Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 12, n. 00, e023003, 2022. e-ISSN:2237-258X
DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v12i00.15322 1
EDUCAÇÃO PRIMÁRIA RURAL NO MUNICÍPIO DE APUCARANA-PR (1940-
1990)
EDUCACIÓN PRIMARIA RURAL EN EL MUNICIPIO DE APUCARANA-PARANÁ
(1940-1990)
RURAL PRIMARY EDUCATION IN THE CITY OF APUCARANA-PARANÁ (1940-
1990)
Gabriela da Silva SACCHELLI
e-mail:gabriela.sacchelli@fap.com.br
Analete Regina SCHELBAUER
e-mail: analeteregina@gmail.com
Como referenciar este artigo:
SACHELLI, G. S.; SCHELBAUER, A. R. Educação Primária
Rural no Município de Apucarana-PR (1940-1990). Rev. Educação
e Fronteiras, Dourados, v. 13, n. 00, e023003, 2022. e-ISSN: 2237-
258X. DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v12i00.15322
| Submetido em: 10/12/2021
| Revisões requeridas em: 05/01/2022
| Aprovado em: 25/02/2022
| Publicado em: 10/03/2022
Editor:
Profa. Dra. Alessandra Cristina Furtado
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 12, n. 00, e023003, 2022. e-ISSN:2237-258X
DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v12i00.15322 2
RESUMO: O presente artigo tem como objetivo analisar a história da educação rural em
Apucarana-PR, entre as décadas de 1940 e 1990, a partir das contribuições da historiografia
educacional sobre o tema e das fontes documentais e iconográficas localizadas nos acervos
escolares do município. A pesquisa na área de instituições escolares tem se preocupado em
reconhecer as peculiaridades locais e os sujeitos envolvidos no processo de escolarização. Neste
sentido, faz-se necessário identificar as escolas primárias rurais no meio apucaranense,
reconstituir sua organização e meios de criação, institucionalização e cessação em um contexto
de (re) ocupação do território por migrantes e imigrantes. Neste cenário, a escola rural
possibilitou a expansão da escolarização primária para a população residente nas áreas rurais,
em meio ao processo de modernização do Estado do Paraná. Reconstruir o cenário da educação
rural de um município justifica-se pela representação da identidade daquele espaço territorial
dotado de cultura e tal cenário pode ser representado por meio dos acervos escolares; para este
trabalho de pesquisa, foram visitados alguns locais e eleitos os campos de pesquisa: “Colégio
Estadual Santos Dumont” onde esteve lotada a Escola Normal Regional Pestalozzi, o “Colégio
Estadual Nilo Cairo” prédio que abriga os documentos da Escola Normal Secundária Ovídio
Decroly, “Colégio Agrícola Estadual Manuel Ribas” antiga Escola de Produtores Rurais,
Autarquia Municipal de Apucarana” onde está preservada grande parte dos documentos das
escolas primárias rurais de Apucarana e “Núcleo Regional de Educação” onde foram
encontradas fontes documentais gerais do município tais como livros-ata, registros de
professores, matrículas de estudantes, documentos de posse de terrenos, fotografias, registro de
imóveis, manuais didáticos, dentre outros. A pesquisa teve como resultado o mapeamento de
90 escolas rurais municipais, duas Escolas Normais e uma escola de trabalhadores rurais e a
trajetória destas (construção, institucionalização, cessação e substituição) no contexto histórico,
político, geográfico e econômico do município de Apucarana-PR (1940-1990).
PALAVRAS-CHAVE: História da educação. Instituições escolares. Escola rural. Apucarana-
PR.
RESUMEN: Ese artículo tiene como objetivo analizar la historia de la educación rural en
Apucarana-PR, entre las décadas de 1940 y 1990, a partir de los aportes de la historiografía
educativa sobre el tema y de fuentes documentales e iconográficas ubicadas en las colecciones
escolares de la ciudad. La investigación en el área de las instituciones escolares se ha
preocupado por reconocer las peculiaridades locales y los sujetos involucrados en el proceso
escolar. De esa manera, es necesario identificar las escuelas primarias rurales en el entorno
de Apucarana, reconstituir su organización y medios de creación, institucionalización y
interrupción en un contexto de (re) ocupación del territorio por parte de migrantes e
inmigrantes. En este escenario, la escuela rural permitió la expansión de la educación primaria
para la población residente en áreas rurales, en medio del proceso de modernización en el
Estado de Paraná. La reconstrucción del escenario de educación rural de un municipio se
justifica por la representación de la identidad de ese espacio territorial dotado de cultura y tal
escenario puede ser representado a través de colecciones escolares; Para este trabajo de
investigación se visitaron algunos lugares y se eligieron los campos de investigación: “Colégio
Estadual Santos Dumont” donde se ubicaba la Escuela Normal Regional Pestalozzi, el edificio
“Colégio Estadual Nilo Cairo” donde se encuentra los documentos del Ovídio Decroly
Secundaria Normal Escuela, “Colégio Agrícola Estadual Manuel Ribas” ex Escuela de
Productores Rurales, Autoridad Municipal de Apucarana ”donde se encuentran la mayor parte
de los documentos de las escuelas primarias rurales de Apucarana y“ Núcleo Regional de
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Educação ”donde se encontraron fuentes documentales generales del municipio como libros -
actas, expedientes docentes, matrícula de estudiantes, documentos de propiedad de la tierra,
fotografías, registro de propiedad, libros de texto, entre otros. La investigación resultó en el
mapeo de 90 escuelas rurales municipales, dos Escuelas Normales y una escuela para
trabajadores rurales y su trayectoria (construcción, institucionalización, cese y reposición) en
el contexto histórico, político, geográfico y económico del municipio de Apucarana-PR. (1940-
1990).
PALABRAS CLAVE: Historia de la educación. Instituciones escolares. Escuela rural.
Apucarana-PR.
ABSTRACT: This article aims to analyze the history of rural education in Apucarana-Paraná,
between the decades of 1940 and 1990, from the contributions of the educational historiography
about the subject and the documentary and iconographic sources located in the school
collections of the city. The research in the area of school institutions has been concerned with
recognizing the local peculiarities and the subjects involved in the schooling process.
Therefore, it is necessary to identify the rural primary schools in the Apucarana's region,
reconstitute their organization and means of creation, institutionalization and cessation in a
context of (re) occupation of the territory by migrants and immigrants. In this reality, the rural
school allowed the expansion of primary schooling, for the population living in rural areas,
due the process of modernization of the state of Paraná. To reconstruct the reality of a city's
rural education can be explained by the identity representation of that territory provided with
culture, and this reality can be represented by the school collections; For this research, some
locations were visited and it was elected the fields of research: "State School Alberto Santos-
Dumont” where it was located the "Regional Training School Pestalozzi"; The “State School
Nilo Cairo”, building which stores the documents of the "Secondary Training School Ovídio
Decroly"; The “Rural State School Manuel Ribas", old "Apucarana's Rural Workers School"
where is preserved most of the documents from Apucarana's rural areas primary schools; and
the “Regional Department of Education" where it has been found general documentary sources
of the city, such as minute books, teachers' records, students enrollment, and land possession
documents, photographs, land registers, textbooks, and so on. The research resulted in the
mapping of 90 municipal rural schools, two Training Schools and one rural workers school
and the trajectory of these (construction, institutionalization, cessation and replacement) in the
historical, political, geographical and economic context of the city of Apucarana - Paraná
(1940-1990).
KEYWORDS: History of education. School institutions. Rural school. Apucarana-PR.
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Introdução
As pesquisas recentes sobre a educação rural, no campo da história e historiografia da
educação
1
, permitem identificar singularidades em âmbito dos municípios e Estados brasileiros,
quanto aos diversos modelos de instituições escolares, suas arquiteturas, cultura escolar e seus
sujeitos.
