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Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados
, v. 1
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n. esp. 2,
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2021.
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ISSN:
2237
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https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.2.16481
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AS VIVÊNCIAS NAS RODAS COMO FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS E
ENCANTAMENTOS
LAS VIVENCIAS EN CÍRCULO COMO FUNDAMENTOS DE LAS CIENCIAS Y LOS
ENCANTAMIENTOS
THE EXPERIENCES IN A CIRCLE AS FOUNDATIONS OF SCIENCES AND
ENCHANTMENTS
Cristina Aparecida LEITE
Universidade
de Brasília
e
-
mail
:
cristinaleite224@gmail.com
Vivian Parreira da SILVA
Universidade Federal
de São Carlos
e
-
mail
:
vivianparreira6@gmail.com
Como referenciar este artigo
LEITE,
C. A.; SILVA, V. P. da
.
As vivências nas rodas como fundamentos de ciências e
encantamentos
.
Revista
Educação e Fronteiras
,
Dourados
, v.
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e
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ISSN: 2237
-
258X. DOI:
https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.2.16481
Submetido em
:
20
/04/2021
Revisões requeridas em
:
19
/06/2021
Aprovado em
:
17
/09/2021
Publicado em
: 30/11/2021
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Cristina Aparecida LEITE
e
Vivian Parreira da SILVA
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021026, 2021.
e
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ISSN:
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RESUMO
:
Este artigo tem como objetivo partilhar experiências desde as
rodas, danças e
brincadeiras das culturas brasileiras, reconhecendo estes lugares enquanto espaços potentes
para exercitarmos um projeto de educação que valorize e reconheça diferentes saberes. Então,
fundamentadas nas nossas trajetórias, experiências e em
diálogo com autores, autoras
construiremos os caminhos para o diálogo neste trabalho. Sabendo que aprendemos e
ensinamos a todo o tempo, em diferentes espaços, e que a vida é oportunidade de compartilhar
saberes e experiências, apresentamos aqui algumas r
eflexões
,
desde as nossas experiências em
educação envolvendo temas como a ludicidade, coletividade, relações étnico
-
raciais e
brincadeiras. Como resultados desta trama tecida a tantas cores, desenhos e possibilidades,
desejamos ampliar caminhos para que cada vez m
ais possamos exercer com responsabilidade
nosso fazer pedagógico e que este seja pluriversal, reconhecendo e respeitando a diversidade
de saberes.
PALAVRAS
-
CHAVE
:
Educação. Rodas. Brincadeiras.
RESUMEN
:
Este artículo tiene como objetivo compartir experi
encias de los círculos, danzas
y juegos de las culturas brasileñas, reconociendo estos lugares como espacios de gran potencia
para que ejerzamos un proyecto de educación que valora y reconoce distintos saberes.
Entonces, basado en nuestras trayectorias, ex
periencias y en diálogo con autores y autoras,
construiremos en este trabajo los caminhos para el diálogo. Sabiendo que aprendemos y
enseñamos todo el tiempo, en distintos espacios, y que la vida es una oportunidad de compartir
saberes y experiencias, pres
entamos aqui algunas reflexiones de nuestras vivencias en
educación involucrando temas como lo lúdico, la colectividad, las relaciones étnico
-
raciales y
los juegos. Como resultado de esta trama tejida con tantos colores, diseños y posibilidades,
deseamos a
mpliar los caminos para que podamos ejercer cada vez más con responsabilidad
nuestro hacer pedagógico y que este sea pluriversal, reconociendo y respetando la diversidad
de saberes.
PALABRAS CLAVE
:
Educación. Círculos. Juegos.
ABSTRACT
:
This article aims to share experiences from the circles, dances and games of
Brazilian cultures, recognizing these places as powerful spaces for us to exercise an education
project that values and recognizes different types of knowledge. So, based on our t
rajectories,
experiences and dialogue with authors, we will build the paths for dialogue in this work.
Knowing that we learn and teach all the time, in different spaces, and that life is an opportunity
to share knowledge and experiences, we present here so
me reflections from our experiences in
education involving themes such as playfulness, collectivity, ethnic
-
racial relations and games.
As a result of this weave woven with so many colors, designs and possibilities, we want to
expand paths so that we can i
ncreasingly exercise our pedagogical work with responsibility
and that it is
plural
, recognizing and respecting the diversity of knowledge.
KEYWORDS
:
Education. Circles. Games.
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As vivências nas rodas como fundamentos de ciências e encantamentos
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021026, 2021.
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Introdução
Este artigo é fruto da partilha de experiências de quatro
educadoras, a partir da vivência
Danças e Brincadeiras: corpos que aprendem e ensinam
realizada no curso de extensão
Corpo,
Formação Humana e Sociedade
no 2º semestre de 2020 por meio remoto,
1
cujas reflexões
emergem a partir da aula ministrada no referid
o curso.
Convidamos as leitoras e os leitores para adentrarem as águas desta experiência que
busca confluir caminhos e aprofundar reflexões acerca das danças, cantigas, rodas, brincadeiras
e poesia como meios potentes dos processos de aprender e de ensinar
em diferentes contextos,
impulsionados pela empatia e pela imaginação. Acima de tudo, enfatizando o fazer sem que
nos esqueçamos de nós, enquanto corpo (vivido, percebido e sensível) ao nos relacionarmos
com o Outro, proporcionando uma alteridade corporal
e, assim, um encontro mais acessível
entre o ensinar e o aprender.
Tratou
-
se de uma vivência tecida a quatro mãos, em que os fios se entrelaçam, se
imbricam, complementam
-
se. Apenas para a sistematização da presente escrita
é que
serão
subdivididos em dua
s mãos. A primeira, de Cristina Aparecida Leite, apresenta os bordados de
uma pesquisa desenvolvida no Distrito Federal (DF), cujo nome é Rodas de Brincar. A autora
atua como professora
-
formadora nos Centros de Vivências Lúdicas
–
Oficinas Pedagógicas do
D
F, os quais são espaços descentralizados de formação continuada de professores da rede
pública de ensino, cujos princípios basilares das propostas são atividades potencialmente
lúdicas. A segunda, de Vivian Parreira da Silva, traz tessituras da pesquisa: e
ducação jongueira
como processo de afirmação da vida, desenvolvida pela educadora em seu doutorado. Cabe
dizer que a partir das vivências no Grupo Girafulô
2
, Vívian Parreira da Silva atua como
pesquisadora e proponente de vivências fundamentadas nos proce
ssos educativos presentes nas
rodas de jongo, nos cortejos de congada, nas brincadeiras do cacuriá, samba de coco
,
dentre
outros.
Rodas de Brincar é o nome de um curso de formação continuada de professoras e
professores que já foi oferecido para todas as
Coordenações Regionais de Ensino da Secretaria
de Estado de Educação do DF, desde 2015. Apresenta em seu bojo a busca por despertar no
1
Esta atividade foi uma iniciativa dos grupos de pesquisa Laboratório de Estudos Corporais
–
LEC/Unespar e
Grupo de Estudo e Pesquisa em Linguagem Corporal e Diversidade
–
GEPL/UFGD. A vivência Danças e
brincadeiras: corpos que aprendem e ensinam foi proposta e desenvolvida pelas pesquisadoras: Cristina Aparecida
Leite
-
SEDF, Evanize Kelli Siviero Romarco
-
UFV, Ivana Bittencourt
-
UFBA e Vivian Parreira da Silva
–
UFSCAR.
2
O grupo Girafulô, coordenado pela educadora Vívian Parreira da Silva, desenvolve ações de formação e fruição
na cidade de São Carlos e região. O grupo tem como objetivo a experimentação, estudo das diversas brincadeiras
fundadas na diáspora a saber: Cacu
riá, samba de coco, congadas, jongo.
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Cristina Aparecida LEITE
e
Vivian Parreira da SILVA
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021026, 2021.
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professor e na professora o ser brincante que os habitam, tudo por meio de muitas reflexões e
propostas vivenciais. Atrav
essados pelas experiências às quais são expostos, os professores e
as professoras sentem
-
se motivados a adequar e aplicar as sugestões em suas salas de aula.
Assim, conforme vários relatos orais e escritos, os professores e as professoras têm a sua prática
transformada. São propostas que envolvem o corpo vívido, pulsante, que se levanta, canta,
dança, gira, movendo
-
se ao brincar.
Nos saberes dançados, os processos educativos ocorrem a partir das interações entre
pessoas por meio das danças, cantos, jogos,
poesias, brincadeiras especificamente as das danças
brasileiras.
3
Tem sido por meio da dança e da convivência com comunidades jongueiras,
congadeiras, comunidades de terreiro, com as crianças, dançando, brincando, que significamos
o mundo e buscamos desen
volver trabalhos voltados à educação, tendo como fundamento as
rodas e brincadeiras. Em todas as oportunidades de encontro com mestres e mestras
4
das
culturas populares, aprendemos que podemos ensinar e aprender por meio da dança.
As nossas pesquisas e aç
ões, construídas e vivenciadas cotidianamente
,
buscam colocar
em diálogo aprendizados e saberes acadêmicos relativos à escrita,
às
análises e
aos
conhecimentos científicos e os saberes presentes em práticas culturais que trazem a experiência
de vida das pe
ssoas participantes, vivenciadas em diferentes danças e brincadeiras.
