conhecimento de cada aprendente. Ao escutar o que é dito,
entramos em contato com o repertório de palavras e de pensamentos do aprendente, como ele
age e reage diante das situações ali postas e de que maneira as resolve. Observando o
aprendente durante a execução da tarefa, percebemos atitudes que podem ser o elemento
dificultador da aprendizagem ou mesmo ser o motivo do não aprender. Analisamos o quanto
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essa relação do ensinar-aprender mostrou-se ser um reflexo do ambiente em que vivemos; que
o olhar para o aprender é processual e devido às nossas heranças adquirimos conhecimentos,
como também os transmitimos, nos transformando em outros “eus”. Assim, quando nos
tornamos outros “eus”, os caminhos que escolhemos, qualquer que seja ele, terá um
aprendizado que fica marcado em nós, em nosso corpo e que essas impressões não devem ser
qualificadas em positivas ou negativas, mas em sinais e assinaturas que nos constroem
enquanto um ser singular. Sabemos que tais marcas podem nos ajudar ou nos prejudicar em
nossos processos de formação, por isso é preciso encontrar estratégias de constante
desmantelamento de tendências à estagnação, por meio de práticas de transformação de si,
para aumentarmos o nosso potencial criativo e que nos inspire a constante mudanças
necessárias para a nossa evolução.
PALAVRAS-CHAVE
:
Imagem. Movimento. Ensino. Aprendizagem. Formação.
RESUMEN
:
Este estudio se originó a partir de las observaciones realizadas por los autores
sobre las diferentes formas de comprender la relevancia de la imagen corporal y el movimiento
en el proceso de Aprendizaje y Enseñanza. Para contextualizar este proceso educativo y
somático, se aplicaron dinámicas visuales a los participantes inscritos en el curso de extensión
Cuerpo, Formación Humana y Sociedad - en la UFGD, con el objetivo de concienciar al
participante de la idea de todos los demás; identificar, además de la diversidad de ideas,
muchas formas de ver y pensar una misma imagen o movimiento corporal, llevando al
participante al desarrollo de su propio método de pensamiento o reflexión colectiva, y en
definitiva a mejorar la participación e implicación del alumno. Para esto, nos basamos en la
teoría de John Hattie (2017) sobre Aprendizaje Visible y utilizamos la Rutina de Pensamiento
Zoom como metodología. Se presentaron cuatro imágenes para su observación y análisis, y
después, hicimos 3 preguntas: ¿Qué ves? ¿Qué crees que podría ser? y ¿Cuáles son sus propias
inferencias y conclusiones de lo que vio y pensó? A partir de los informes de los participantes,
quedó claro que la descripción y el análisis de las imágenes se hizo a través del repertorio de
conocimientos de cada alumno. Al escuchar lo que se dice, nos ponemos en contacto con el
repertorio de palabras y pensamientos del alumno, la forma en que actúa y reacciona ante las
situaciones que allí se presentan y la forma en que las resuelve. Al observar al alumno mientras
realiza la tarea, notamos actitudes que pueden ser el elemento obstaculizador del aprendizaje
o incluso la razón para no aprender. Analizamos hasta qué punto esta relación enseñanza-
aprendizaje demostró ser un reflejo del entorno en el que vivimos; que mirar el aprendizaje es
procedimental y por nuestra herencia adquirimos conocimiento, además de transmitirlo,
transformándonos en otros yoes. Entonces cuando nos convertimos en otro "yo", los caminos
que elijamos, sea el que sea, tendrán una curva de aprendizaje, la cual está marcada en
nosotros, en nuestro cuerpo y que estas impresiones no deben ser calificadas como positivas o
negativas, sino como signos. y firmas que nos construyen como un ser singular. Sabemos que
dichas marcas pueden ayudarnos o perjudicarnos en nuestros procesos de formación, por lo
que es necesario encontrar estrategias para desmantelar constantemente las tendencias de
estancamiento, a través de prácticas autotransformantes, para incrementar nuestro potencial
creativo e inspirarnos a los constantes cambios necesarios para nuestra evolución.