A escola primária rural tem suas singularidades, assim como outros espaços; existe toda
uma cultura e diversidade enriquecedora que possibilitam estudos sobre sua demanda, seu
espaço geográfico, sua cultura escolar e as diversas especificidades que envolvem os processos
de institucionalização e expansão dessa modalidade de ensino primário, que foi permeada por
um contexto em que o Brasil era uma nação, sobretudo, rural e o desafio de escolarizar foi
associado à modernização do campo.
Para abarcar um pouco dessa singularidade, o presente artigo tem como objetivo analisar
a história da educação rural em Apucarana-PR, entre as décadas de 1940-1990, em interlocução
com as reflexões que norteiam as pesquisas na área de história da educação, especificamente,
sobre a história da educação rural, a partir de fontes documentais e iconográficas, localizadas
junto aos acervos históricos do município de Apucarana-PR. Antes, porém, é preciso inserir
nosso objeto de investigação no contexto dos estudos. Como assinalam Araújo, Valdemarin e
Souza (2015), a análise sobre a diversidade de escolas primárias que compuseram o foco das
pesquisas no âmbito da historiografia da educação nos anos de 1990, a partir dos grupos
escolares, também apontou para investigações acerca das escolas isoladas, escolas reunidas e
escolas rurais.
A consideração dessa diversidade de escolas primárias tornou-se uma chave
interpretativa para a análise da expansão do ensino e do problema das
desigualdades educacionais. Escolas com diferentes designações foram
criadas e instaladas pelos Poderes Públicos estaduais para atender a diferentes
grupos sociais. Essa diferenciação envolveu aspectos administrativos,
organizacionais e pedagógicos incluindo diferentes propostas de ensino, de
programas, de condições materiais e de tempo de duração do curso primário
(ARAÚJO; VALDEMARIN; SOUZA, 2015, p. 34).
É com o intuito de abarcar essa diversidade, com o foco nas escolas rurais, a fim de
compreender seus aspectos organizacionais e pedagógicos, bem como suas condições materiais,
que nos propomos a delimitar nossa análise a uma localidade específica – o município de
Apucarana-PR – para adentrar nas especificidades que acompanham a criação das escolas
1
Ávila (2013); Furtado, Schelbauer, Figueiredo Sá (2015); Gouvêa e Souza (2016), dentre outros.
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rurais, em consonância com a criação do próprio município. Os estudos acerca da história das
escolas primárias rurais se misturam aos estudos da constituição do município e estes se fundam
possibilitando o olhar completo para a individualidade local.
A pesquisa em história da educação rural é recente e durante algum tempo esteve à
margem das pesquisas educacionais; é necessário trazer à tona as identidades das instituições
para além do moderno, do padrão e do modelo de escola que se pretendia divulgar. Para isso,
deve-se compreender o papel que a escolarização rural teve na formação de grande parcela da
população brasileira.
O período histórico (1940-1990) foi delimitado pela emancipação do município e a
construção da primeira escola rural, que pode ser compreendida pela necessidade de formação
aos migrantes e imigrantes recém-chegados, encaminhados ao sul do Brasil para colonização e
comercialização dos lotes urbanos e rurais, com a consequente (re) ocupação
2
do espaço. O
recorte temporal se finda nos anos de 1990, por ser o ano em que se fecha o maior número de
escolas primárias rurais em Apucarana-PR.
As criações maciças de escolas primárias são idealizadas pela Lei Orgânica do Ensino
Primário no ano de 1946. Tal lei pode ser assinalada como uma das primeiras ações do governo
federal, no período republicano, no que calhe a encargo conjuntamente com os Estados
nacionais para com o ensino elementar brasileiro, a obrigatoriedade da escolarização primária,
também presentes nas Constituições Federais de 1934 e 1937 (CÔRREA, 2016).
Movimentos migratórios e as mudanças estruturais das escolas apucaranenses
A composição dos espaços urbanos e rurais do município de Apucarana tem contornos
específicos e, ao mesmo tempo, integra o projeto de colonização articulado pela Companhia de
Terras do Norte do Paraná, com o loteamento das terras e a intensificação dos processos
migratórios e imigratórios, que ganham contornos específicos em nível municipal, com a
formação das primeiras colônias ucranianas e de outras etnias, bem como com a migração de
paulistas, mineiros e nordestinos que acompanham a criação da escola primária no meio rural.
Hervatini (2011, p. 77) observa que essa população era atraída “pelos incentivos das
companhias colonizadoras, os povoadores recém-chegados na região eram, em sua maioria,
2
No Paraná, o contexto analisado foi marcado pela ocupação do território, aumento populacional, surgimento dos
novos centros urbanos e colonização das áreas rurais; movimento que, não sem conflitos, foi vislumbrado pelas
pessoas da época como um período de progresso e modernização, no qual a educação foi enfatizada como um dos
fatores desta modernidade (SCHELBAUER, 2014, p. 77).
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paulistas, mineiros e nordestinos, assim como colonos estrangeiros de várias origens e
procedências”.
A vinda dos colonos estava associada ao avanço da agricultura no então denominado
Norte Novo Paranaense, sobretudo a partir do cultivo do café. Processo que impulsiona a
criação de novas cidades, o prolongamento das estradas de ferro e das rodovias para o transporte
e comunicação entre os municípios e o escoamento da produção agrícola. Tais movimentos
estão associados aos anos de fundação e de elevação de 27 municípios paranaenses entre 1930
e 1964, sendo que, primeiramente, o município de Londrina foi elevado em 03 de dezembro de
1934 e, em 30 de dezembro de 1943, foram elevados Rolândia e Apucarana. A proporção
territorial e suas divergências populacionais nos anos de 1960 e 1968 podem ser notoriamente
calculadas pela organização territorial e pela emancipação de algumas cidades. “O município
de Apucarana, assim como em outras regiões do estado, teve formação de colônias de
imigrantes oriundos da Ucrânia, Japão, Portugal, África, Polônia, Itália, Espanha, Holanda e os
Indígenas nativos deste local” (SACCHELLI, 2019, p. 55).
De acordo com Aksenen e Miguel (2017, p. 801) “A influência dos imigrantes estendeu-
se também aos domínios educacionais, já que criavam em seus núcleos, onde não havia escolas
públicas, escolas subvencionadas”. A história do processo de colonização do Estado se mistura
com a história da formação das primeiras instituições de ensino, como podemos observar na
Figura 1, que retrata a inauguração da Escola Nova Ucrânia, em Apucarana, no ano de 1941.
Figura 1 – Inauguração da Escola Nova Ucrânia
Fonte: Revista Apucarana (1968), Jubileu de Prata 1944-1969
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A imagem retrata o prédio escolar construído em madeira, coberto de telhas de barro e
grandes janelas, com expressivo número de crianças de diferentes idades. Cabe salientar que os
pioneiros foram os responsáveis por construir as primeiras casas, escolas, casas comerciais e a
primeira igreja, tendo ampla relevância no processo de colonização do município. A presença
desses imigrantes e a criação das escolas de colônia foram, sem dúvida, um forte contributo
para a escolarização primária na década de 1940. No entanto, a legitimidade dessas escolas não
foi garantida
A escola existente na colônia de imigrantes ucranianos em Apucarana teve sua
parcela de contribuição para a educação de crianças em idade escolar primária,
porém, seguindo a orientação oficial, tornou-se responsabilidade do governo
estadual e passou a atender a um número maior de crianças apucaranenses no
ensino primário (HERVATINI, 2011, p. 89).
Atraídos pelos incentivos da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná e pelo
governo do Estado, esclarece Hervatini (2011), os novos municípios do norte novíssimo
paranaense iniciaram seu processo de urbanização e a organização de seu atendimento escolar
visando educar as populações das colônias estabelecidas no cenário paranaense.
Fazia-se necessária a expansão das escolas primárias para a população rural recém-
chegada ao território paranaense, em Apucarana de maneira intensiva nos anos de 1940 e 1950;
algumas dessas instituições escolares foram organizadas pelos trabalhadores rurais,
proprietários e, posteriormente, pelo município de forma pública e gratuita.