Em ambas as pesquisas, a forma circular se faz presente, seja nas brincadeiras propostas,
seja nas danças, de forma significativa. O círculo transforma as relações. Nele, não há
hierar
quias, não existe começo nem fim. Essa noção de plenitude se reverbera pelos corpos que
brincam e dançam, fazendo
-
se presentes, inteiros e plenos durante as vivências. Esse momento
de entrega prazerosa ao momento vivido é o que o professor e filósofo Cipri
ano Luckési (2000)
entende como experiência lúdica. Segundo ele:
O que a
ludicidade
traz de novo é o fato de que o ser humano, quando age
ludicamente, vivencia uma experiência plena. Na vivência de uma atividade
lúdica, cada um de nós estamos plenos, inteiros nesse momento
[
...
]
Enquanto
estamos participando
verdadeiramente
de uma ativid
ade lúdica, não há lugar,
na nossa experiência, para qualquer outra coisa além dessa atividade. Não há
divisão. Estamos inteiros, plenos, flexíveis, alegres, saudáveis
(LUCKESI,
2000, p. 41).
As vivências em roda promovem uma sinergia no grupo, em que a l
udicidade permeia
3
Cada uma delas tem suas características e especificidades de acordo com as influências africanas, indígenas e
europeias. Podemos caracterizá
-
las por região do país, instrumentos utilizados, épocas em que são dançadas
.
4
Dentro de um grupo ou comunidade tradicional, como na congada, os trabalhos, a transmissão do conhecimento,
os afazeres das festas, os cuidados com as crianças, geralmente, são feitos de maneira coletiva, mas todas as ações
são conduzidas, organizadas
pelos mais experientes. Dentro destes grupos e comunidades, estes mais velhos são
chamados mestres, pois possuem grande experiência e construíram este papel de liderança junto ao grupo.
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o momento e se propicia que seja vivenciada coletivamente, de modo a se tornar ainda mais
significativa. Presentes nas culturas desde tempos remotos, tais vivências propiciam o olhar, o
toque, as interações, fundamentais na busca de uma s
ociedade mais empática e sensível. Este
tear de escritas, fiadas desde as nossas experiências, são parte de nossas caminhadas, cantorias,
versos cantados em tantas rodas em diálogo com diferentes pessoas. Queremos enfatizar que, é
também nas rodas, tocando
, cantando, com pés descalços, lançando versos, no fazer junto com
mulheres, homens, crianças, mestras e mestres que nos encantamos, nos reconhecemos, nos
fortalecemos e praticamos uma educação encantada, comprometida com os saberes dançados,
cantados e br
incados. Portanto, é também nas rodas que aprendemos e, neste processo de
partilhas, praticamos acolhimentos em diálogo com os saberes da ancestralidade.
Convidamos as leitoras e os leitores a trilharem conosco as possibilidades de uma
educação como enca
nte, fundamentada nos saberes e experiências partilhadas nas rodas. Serão
compartilhadas e entrelaçadas à escrita deste texto algumas experiências vivenciadas por nós
através de nossas experiências de construir processos de formação a partir das convivênci
as nas
rodas, elaborando o relato de experiência de uma aula que ministramos no curso de extensão
Corpo, Formação Humana e Sociedade
.
Abrindo a nossa roda
essa ciranda não é minha só, ela é de todos nós...
5
Fundamentadas em nossas trajetórias, experiências e em diálogo com autores
e
autoras,
seguiremos os caminhos para a construção deste trabalho. Sabendo que aprendemos e
ensinamos a todo o tempo, em dife
rentes espaços e que a vida é oportunidade de compartilhar
saberes e experiências, seguiremos com a nossa roda aberta, com o nosso canto lançado ao
mundo para que de diferentes jeitos possamos construir conhecimentos.
Este artigo foi construído a partir d
e um relato de experiência sobre a prática
compartilhada em uma aula, realizada de modo remoto. O relato de experiência tem o objetivo
de descrever e partilhar uma experiência vivida, a qual pode contribuir com a construção de
conhecimento na área estudada
. Deste modo, o presente relato se apresenta como uma práxis
metodológica relevante e com capacidade de colaborar, no caso deste artigo, com a discussão
acerca de processos de ensino e aprendizagem no contexto de crise sanitária no qual nos
5
Trecho da ciranda Minha Ciranda de Lia de Itamaracá
.
Disponível
em:
https://www.letras.mus.br/lia
-
de
-
itamaraca/399583/
. Acesso em: 10 abr. 2021.
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Cristina Aparecida LEITE
e
Vivian Parreira da SILVA
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021026, 2021.
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encontramos. O
relato de experiência apresenta os saberes resultantes de processos coletivos ou
individuais, e exibe experiências situadas em um determinado momento, fenômeno, situação e
espaço. Deste modo:
O conjunto dessas análises afiança o Relato de Experiência com
o uma
importante narrativa científica afinada à condição pós
-
moderna. Trata
-
se de
uma narrativa que, através da linguagem, performatiza a experiência de
singularização, atestada em um dinamismo descentrado da razão, e apta a
suportar paradoxos. O RE está c
ompreendido como um trabalho de
linguagem, uma construção que não objetiva propor a última palavra, mas que
tem caráter de síntese provisória, aberta à análise e à permanente produção de
saberes novos e transversais. Configura
-
se como narrativa que,
simult
aneamente, circunscreve experiência, lugar de fala e seu tempo
histórico, tudo isso articulado a um robusto arcabouço teórico, legitimador da
experiência enquanto fenômeno científico (
DALTRO
; FARIA, 2019, p. 235).
O presente artigo alinhavado por
palavras/experiências, leituras e memórias, se alicerça
também em nossas pesquisas. Cruzando caminhos, nos propusemos a construir conhecimento
s
desde uma perspectiva descolonizadora, que tem nas rodas sua força motriz para propor diálogo
de saberes e proce
ssos de criação
,
tendo como foco principal a educação.
Consideramos que fazer ciência e construir conhecimento é também uma forma de
valorizar e de praticar outras epistemologias, lutar contra assimilações, epistemicídios,
interdições e contra os impedime
ntos sofridos por homens e mulheres por quererem existir com
suas diversidades culturais. Dessa forma, este trabalho carrega, para além dos alinhavos teóricos
e metodológicos, nossa luta em favor das diversas brincadeiras das culturas populares que
constit
uem o Brasil.
Considerando a luta histórica de grupos e comunidades para manterem sua existência,
“cada vez mais, faz
-
se necessário que pesquisadoras e pesquisadores com coragem de
reconhecer epistemologicamente as diferenças e os
conhecimentos produzidos pelos coletivos
diversos, transformados em desiguais, ganhem visibilidade no campo da produção teórica”
(GARCIA; SILVA, 2018, p. 10). Com coragem e firmadas nas rodas, seguimos dispostas para
a construção deste trabalho, o qual se
assenta em diferentes epistemologias que, em diáspora,
nasceram e seguem vivas nas lutas e histórias.
A partir da perspectiva da pesquisa da autora Vívian Parreira da Silva, dialogaremos
acerca da educação das relações étnico
-
raciais, a qual também se faz
presente na pesquisa de
Cristina Aparecida Leite. Para exercitarmos uma educação antirracista, que promova diálogo
de saberes, e que positive as culturas de matriz africana
,
é preciso nos fundamentarmos em
múltiplos conhecimentos alicerçados na diáspora af
ricana. É necessária uma reorganização
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ética e estética, olharmos e vermos pelas brechas
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e nos vãos para enxergarmos outras belezas,
outras ciências, outras maneiras de ser e estar em diálogo com o mundo.
No contexto educacional brasileiro, temos políti
cas públicas resultantes de lutas de
movimentos e comunidades. A Lei 10.639/03, que prevê a obrigatoriedade do ensino das
histórias e culturas africanas e afro
-
brasileiras em todas as escolas públicas e privadas foi
alterada pela Lei 11.645/08, incluindo a
s culturas indígenas dentro do campo de trabalhos e
educação para as relações étnico
-
raciais (BRASIL, 2003, 2008). Legalmente, temos amparo e
diretrizes para criarmos projetos de educação que reconheçam as culturas africanas, afro
-
brasileiras e indígenas.
Entretanto, é importante colocarmos algumas questões, dentre elas uma nos
aproxima às reflexões apresentadas em Senghor (1965) conseguimos
transcender a política pública e construir conhecimento nos referenciando nas
culturas e histórias desde dentro, fu
ndamentadas em outras experiências,
perspectivas e saberes diferentes das que o modelo colonizador viabiliza?
(SILVA, 2020, p. 35).
Reconhecemos avanços conquistados nos processos em construção e desconstrução.
Avançamos na medida em que nos colocamos a r
epensar nossas práticas educativas, as nossas
pesquisas e a construção dos nossos caminhos na elaboração, reconhecimento e valorização de
outras epistemologias. Neste caminho, nos fundamentamos nos saberes da diáspora,
reconhecendo a luta mantida há século
s por homens e mulheres em favor da vida.
Compreendemos a diáspora africana como movimento e espaço no qual as experiências
são vividas e as identidades constantemente re
-
inventadas.
A palavra diáspora foi tomada por empréstimo da experiência da comunidade
judaica, na qual funciona para explicar a dispersão ocorrida com estes povos
durante os séculos desde Abraão. Com a palavra diáspora, os intelectuais e
religiosos judeus não só class
ificaram a dispersão, mas também procuraram
identificar um tipo de comunidade que embora não estivesse vinculada ao
território de Israel, ainda assim preservava um conjunto de características
particulares e recriava, em muitos aspectos, as próprias tradiçõ
es de
comunidade judaica. Quer dizer que além de preservarem marcas ancestrais,
as comunidades da diáspora judaica re
-
criaram e inventaram tradições como
resultado do diálogo com as diversas culturas envolventes. Do mesmo modo,
o conceito diáspora passou a
ser utilizado por religiosos, ativistas e intelectuais
ligados às tradições africanas e à luta antirracista (TAVARES, 2008/2010, p.