PALABRAS CLAVE
:
Imagen. Movimiento. Enseñanza. Aprendizaje. Formación.
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Evanize SIVIERO and Ivana BITTENCOURT
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021027, 2021. e-ISSN: 2237-258X
DOI:
https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.2.16482
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Introduction
This study originated from the investigation and presentation of the reports of
e
xperiences of four researchers on different ways of understanding the relevance of body
movement in the Learning and Teaching process.
From this exchange of experience, the experience arose -
Dances and games: bodies
that learn and teach -
as a practical-theoretical component of the
extension course "Body,
Human Education and Society"
, held in the 2nd semester of 2020 through remote means. This
course was promoted by the research groups Laboratory of Body Studies - LEC/Unespar and
The Study and Research Group on Body Language and Diversity - GEPL/UFGD, with the
objective of brokering dialogues and interinstitutional reflections about the different
conceptions of the body and their consequences in/for Human Education.
The experience
Dances and games: bodies that learn and teach is the
result of the
particularities of each researcher, their ways and paths of making themselves understood,
learned and taught by/in the body and with the body of the other.
To contextualize this educational and somatic process, for the participants
(undergraduates and graduate students linked to the research groups of the teachers who are
proposing the course and the teachers invited to give the modules) enrolled in the extension
course, we were based on John Hattie's theory on Visible Learning
and used as a
methodological tool the Zoom Thought Routine.
By this methodological tool, we had as main idea to challenge the participants to
analyze, imagine and reflect in a singular way and broaden the awareness, sensation and
perception of the act of observing images of the human body, to describe what they saw, to
express their own opinions taking into account their stories and to give meaning and meaning
to the process and the act of Learning-Teach with/by the body. This routine of thought was
essential for the participants to make connections between the I and the collective, and to think
critically and creatively about situations crossed by educational guidelines, as well as socio-
political-cultural guidelines that strongly affect our way of thinking, feeling and acting.
Thus, to bring the body as the main author of our experience, we prioritize, in the midst
of the research of each author, three aspects that we consider important and pertinent for the
Learn-Teach process and, above all, for Human Education. They are:
a)
otherness and authorship of
thought (based on authors such as Alicia Fernandez,
Paulo Freire, John Hattie, Suely Rolnik, among others);
b)
ludicity as an internal experience of the subject
(by the theoretical contributions
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The relevance of image and body movement in the process of learn and teach
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021027, 2021. e-ISSN: 2237-258X
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of Cipriano Luckesi, Cristina D'ávilla, Duarte JR, Paulo Freire, Huizinga, Ma. Augusta S.
Gonçalves, Tisuko Kishimoto, Jorge Larrosa, George Snyders, Isabel Marques, among others)
and
c)
ethnic-racial relations aimed at propositions of research creation and repertoire
for work in education
(in dialogues with Nei Lopes, Luiz Rufino, Petronilha Beatriz Gonçalves
e Silva and with masters and masters to know: Mestre Gil, Makota Valdina Pinto among others).
However, for this article, we think as an object of study the first aspect, encompassed
by empathy, imagination and, above all, by the body (lived, perceived and sensitive) when
relating to the collective and the other, providing a bodily alterity and, thus, a more accessible
encounter between learning and teaching.
It is through this perspective that this plot unfolds and we want to share with our readers
how were the expectations and reflections of the participants and us researchers about the
experience. As Hattie (2017, p. 642, our translation) quotes it, "[...] my role as a teacher is to
evaluate the effect I have on my students. It is to 'know its impact', understand this impact and
act on this knowledge and understanding".
Let us know that the development of Thought Routines is not only important for the
body and mind, they help us organize ourselves as groups, especially at school. Thus, we chose
to work with the
routine of zoom thinking
, because in this routine it is necessary that there is a
visible and collective thought, that the student develops a look and a curious thinking for what
is being appreciated. Usually objects, images or works of art are used for the person to take care
of three questions that are always presented in the same sequence: What do you see? What do
you think of that you're seeing? What impresses you with that?