Dar visibilidade a essas instituições de ensino primário significa contribuir
para a necessária revisão historiográfica da difusão da educação elementar no
país. De modo algum, o enaltecimento de um tipo de escola em detrimento de
outro se vislumbra como perspectiva adequada. Ao contrário, cabe
dimensionar quantitativa e qualitativamente o lugar ocupado pelos diferentes
tipos de instituição destinados à escolarização da infância. O recomendável,
sem dúvida, é a perspectiva relacional que amplia a perspectiva analítica do
alcance das escolas no atendimento à população (GOUVÊA; SOUZA, 2016,
p. 1).
Debater a escola primária rural em Apucarana permite evidenciar os modelos e as
modalidades educacionais, portanto, e contribuir para a compreensão da escolarização primária
no Paraná, de forma a contemplar a história da educação local em um aspecto que vislumbra o
atendimento populacional em âmbito estadual e federal.
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Características e singularidades das escolas primárias rurais em Apucarana
O cenário paranaense perpassa o contexto econômico de produção agrícola nos espaços
temporais do século XX quando a economia do Estado se centrava na cultura cafeeira e,
posteriormente, com a crise do café, nos anos de 1950, 1960 e, com a crise do café nas décadas
de 1970 e 1980, passou a centrar-se no processo de industrialização.
Os esforços voltados às questões agrícolas fizeram com que o Paraná se
tornasse também um grande produtor de café. O cultivo desse produto,
presente no estado desde a primeira República, sustentou a sua economia até
a década de 1960, período em que se deu início à diversificação das atividades
agrícolas e à intensificação do processo de industrialização (AKSENEN;
MIGUEL, 2017, p. 802).
O cultivo do café e, após, a crise deste foi uma das questões que influenciaram a
migração da população das áreas rurais para áreas urbanas e o município de Apucarana também
passou por essas transformações. As mudanças decorridas da crise da produção agrícola do café
podem ser vislumbradas na Tabela 1.
Tabela 1 – População recenseada no Município de Apucarana e Distritos (1960-1970)
Município/ Distritos
População (1960)
População (1970)
Total
Total
Urbana
Rural
Número geral: Apucarana e
distritos
47 443
70 577
44 723
25 854
Apucarana
28 701
50 780
42 950
7 830
Correio de Freitas
6 590
7 204
352
6 852
Pirapó
6 074
6 385
932
5 453
São Pedro
3 864
3 615
286
3 329
Vila Reis
2 214
2 593
203
2 390
Fonte: IBGE (1971, p. 44)
Na Tabela 1 pode-se observar que o número geral de habitantes concentrados no
município na década de 1970 é maior no espaço urbano quando comparado ao espaço rural,
porém quando se avalia a população residente dos distritos de Correio de Freitas, Pirapó, São
Pedro e Vila Reis esses números são maiores em espaços rurais.
O processo de êxodo rural presente em Apucarana, que se inicia nas décadas de 1960 e
1970, está envolto também em um movimento nacional, porém mais discreto no Estado do
Paraná, como aponta Schelbauer (2014).
Com uma população de 1.235.849 habitantes na década de 1940, apenas
24,5% dos paranaenses residiam na zona urbana. As taxas de urbanização da
década de 1950 apontam para índices inferiores da média nacional. Enquanto
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no Brasil a taxa de urbanização era de 36,1%, no Paraná a mesma taxa era de
25%. As maiores modificações ocorreriam no decorrer das décadas de
sessenta e setenta do século 20, com o processo de urbanização e o êxodo do
trabalhador rural do campo (SCHELBAUER, 2014, p. 78).
Entre os anos de 1940 a 1990, Apucarana teve um montante de 90 escolas isoladas
rurais, que ofereceram o ensino primário e uma escola de trabalhadores rurais. O contexto de
economia agrícola revela a criação, justificando também a expansão destas escolas, algumas
localidades tiveram maior concentração de estabelecimentos, como a Estrada do Rio do Cerne
e Água do Xaxim (entrada do Instituto Brasileiro do Café) com 27 escolas, a Estrada Barra
Nova (Estrada Nova Ukrânia) foram listadas 13 escolas, na Estrada do Rio Bom – PR 539 com
dez escolas; estes números mostram a quantidade de trabalhadores residentes e ao número de
recursos implantados sejam eles oriundos dos proprietários rurais, fundos públicos ou da
comunidade, contudo as localidades evidenciam variadas informações (SACCHELLI, 2019).
Mapa 1 – Localização das escolas rurais de Apucarana
Fonte: Sacchelli (2019)
O Mapa 1 aponta a localização das escolas primárias rurais em todo o território atual do
município de Apucarana, incluindo seus distritos; pode-se observar a concentração da
população residente no território durante as épocas descritas. Ao interpretar o mapa deve-se
levar em conta o período estudado, pois alguns destes lugares atualmente são mapeados como
urbanos, mas que, na época, eram rurais.
Tendo em vista a ocupação do interior do território paranaense e o baixo custo,
as escolas isoladas se disseminaram, sustentando a expansão da escolarização
primária. Assim, a escola rural teve papel relevante no movimento de
colonização do Estado do Paraná, uma vez que as famílias se concentravam
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na zona rural e lutavam pela educação de seus filhos (LIMA; SCHELBAUER,
2015, p. 55).
O número de escolas rurais isoladas nos traz informações sobre o desenvolvimento
populacional e a importância que o município dava aos estudos, portanto deve-se levar em
consideração se o número populacional correspondia ao número de escolas instaladas e em
funcionamento, assim como a transformação, cessação e extinção destas. Algumas escolas
rurais de Apucarana se adaptaram às mudanças populacionais e se transformaram em escolas
urbanas.
O campo de pesquisa acerca da historiografia das instituições escolares é recente e tem
por objetivo atender as demandas de conhecer as especificidades educacionais. As escolas
rurais nesta conjuntura estavam distantes do padrão urbano. A Figura 2 retrata a fotografia da
Escola Rural Municipal Ana Nery, localizada na Estrada do Rio Bom, construída no ano de
1957.
Figura 2 – Escola Rural Ana Nery (1957)
Fonte: Arquivo da Autarquia Municipal de Educação (2017)
De acordo com as fontes documentais encontradas, a Escola Rural Municipal Ana Nery
possuía uma planta retangular, foi construída em madeira, com telhado de duas águas, coberta
por telhas de barro, com janelas em vidro, piso de assoalho elevado, sem pintura nas paredes,
sem acesso a esgoto, sem instalações elétricas e água encanada. A situação do prédio da Escola
Ana Nery era avaliada, de acordo com a ficha diagnóstica que elencava os parâmetros de
qualidade de construção das escolas municipais, como “ruim”, em vários itens. (SACCHELLI,
2019, p.108).
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No documento citado, elaborado pelo Programa de Integração Comunitária-APM-PR
(s/a), a Escola Rural Municipal Ana Nery era classificada como multisseriada, possuía apenas
uma professora que era responsável pela escola, Tereza Volantchuk, com 18 alunos
matriculados.
Tabela 2 – Modelos/Tipos de unidades escolares no Estado do Paraná
Ano/Modelos de
unidades escolares
Grupos escolares
Escolas isoladas/
Singulares
Escolas reunidas/
Agrupadas
Unidades
Classes
Unidades
Classes
Unidades
Classes
1932
50
-
1.006
-
-
-
1933
50
397
1.031
2.751
-
-
1934
50
443
1.154
2.968
-
-
1935
52
440
1.144
2.951
-
-
1936
54
481
1.228
2.941
2
10
1937
60
507
1.378
3.232
-
-
Fonte: Sinopse Estatística do Estado do Paraná N. 4 (BRASIL, 1942)
A Tabela 2 demonstra os modelos de escolas existentes nos anos de 1930 no Estado do
Paraná assim como o crescente aumento do número de classes e unidades tanto de grupos
escolares como de escolas isoladas, porém, é significativa a representação das últimas nos
espaços rurais.