80).
As congadas, capoeiras, candomblés, os cacuriás, batuques, jongos, são territórios de
6
Este termo é fundante na prática da Pedagogia das Encruzilhadas, nas Flech
as no Tempo e nas Ciências
Encantadas das Macumbas por Luiz Rufino e Antônio Simas (2019).
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e
Vivian Parreira da SILVA
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inventividade, de louvação da
vida, onde nos reconfiguramos sistematicamente, e nos
deslocamos para outros lugares e temporalidades. As culturas da diáspora africana são
experiências, maneiras complexas de diálogo com o mundo, são potências de inventividades,
de histórias e horizontes
de beleza. A diáspora africana se dá a partir e por meio da experiência
da escravidão, esta que estampou a nódoa de desumanização que transcende os tempos. A
escravidão roubou histórias, aniquilou mundos, corpos, sociabilidades, foi um projeto de morte
ass
entado na violência e na coisificação de milhares de homens e mulheres do continente
africano. A escravidão foi e é projeto de poder colonizador com suas bases cravadas no
ocidente. O projeto de humanidade que advém destas mesmas bases só pode prever a mor
te,
em diferentes dimensões, de homens e mulheres não brancos. É deste projeto colonial
aniquilador que surgimos enquanto seres paridos.
Em diversas práticas culturais da diáspora africana, a construção dos saberes ocorre de
maneira coletiva, em que todos
e todas aprendem e ensinam em um processo colaborativo entre
os participantes. Para os povos africanos, a comunidade está fundida no grupo, é possível
observar esta fusão no provérbio: eu sou porque nós somos, e uma vez que são por isso eu sou
(TEDLA, 19
95).
Considerando as perspectivas africanas fundadas na coletividade e na totalidade, mas
sem desconsiderar as individualidades, a dança pode ser compreendida não apenas como
técnica, mas a partir de sua totalidade com o mundo, ou seja, no diálogo estabel
ecido por meio
do corpo. Este diálogo denota o pertencimento à comunidade, a luta, a resistência, a existência
e a permanência dessas culturas no mundo (FOGANHOLI, 2015).
Podemos perceber que práticas culturais como as congadas, por exemplo, se configuram
como práticas sociais que resistem, transformam e educam. As maneiras de aprender e ensinar
acontecem a partir de uma totalidade, por meio da troca de experiências entre os mais e os
menos experientes (SILVA, 2011). Esta totalidade também está presente no
jongo e em outras
práticas da diáspora que nos ensinam a partir de fundamentos assentados em valores
civilizatórios afro
-
brasileiros.
Trazer esses conhecimentos para serem compartilhados, divulgados, aprofundados na
formação continuada de professores e pr
ofessoras é uma maneira de aproximarmo
-
nos de
saberes e vivências que nos constituem enquanto povo brasileiro, o qual tem em suas raízes
também as influências indígenas e africanas, tantas vezes silenciadas e anuladas pelo processo
colonizador. Assim, conv
idamos os professores e professoras a pesquisarem sobre várias
manifestações e, mais que isso, a dançarem conosco, a sentirem no corpo o pulsar das músicas,
dos tambores, da percussão. Como proponentes, muitas vezes somos surpreendidas por relatos
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de desco
bertas dos participantes que passam a se sentir mais presentes, mais vívidos após as
experiências. Além disso, o Distrito Federal é um verdadeiro caldeirão cultural e, por vezes,
temos professores e professoras naturais de várias partes do Brasil e, por is
so mesmo,
pertencentes a manifestações diversas. Os participantes contribuem com a partilha de suas
experiências, as quais se fazem presentes de forma visceral em sua constituição como sujeitos
históricos. Dessa maneira, percebemos as rodas se ampliarem, e
nriquecerem
-
se e é exatamente
esse um dos nossos objetivos: que as vivências em rodas se ampliem, multipliquem
-
se e tornem
-
se mais presentes e pulsantes na vida das pessoas, também no espaço escolar formal.
Para além disso, abrir oportunidade para conhece
rmos brincadeiras de origem africana
e indígena é uma maneira de nos debruçarmos sobre nossa própria história, de conhecermos um
pouco melhor as infâncias brasileiras, em sua multiplicidade e diversidade.
Brincamos, então existimos: é nas rodas e nas brincadeiras que nos fazemos educadoras
As rodas promovem confluência
7
de saberes, experiências de vida, ciências que se
assentam em corpos, festas, gingas, tambores, sonhos, diversas visões de mundo. Deste m
odo,
com estas escritas tecidas em diversos caminhos e cores, buscamos compartilhar nossa
experiência em exercitar uma ecologia de saberes, a qual, conforme Boaventura de Sousa
Santos (2010), com quem concordamos, é uma “contra
-
epistemologia”. Ainda segund
o Santos,
não se trata de uma tarefa simples e fácil a construção epistemológica de uma Ecologia de
Saberes:
A vigilância epistemológica requerida, pela ecologia de saberes transforma o
pensamento pós abissal num profundo exercício de autorreflexividade.
Requer
que os pensadores e atores pós abissais se vejam num contexto semelhante
àquele em que Santo Agostinho se encontrava ao escrever as suas confissões
e que expressou eloquentemente desta forma: quaestio mihi factus sum,
converti
-
me numa questão para
mim. A diferença é que o tópico deixou de ser
a confissão dos erros passados, para ser a participação solidária na construção
de um futuro pessoal e coletivo, sem nunca se ter a certeza de não repetir os
erros cometidos no passado (SANTOS, 2010, p. 66).
A construção de uma epistemologia para práxis de uma ecologia de saberes requer a
7
Este conceito é de Santos (2015), ou Nego Bispo, como também gosta de ser chamado. De acordo com Nego
Bispo, é importante exercitarmos a confluência das nossas ex
periências. Para isso, precisamos transformar nossas
divergências em diversidades, e na diversidade atingirmos a confluência de todas as nossas experiências. Isso
possibilita confluirmos, ou seja, dialogar saberes sem nos anularmos para assimilar ou sermos
assimilados. É uma
cosmosensação alicerçada nos saberes dos povos originários, dos povos quilombolas e afro
-
pindorâmicos.
“Confluência é a lei que rege a relação de convivência entres os elementos da natureza e nos ensina que nem tudo
que se ajunta se mis
tura, ou seja, nada é igual” (SANTOS, 2015, p. 89). Para saber mais ver o livro “
Colonização,
Quilombos modos e significados
”.
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e
Vivian Parreira da SILVA
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021026, 2021.
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solidariedade em reconhecer os erros e nos colocarmos como parte deles, mirando o horizonte
da humanização para a transformação. Se, historicamente, as culturas do outro lado
da linha são
assimiladas e desqualificadas pelo projeto do norte global, nos cabe, a partir de nossas pesquisas
junto a grupos e comunidades, nos esforçarmos para a reinvenção de nossa prática educativa.
Para isso, não precisamos negar o conhecimento euro
peu, mas buscarmos os conhecimentos do
Sul
8
para o foco de reconhecimento. Nossas pesquisas devem assumir o lugar de luta para uma
reinvenção das maneiras e caminhos de construir conhecimentos a partir de nossas existências,
com aprendizados ancorados nas
nossas realidades. Vivemos em constante aprendizado,
estamos em ação
–
reflexão
–
ação, em busca de exercitar e praticar o inédito viável para
cumprirmos nossa vocação de sermos mais, como nos orienta Freire (1996). Consideramos a
oportunidade da escrita,
da pesquisa e da docência partilhada como tempo e espaço para
sentirmos e percebermos o mundo de outros jeitos.
Os conhecimentos fundados nas culturas da diáspora africana configuram
-
se como
saberes de comunidade enraizados e projetados na ancestralidade
, na memória, na corporeidade,
e na tradição, ou seja, saberes que contribuem para a manutenção da tradição e garantem sua
transmissão de geração a geração.
Dessa forma, convidamos para a roda todos aqueles e aquelas que, historicamente,
vivem de maneiras
e por experiências distintas, abrindo caminhos para que a roda, a ginga, a
brincadeira, o jogo, a dança, o tambor, a música, a poesia, o verso, os afetos, o convívio e a
comensalidade sejam valorizados enquanto saberes que estruturam conhecimentos e, port
anto,
devem ser reconhecidos, respeitados e praticados. Estes saberes podem, sem dúvida, nos ajudar
na prática de uma educação
para
e
com
a diversidade.
8
Boaventura de Souza Santos e Maria Paula Meneses (2021) organizaram o livro com o título: Epistemologias do
Sul, esta obra nos apresenta uma série de textos de diversos autores e autoras que problematizam e trazem à luz
discussões e reflexões acerca de ou
tras epistemologias e conhecimentos. O livro é uma referência na qual nos
baseamos para dialogar acerca dos saberes fundamentos desde o nosso lugar, o sul em contraponto ao norte, que
historicamente se reivindica global, hegemônico e única fonte de conheci
mentos. Portanto, dialogamos com Santos
e Meneses (2010) a partir desta ideia de reconhecermos outros saberes, sobretudo os conhecimentos assentados no
hemisfério sul.
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As vivências nas rodas como fundamentos de ciências e encantamentos
Rev. Educação e Fronteiras,
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As rodas se ampliam e reverberam: nossas experiências no curso de extensão “Corpo,
Formação Humana e Sociedade”
Foi o desenvolvimento das referidas pesquisas e os pontos que as conectam que
forneceram condições para que fôssemos convidadas a ministrar um
a aula durante o curso de
Extensão:
Corpo, formação humana e sociedade
, organizado pelo Grupo de Estudo e
Pesquisa em Linguagens Corporal e Diversidade/GEPL/UFGD e Laboratório de Estudos
Corporais/LEC/Unespar, em que ficamos responsáveis pelo módulo: Dança
s e brincadeiras
–
corpos que aprendem e ensinam.