With this, four images were presented and each of them shared in two stages: the first
presented only one quadrant of the image and then asked the participants what they were seeing.
Soon after, what they thought about what they had seen and, finally, what impressed them most.
After some reflections and discussions in the group about the appreciation of this quadrant of
the image, we presented the image completely - 2nd stage.
This dynamic was focused on valuing and perceiving the difference between the
participants' seeing and thinking (the first question asked to see and describe what they were
seeing, the second what they thought could be what was described, opening to reflections and
positions, curious looks and the 3rd before the students' previous knowledge, they could be
dazzled by what they saw and thought of the images), forming their own inferences and
conclusions, that is, obtaining an autonomy of thought.
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Evanize SIVIERO and Ivana BITTENCOURT
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021027, 2021. e-ISSN: 2237-258X
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This type of routine aims to make the participant know the idea of all others; identify,
in addition to the diversity of ideas, a variety of ways of seeing and thinking, leading you to the
development of the method of thinking itself or a collective reflection and, finally, improve the
participation and involvement of students (LENCASTRE, 2017).
This type of methodological material is related to 3 basic approaches: thinking routines,
the documentation of student thinking and reflective professional practice. This approach was
originally developed at
Lemshaga Akademi in Sweden
as part
of the Innovating with Intelligence
project and
focused on developing student thinking dispositions in areas such as truth search,
understanding, justice and imagination. Since then, it has expanded its focus to include an
emphasis on thinking through art and the role of cultural forces and has reported the
development of
other Project Zero initiatives
1
at
Harvard Graduate School of Education
(RITCHART; PERKINS, 2008)
Regarding data collection, the interventions were filmed and later analyzed, as well an
observational analysis of the researchers themselves about the actions and results presented by
the participants.
Thinking about the issue of the involvement of the participants before we started the
interventions of the thought Zoom
, we present a song,
Professor in the Pandemic, in
the voice
of Stella Nicolau in partnership with Felipe Flat (voice, guitar and tambourine). This song
represents a lot of what teachers are going through at this time of the Pandemic (free
translation):
I'll confess, an agony
I'm a teacher in the pandemic
Vent my pain
Because since March I live on the computer.
It's Google Meet
, it's synchronous and asynchronous class
It's a soap opera to share the screen
It's the student who won't turn on the microphone
Open that camera and tell me your name
Vent my pain
Because since March I live on the computer
It is the video lesson to insert on the platform
Sedentary lifestyle left me out of shape
1
A
research center located in
Harvard Graduate School of Education
, founded by philosopher Nelson Goodman
in 1967. Initially focused on the art area, the project considerably expanded its work in new lines of research
around the development of human potential.
In the last twenty years, and
more than 30 reasoning routines in
collaboration with elementary and high school teachers around the world.
All the diverse and timely lines of
investigation that take place today in this institution records and online courses that can be found on the
site
http://www.pz.harvard.edu/projects
.
A
vailable:
https://escolascritique.com.br/2019/05/02/conhecendo-o-
projeto-zero-de-perto/
. Access: 05 Aug. 21.
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The relevance of image and body movement in the process of learn and teach
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It is the profusion of link to meeting
It's the tsunami called remote education
Vent my pain
Because since March I live on the computer.
We brought this song to problematize and challenge the participants to open their
screens, if possible, so that
the dynamics of Zoom
was participatory and instigating. After
listening to the music, we reflect on the need, in this remote moment, to see and dialogue with
the individual on stage and with his body, or rather from a computer screen and how much it is
necessary to work with active methodologies so that there is a greater involvement of those
behind this screen, because attention, motivation and teaching, as well as content-learning may
be impaired.
In response, some participants opened their screens, others remained closed with them,
not least because we did not force anyone to open it, but to be comfortable when they wanted
to interact.
Development
The first
Zoom
to be shared was an image of a book replacing the head of a human being
(Fig.1) and next to the complete photo (Fig. 2):
Figure 1
– Featured in Google Meet
Zoom Dynamics
Source: Shakespeare sculpture ([n.d.])