Os modelos escolares mencionados na Tabela 2 estiveram presentes nas décadas
seguintes durante o processo de expansão da escolarização primária em diversos Estados da
federação. Em termos de organização pedagógica, a expansão do ensino primário se deu
basicamente por duas formas fundamentais, esclarecem Araújo, Valdemarin e Souza (2015, p.
35).
A escola unitária – regida por um único professor ministrando o ensino
primário para crianças de diferentes níveis de adiantamento em uma mesma
sala de aula -, e a escola graduada caracterizada pela divisão dos alunos em
classes supostamente homogêneas, isto é, com o mesmo nível de
adiantamento; cada classe correspondendo a uma série, funcionando a escola
em um prédio com várias salas de aula e vários professores, cada um
responsável por uma turma de alunos considerada a relação classe/série.
No entanto, apesar da existência destes dois modelos, a escola unitária, isolada ou
singular, onde funcionavam diversas classes relacionadas ao nível de adiantamento dos alunos,
em uma mesma sala de aula e regida por uma mesma professora ou professor, foi o modelo que
vigorou no espaço rural, majoritariamente.
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Sobre estas escolas isoladas do meio rural apucaranense, Hervatini (2011) retrata que a
falta de custeio para a construção de tais instituições escolares e a inexistência de manutenção
por parte do governo do Estado, obrigava pais e alunos a revezarem-se para obtenção de
materiais para construção das escolas, bem como dos bancos escolares, mesas e quadros de giz,
para que seus filhos pudessem estudar, “Eram comuns as festas nas comunidades para
arrecadação de renda para a escola, como, por exemplo, para a compra de material escolar”.
(HERVATINI, 2011, p. 99).
O município de Apucarana abrigou cerca de 90 escolas primárias rurais entre as décadas
de 1940 a 1990. Dentre elas “Nova Ucrânia”, “Marechal Deodoro da Fonseca”, “Pedro Álvares
Cabral”, “Dr. Zacarias de G. e Vasconcelos”, “Julia Wanderley”, “Doutor Fernando Costa”,
“Romário Martins”, “Carlos Gomes”, “José Bonifácio”, “José de Alencar”, “Rui Barbosa”,
“Ana Nery”, “Barão do Rio Branco”, “Benjamin Constant”, “Cardeal Sebastião Leme”, “Dom
Pedro II”, “Duque de Caxias”, “Erasto Gardner”, “Getúlio Vargas”, “Lissímaco Ferreira da
Costa”, “Manoel Ribas”, ” Marechal Hermes da Fonseca”, “Nossa Senhora dos Navegantes”,
“Osvaldo Cruz”, “Padre Antônio Vieira”, “Paulo Pimentel”, ”Princesa Izabel”, “São José”,
“São Pedro (Wilson de Azevedo)”, “Vicente de Carvalho”, “Visconde de Mauá”, “Coelho
Neto”, “Cristóvão Colombo”, “Marechal Rondon”, “Nossa Senhora Aparecida”, “Rodrigues
Alves”, “Tiradentes”, “Doutor Cândido de Abreu”, “Nossa Senhora de Fátima”, “Nossa
Senhora de Lourdes”, “Assis Brasil”, “Coronel Luiz José dos Santos”, “Erwin Schindler”,
“Teixeira de Freitas”, “Carlos Smidt”, “Miguel Simião”, “Martins Fontes”, “Ministro Alberto
Pascoalini”, “Padre Bartolomeu de Gusmão”, “Casemiro de Abreu”, “Maria Montessori”, ”
Padre José Canalle”, “Quilômetro Dez”, “Antônia Reginato Viana”, ” Dom Armando Círio”,
“Paul Harris”, “Rosa Schindler”, “31 de Março”, “Noboru Fukushima”, “Antônio de Lúcio”,
“Nipo Brasileira”, “Campos Sales”, “Padre. Severino Cerutti”, “Prudente de Moraes”,
“Fazenda Fenato”, “Vila Apucaraninha”, “Betel”, “Padre José de Anchieta”, ”Papa Paulo VI”,
“Padre Manoel de Nóbrega”, “Dom Romeu Alberti”, “Moreira Sampaio”, “Abraham Lincoln”,
“Antônio F. Ferreira da Costa”, “Antônio Ostrenski”, “Antônio R. Viana”, “Jeso Manoel dos
Santos”, “Dante Peron”, “Manoel de Nóbrega”, “Wilson de Azevedo”, “Novos Produtores”,
“Bernardino de Campos”, “Fazenda Vargas”, “Dom Armando Círio”, “Fritz Schwen”,
“Humberto Castelo Branco”, “João Rodrigues de Souza”, “Joaquim Rodrigues Vieira”, “Nova
Aliança”, “São Bartolomeu”.
Ao longo das quatro décadas de funcionamento das escolas primárias rurais de
Apucarana podemos acompanhar o perfil cronológico de seus processos de construção,
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extinção, cessação, desativação e reativação no município, assim como os períodos temporais,
permitindo a compreensão destas mudanças a partir do Gráfico 1.
Gráfico 1 – Perfil cronológico das escolas primárias rurais em Apucarana
Fonte: Sacchelli (2019)
Dentre as informações que podem ser observadas por meio do gráfico, está a construção
de escolas isoladas no meio rural, com início nos anos de 1940 e crescimento expressivo durante
as décadas de 50 e 60 do século XX. Esse número de construções decai durante os anos 70 e
sofre queda significativa nos anos 80, sendo que nos anos 90 nenhuma escola primária rural foi
construída. Em contrapartida, as décadas de 70 e 90 registram os maiores índices de cessação
das escolas rurais, acompanhado pela reativação de algumas instituições, a partir do processo
de nucleação das escolas rurais.
Sobre as escolas extintas e desativadas, as terminologias são próprias dos documentos
escolares, destas escolas mencionadas algumas foram desativadas, contudo, foram reativadas
ou reconstruídas, depois de algum tempo. Com o processo de nucleação, as escolas antes
mantidas pelas comunidades rurais passam a serem salvaguardadas pelos municípios,
recebendo recurso para lanches, materiais didáticos e, até mesmo, reconstrução das escolas.
O movimento de construção, institucionalização, extinção ou cessação de atividades
escolares acompanharam os movimentos político, geográfico, social e econômico do município.
É notória a movimentação populacional que ocorreu entre os espaços rurais e urbanos,
principalmente com a intensificação do êxodo rural na década de 1970; entre os motivos,
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Década de
40
Década de
50
Décadá de
60
Década de
70
Década de
80
Década de
90
Escolas Construídas
Escolas Extintas
Escolas que Cessaram suas
Atividades
Escolas Reativadas
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podemos destacar a geada negra que causou a crise da agricultura do café, fazendo com que
muitas famílias se mudassem para espaços urbanos em busca de melhores condições de vida.
Outro aspecto a ser explicitado foi a municipalização da educação primária por meio do
governo estadual, questão que norteou de certa forma as decisões municipais.
No início dos anos de 1990, a proposta de municipalização foi difundida no
Estado do Paraná, pressionando as esferas municipais a se responsabilizarem
pelo ensino de 1ª a 4ª séries, pré-escolares, educação especial e ensino
supletivo fase I. a municipalização da educação primária pelo governo
estadual, influenciando as decisões da administração municipal. No início dos
anos de 1990, a proposta de municipalização foi difundida no Estado do
Paraná, pressionando as esferas municipais a se responsabilizarem pelo ensino
de 1ª a 4ª séries, pré-escolares, educação especial e ensino supletivo fase I
(LIMA, 2015, p. 156).
A influência da esfera estadual no espaço municipal, assim como as políticas nacionais
transparecem nas ações de desativação das escolas primárias rurais. No município de
Apucarana, a resolução municipal nº 3402 de 10/12/1982 autorizou o funcionamento de apenas
42 escolas rurais; entre o final dos anos de 1970 e início dos anos de 1990 foram inauguradas
33 escolas em espaços urbanos, realocando nas escolas a população migrante (SACCHELLI,
2019).