Interessante destacar que foi o convite para essa participação o responsável pelo
encontro entre as quatro pesquisadoras que, até então, não se conheciam (e ainda não se
conhecem presencialmente). Cabe ainda dizer que vivemos hoje no Brasil uma crise sanit
ária
que tem nos desafiado enquanto educadoras no que diz respeito às nossas práticas educativas.
Este encontro distanciado nos possibilitou cruzar caminhos, tecer ideias e construir
coletivamente uma proposta para atuarmos no referido curso.
Recebemos, p
ois, o desafio de nos conhecermos, como pessoas, cada uma com seu
percurso profissional e acadêmico, cada uma de um lugar diferente do país. Mas o desafio não
era só esse. Era trazer para a vivência, de forma remota, aquilo que nos move a fazer ao vivo,
na
presença e com presença. Como transpor para a tela fria aquilo que é tão vivencial? Seria
possível? Essas são perguntas que nos movem e nos motivam a dialogar experiências.
Outro desafio foi equilibrar as forças de quatro mulheres pesquisadoras para que
a aula
fosse planejada a partir de quatro pesquisas diferentes, de maneira que o encontro ficasse
balanceado e que cada uma pudesse trazer um pouco de sua experiência. Foi pela proximidade
entre as pesquisas que percebemos que, no quarteto, poderíamos ter
duas duplas, dois momentos
na aula, dois textos finais.
Foram feitas reuniões, sempre regadas a muito riso e descontração. Um feliz encontro
que este momento pandêmico nos permitiu vivenciar. Dessa maneira, pautamos nosso
planejamento com os princípios da
docência compartilhada, a qual é uma postura de vanguarda
frente ao conhecimento, pois permite a partilha de saberes de forma colaborativa, em que os
encontros ficam enriquecidos pelas experiências de mais de uma professora
-
formadora.
Apresenta
-
se como um
a concepção recente no Brasil, com poucas publicações sobre o tema,
mas que percebemos acontecer em alguns momentos na trajetória docente, especialmente na
educação Especial e na Educação Infantil. Nas outras etapas de ensino, na mais das vezes, o
trabalho
do professor e da professora é solitário, com participação em alguns projetos coletivos,
vez ou outra.
Contudo,
na hora de estar em sala, é o docente e seus alunos, apenas. Uma prática
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Cristina Aparecida LEITE
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Vivian Parreira da SILVA
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pautada pelos princípios da interdisciplinaridade poderia ser promovid
a se houvesse dois ou
mais formadores em uma mesma sala de aula, mas dificilmente, tem
-
se dois professores. Quatro
então... é quase impensável.
O
momento de pandemia
, porém,
também pode mostrar a força e
a necessidade que temos ao trabalhar colaborativamente. Ter alguém com quem partilhar uma
aula, desde o planejamento até a execução e avaliação pode ser um presente, a depender da
postura dos envolvidos. No nosso caso, foi as
sim. A junção de várias mãos, várias portas de
saberes, muita partilha. O protagonismo de quatro professoras pesquisadoras ao mesmo tempo,
que, enquanto ensinávamos, aprendíamos com nossas parceiras, constituindo um espaço de
formação mútua entre nós mesma
s, a princípio, mas que iria reverberar em nosso planejamento
e, consequentemente, na aula a ser ministrada. Para
Lopes
e
Costa
(
apud
CAUSSI, 2013, p. 23):
Falar da docência compartilhada
[
...
]
é falar do encontro humano nas práticas
colaborativas que sã
o fundamentais para o desenvolvimento do trabalho em
equipe, cujo desejo perpassa pelo autêntico encontro do “eu
-
tu”, nas relações
humanas e na construção do conhecimento.
Trata
-
se, pois, de uma forma inovadora de se pensar e oferecer uma aula: de maneir
a
colaborativa, com compartilhamento de saberes entre as professoras envolvidas, o que muito
pode somar à experiência, tornando
-
a exitosa. Foi assim que percebemos que a nossa aula foi
recebida, por manifestações orais expressas no momento da aula e por al
guns registros no
chat
,
cuja autoria será preservada:
Vocês alegraram minha tarde. (Participante 1)
Foi excelente, meninas (Participante 2)
Estão todas de parabéns. Um dos encontros mais ‘vivos’ que
participei durante
as
lives
da quarentena
eterna. (Participante 3)
Trouxe alegria pro meu coração (Participante 4)
Como alcançamos esses resultados expressados pelos participantes? Vamos para o
próximo giro…
As rodas nas telas...
Como mencionado anteriormente, esta experiência se refere à uma aula partilhada por
quatro educadoras. Por questões metodológicas e temáticas, esta aula foi dividida em dois
momentos. Em cada momento uma dupla ficou responsável por conduzir os trabalhos. C
abe
ressaltar que as/os cursistas que participaram da aula foram os/as mesmas em todos os
momentos de atividades, e as quatro professoras
-
formadoras estiveram presentes durante todo
o período e participaram de todas as propostas. Para iniciarmos a atividad
e, apresentamos partes
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de imagens para suscitar interações por meio das interpretações e, somente após as falas,
sentimentos e observações feitas pelas pessoas que participaram, revelávamos a imagem
completa. Cristina Aparecida Leite trouxe duas:
Figura
1
–
Professores em roda para percussão com copos
Fonte: Acervo pessoal (2016)
Figura 2
–
Professores em roda para gravação de atividade de cirandas
Fonte: Acervo pessoal (2016)
Vivian Parreira da Silva trouxe outras duas:
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Cristina Aparecida LEITE
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Vivian Parreira da SILVA
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Figura 3
–
Saia Girafulô
Fonte: Acervo pessoal (2016)
Figura 4
–
Caixas do Divino
Fonte: Acervo pessoal (2016)
Este processo de apresentar as imagens foi um ponto em comum entre as propostas
apresentadas pelas duas duplas de educadoras, olhar, perceber, rever, colocar sentido, ir ao
encontro do que as imagens podem nos remeter foram questões consideradas relevantes
e
importantes neste processo de partilha de saberes.
I
nteressava
-
nos
compreender e ouvir o que
as imagens, de contextos distintos, porém todas entrelaçadas pelo universo dos processos
criativos, suscitavam nas pessoas presentes. A partir de um ponto de vi
sta pudemos tecer
compreensões, sensações, percepções que se complementam quando apresentadas em
coletividade na roda.
As imagens apresentadas levaram um pouco do universo de atuação das pesquisadoras
que tecem estas escritas. Cores, chita, alegria, aglom
eração, pertencimento. Como transpor
estes universos para a tela? Foram necessárias muitas reuniões, reflexões e experimentações.
Esta experiência educacional que estamos vivendo no Brasil devido ao contexto de pandemia
ainda é muito nov
a
e apresenta inúme
ros desafios e necessidades de adaptações. Como
educadoras pesquisadoras que somos, caminhamos entre dúvidas, expectativas e muitas
incertezas com relação a como poderíamos partilhar nossas experiências, que são forjadas nos
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encontros, abraços, partilhas,
cantos, danças e brincadeiras, neste formato à distância pela tela
do computador.
Considerando as limitações de realizar atividades presenciais, encaramos este desafio
como oportunidade para seguirmos os caminhos de criar a partir de nossas experiências.
As
rodas nas telas foi um desafio que nos ensinou sobre o nosso fazer pedagógico. Apesar de não
termos as condições ideais, não nos furtamos da tarefa de partilhar e construir conhecimentos.
Não queremos buscar justificativas para substituir uma experiênci
a por outra, ou seja, seguimos
acreditando na presença como condição importante para a troca desde as rodas, entretanto
,
não
deixaremos de construir e vivenciar processos educativos.
Interessa a nós
ampliar as
possibilidades e fortalecer os debates acerca
da educação como radical de vida. Para este
exercício, partilhamos alguns pontos deste caminho que seguirá em permanente construção e
reconstrução.
Para envolver os participantes, selecionamos a história: As Cantigas de Lia, da escritora
e ilustradora Ros
inha, que foi contada coletivamente pelas quatro formadoras e que trazia
diversas canções da tradição brasileira. Este processo de contar a história a quatro vozes nos
possibilitou fortalecer os vínculos, aprofundar a confiança na docência compartilhada. P
ropor
um trabalho coletivo nos coloca diante de desafios, assim como nas rodas, todas as pessoas são
fundamentais para que a brincadeira aconteça, para que exista a música, a dança, o verso, o
movimento. E assim continuamos nos desaguando nesta experiência
de partilha e
reconhecimento do trabalho coletivo como caminho fértil para a educação. Como diz a cantiga:
essa ciranda não é minha só ela é de todos nós, ela é de todos nós.
Sabendo que a aula era
nossa roda, sempre a girar, sem parar, ela nos colocou n
o centro, nos voltou para exercitamos
os saberes que as rodas nos oferecem, os saberes de nos reconhecermos como parte que compõe
o todo.
Enquanto isso, pedíamos aos participantes, que também são parte da roda, que
escrevessem no
chat
as músicas que lembr
avam a sua infância. Que repertório rico foi sendo
constituído! Terezinha de Jesus, Ciranda Cirandinha, A canoa virou, Dona Aranha, dentre tantas
outras. A história seguia seu curso, ao som de muita cantoria e o ruflar do tambor.