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Figure 2
– Featured in Google Meet
Zoom Dynamics
Source: Shakespeare sculpture ([n.d.])
We asked participants to describe what they were seeing in Figure 1. Pichón-Rivierè
(2005) when performing group activities with his patients realized that they reacted positively
and presented their individual characteristics while participating in the group task. This
movement revealed the way of being of each subject, its schematics and its references that
Pichón-Rivierè (2005, p. 249) called the Operative Referential Conceptual Scheme (ECRO)
that "[...] is an organized set of universal concepts that allow an appropriate approach to the
concrete situation to be researched or resolved."
Visca (2020), when elaborating the Convergent epistemology of Psychopedagogy,
which is an area of knowledge that has as object of study human learning, brings the concept
of ECRO of Social Psychology to understand in a singular way how the person learns, what
paths are used in his movement of learning and how he organizes and synthesizes ideas. In a
psychopedagogical reading, the ECRO reveals the path taken by the individual, or by the group,
presenting their skills and limitations in performing a task developed from the conceptual
schemes and references of each person, acquired in their learning path.
To read a situation, in our case of an image, in the psychopedagogical perspective is to
discard the right or wrong, inconvenient or convenient, the absurd or appropriate, but to
understand that the reading will take place through the repertoire of knowledge of each learner.
Thus, Figure 1, which brings a book in place of the head, can suggest different readings: we
can signal the importance of study in the education of the person, reading as a starting point for
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knowledge, the relevance of focusing on studies to acquire knowledge, that knowledge is found
in books, that knowledge is related to the amount of reading we do, that we only learn when
we study, that we need to have the theories and concepts 'fresh' in mind, that the head is more
important than the rest of the body by storing knowledge.
We can also consider a reading that refers us to denial, lack of identity, the distancing
of the individual from his opinions due to the concepts and theories that are overvalued to the
detriment of personal experiences and experiences, which are often considered as something
amateurish, without academic value.
In psychopedagogical care,
listening
and observation
are
two relevant factors in
diagnostic evaluation. They will tell a lot about the learner, or about the group, in relation to
their way of developing the task and their learning. By listening to what is said, we come into
contact with the learner's repertoire of words and thoughts, how he acts and reacts to the
situations put there and how he solves them. Observing the learner during the execution of the
task, we perceive attitudes that can be the complicating element of learning, or even the reason
for not learning. What do I mean by all this? Even receiving the complaint, the reason for the
search to perform the psychopedagogical diagnostic evaluation, we did not start the care taking
into account only this information. It is important to listen and observe the learner to know how
he learns and elaborates his thoughts in the resolution of activities.
Psychopedagogically speaking, everything is relative, nothing is absolute. The look at
learning is procedural, we consider each information brought by the learner and its
reformulations. Normally, we do not complete any analysis in the first answer, we give the
opportunity to see the learner in similar situations to know if the attitude given will be equal to
the previous one or we will have new contributions. And by expanding Figure 1, we ratified
this thought. Figure 2 invites us to other interpretations, suggesting other readings, making us
review what was perceived when the image was reduced. We can, for example, question how
much knowledge a person has when studying, how much studying transforms, what
consequences knowledge brings, to what extent acquiring knowledge is synonymous with
personal satisfaction, how much the person recognizes himself in the study he/did, whether
what is studied is applied, how the person understands his formative path.
Thinking from this perspective and analysis of Figures 1 and 2, we look at the
second
Zoom,
in which we present the image of a black hand crumpling a white mass with pink nuances
(Fig. 3) and, in the complete image (Fig.4), the photo revealing two hands modeling a mass
and, in it, a human face.
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Figure 3
– Featured in Google Meet
Zoom Dynamics
Source: Abreu (2017)
Figure 4
– Featured in Google Meet
Zoom Dynamics
Source: Abreu (2017)
Thinking that the look at learning is procedural, as we saw in figures 1 and 2, the
participants described the first image (Fig. 3). They thought about what this rosy mass could be
and reported what they saw, such as a hand crumpling something and creating a sculpture. They
also paused to look at the peculiarities of the image, such as the black color of the hand and the
nails and according to a participant – "hand marked by work."