Portanto, o encerramento das atividades pedagógicas nas escolas mencionadas não foi
esporádico, mas um movimento de modernização que influenciou a sociedade paranaense e,
desta forma, a escolarização desta população; tais escolas foram substituídas por escolas
primárias alocadas em espaços urbanos.
Considerações finais
Com a finalidade de analisar os processos de institucionalização, expansão e cessação
das escolas rurais no município de Apucarana-PR, categorizamos 90 instituições escolares de
ensino primário nas áreas rurais e o papel relevante que estas escolas tiveram para o
desenvolvimento social e cultural e educacional do município e de seus distritos.
Não obstante, a escolarização primária em espaços rurais enfrentou dificuldades nos
âmbitos pedagógicos, no acesso a recursos materiais e humanos; a maioria destas foram
construídas em espaços cedidos por proprietários rurais com arquiteturas condizentes com os
meios rurais, dentro daquelas condições do espaço.
Contudo, é necessário levar em consideração as políticas públicas educacionais da época
e as demandas nacionais. Todavia, neste sentido, deve-se interpretar que há uma lacuna entre o
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prescrito e a prática escolar, as leis, as normas e os programas de ensino demonstram as
finalidades e os interesses do governo no determinado momento e, ao adentrar a pesquisa
historiográfica, deve-se associar aos documentos escolares.
Vale assinalar que o Estado do Paraná tem políticas educacionais específicas que devem
ser ponderadas em análises posteriores e, portanto, a educação primária rural tem a sua
identidade local se aproximando e distanciando das políticas nacionais em determinados
aspectos.
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Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 12, n. 00, e023003, 2022. e-ISSN:2237-258X
DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v12i00.15322 17
Sobre os autores
Gabriela da Silva SACCHELLI
Universidade Estadual de Maringá (UEM), Apucarana – PR – Brasil. Mestrado pelo Programa
de Pós-Graduação em Educação. Doutoranda em Educação (UEL).
Analete Regina SCHELBAUER
Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá – PR – Brasil. Professora Aposentada.
Doutorado em Educação (USP). Pós-doutorado em História e Historiografia da Educação
(UFU).
Processamento e edição: Editora Ibero-Americana de Educação.
Correção, formatação, normalização e tradução.
Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 12, n. 00, e023003, 2022. e-ISSN:2237-258X
DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v12i00.15322 1
RURAL PRIMARY EDUCATION IN THE CITY OF APUCARANA-PARANÁ (1940-
1990)
EDUCAÇÃO PRIMÁRIA RURAL NO MUNICÍPIO DE APUCARANA-PR (1940-1990)
EDUCACIÓN PRIMARIA RURAL EN EL MUNICIPIO DE APUCARANA-PARANÁ
(1940-1990)
Gabriela da Silva SACCHELLI
e-mail:gabriela.sacchelli@fap.com.br
Analete Regina SCHELBAUER
e-mail: analeteregina@gmail.com
How to reference this paper:
SACHELLI, G. S.; SCHELBAUER, A. R. Rural Primary Education
in the City of Apucarana-Paraná (1940-1990). Rev. Educação e
Fronteiras, Dourados, v. 13, n. 00, e023003, 2022. e-ISSN: 2237-
258X. DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v12i00.15322
| Submitted: 10/12/2021
| Revisions required: 05/01/2022
| Approved: 25/02/2022
| Published: 10/03/2022
Editor:
Profa. Dra. Alessandra Cristina Furtado
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 12, n. 00, e023003, 2022. e-ISSN:2237-258X
DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v12i00.15322 2
ABSTRACT: This article aims to analyze the history of rural education in Apucarana-Paraná,
between the decades of 1940 and 1990, from the contributions of the educational historiography
about the subject and the documentary and iconographic sources located in the school
collections of the city. The research in the area of school institutions has been concerned with
recognizing the local peculiarities and the subjects involved in the schooling process. Therefore,
it is necessary to identify the rural primary schools in the Apucarana's region, reconstitute their
organization and means of creation, institutionalization and cessation in a context of (re)
occupation of the territory by migrants and immigrants. In this reality, the rural school allowed
the expansion of primary schooling, for the population living in rural areas, due the process of
modernization of the state of Paraná. To reconstruct the reality of a city's rural education can
be explained by the identity representation of that territory provided with culture, and this
reality can be represented by the school collections; For this research, some locations were
visited and it was elected the fields of research: "State School Alberto Santos-Dumont” where
it was located the "Regional Training School Pestalozzi"; The “State School Nilo Cairo”,
building which stores the documents of the "Secondary Training School Ovídio Decroly"; The
“Rural State School Manuel Ribas", old "Apucarana's Rural Workers School" where is
preserved most of the documents from Apucarana's rural areas primary schools; and the
“Regional Department of Education" where it has been found general documentary sources of
the city, such as minute books, teachers' records, students enrollment, and land possession
documents, photographs, land registers, textbooks, and so on. The research resulted in the
mapping of 90 municipal rural schools, two Training Schools and one rural workers school and
the trajectory of these (construction, institutionalization, cessation and replacement) in the
historical, political, geographical and economic context of the city of Apucarana - Paraná
(1940-1990).
KEYWORDS: History of education. School institutions. Rural school. Apucarana-PR.
RESUMO: O presente artigo tem como objetivo analisar a história da educação rural em
Apucarana-PR, entre as décadas de 1940 e 1990, a partir das contribuições da historiografia
educacional sobre o tema e das fontes documentais e iconográficas localizadas nos acervos
escolares do município. A pesquisa na área de instituições escolares tem se preocupado em
reconhecer as peculiaridades locais e os sujeitos envolvidos no processo de escolarização.
Neste sentido, faz-se necessário identificar as escolas primárias rurais no meio apucaranense,
reconstituir sua organização e meios de criação, institucionalização e cessação em um contexto
de (re) ocupação do território por migrantes e imigrantes. Neste cenário, a escola rural
possibilitou a expansão da escolarização primária para a população residente nas áreas
rurais, em meio ao processo de modernização do Estado do Paraná. Reconstruir o cenário da
educação rural de um município justifica-se pela representação da identidade daquele espaço
territorial dotado de cultura e tal cenário pode ser representado por meio dos acervos
escolares; para este trabalho de pesquisa, foram visitados alguns locais e eleitos os campos de
pesquisa: “Colégio Estadual Santos Dumont” onde esteve lotada a Escola Normal Regional
Pestalozzi, o “Colégio Estadual Nilo Cairo” prédio que abriga os documentos da Escola
Normal Secundária Ovídio Decroly, “Colégio Agrícola Estadual Manuel Ribas” antiga Escola
de Produtores Rurais, Autarquia Municipal de Apucarana” onde está preservada grande parte
dos documentos das escolas primárias rurais de Apucarana e “Núcleo Regional de Educação”
onde foram encontradas fontes documentais gerais do município tais como livros-ata, registros
de professores, matrículas de estudantes, documentos de posse de terrenos, fotografias,
registro de imóveis, manuais didáticos, dentre outros. A pesquisa teve como resultado o
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mapeamento de 90 escolas rurais municipais, duas Escolas Normais e uma escola de
trabalhadores rurais e a trajetória destas (construção, institucionalização, cessação e
substituição) no contexto histórico, político, geográfico e econômico do município de
Apucarana-PR (1940-1990).
PALAVRAS-CHAVE: História da educação. Instituições escolares. Escola rural. Apucarana-
PR.