Convidamos a dançar conos
co, pois não basta teorizar sobre a importância do
movimento. É necessário experienciar e
, assim,
foram selecionadas atividades com esse
objetivo. Uma delas, acompanhada por uma música cuja letra é composta de uma só palavra, é
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“Merequetê”
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O encontro seg
uia cantante e encantante, trazendo quadrinhas ou versinhos como
também são conhecidas essas estruturas poéticas que tanto se fazem presentes na cultura oral
brasileira. Para finalizar a troca de experiências, uma roda de coco ao som de quadrinhas que
eram
jogadas ao vivo e também pelo
chat
.
Algumas considerações…
Eu vou me embora o que me dão para levar? Levo saudades suas no caminho eu vou
chorar….
10
Chegar aqui nos permite tecer mais alguns fios deste emaranhado de sensações e
experiências. Foi importante notar o quanto crescemos e nos desafiamos com este trabalho,
sentir o quanto possuímos de habilidade para nos adaptar às mais adversas situações. É
o que
este momento de pandemia nos coloca e nos desafia a fazer e, de certa maneira, conseguimos
perceber que muitas propostas podem se fazer possíveis também intermediado pelas telas.
Entretanto, é importante ressaltar que a presença, o encontro, com as p
essoas dando mão com
mão, olhando olho no olho, sentindo os cheiros, a energia trocada não pode ser substituída. O
que queremos destacar aqui é que podemos praticar outros tantos jeitos de aprender e ensinar,
mas as presenças e as partilhas são fundamento
de nossas culturas afro
-
diaspóricas, das rodas,
das brincadeiras e é o que nos move para alinhavar este processo.
Os encontros virtuais, por ora, permitem que, mesmo distantes
,
continuemos girando a
roda. Tais encontros tem nos ensinado a ampliar os sent
idos para exercitarmos processos
educativos, mas nos desafiam a buscar caminhos para mensurarmos o quanto realmente as
pessoas estão se envolvendo com as vivências remotas. Na verdade, nos leva a reconhecer a
importância dos nossos encontros presenciais, c
heios de vida, de pessoas inteiras, entregues ao
momento vivido. Não estamos buscando contrapor ou escolher um em detrimento de outro,
buscamos pontuar apenas que as tecnologias nos permitem os encontros à distância, colaboram
para que possamos seguir os c
aminhos, mas destacamos e defendemos o quão importante é
podermos ocupar os espaços de corpo presente. Não podemos desconsiderar o contexto de crise
sanitária que estamos vivendo; no entanto, precisamos nos lembrar da importância dos
encontros presenciais,
das rodas e partilhas que promovem saberes e fazem circular
9
Atividade corporal cuja origem parece ser de algum país latino, que busca propor ativi
dades a partir do movimento
das articulações, dentre outros a serem criados pelos participantes da proposta.
10
Trecho de ponto de jongo cantado pelo grupo Filhos da Semente da cidade de Indaiatuba
-
SP.
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experiências de vidas distintas que se potencializam nestes e com estes encontros.
Salientamos que esta roda não se finda, ela segue girando, vai ganhando outros espaços,
novas experimentações,
novas cores, alinhavos, versos e sabores. Enfatizamos nossa crença em
uma educação para a vida. Uma educação que possa ser partilhada e vivida nas brincadeiras,
nos versos, histórias, poesias, afetos. Ao acreditar em uma educação que promove vida, nos
comp
rometemos com um fazer pedagógico que seja pluriversal e que reconheça e respeite a
diversidade de saberes.
Assim, seguimos partilhando saberes desde as rodas. Desejamos que a experiência
apresentada neste artigo possa ser inspiração, potência e possibi
lidade para outras
inventividades pedagógicas. Brincamos, cantamos, dançamos, contamos histórias, demos
risadas e assim construímos conhecimento forjado nas ciências do encante, da partilha e do
afeto. Acreditamos que estes conhecimentos são chave para amp
liarmos caminhos e
enxergarmos além do que hoje as telas nos mostram.
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Sobre os autores
Cristina
Aparecida LEITE
Professora
-
formadora no Centro de Vivências Lúdicas
–
Oficinas Pedagógicas da Secretaria de
Estado de Educação do Distrito Federal.
Vivian Parreira da SILVA
Doutora em educação pela Universidade Federal de São Carlos.
Processamento e edição: Editora Ibero
-
Americana de Educação.
Correção, formatação, normalização e tradução.
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Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados
, v. 1
1
,
n. esp. 2,
e0210
2
6
,
2021.
e
-
ISSN:
2237
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258X
DOI:
https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.2.16481
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THE EXPERIENCES IN A CIRCLE AS FOUNDATIONS OF SCIENCES AND
ENCHANTMENTS
AS VIVÊNCIAS NAS RODAS COMO FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS E
ENCANTAMENTOS
LAS VIVENCIAS EN CÍRCULO COMO FUNDAMENTOS DE LAS CIENCIAS Y LOS
ENCANTAMIENTOS
Cristina Aparecida LEITE
University of
Brasília
e
-
mail
:
cristinaleite224@gmail.com
Vivian Parreira da SILVA
Federal University of
São Carlos
e
-
mail
:
vivianparreira6@gmail.com
How to refer to this article
LEITE
, C. A.; SILVA, V. P. da
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The
experiences in a circle as foundations of sciences and
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Revista
Educação e Fronteiras
,
Dourados
, v.
1
1
, n.
esp. 2
,
e02
1
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2
6
, 202
1
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ISSN: 2237
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258X.
DOI:
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Submitted
:
20
/04/2021
Revis
ions required
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19
/06/2021
Ap
proved
:
17
/09/2021
Pub
lished
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30/11/2021
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Vivian Parreira da SILVA
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ABSTRACT
:
This article aims to share experiences from the circles, dances and games of
Brazilian cultures, recognizing these places as powerful spaces for us to exercise an education
project that values and recognizes different types of
knowledge. So, based on our trajectories,
experiences and dialogue with authors, we will build the paths for dialogue in this work.
Knowing that we learn and teach all the time, in different spaces, and that life is an opportunity
to share knowledge and ex
periences, we present here some reflections from our experiences in
education involving themes such as playfulness, collectivity, ethnic
-
racial relations and games.
As a result of this weave woven with so many colors, designs and possibilities, we want to
expand paths so that we can increasingly exercise our pedagogical work with responsibility and
that it is plural, recognizing and respecting the diversity of knowledge.
KEYWORDS
:
Education. Circles. Games.
RESUMO
:
Este artigo tem como objetivo partilhar
experiências desde as rodas, danças e
brincadeiras das culturas brasileiras, reconhecendo estes lugares enquanto espaços potentes
para exercitarmos um projeto de educação que valorize e reconheça diferentes saberes. Então,
fundamentadas nas nossas trajetó
rias, experiências e em diálogo com autores, autoras
construiremos os caminhos para o diálogo neste trabalho. Sabendo que aprendemos e
ensinamos a todo o tempo, em diferentes espaços, e que a vida é oportunidade de compartilhar
saberes e experiências, apre
sentamos aqui algumas reflexões
,
desde as nossas experiências em
educação envolvendo temas como a ludicidade, coletividade, relações étnico
-
raciais e
brincadeiras. Como resultados desta trama tecida a tantas cores, desenhos e possibilidades,
desejamos ampl
iar caminhos para que cada vez mais possamos exercer com responsabilidade
nosso fazer pedagógico e que este seja pluriversal, reconhecendo e respeitando a diversidade
de saberes.
PALAVRAS
-
CHAVE
:
Educação. Rodas. Brincadeiras.
RESUMEN
:
Este artículo tiene como objetivo compartir experiencias de los círculos, danzas
y juegos de las culturas brasileñas, reconociendo estos lugares como espacios de gran potencia
para que ejerzamos un proyecto de educación que valora y reconoce distintos sabe
res.
Entonces, basado en nuestras trayectorias, experiencias y en diálogo con autores y autoras,
construiremos en este trabajo los caminhos para el diálogo. Sabiendo que aprendemos y
enseñamos todo el tiempo, en distintos espacios, y que la vida es una opo
rtunidad de compartir
saberes y experiencias, presentamos aqui algunas reflexiones de nuestras vivencias en
educación involucrando temas como lo lúdico, la colectividad, las relaciones étnico
-
raciales y
los juegos. Como resultado de esta trama tejida con t
antos colores, diseños y posibilidades,
deseamos ampliar los caminos para que podamos ejercer cada vez más con responsabilidad
nuestro hacer pedagógico y que este sea pluriversal, reconociendo y respetando la diversidad
de saberes.
PALABRAS CLAVE
:
Educaci
ón. Círculos. Juegos.
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The
experiences in a circle as foundations of sciences and enchantments
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021026, 2021.
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Introduction
This article is the result of the sharing of experiences of four educators, from the
experience
Dances and Games: bodies that learn and teach
held in the extension course
Body,
Human Education
and Society
in the 2nd semester of 2020 through remote
mode
1
, whose
reflections emerge from the class taught in this course.
We invite readers and readers to enter the waters of this experience that seeks to
converge paths and deepen
reflections about dances, songs, wheels, games and poetry as
powerful means of learning and teaching processes in different contexts, driven by empathy
and imagination. Above all, emphasizing doing without forgetting ourselves, as a body (lived,
perceived
and sensitive) when relating to the Other, providing a bodily alterity and, thus, a more
accessible encounter between teaching and learning.