According to Mendes (2019, p. 52, our translation):
Thus, in addition to an interpretation of the image itself (predominantly
hermeneutic approach), it is important to also understand how it is situated in
the Western collective imaginary and the consequences of occupying this
place with regard to the production of practices and discourses.
The look, that is, as well as the whole body, carries impressions inherited from the
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culture, society and the history of the individual, and people, when they appreciate the same
image, can interpret and experience different sensations from each other and even have
disparate impressions when the image is again appreciated by them.
What we mean is that what is perceived and felt by me or the other, and what is being
admired by both, can be a reflection of our personal and sociocultural history, "[...] the image
resembles or is confused with what it represents. Visually imitator, can both deceive and
educate. Reflex, it can lead to knowledge" (JOLY, 2007, p. 29, our translation).
As this same author, Joly (2007, p. 22), mentions, the image can provoke associations
that justify the identification or revulsion of something, of someone, of some object, of his own
body, where a certain number of sociocultural qualities and importance are attributed by us.
Thinking about this bias, Figure 4 showed to be this reflection and revealed how much
we are affected by the environment in which we live. When the image was described, thought
and admired by the participants, they punctuated situations that most of us live and/or see
happen in our culture and in our society: hands that shape the life of the other, the society
represented by the hands that shape us, man's manipulation by culture and religion, dark-
skinned hands that shape a white mass giving meaning that, in that image, there could be a role
reversal, in which the oppressed moves and manipulates the oppressor.
Such interpretations have given openness to discuss how hard or permissive a person or
culture and/or society can be. In the first, we are educated and fond of thoughts already formed
and crystallized, affecting our autonomy and our actions. The second connects us in networks
of information and sociocultural assimilations that identify and reorganize, modifying and/or
interacting with our way of seeing, thinking, acting and feeling.
Seeking to delve a little deeper into this second interpretation, the participants were
invited to think and reflect on what would be otherness for each one and whether, to them, it
would sound strange if we thought of a construction of otherness not as just putting themselves
in the place of the other, of perceiving the other and himself, but, a look between the two, where
are the veins, intersections, identifications and sociocultural differences. It is as singular
individuals that we possess our impressions and brands that cause us fear of change, but also
challenge us to reflect and act differently, and rethink about our certainties and expertise.
This reflection led us to
the third Zoom
, making us walk a path of learning and teaching
through our own choices, of wanting when and where to obtain knowledge, and that, to do so,
deconstruction, reconstruction and reorganization can be part of this trajectory.
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Evanize SIVIERO and Ivana BITTENCOURT
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Figure 5
– Featured in Google Meet
Zoom Dynamics
Source: Furlan (2013)
Figure 6
– Featured in Google Meet
Zoom Dynamics
Source: Furlan (2013)
Figure 5 suggests something being destroyed or in the process of destruction to build,
removing stones, carving. By enlarging this image, we find a person sculpting himself, which
can be interpreted as the human being removing a hard 'bark' from himself, discovering other
possibilities, opening himself, perceiving himself from another angle. To learn is to bare
yourself. It is exposing yourself to the apprehension of content. It's being open to information.
It's realizing your weaknesses and abilities. It's running away from difficulties. It's denying.
Learning creates discomfort, shows when we have difficulty and when we don't learn. It makes
us fragile, vulnerable. However, we can also say that it is somewhat liberating. Moment that
allows us to know other ways of thinking. Moment of expansion of repertoire.
In a psychopedagogical view, learning is understanding the world in which one is
inserted in an individual and singular way. And that, for every apprentice, has a time, has a way.
In her book, Fernández (2010, p. 28, our translation) describes a dialogue she witnessed
between two children. With no adults around, they were on the IPM of explaining about
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learning:
" I'm going to learn to swim," says Silvina with the joy of her newly made six
years.
Are you going swimming? – intervenes the sister, three years younger.
No, I'm going to learn to swim.
- I'm going to play in the pool, too.
