Da Geografia ao geografar: o IBGE e as lutas sociais
DOI:
https://doi.org/10.5418/ra2024.v20i42.19163Palavras-chave:
IBGE, Revista Brasileira de Geografia, Conflitos, Lutas SociaisResumo
Este trabalho tem como objetivo analisar a forma como os conflitos, ativismos e movimentos sociais foram tomados com matéria de reflexão e pesquisa no âmbito do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Compreendendo o IBGE como um lugar de produção de saber e de práticas de poder, nosso objetivo é verificar de que forma tais dimensões da dinâmica social foram ou não incorporados à produção intelectual da instituição. Utilizamos como fonte de pesquisa a Revista Brasileira de Geografia, por se tratar de uma das mais antigas e respeitadas publicações brasileiras e, em termos de acervo, um dos maiores repositórios bibliográficos da disciplina no mundo e principal forma de disseminação e publicização da produção dos geógrafos e geógrafas do IBGE.
Downloads
Referências
ABRANTES, Vera. Era preciso redescobrir o Brasil - As expedições geográficas do IBGE entre as décadas de 1940 e 1960. Terra Brasilis [online]. Nº 3. 2014.
AJARA, Cesar. A (re)valorização do espaço geográfico no contexto de (re)definição de um projeto geopolítico nacional: um foco sobre o confronto de territorialidades na Amazônia brasileira. Revista Brasileira de Geografia, v. 54 n. 4, 1992.
ALLEGRETTI ZANONI, Mary Helena “Reservas extrativistas: parâmetros para uma política de desenvolvimento sustentável na Amazônia”. Revista Brasileira de Geografia, v. 54 n. 1, 1992.
ARANHA, 2014. O IBGE e a formação da geografia universitária brasileira. Terra Brasilis [online]. Nº 3. 2014.
BENJAMIN, Walter. O anjo da história. Belo Horizonte: Autêntica. 2019.
BERDOULAY, Vincent. A escola francesa de Geografia : uma abordagem contextual. São Paulo: Perspectiva. 2017.
BERNARDES, Júlia Adão. Espaço e movimentos reivindicatórios o caso de Nova Iguaçu. Rio de Janeiro Edição da Autora, 1983.
BLOCH, M. Apologia da história ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009.
BONFIM, Paulo Roberto de Albuquerque. Teoria e prática do planejamento regional do IBGE na década de 1960. Terra Brasilis [online]. Nº 3. 2014.
BRAUDEL, F. Escritos sobre a história. São Paulo: Perspectiva, 2013.
CAPEL, Horacio. Filosofía e ciencia en la geografía contemporánea. Barcelona: Barcanova, 1981.
CASTORIADIS, Cornelius. Encruzilhadas do labirinto VI – Figuras do pensável. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 2004.
CASTELLS, Manuel.Movimientos sociales urbanos. España: Siglo Veinteuno. 1974.
CLAVAL, Paul. História da Geografia. Lisboa: Edições 70. 2006.
DUSSEL, Enrique. “Europa, modernidade e Eurocentrismo”. In A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais.Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales, 2005.
DUSSEL, Enrique. “Transmodernidade e interculturalidade: interpretação a partir da filosofia da libertação”. In Revista Sociedade e Estado – Volume 31, Número 1, Janeiro/Abril 2016.
ESCOLAR, Marcelo. Crítica do discurso geográfico. São Paulo: Hucitec, 1996.
ESPINOSA, Baruch de. Pensamentos Metafísicos; Tratado da Correção do Intelecto; Tratado Político; Correspondência. São Paulo: Nova Cultural. 2000.
FERNANDES, Bernardo M. MST: Formação e territorialização. São Paulo: Hucitec, 1996.
FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. São Paulo: Loyola, 2004.
KOSELLECK, Reinhart. Futuro Passado – Contribuição à semântica dos tempos. Rio de Janeiro: Contraponto. 2014
HARVEY, David. A condição pós-moderna. São Paulo: Edições Loyola, 1999.
HURTADO, Lina Maria e PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. “Resistir y re-existir”. In GEOgraphia, vol: 24, n.53, 2022. Niterói, Universidade Federal Fluminense. ISSN 15177793 / 26748126 (eletrônico). 2022.
LAMEGO, Mariana. “O IBGE e a geografia quantitativa brasileira: Construindo um objeto imaginário”, Terra Brasilis [Online], n. 3. 2014.
MACHADO, Lia Osório. História do pensamento geográfico no Brasil: elementos para a construção de um programa de pesquisa (Uma conversa com Lia Osório Machado). Terra Brasilis [online] nº1. 2000a.
MACHADO, Lia Osório. As idéias no lugar: o desenvolvimento do pensamento geográfico no Brasil no início do século XX. Terra Brasilis [online] nº2. 2000b.
MIGNOLO, Walter. D. “A colonialidade de cabo a rabo: o hemisfério ocidental no horizonte conceitual da modernidade”. In: LANDER, Edgardo. (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais -perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Clacso, 2005, 33-49p
MIZUBUTI, Satie. O movimento associativo de bairro em Niterói. Tese. São Paulo: FFLCH/USP, 1986.
OLIVEIRA, Ariovaldo U. A geografia das lutas no campo. São Paulo: Contexto, 1996.
OLIVEIRA, Francisco. A Crítica da Razão Dualista - O ornitorrinco. São Paulo: Boitempo. 2013.