It was a four
-
handed woven experience, in which the threads intertwine, intertwine,
complement each other. Only for
the systematization of this writing will they be subdivided
into two hands. The first, by Cristina Aparecida Leite, presents the embroidery of a research
developed in the Federal District (DF), whose name is Rodas de Brincar. The author acts as a
teacher
-
trainer in the Centers of Playful Experiences
-
Pedagogical Workshops of the Federal
District, which are decentralized spaces of continuous training of teachers of the public school
system, whose basic principles of the proposals are potentially playful ac
tivities. The second,
by Vivian Parreira da Silva, brings research
tissues
: jongueira education as a process of
affirmation of life, developed by the educator in her doctorate. It is worth saying that from the
experiences in the Girafulô Group
2
, Vívian Pa
rreira da Silva acts as a researcher and proponent
of experiences based on the educational processes present in jongo wheels, congada
processions, cacuriá games, coconut samba, among others.
Rodas de Brincar is the name of a continuing training course for
teachers and teachers
that has been offered to all regional teaching coordination of the State Department of
Education
of
DF
, since 2015. It presents in its bulge the search for awakening in the teacher and teacher
the playful being that inhabits them, al
l through many reflections and experiential proposals.
Through the experiences to which they are exposed, teachers and teachers feel motivated to
1
This activity was an initiative of the research groups Laboratory of Body Studies
-
LEC/Unespar
and Study and
Research Group on Body Language and Diversity
-
GEPL/UFGD. The experience Dances and games: bodies that
learn and teach was proposed and developed by the researchers: Cristina Aparecida Leite
-
SEDF, Evanize Kelli
Siviero Romarco
-
UFV, Ivan
a Bittencourt
-
UFBA and Vivian Parreira da Silva
-
UFSCAR.
2
The Girafulô group, coordinated by educator Vívian Parreira da Silva, develops training and fruition actions in
the city of São Carlos and region. The group aims at experimentation, study of the
various games founded on the
diaspora namely: Cacuriá, coconut samba, congadas, jongo.
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Cristina Aparecida LEITE
and
Vivian Parreira da SILVA
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021026, 2021.
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adapt and apply the suggestions in their classrooms. Thus, according to various oral and written
accounts, tea
chers and teachers have their practice transformed. They are proposals that involve
the vivid, pulsating body, which rises, sings, dances, rotates, moving while playing.
In danced knowledge, educational processes occur from interactions between people
thr
ough dances, songs, games, poetry, games specifically those of Brazilian dances
3
. It has been
through dance and living with jongueiras communities, cong
ad
eiras, communities of terreiro,
with children, dancing, playing, that we mean the world and seek to d
evelop work focused on
education, based on wheels and games. In every opportunity to meet with masters and masters
of popular cultures, we learn that we can teach and learn through dance.
4
Our research and actions, constructed and experienced on a daily b
asis, seek to put into
dialogue learning and academic knowledge related to writing, analysis and scientific knowledge
and the knowledge present in cultural practices that bring the life experience of the participating
people, experienced in different dance
s and games.
In both studies, the circular form is present, either in the proposed games or in dances,
in a significant way. The circle transforms the relationships. In it, there are no hierarchies, there
is no beginning or end. This notion of fullness i
s reverberated through the bodies that play and
dance, making themselves present, whole and full during the experiences. This moment of
pleasurable delivery to the moment lived is what the teacher and philosopher Cipriano Luckési
(2000) understands as a pl
ayful experience. According to him:
What
ludicity brings
again is the fact that the human being, when he acts
luddites, experiences a full experience. In the experience of a playful activity,
each of us is full, whole at this moment
[
...
]
While we are
truly
participating
in a playful activity, there is no place
, in our experience, for anything other
than that activity. There's no room. We are whole, full, flexible, cheerful,
healthy (LUCKESI, 2000, p. 41
, o
ur translation)
.
The experiences in wheel promote a synergy in the group, in which the ludicity
permeates
the moment and is propitiated that it is experienced collectively, in order to become
even more significant. Present in cultures since ancient times, such experiences provide the
look, touch, interactions, fundamental in the search for a more empathic and
sensitive society.
This loom of writings, soured since our experiences, are part of our walks, singing, verses sung
3
Each of them has its characteristics and specificities according to African, indigenous and European influences.
We can characterize them by region of the country, i
nstruments used, times in which they are danced.
4
Within a traditional group or community, as in the congada, the works, the transmission of knowledge, the
activities of the parties, the care of children, usually, are done collectively, but all actions ar
e conducted, organized
by the most experienced. Within these groups and communities, these older ones are called teachers, because they
have great experience and have built this leadership role with the group.
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The
experiences in a circle as foundations of sciences and enchantments
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021026, 2021.
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on so many wheels in dialogue with different people. We want to emphasize that, it is also on
wheels, playing, singing, barefoot, casting ve
rses, in doing so together with women, men,
children, masters and teachers that we enchant, recognize ourselves, strengthen and practice an
enchanted education, committed to the knowledge danced, sung and played. Therefore, it is
also on the wheels that we
learn and, in this process of sharing, we practice welcoming in
dialogue with the knowledge of ancestry.
We invite readers and readers to walk with us the possibilities of an education as
enchanter, based on the knowledge and experiences shared on the w
heels. Some experiences
experienced by us through our experiences of building training processes from the coexistence
on the wheels will be shared and intertwined to the writing of this text, elaborating the
experience report of a class that we teach in th
e extension course
Body,
Human Education
and
Society
.
Opening our wheel
essa ciranda não é minha só, ela é de todos nós...
5
Based on our trajectories, experiences and in dialogue with authors and authors, we will
follow the paths for the construction of this work. Knowing that we learn and teach all the time,
in different spaces and that life is an opportunity to share knowledg
e and experiences, we will
continue with our open wheel, with our singing launched to the world so that in different ways
we can build knowledge.
This article was constructed from an experience report on shared practice in a class,
conducted remotely. The
experience report aims to describe and share a lived experience, which
can contribute to the construction of knowledge in the studied area. Thus, the present report
presents itself as a relevant methodological praxis with the ability to collaborate, in th
e case of
this article, with the discussion about teaching and learning processes in the context of the health
crisis in which we find ourselves. The experience report presents the knowledge resulting from
collective or individual processes, and displays e
xperiences located at a given moment,
phenomenon, situation and space. In this way:
The set of these analyses guarantees the Experience Report as an important
scientific narrative in tune to the postmodern condition. It is a narrative that,
through language, performs the experience of singularization, attested in a
5
Excerpt from ciranda
“
Minha Ciranda
”
de Lia
de Itamaracá.
Available:
https://www.letras.mus.br/lia
-
de
-
itamaraca/399583/
.
Access: 10 Apr 2021.
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Cristina Aparecida LEITE
and
Vivian Parreira da SILVA
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021026, 2021.
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decentered dynamism of
reason, and able to withstand paradoxes. The RE is
understood as a work of language, a construction that does not aim to propose
the last word, but which has a character of provisional synthesis, open to the
analysis and the permanent production of new and
transversal knowledge. It
is configured as a narrative that simultaneously circumscribes experience,
place of speech and its historical time, all articulated to a robust theoretical
framework, legitimizing experience as a scientific phenomenon (DALTRO;
FA
RIA, 2019, p. 235
, our translation
)
.
This article was in line with words/experiences, readings and memories, and is also
based on our research. Crossing paths, we set out to build knowledge from
a
decolonizing
perspective, which has its driving force in
its wheels to propose dialogue of knowledge and
processes of creation, with education as its main focus.
We consider that doing science and building knowledge is also a way of valuing and
practicing other epistemologies, fighting against
assimilations, epistemicides, interdictions and
against the impediments suffered by men and women because they want to exist with their
cultural diversities. Thus, this work carries, in addition to the theoretical and methodological
aligners, our struggle
in favor of the various games of popular cultures that constitute Brazil.
Considering the historical struggle of groups and communities to maintain their
existence, "increasingly, it is necessary that researchers and researchers with the courage to
recogni
ze epistemologically the differences and knowledge produced by diverse collectives,
transformed into unequal, gain visibility in the field of theoretical production" (GARCIA;
SILVA, 2018, p. 10
, our translation
). With courage and firmed on wheels, we are w
illing to
build this work, which is based on different epistemologies that, in diaspora, were born and
continue alive in struggles and stories.
From the perspective of the research of the author Vívian Parreira da Silva, we will
dialogue about the educatio
n of ethnic
-
racial relations, which is also present in the research of
Cristina Aparecida Leite. In order to exercise an anti
-
racist education that promotes dialogue of
knowledge, and that positive the cultures of African matrix, we must be based on multip
le
knowledge based on the African diaspora. It is necessary an ethical and aesthetic reorganization,
to look and see through the gaps and in the gaps
6
to see other beauties, other sciences, other
ways of being and being in dialogue with the world.
In the
Brazilian educational context, we have public policies resulting from struggles of
movements and communities. Law 10.639/03, which provides for the mandatory teaching of
African and Afro
-
Brazilian histories and cultures in all public and private schools wa
s amended
6
This term is founded on the practice of
Pedagogia da
s Encruzilhadas, nas Flechas no Tempo e nas Ciências
Encantadas das Macumbas
by Luiz Rufino and Antônio Simas (2019).
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experiences in a circle as foundations of sciences and enchantments
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by Law 11.645/08, including indigenous cultures within the field of work and education for
ethnic
-
racial relations (BRASIL, 2003, 2008). Legally, we have support and guidelines to create
education projects that recognize African, Afro
-
Brazilian a
nd indigenous cultures.
However, it is important to ask some questions, among them one approaches
us to the reflections presented in Senghor (1965) we managed to transcend
public policy and build knowledge referencing cultures and histories from
within,
based on other experiences, perspectives and knowledge different
from those that the colonizing model enables? (SILVA, 2020, p. 35
, our
translation
)
.
We recognize advances in the processes in construction and deconstruction. We move forward
to the extent
that we are rethinking our educational practices, our research and the construction
of our paths in the elaboration, recognition and valorization of other epistemologies. On this
path, we are founded on the knowledge of the diaspora, recognizing the strugg
le maintained for
centuries by men and women for life.