It's not the same. And I'm going to learn to swim, Silvina says.
What's learning?
- Learning is... like when Dad taught me how to ride a bike. I really wanted to
ride a bike. So... Dad gave me a smaller peck than his. You helped me up. The
bicycle alone falls, has to hold walking ...- I'm afraid to walk without wheels.
- It's a little scary, but Dad holds the peck. He didn't get on his big bike and
said "so if he rides a bike" no, he was running beside me always holding the
bicycle for many days and suddenly, without me realizing it, he let go of the
bicycle and kept running beside me. So, I said, "Oh! I learned!"
-Oh! Learning is almost as beautiful as playing, he replied.
- You know, Dad didn't do it like he did in high school. He didn't say, "Today
is the day to learn to ride a bike." First lesson: walk right. Lesson two: walk
fast. Third lesson: fold. I didn't have a newsletter to write down: very well,
excellent, regular... because if it had been like this, I don't know, something in
my lungs, in my stomach, in my heart, it wouldn't let me learn.
Fernández (2010) says that he had never listened, read or been able to write, as a
psychopedagogist, such a sure explanation of the act of teaching and learning. That is, the acts
of teaching and learning go through transformations, difficulties, imprisonments and liberation
and will also depend on how we experience each phase and situation and how we broker
everything that is perceived, observed and received by our "sons", by our bodies so tangible
and changeable.
It is with this perception that the
fourth and last Zoom
was appreciated, portrayed by
Figures 7 and 8, of the Newspaper Entre Rios,
O poder gerir do eu
, by Garcia (2020).
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Figure 7
– Featured in Google Meet
Zoom Dynamics
Source: Garcia (2020)
Figure 8
– Featured in Google Meet
Zoom Dynamics
Source: Garcia (2020)
It was interesting, however, to observe that when the students described Figure 7, the
meanings, referred us to the cultural issues that inhabit us such as: a man flying, running, body
in motion, man disintegrating, electricity. We are getting lost in the middle of our running lives,
we are going to undo ourselves, reaffirming the cultural, environmental and social influences
that surround us. But when they fully appreciated the figure (Fig. 8), the reflective process was
taking shape through expressions of the participants such as: transformation, liberation,
crossing the finish line, tuning with discussions and reflections on the third
Zoom.
Based on the testimonies of the previous images, one of the authors emphasized the
words "body in motion", "break the cases" and "cross the finish line". When thinking about the
context we proposed in the extension course, such interpretations expressed the need for
movement not to become stagnant, to break our blood sheds, the barriers that trap us in models
and methods. When we have a movement that takes us away from common sense, from
stagnation and frees us from mechanisms that undermine our creativity, our power of reflection
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and thought is expanded, making us walk endless paths to the finish line, that is, until we
achieve the desired goals or even go beyond or transform them into other goals or other paths.
According to Rolnik (1992), it is as if we were tracing new cartography for new territories of
individual and collective existence.
In this aspect, not only the expansion, but, according to Rolnik (1992, p. 6, our
translation), the change in the practice of thought having access to "[...] dimension of
subjectivity immersed in the invisible of otherness, as chaos and as becoming others [...]",
where differences and our concerns are produced.
What is called the practice of thought, by Rolnik (1992, p. 6-7, our translation), consists
of:
[...] in a work that operates the passage between consciousness and the
unconscious, representation and sensation (affections), current and virtual,
existential territories and chaos - in summary, thinking consists fundamentally
in making the passage between visible reality and what happens [...] in the
invisible of sensations and their updating in some form of expression to be
created.
Figure 8, for one of the authors of this article, represents what, in words, Rolnik (1992,
p. 2, our translation) describes about otherness as a chaos, in which the current compositions of
the self (visible and invisible):
[...] from a certain threshold, we generate unpublished states, entirely foreign
to what is made the subjective consistency of our current figure. Thus, the
balance of our figure is irreversibly broken, and its contours tremble. We can
say that every time this happens there is violence, experienced by our body in
its current form, which destabilizes us and puts us the requirement to create a
new body [...] And every time we incarnate a difference - we become others.