RESUMEN: Ese artículo tiene como objetivo analizar la historia de la educación rural en
Apucarana-PR, entre las décadas de 1940 y 1990, a partir de los aportes de la historiografía
educativa sobre el tema y de fuentes documentales e iconográficas ubicadas en las colecciones
escolares de la ciudad. La investigación en el área de las instituciones escolares se ha
preocupado por reconocer las peculiaridades locales y los sujetos involucrados en el proceso
escolar. De esa manera, es necesario identificar las escuelas primarias rurales en el entorno
de Apucarana, reconstituir su organización y medios de creación, institucionalización y
interrupción en un contexto de (re) ocupación del territorio por parte de migrantes e
inmigrantes. En este escenario, la escuela rural permitió la expansión de la educación primaria
para la población residente en áreas rurales, en medio del proceso de modernización en el
Estado de Paraná. La reconstrucción del escenario de educación rural de un municipio se
justifica por la representación de la identidad de ese espacio territorial dotado de cultura y tal
escenario puede ser representado a través de colecciones escolares; Para este trabajo de
investigación se visitaron algunos lugares y se eligieron los campos de investigación: “Colégio
Estadual Santos Dumont” donde se ubicaba la Escuela Normal Regional Pestalozzi, el edificio
“Colégio Estadual Nilo Cairo” donde se encuentra los documentos del Ovídio Decroly
Secundaria Normal Escuela, “Colégio Agrícola Estadual Manuel Ribas” ex Escuela de
Productores Rurales, Autoridad Municipal de Apucarana ”donde se encuentran la mayor parte
de los documentos de las escuelas primarias rurales de Apucarana y“ Núcleo Regional de
Educação ”donde se encontraron fuentes documentales generales del municipio como libros -
actas, expedientes docentes, matrícula de estudiantes, documentos de propiedad de la tierra,
fotografías, registro de propiedad, libros de texto, entre otros. La investigación resultó en el
mapeo de 90 escuelas rurales municipales, dos Escuelas Normales y una escuela para
trabajadores rurales y su trayectoria (construcción, institucionalización, cese y reposición) en
el contexto histórico, político, geográfico y económico del municipio de Apucarana-PR. (1940-
1990).
PALABRAS CLAVE: Historia de la educación. Instituciones escolares. Escuela rural.
Apucarana-PR.
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Introduction
Recent research on rural education, in the field of the history and historiography of
education, allows us to identify singularities within the scope of Brazilian municipalities and
states, regarding the various models of school institutions, their architectures, school culture
and their subjects.
1
The rural primary school has its singularities, as well as other spaces; there is a whole
culture and enriching diversity that enable studies on its demand, its geographical space, its
school culture and the various specificities that involve the processes of institutionalization and
expansion of this modality of primary education, which was permeated by a context in which
Brazil was a nation, above all, rural and the challenge of schooling was associated with the
modernization of the countryside.
To encompass some of this singularity, this article aims to analyze the history of rural
education in Apucarana-PR, between the 1940s-1990s, in dialogue with the reflections that
guide research in the area of history of education, specifically, on the history of rural education,
from documentary and iconographic sources, located next to the historical collections of the
municipality of Apucarana-PR. However, it is necessary to place our object of investigation in
the context of studies. As Araújo, Valdemarin and Souza (2015) point out, the analysis of the
diversity of primary schools that made up the focus of research in the field of historiography of
education in the 1990s, from the school groups, also pointed to investigations about isolated
schools, gathered schools and rural schools.
The consideration of this diversity of primary schools has become an
interpretive key for the analysis of the expansion of teaching and the problem
of educational inequalities. Schools with different designations were created
and installed by the state Public Authorities to serve different social groups.
This differentiation involved administrative, organizational and pedagogical
aspects including different proposals for teaching, programs, material
conditions and duration of the primary course (ARAÚJO; VALDEMARIN;
SOUZA, 2015, p. 34) (Our translation).
It is with the aim of embracing this diversity, with the focus on rural schools, in order
to understand their organizational and pedagogical aspects, as well as their material conditions,
that we propose to delimit our analysis to a specific locality – the municipality of Apucarana-
PR – to enter into the specificities that accompany the creation of rural schools, in line with the
creation of the municipality itself. The studies about the history of rural primary schools are
1
Avila (2013); Furtado Schelbauer, Figueiredo Sá (2015); Gouvêa and Souza (2016), among others.
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mixed with the studies of the constitution of the municipality and these are founded allowing
the complete look at the local individuality.
Research in the history of rural education is recent and for some time has been on the
fringes of educational research; it is necessary to clarify the identities of the institutions beyond
the modern, the standard and the school model that was intended to be disseminated. Forthis,
one must understand the role that rural schooling had in the formation of a large portion of the
Brazilian population.
The historical period (1940-1990) was delimited by the emancipation of the
municipality and the construction of the first rural school, which can be understood by the need
for training to newly arrived migrants and immigrants, sent to the south of Brazil for
colonization and commercialization of urban and rural lots, with the consequent (re)occupation
of space. The time frame ends in the 1990s, because it is the year in which the largest number
of rural primary schools in Apucarana-PR is closed.
2
The massive creations of primary schools are idealized by the Organic Law of Primary
Education in the year 1946. This law can be marked as one of the first actions of the federal
government, in the republican period, in what is in charge jointly with the national states for
Brazilian elementary education, the obligation of primary schooling, also present in the Federal
Constitutions of 1934 and 1937 (CÔRREA, 2016).
Migratory movements and the structural changes of the Apucarana schools
The composition of the urban and rural spaces of the municipality of Apucarana has
specific contours and, at the same time, integrates the colonization project articulated by the
Land Company of Northern Paraná, with the allotment of the lands and the intensification of
the migratory and immigration processes, which gain specific contours at the municipal level,
with the formation of the first Ukrainian colonies and other ethnicities, as well as with the
migration of Paulistas, Minas Gerais and Northeasterners who accompany the creation of
primary school in rural areas. Hervatini (2011, p. 77) notes that this population was attracted
"by the incentives of the colonizing companies, the newly arrived settlers in the region were,
2
In Paraná, the context analyzed was marked by the occupation of the territory, population increase, emergence
of new urban centers and colonization of rural areas; movement that, not without conflicts, was glimpsed by the
people of the time as a period of progress and modernization, in which education was emphasized as one of the
factors of this modernity (SCHELBAUER, 2014, p. 77).
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for the most part, from São Paulo, Minas Gerais and the Northeast, as well as foreign settlers
of various origins and origins."
The coming of the settlers was associated with the advance of agriculture in the then
called New Paranaense North, especially from the cultivation of coffee. Process that drives the
creation of new cities, the extension of railroads and highways for transport and communication
between municipalities and the flow of agricultural production. Such movements are associated
with the years of foundation and elevation of 27 municipalities of Paraná between 1930 and
1964, and firstly, the municipality of Londrina was elevated on December 3, 1934 and, on
December 30, 1943, Rolândia and Apucarana were elevated. The territorial proportion and its
population divergences in the years 1960 and 1968 can be notoriously calculated by the
territorial organization and emancipation of some cities. "The municipality of Apucarana, as
well as in other regions of the state, had the formation of colonies of immigrants from Ukraine,
Japan, Portugal, Africa, Poland, Italy, Spain, Holland and the indigenous natives of this place"
(SACCHELLI, 2019, p. 55).
According to Aksenen and Miguel (2017, p. 801) "The influence of immigrants also
extended to the educational domains, since they created in their nuclei, where there were no
public schools, subsidized schools." The history of the process of colonization of the State is
mixed with the history of the formation of the first educational institutions, as we can see in
Figure 1, which depicts the inauguration of the New Ukraine School, in Apucarana, in 1941.
Figure 1 – Inauguration of the New Ukraine School
Source: Apucarana Magazine (1968), Silver Jubilee 1944-1969
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The image depicts the school building built in wood, covered with clay tiles and large
windows, with a significant number of children of different ages. It should be noted that the
pioneers were responsible for building the first houses, schools, commercial houses and the first
church, having wide relevance in the process of colonization of the municipality. The presence
of these immigrants and the creation of colony schools were undoubtedly a strong contribution
to primary schooling in the 1940s. However, the legitimacy of these schools has not been
guaranteed.
The existing school in the colony of Ukrainian immigrants in Apucarana had
its share of contribution to the education of children of primary school age,
however, following the official guidance, it became the responsibility of the
state government and began to serve a greater number of Apucarana children
in primary education (HERVATINI, 2011, p. 89) (our translation).