We understand the African diaspora as a movement and space in which experiences are
lived and identities constantly reinvented.
The word diaspora was taken on loan from the experience of the
Jewish
community, in which it works to explain the dispersion that has occurred with
these peoples during the centuries since Abraham. With the word diaspora,
Jewish intellectuals and religious not only classified the dispersion, but also
sought to identif
y a type of community that although not linked to the territory
of Israel, still preserved a set of particular characteristics and recreated, in
many ways, the traditions of the Jewish community itself. It means that in
addition to preserving ancestral mar
ks, the communities of the Jewish
diaspora re
-
created and invented traditions as a result of dialogue with the
various surrounding cultures. Likewise, the diaspora concept began to be used
by religious, activists and intellectuals linked to African traditi
ons and the
anti
-
racist struggle (TAVARES, 2008/2010, p. 80
, our translation
)
.
Congadas, capoeiras, candomblés, cacuriás, batuques, jongos, are territories of
inventiveness, of praise of life, where we systematically reconfigure, and move to other places
and temporalities. The cultures of the African diaspora are experiences, complex ways of
dialogue with the world, are powers of inventiveness, of stories and horizons of beauty. The
African diaspora takes place from and through the experience of slavery,
which has stamped
the stain of dehumanization that transcends the times. Slavery stole stories, annihilated worlds,
bodies, sociability, was a death project based on violence and the
objectification
of thousands
of men and women on the African continent. S
lavery was and is a project of colonizing power
with its bases embedded in the West. The project of humanity that comes from these same bases
can only predict the death, in different dimensions, of non
-
white men and women. It is from
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Cristina Aparecida LEITE
and
Vivian Parreira da SILVA
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this annihilating colo
nial project that we emerged as birth beings.
In various cultural practices of the African diaspora, the construction of knowledge
occurs collectively, in which everyone and everyone learns and teaches in a collaborative
process among the participants. Fo
r the African people, the community is merged into the
group, it is possible to observe this fusion in the saying: I am because we are, and once they are
for that I am (TEDLA, 1995).
Considering the African perspectives founded on the collectivity and in
totality, but
without disregarding individualities, dance can be understood not only as a technique, but from
its totality with the world, that is, in the dialogue established through the body. This dialogue
denotes the belonging to the community, the stru
ggle, the resistance, the existence and the
permanence of these cultures in the world (FOGANHOLI, 2015).
We can perceive those cultural practices such as congadas, for example, are configured
as social practices that resist, transform and educate. The way
s of learning and teaching take
place from a totality, through the exchange of experiences between the most and the less
experienced (SILVA, 2011). This totality is also present in jongo and other diaspora practices
that teach us from foundations based on
Afro
-
Brazilian civilizing values.
Bringing this knowledge to be shared, disseminated, deepened in the continuing
education of teachers is a way to approach the knowledge and experiences that constitute us as
a Brazilian people, which also has in its roots
the indigenous and African influences, so often
silenced and annulled by the colonizing process. Thus, we invite teachers to research various
manifestations and, more than that, to dance with us, to feel in their bodies the pulse of songs,
drums, percussio
n. As proponents, we are often surprised by reports of discoveries from
participants who start to feel more present, more vivid after the experiments. In addition, the
Federal District is a true cultural melting pot and sometimes we have teachers and teach
ers from
various parts of Brazil and, therefore, belonging to various manifestations. The participants
contribute to the sharing of their experiences, which are present in a visceral way in their
constitution as historical subjects. In this way, we perceiv
e the wheels to expand, to enrich
themselves and this is exactly one of our objectives: that the experiences on wheels expand,
multiply and become more present and pulsated in people's lives, also in the formal school
space.
In addition, opening an opportunity to learn about games of African and indigenous
origin is a way to look at our own history, to get to know Brazilian childhoods a little better, in
their multiplicity and diversity.
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We play, so we exist: it is on wheel
s and in games that we make ourselves educators
The wheels promote confluence
7
of knowledge, life experiences, sciences that are based
on bodies, parties, gingas
, drums, dreams, various worldviews. Thus, with these writings woven
in various paths and colors, we seek to share our experience in exercising an ecology of
knowledge, which, according to Boaventura de Sousa Santos (2010), with whom we agree, is
a "
counte
r
-
epistemology". According to Santos, it is not a simple and easy task to construct an
Epistemological Ecology of Knowledge:
The epistemological vigilance required by the ecology of knowledge
transforms post
-
abyssal thinking into a profound exercise of s
elf
-
reflexivity.
It requires that post
-
abyssal thinkers and actors see themselves in a context
similar to that in which St Augustine was in writing his confessions and who
expressed eloquently in this way:
quaestio mihi factus sum
, I became a
question for
me. The difference is that the topic is no longer the confession of
past mistakes, to solidarity participation in the construction of a personal and
collective future, without ever being sure not to repeat the mistakes made in
the past (SANTOS, 2010, p. 66
, our translation
)
.
The construction of an epistemology for praxis of an ecology of knowledge requires
solidarity in recognizing errors and placing ourselves as part of them, aiming at the horizon of
humanization for transformation. If, historically, cul
tures on the other side of the line are
assimilated and disqualified by the project of the global north, it is up to us, from our research
with groups and communities, to strive for the reinvention of our educational practice. For this,
we do not need to d
eny European knowledge, but seek the knowledge of the South
8
for the
focus of recognition. Our research must take the place of struggle for a reinvention of the ways
and ways to build knowledge from our existences, with learning anchored in our realities. We
live in constant learning, we are in action
–
reflection
–
action, in search of exercising and
7
This concept is from Santos (2015), or Nego Bispo
, as it also likes to be called. According to Nego Bispo, it is
important to exercise the confluence of our experiences. To do this, we need to transform our differences into
diversity, and in diversity we achieve the confluence of all our experiences. Thi
s makes it possible to converge,
that is, to dialogue knowledge without cancelling ourselves to assimilate or be assimilated. It is a cosmosensation
based on the knowledge of the original peoples, the Quilombola and Afro
-
Pindoramic peoples. "Confluence is
the
law that governs the relationship of coexistence between the elements of nature and teaches us that not everything
that gathers is mixed, that is, nothing is equal" (SANTOS, 2015, p. 89
, our translation
). To learn more, see the
book "
Colonization, Quil
ombos modes and meanings
".
8
Boaventura de Souza Santos and Maria Paula Meneses (2021) organized the book with the title: Epistemologies
of the South, this work presents us with a series of texts by several authors and authors that problematize and bring
t
o light discussions and reflections about other epistemologies and knowledge. The book is a reference on which
we base ourselves to dialogue about the basic knowledge from our place, the south in counterpoint to the north,
which historically claims itself
global, hegemonic and the only source of knowledge. Therefore, we dialogue with
Santos and Meneses (2010) from this idea of recognizing other knowledge, especially the knowledge settled in the
southern hemisphere.
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Cristina Aparecida LEITE
and
Vivian Parreira da SILVA
Rev. Educação e Fronteiras,
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practicing the unheard of feasible to fulfill our vocation to be more, as Freire (1996) guides us.
We consider the opportunity of writing, research and shared teaching as time and space to feel
and perceive the world i
n other ways.
The knowledge founded on the cultures of the African diaspora is configured as
community knowledge rooted and projected in ancestry, memory, corporeity, and tradition, that
is, knowledge that contributes to the maintenance of tradition and g
uarantees its transmission
from generation to generation.
In this way, we invite to the wheel all those and those who, historically, live in different
ways and experiences, paving the way for the wheel, the ginga, the play, the game, the dance,
the drum,
the music, poetry, the verse, affections, conviviality and dinner to be valued as long
as knowledge that structure knowledge and, therefore, they must be recognized, respected and
practiced. This knowledge can undoubtedly help us in the practice of an
educ
ation
for
and
with
diversity.
The wheels expand and reverberate: our experiences in the extension course "Body,
Human Education
and Society"
It was the development of these studies and the points that connect them that provided
conditions for us to be
invited to teach a class during the Extension course:
Body,
Human
Education
and Society
, organized by the Study and Research Group on Body Languages and
Diversity/GEPL/UFGD and Laboratory of Body Studies/LEC/Unespar
, in which we were
responsible for the module: Dances and games
-
bodies that learn and teach.
It is interesting to highlight that it was the invitation to this participation that was
responsible for the meeting between the four researchers who, until th
en, did not know each
other (and do not yet know each other in person). It is also worth saying that today we live in
Brazil a health crisis that has challenged us as educators with regard to our educational
practices. This distanced meeting allowed us to
cross paths, weave ideas and collectively build
a proposal to act in this course.
We therefore receive the challenge of knowing each other, as people, each with their
own professional and academic career, each from a different place in the country. But that
wasn't all the challenge. It was to bring to the experience, remotely, what move
s us to do live,
in the presence and with presence. How to transpose to the cold screen what is so experiential?
Would that be possible? These are questions that move us and motivate us to dialogue
experiences.
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Another challenge was to balance the strengt
hs of four female researchers so that the
class could be planned from four different researches, so that the meeting was balanced and that
each one could bring some of their experience. It was due to the proximity between the
researches that we realized th
at, in the quartet, we could have two pairs, two moments in class,
two final texts.