Another interesting point of this image is that even though we turned into another "I",
we didn't leave what we were behind. In Figure 8, we can observe that there are remnants of
the past that connect with the I that emerged, and it is through these residues that our gaze can
extend and migrate, creating infinite lineages of this I that will be in constant formation. This
movement "[...] it takes the form of a circle, in which the movement is to refocus, return, renew,
reinvent, reiterate, start over" (KASTRUP, 2005, p. 1279, our translation).
In his work
Cognitive policies in teacher education and the problem of the master-
becoming,
Kastrup (2005, p. 1279, our translation) brings the idea that "The new and the old,
what arises and what was already there, are not pairs, but are connected by a line of repetition,
differentiation and invention [...] the idea that 'one is always ahead of himself'".
Bringing this thought to Human Education and in relating it to our professional training,
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most of the participants involved in this experience are or will be teachers in their respective
areas. Therefore, we try to bring, through
the Zoom Thought Routine,
the understanding that
the movement of describing the image leads us to outline a situation, think about and thus reflect
on what is and what it may be, allowing us to have a freedom to create a way of life, of thought,
of a method or a circumstance different from what we were leaning for, of a realignment or
reinvention that can transform us. This transformation is done constantly. So, we should always
ask ourselves at what point we are? In stagnation, battled by social and cultural impressions; or
in the midst of waste, impermanence? or on the move?
Final considerations
Finally, this experience, with the dynamics of Zoom thought
,
was of great importance
for this study, because, through the analysis of images, we were able to provide both for the
participants and for us researchers, moments of reflection and subjective thoughts, which could
be expressed in the collective. This action is often, at the time of teaching and learning, there is
no room in a classroom compromising our education as critical, creative and reflective beings.
It should be common for all of us to externalize our thoughts, to know how to observe and
listen, to broker the best path of learning, but often we are not educated by this path and for
dialogue.
Each image described here, reflected and analyzed gave openness to discuss how much
we are grounded by a culture and/or society, these being harsh or permissive, which can free us
or take away our autonomy and our creative actions, which connect us between looks, between
teaching and learning, between perceiving yourself and others, their similarities and
differences.
The gaze
between
bodies enriches our Human Education and expands our knowledge to
the point of becoming other "semes". Moreover, when we become others, the paths we choose,
whatever it is, will have a learning that is marked in us, in our body and that these impressions
should not be qualified in positive or negative, but in signs and signatures that build us as a
singular being.
We know that such brands can help us or harm us in our training processes, so we need
to find strategies of constant dismantling of trends to stagnation, through practices of
transformation of themselves, to increase our creative potential and inspire us to the constant
changes necessary for our evolution.
Finally, as Kastrup quotes (2005, p. 1276, our translation):
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The relevance of image and body movement in the process of learn and teach
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021027, 2021. e-ISSN: 2237-258X
DOI:
https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.2.16482
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Themselves and the world are co-engendered by action, in a reciprocal and
inseparable way. They are, in turn, immersed in a process of permanent
transformation. For even if they are configured as forms, they remain subject
to new disturbances, which force their reinvention.
We understand that the current educational model proposes a body that does not know
its space, with little mobility, restricted notion of autonomy and that, also, does not recognize
itself as a builder of its learning, accumulating pre-fixed standards. Considering learning from
a psychopedagogical perspective, the greatest of self-transformations is to give the learner the
possibility to show how he learns the information and how he inserts it in his daily life. It is to
stimulate the authorship of thought that, according to Fernández (2001), means contributing to
a creative, singular and critical perception of learning. Thus, we come into contact with the
schemes, concepts and references (ECRO) of the learner, which underpins how he accomplishes
and understands things, showing his skills and limitations in performing an action, whether in
the act of learning and/or teaching.
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https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.2.16482
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About the authors
E
vanize SIVIERO
Professora efetiva do curso de dança da UFV/MG.
Ivana BITTENCOURT
Licenciada em Dança (UFBA).
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Correction, formatting, normalization, and translation.