Attracted by the incentives of the Companhia Melhoramentos Norte do Paraná and by
the state government, explains Hervatini (2011), the new municipalities of the brand-new north
of Paraná began their urbanization process and the organization of their school attendance in
order to educate the populations of the colonies established in the Paraná scenario.
It was necessary to expand primary schools to the rural population newly arrived in the
territory of Paraná, in Apucarana in an intensive manner in the 1940s and 1950s; some of these
school institutions were organized by the rural workers, landowners and, later, by the
municipality in a public and free way.
Giving visibility to these primary education institutions means contributing to
the necessary historiographical revision of the diffusion of elementary
education in the country. In no way is the exaltation of one type of school to
the detriment of another seen as an adequate perspective. On the contrary, it
is necessary to quantitatively and qualitatively measure the place occupied by
the different types of institutions destined to the schooling of childhood. What
is recommended, without a doubt, is the relational perspective that broadens
the analytical perspective of the reach of schools in serving the population
(GOUVÊA; SOUZA, 2016, p. 1) (our translation).
Debating the rural primary school in Apucarana allows us to highlight the models and
educational modalities, therefore, and contribute to the understanding of primary schooling in
Paraná, in order to contemplate the history of local education in an aspect that envisions
population care at the state and federal levels.
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Characteristics and singularities of rural primary schools in Apucarana
The scenario of Paraná permeates the economic context of agricultural production in the
temporal spaces of the twentieth century when the economy of the State focused on coffee
culture and, later, with the coffee crisis in the 1950s, 1960s and, with the coffee crisis in the
1970s and 1980s, began to focus on the industrialization process.
The efforts focused on agricultural issues have also made Paraná a major
coffee producer. The cultivation of this product, present in the state since the
first Republic, sustained its economy until the 1960s, a period in which the
diversification of agricultural activities and the intensification of the
industrialization process (AKSENEN; MIGUEL, 2017, p. 802) (our
translation).
The cultivation of coffee and, after that, the crisis of this was one of the issues that
influenced the migration of the population from rural areas to urban areas and the municipality
of Apucarana also went through these transformations. The changes resulting from the crisis of
agricultural coffee production can be glimpsed in Table 1.
Table 1 – Census population in the Municipality of Apucarana and Districts (1960-1970)
Municipality/Districts
Population (1960)
Population (1970)
Total
Total
Urban
Rural
General number:
Apucarana and districts
47 443
70 577
44 723
25 854
Apucarana
28 701
50 780
42 950
7 830
Correio de Freitas
6 590
7 204
352
6 852
Pirapó
6 074
6 385
932
5 453
São Pedro
3 864
3 615
286
3 329
Villa Reis
2 214
2 593
203
2 390
Source: IBGE (1971, p. 44)
Table 1 shows that the general number of inhabitants concentrated in the municipality
in the 1970s is higher in the urban space when compared to the rural space, but when the resident
population of the districts of Correio de Freitas, Pirapó, São Pedro and Vila Reis is evaluated,
these numbers are higher in rural areas.
The process of rural exodus in Apucarana, which began in the 1960s and 1970s, is also
involved in a national movement, but more discreet in the State of Paraná, as Schelbauer (2014)
points out.
With a population of 1,235,849 inhabitants in the 1940s, only 24.5% of Paraná
residents lived in the urban area. The urbanization rates of the 1950s point to
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rates lower than the national average. While in Brazil the urbanization rate
was 36.1%, in Paraná the same rate was 25%. The greatest changes would
occur in the course of the sixties and seventies of the 20th century, with the
process of urbanization and the exodus of the rural worker from the
countryside (SCHELBAUER, 2014, p. 78) (our translation).
Between the years 1940 to 1990, Apucarana had an amount of 90 rural isolated schools,
which offered primary education and a school for rural workers. The context of agricultural
economy reveals the creation, also justifying the expansion of these schools, some localities
had a higher concentration of establishments, such as the Estrada do Rio do Cerne and Água do
Xaxim (entrance of the Brazilian Coffee Institute) with 27 schools, the Barra Nova Road
(Estrada Nova Ukrânia) were listed 13 schools, on the Estrada do Rio Bom – PR 539 with ten
schools; these numbers show the number of resident workers and the number of resources
deployed, whether they come from rural landowners, public funds or the community, however
the localities show varied information (SACCHELLI, 2019).
Map 1 – Location of rural schools in Apucarana
Source: Sacchelli (2019)
Map 1 shows the location of rural primary schools throughout the current territory of
the municipality of Apucarana, including its districts; one can observe the concentration of the
population residing in the territory during the times described. When interpreting the map, one
should take into account the period studied, because some of these places are currently mapped
as urban, but that, at the time, were rural.
In view of the occupation of the interior of the territory of Paraná and the low
cost, isolated schools have spread, sustaining the expansion of primary
schooling. Thus, the rural school played an important role in the colonization
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movement of the State of Paraná, since the families were concentrated in the
rural area and fought for the education of their children (LIMA;
SCHELBAUER, 2015, p. 55) (our translation).
The number of isolated rural schools provides us with information about population
development and the importance that the municipality gave to studies, so it should be taken into
account whether the population number corresponded to the number of schools installed and in
operation, as well as the transformation, cessation and extinction of these. Some rural schools
in Apucarana have adapted to population changes and have become urban schools.
The field of research on the historiography of school institutions is recent and aims to
meet the demands of knowing the educational specificities. Rural schools at this juncture were
far from the urban pattern. Figure 2 depicts the photograph of the Ana Nery Municipal Rural
School, located on the Bom Rio Road, built in 1957.
Figure 2 – Ana Nery Rural School (1957)
Source: Archive of the Municipal Autarchy of Education (2017)
According to the documentary sources found, the Ana Nery Municipal Rural School
had a rectangular plan, was built in wood, with gabled roof, covered by clay tiles, with glass
windows, raised floor, no painting on the walls, no access to sewage, no electrical installations
and piped water. The situation of the Ana Nery School building was evaluated, according to the
diagnostic form that listed the parameters of quality of construction of municipal schools, as
"poor", in several items. (SACCHELLI, 2019, p.108).
In the cited document, prepared by the Community Integration Program-APM-PR (s/a),
the Ana Nery Municipal Rural School was classified as multigrade, had only one teacher who
was responsible for the school, Tereza Volantchuk, with 18 students enrolled.
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Table 2 – Models/Types of school units in the State of Paraná
Year/Models of
school units
School groups
Isolated schools/
Unique
Schools reunited/
Grouped
Units
Classes
Units
Classes
Units
Classes
1932
50
-
1.006
-
-
-
1933
50
397
1.031
2.751
-
-
1934
50
443
1.154
2.968
-
-
1935
52
440
1.144
2.951
-
-
1936
54
481
1.228
2.941
2
10
1937
60
507
1.378
3.232
-
-
Source: Statistical Synopsis of the State of Paraná N. 4 (BRAZIL, 1942)
Table 2 shows the models of schools existing in the 1930s in the State of Paraná as well
as the growing increase in the number of classes and units of both school groups and isolated
schools, however, the representation of the latter in rural spaces is significant.
The school models mentioned in Table 2 were present in the following decades during
the process of expansion of primary schooling in several states of the federation. In terms of
pedagogical organization, the expansion of primary education took place basically in two
fundamental ways, clarify Araújo, Valdemarin and Souza (2015, p. 35).
The unitary school – governed by a single teacher providing primary
education to children of different levels of advancement in the same classroom
-, and the graduated school characterized by the division of students into
supposedly homogeneous classes, that is, with the same level of advancement;
each class corresponding to a grade, running the school in a building with
several classrooms and several teachers, each responsible for a class of
students considered the class/grade ratio.
However, despite the existence of these two models, the unitary school, isolated or
singular, where several classes related to the level of advancement of the students worked, in
the same classroom and governed by the same teacher or teacher, was the model that prevailed
in the rural space, mostly.