Meetings were held, always showered with a lot of laughter and relaxed. A happy
encounter that this pandemic moment has allowed us to experience. Thus, we guide our
planni
ng with the principles of shared teaching, which is
an
avant
-
garde posture in the face of
knowledge, because it allows the sharing of knowledge collaboratively, in which the meetings
are enriched by the experiences of more than one teacher
-
trainer. It pres
ents itself as a recent
conception in Brazil, with few publications on the subject, but which we noticed happening at
some moments in the teaching trajectory, especially in Special Education and Early Childhood
Education. In the other stages of teaching, m
ore often than not, the work of the teacher and
teacher is solitary, with participation in some collective projects, time and time again. However,
when it is time to be in the classroom, it is the teacher and his students, only. A practice based
on the pri
nciples of interdisciplinarity could be promoted if there were two or more trainers in
the same classroom, but hardly, there are two teachers. Four then... it's almost unthinkable. The
pandemic moment, however, can also show the strength and need we have w
hen working
collaboratively. Having someone to share a class with, from planning to execution and
evaluation can be a gift, depending on the posture of those involved. In our case, that's how it
was. The joining of several hands, several doors of knowledge
, a lot of sharing. The
protagonism of four research professors at the same time, who, while teaching, we were
learning from our partners, constituting a space for mutual formation between ourselves, at first,
but that would reverberate in our planning and
, consequently, in the class to be taught. For
Lopes and Costa (
apud
CAUSSI, 2013, p. 23
, our translation
):
Talk about shared teaching
[
...] is to speak of the human encounter in
collaborative practices that are fundamental for the development of
teamwork,
whose desire permeates the authentic encounter of the "i
-
you", in human
relations and in the construction of knowledge.
It is, therefore, an innovative way of thinking and offering a class: collaboratively, with
sharing of knowledge among the t
eachers involved, which can add a lot to the experience,
making it successful. This is how we realized that our class was received, by oral manifestations
expressed at the time of the lesson and by some
records in the chat, whose
authorship will be
preserv
ed:
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Cristina Aparecida LEITE
and
Vivian Parreira da SILVA
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021026, 2021.
e
-
ISSN:
2237
-
258X
DOI:
https://doi.org/10.30612/eduf.v11iesp.2.16481
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You've cheered my afternoon. (Participant 1)
It was excellent, girls (Participant 2)
You're all to be congratulated. One of the most 'living' encounters I
participated in during
the lives
of eternal quarantine. (Participant 3)
Brought joy to my heart
(Participant 4)
How do we achieve these results expressed by the participants? Let's go to the next
wheels
...
The wheels on the screens...
As mentioned earlier, this experience refers to a class shared by four educators. For
methodological and thematic reasons, this class was divided into two moments. At each
moment a duo was responsible for conducting the work. It is noteworthy that the stud
ents who
participated in the class were the same in all moments of activities, and the four teacher
-
trainers
were present throughout the period and participated in all proposals. To start the activity, we
presented images to raise interactions through inte
rpretations and, only after the speeches,
feelings and observations made by the people who participated, revealed the complete image.
Cristina Aparecida Leite brought two:
Figure 1
–
Teachers in wheel for percussion with cups
Source: Personal
collection (2016)
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The
experiences in a circle as foundations of sciences and enchantments
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021026, 2021.
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Figure 2
–
Teachers on wheels for recording cirandas activity
Source: Personal collection (2016)
Vivian Parreira da Silva brought two others:
Figure 3
–
Girafulô Skirt
Source: Personal collection (2016)
Figure 4
–
Boxes of the Divine
Source: Personal collection (2016)
This process of presenting the images was a common point between the proposals
presented by the two pairs of educators, to look, perceive, review, to make sense, to meet what
the images can send us were issues considered relevant and important in this proc
ess of sharing
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Cristina Aparecida LEITE
and
Vivian Parreira da SILVA
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021026, 2021.
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knowledge. I
had to understand
and hear what the images, from different contexts, but all
intertwined by the universe of creative processes, aroused in the people present. From a point
of view, we could weave understandings, sensations, perceptions that complement each other
when presen
ted in collectivity on the wheel.
The images presented took a little of the universe of action of the researchers who weave
these writings. Colors, cheetah, joy, crowding, belonging. How to transpose these universes to
the screen? Many meetings, reflectio
ns and experiments were required. This educational
experience that we are living in Brazil due to the context of pandemic is still very nova and
presents numerous challenges and needs of adaptations. As research educators we are, we walk
between doubts, ex
pectations and many uncertainties regarding how we could share our
experiences, which are forged in meetings, hugs, sharing, singing, dances and games, in this
format at a distance by the computer screen.
Considering the limitations of performing face
-
to
-
face activities, we see this challenge
as an opportunity to follow the paths of creating from our experiences. The wheels on the
screens were a challenge that taught us about our pedagogical doing. Although we do not have
the ideal conditions, we do not sc
off from the task of sharing and building knowledge. We do
not want to seek justifications to replace one experience with another, that is, we continue to
believe in presence as an important condition for the exchange from the wheels, however,
we
will not
fail to build and experience educational processes.
It is in our interest to expand the
possibilities and strengthen the debates about education as a radical of life. For this exercise,
we share some points of this path that will continue in permanent con
struction and
reconstruction.
To involve the participants, we selected the story: The Songs of Lia, by the writer and
illustrator Rosinha, which was told collectively by the four trainers and which brought several
songs of the Brazilian tradition. This pr
ocess of telling the story to four voices allowed us to
strengthen bonds, deepen confidence in shared teaching. Proposing a collective work puts us in
the face of challenges, as well as on wheels, all people are fundamental for the game to happen,
so that
there is music, dance, verse, movement. And so, we continue to come out of this
experience of sharing and recognizing collective work as a fertile path for education. As the
song says: this
ciranda is not mine only she is all of us, she is all of us.
Knowi
ng that the class
was our wheel, always spinning, without stopping, she put us in the center, she turned us to
exercise the knowledge that the wheels offer us, the knowledge of recognizing ourselves as part
that composes the whole.
Meanwhile, we asked the
participants, who are also part of the wheel, to
write in the
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The
experiences in a circle as foundations of sciences and enchantments
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021026, 2021.
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chat
the songs that reminded their childhood. What a rich repertoire was constituted!
Terezinha
de Jesus, Ciranda Cirandinha, A canoa virou, Dona Aranha
, among many others.
The story
followed i
ts course, to the sound of much singing and the roar of the drum.
We invite you to dance with us, because it is not enough to theorize about the importance
of the movement. It is necessary to experience and, thus, activities were selected for this
purpose
. One of them, accompanied by a song whose lyrics are composed of a single word, is
"Merequetê"
9
The meeting followed singing and enchanting, bringing quadrinhas or little things as
well as are known these poetic structures that are so present in Brazilia
n oral culture. To finish
the exchange of experiences, a coconut wheel to the sound of quads that were played live and
also by
chat
.
Some considerations...
Eu vou me embora o que me dão para levar? Levo saudades suas no caminho eu vou
chorar
....
10
Getting here allows us to weave a few more threads of this tangle of sensations and
experiences. It was important to note how much we have grown and challenged ourselves with
this work, to feel how much we have the ability to adapt to the most adverse situ
ations. This is
what this moment of pandemic puts us and challenges us to do and, in a way, we can realize
that many proposals can be made possible also mediated by the screens. However, it is
important to emphasize that the presence, the encounter, with p
eople giving hand with hand,
looking eye to eye, smelling, the energy exchanged cannot be replaced. What we want to
highlight here is that we can practice so many other ways of learning and teaching, but the
presences and sharing are the foundation of our
Afro
-
diasporic cultures, wheels, games and is
what moves us to align this process.
Virtual encounters, for now, allow us, even far away, to continue spinning the wheel.
Such meetings have taught us to broaden our senses to exercise educational processes,
but
challenge us to seek ways to measure how much people are really getting involved with remote
experiences. In fact, it leads us to recognize the importance of our face
-
to
-
face meetings, full
of life, of whole people, delivered to the moment lived. We a
re not seeking to counter or choose
9
Body activity whose origin seems to be f
rom some Latin country, which seeks to propose activities from the
movement of joints, among others to be created by the participants of the proposal.
10
Excerpt of jongo
song
sung by the group
Filhos da Semente
of the city of Indaiatuba
-
SP.
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Cristina Aparecida LEITE
and
Vivian Parreira da SILVA
Rev. Educação e Fronteiras,
Dourados, v. 11, n. esp. 2, e021026, 2021.
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one over another, we seek to point out only that technologies allow us to encounter at a distance,
collaborate so that we can follow the paths, but we highlight and defend how important it is to
occupy the spaces of the
present body. We cannot disregard the context of the health crisis we
are experiencing; however, we need to remember the importance of face
-
to
-
face meetings,
wheels and sharing that promote knowledge and circulate experiences of different lives that are
en
hanced in these and with these encounters.
We emphasize that this wheel is not finished, it keeps spinning, it is gaining other spaces,
new experiments, new colors, aligners, verses and flavors. We emphasize our belief in an
education for life. An educati
on that can be shared and lived in games, verses, stories, poetry,
affections. By believing in an education that promotes life, we commit ourselves to a
pedagogical practice that is plural and that recognizes and respects the diversity of knowledge.
So, we keep sharing knowledge from the wheels. We hope that the experience presented
in this article can be inspiration, power and possibility for other pedagogical inventiveness. We
play, sing, dance, tell stories, laugh and thus build forged knowledge in
the sciences of
enchantment, sharing and affection. We believe that this knowledge is key to expand paths and
see beyond what screens show us today.
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The
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About the authors
Cristina Aparecida LEITE
Professor
at the Center for Playful Experiences
-
Pedagogical Workshops of the State
Department of Education of the Federal District.
Vivian Parreira da SILVA
PhD in Education from the Federal University of São Carlos.
Processing and editing
: Editora Ibero
-
Americana de Educação.
Correction, formatting, normalization, and translation
.