About these isolated schools of the rural Apucaranense, Hervatini (2011) portrays that
the lack of funding for the construction of such school institutions and the lack of maintenance
by the state government, forced parents and students to take turns to obtain materials for the
construction of schools, as well as school benches, tables and chalk boards, so that their
children could study, "Parties were common in the communities to collect income for school,
such as, for example, for the purchase of school supplies." (HERVATINI, 2011, p. 99).
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The municipality of Apucarana housed about 90 rural primary schools between the 1940
and 1990. Among them “Nova Ucrânia”, “Marechal Deodoro da Fonseca”, “Pedro Álvares
Cabral”, “Dr. Zacarias de G. e Vasconcelos”, “Julia Wanderley”, “Doutor Fernando Costa”,
“Romário Martins”, “Carlos Gomes”, “José Bonifácio”, “José de Alencar”, “Rui Barbosa”,
“Ana Nery”, “Barão do Rio Branco”, “Benjamin Constant”, “Cardeal Sebastião Leme”, “Dom
Pedro II”, “Duque de Caxias”, “Erasto Gardner”, “Getúlio Vargas”, “Lissímaco Ferreira da
Costa”, “Manoel Ribas”, ” Marechal Hermes da Fonseca”, “Nossa Senhora dos Navegantes”,
“Osvaldo Cruz”, “Padre Antônio Vieira”, “Paulo Pimentel”, ”Princesa Izabel”, “São José”,
“São Pedro (Wilson de Azevedo)”, “Vicente de Carvalho”, “Visconde de Mauá”, “Coelho
Neto”, “Cristóvão Colombo”, “Marechal Rondon”, “Nossa Senhora Aparecida”, “Rodrigues
Alves”, “Tiradentes”, “Doutor Cândido de Abreu”, “Nossa Senhora de Fátima”, “Nossa
Senhora de Lourdes”, “Assis Brasil”, “Coronel Luiz José dos Santos”, “Erwin Schindler”,
“Teixeira de Freitas”, “Carlos Smidt”, “Miguel Simião”, “Martins Fontes”, “Ministro Alberto
Pascoalini”, “Padre Bartolomeu de Gusmão”, “Casemiro de Abreu”, “Maria Montessori”, ”
Padre José Canalle”, “Quilômetro Dez”, “Antônia Reginato Viana”, ” Dom Armando Círio”,
“Paul Harris”, “Rosa Schindler”, “31 de Março”, “Noboru Fukushima”, “Antônio de Lúcio”,
“Nipo Brasileira”, “Campos Sales”, “Padre. Severino Cerutti”, “Prudente de Moraes”,
“Fazenda Fenato”, “Vila Apucaraninha”, “Betel”, “Padre José de Anchieta”, ”Papa Paulo VI”,
“Padre Manoel de Nóbrega”, “Dom Romeu Alberti”, “Moreira Sampaio”, “Abraham Lincoln”,
“Antônio F. Ferreira da Costa”, “Antônio Ostrenski”, “Antônio R. Viana”, “Jeso Manoel dos
Santos”, “Dante Peron”, “Manoel de Nóbrega”, “Wilson de Azevedo”, “Novos Produtores”,
“Bernardino de Campos”, “Fazenda Vargas”, “Dom Armando Círio”, “Fritz Schwen”,
“Humberto Castelo Branco”, “João Rodrigues de Souza”, “Joaquim Rodrigues Vieira”, “Nova
Aliança”, “São Bartolomeu”.
Throughout the four decades of operation of the rural primary schools of Apucarana we
can follow the chronological profile of their processes of construction, extinction, cessation,
deactivation and reactivation in the municipality, as well as the time periods, allowing the
understanding of these changes from Graph 1.
Graph 1 – Chronological profile of rural primary schools in Apucarana
3
3
Blue: Built schools; Red: Closed schools: Green: Schools that finished their activities; Purple: Reactivated
Schools.
40’ decade; 50’ decade; 60’ decade; 70’ decade; 80’ decade; 90’ decade.
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Source: Sacchelli (2019)
Among the information that can be observed through the graph, is the construction of
isolated schools in rural areas, beginning in the 1940s and significant growth during the 50s and
60s of the twentieth century. On the other hand, the 70s and 90s recorded the highest rates of
cessation of rural schools, accompanied by the reactivation of some institutions, from the
process of nucleation of rural schools.
About the defunct and deactivated schools, the terminologies are proper to the school
documents, of these mentioned schools some were deactivated, however, were reactivated or
rebuilt, after some time. With the nucleation process, the schools previously maintained by the
rural communities are now safeguarded by the municipalities, receiving resources for snacks,
didactic materials and even reconstruction of the schools.
The movement of construction, institutionalization, extinction or cessation of school
activities accompanied the political, geographical, social and economic movements of the
municipality. It is notorious the population movement that occurred between rural and urban
spaces, especially with the intensification of the rural exodus in the 1970s; among the reasons,
we can highlight the black frost that caused the crisis of coffee agriculture, causing many
families to move to urban spaces in search of better living conditions.
Another aspect to be explained was the municipalization of primary education through
the state government, an issue that guided municipal decisions in a certain way.
In the early 1990s, the proposal for municipalization was widespread in the
State of Paraná, pressuring the municipal spheres to be responsible for the
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Década de
40
Década de
50
Décadá de
60
Década de
70
Década de
80
Década de
90
Escolas Construídas
Escolas Extintas
Escolas que Cessaram suas
Atividades
Escolas Reativadas
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teaching of 1st to 4th grades, preschool, special education and supplementary
teaching phase I. the municipalization of primary education by the state
government, influencing the decisions of the municipal administration. In the
early 1990s, the proposal for municipalization was widespread in the State of
Paraná, pressuring the municipal spheres to take responsibility for teaching
from 1st to 4th grades, preschoolers, special education and supplementary
teaching phase I (LIMA, 2015, p. 156) (Our translation).
The influence of the state sphere in the municipal space, as well as the national policies
appear in the actions of deactivation of rural primary schools. In the municipality of Apucarana,
municipal resolution No. 3402 of 12/10/1982 authorized the operation of only 42 rural schools;
between the end of the 1970s and the beginning of the 1990s, 33 schools were inaugurated in
urban spaces, relocating the migrant population to schools (SACCHELLI, 2019).
Therefore, the closure of the pedagogical activities in the mentioned schools was not
sporadic, but a modernization movement that influenced the society of Paraná and, thus, the
schooling of this population; such schools were replaced by primary schools allocated in urban
spaces.
Final remarks
In order to analyze the processes of institutionalization, expansion and cessation of rural
schools in the municipality of Apucarana-PR, we categorized 90 primary school institutions in
rural areas and the relevant role that these schools had for the social and cultural and educational
development of the municipality and its districts.
Nevertheless, primary schooling in rural areas faced difficulties in the pedagogical
spheres, in access to material and human resources; most of these were built in spaces provided
by rural owners with architectures consistent with rural environments, within those conditions
of space.
However, it is necessary to take into account the public educational policies of the time
and the national demands. But, in this sense, it must be interpreted that there is a gap between
the prescribed and the school practice, the laws, norms and the teaching programs demonstrate
the purposes and interests of the government at the given moment and, when entering the
historiographic research, it must be associated with the school documents.
It is worth noting that the State of Paraná has specific educational policies that must be
considered in further analyses and, therefore, rural primary education has its local identity
approaching and distancing itself from national policies in certain aspects.
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About the authors
Gabriela da Silva SACCHELLI
State University of Maringá (UEM), Apucarana – PR – Brazil. Master's degree from the
Graduate Program in Education. PhD student in Education (UEL).
Analete Regina SCHELBAUER
State University of Maringá (UEM), Maringá – PR – Brazil. Retired Teacher. PhD in Education
(USP). Post-doctorate in History and Historiography of Education (UFU).
Processing and publishing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, normalization and translation.