PEREIRA, Sérgio Nunes e BONFIM, Paulo Roberto de Albuquerque. Dossiê “IBGE: saberes e práticas territoriais” para a revista Terra Brasilis nº3, de 2014.
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. Nos varadouros do mundo: Da territorialidade seringalista à territorialidade seringueira. Tese. Rio de Janeiro: PPGG/UFRJ, 1998.
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. “A Territorialidade Seringueira - Geografia e Movimento Social”. Em GEOgraphia, Revista do programa de pós-graduação em geografia da UFF, Niterói, v. 1, n. 2, p.67-88, 1999.
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. Geo-grafías, movimientos sociales, nuevas territorialidades y sustentabilidad. México: Editorial Siglo XXI, 2001.
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter.“O latifúndio genético e a r-existência indígeno-campesina”. Em GEOgraphia, Revista do programa de pós-graduação em geografia da UFF, Niterói, vol. 4, no. 8, 2002a.
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. Da geografia às geo-grafias: um mundo em busca de novas territorialidades. In La Guerra Infinita: Hegemonía y terror mundial. Buenos Aires: CLACSO, 2002b.
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. Geografando: nos varadouros do mundo: da territorialidade seringalista à territorialidade seringueira ou do seringal à reserva extrativista. Brasília: IBAMA/MMA, 2003.
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter.A geograficidade do social: uma contribuição para o debate metodológico para o estudo de conflitos e movimentos sociais na América Latina. Revista Eletrônica da Associação dos Geógrafos Brasileiros, Seção Três Lagoas, v. 1, n. 3, p. 5-26, 1 maio 2006.
QUAINI, Massimo. A construção da Geografia Humana. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1983
QUIJANO, Aníbal. “Colonialidade del poder, eurocentrismo y América Latina”. In. LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais: perspectivas latino-americanas. Buenos Aires. CLACSO. 2005
RAMOS, Tatiana Tramontani. “A geografia dos conflitos sociais da América Latina e Caribe”.Informe final del concurso: Movimientos sociales y nuevos conflictos en América Latina y el Caribe. Programa Regional de Becas CLACSO, 2003
RAMOS, Tatiana Tramontani. “As remoções no contexto dos megaeventos esportivos e a dinâmica da produção (conflituosa) do espaço urbano brasileiro”. In: MOREIRA, E. V.; RODRIGUES, G. B.; SANTOS, L. B.; RAMOS, T. T.; SILVA, S. C. (Orgs.). Território, Economia Urbana e Conflitos Territoriais. 1. ed. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2019.
RAMOS, Tatiana Tramontani. “As lutas sociais e a violência neoliberal”. In RODRIGUES, G. B.; SILVA, S. C.; RAMOS, T. T. (Orgs.). Espaço urbano, pobreza e neoliberalismo.1ª ed. Rio de Janeiro: Consequência Editora, 2022. P. 169-196.
RODRIGUES, Glauco Bruce. “Geografia histórica e ativismos sociais”. Geotextos, Salvador, v. 11, n. 1, p. 241-268, 2015.
RODRIGUES, Glauco Bruce. Espaço e conflitos sociais: as jornadas de junho de 2013. In. MOREIRA, E. V.; RODRIGUES, G. B.; SANTOS, L. B.; RAMOS, T. T.;
SILVA, S. C. (Orgs.). Território, Economia Urbana e Conflitos Territoriais. 1. ed. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2019.
SALIBA, Elias Thomé. Aventuras modernas e desventuras pós-modernas. In. PINSKY, Carla Bassanezi e LUCA, Tânia Regina de. (orgs.). O historiador e suas fontes. São Paulo. Editora Contexto. 2012.
SENRA, Nelson de Castro. Tradição & renovação: uma síntese da história do IBGE. Rio de Janeiro: IBGE, Centro de Documentação e Disseminação de Informações, 2017.
SILVA, José Borzacchiello. Movimentos sociais populares em Fortaleza: Uma abordegem geográfica. Tese. São Paulo: FFLCH/USP, 1986.
SOARES, Maria Therezinha Segada. “Movimentos sociais urbanos: as associações de moradores de favelas do município do Rio de Janeiro”. Revista Brasileira de Geografia, v. 51 n. 4, 1989.
SOUZA, Marcelo Lopes de. O que pode o ativismo de bairro? Reflexão sobre as limitações e potencialidades do ativismo de bairro à luz de um pensamento autonomista. Dissertação. Rio de Janeiro: PPGG/UFRJ, 1988.
SOUZA, Marcelo Lopes de. Urbanização e desenvolvimento: rediscutindo o urbano e a urbanização como fatores e símbolos de desenvolvimento à luz da experiência brasileira recente. Revista Brasileira de Geografia, v. 56 n. 1, 1994.
SOUZA, Marcelo Lopes de. O desafio metropolitano. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 2005
SOUZA, Marcelo Lopes de. A prisão e a ágora. Rio de Janeiro. Bertrand Brasil, 2006.
SOUZA, Marcelo Lopes de.‘Da “diferenciação de áreas” à “diferenciação socioespacial”: a “visão (apenas) de sobrevôo” como uma tradição epistemológica e metodológica limitante’. CIDADES, v. 4, n. 6, p. 101-114, 2007.
THOMPSON, E. A miséria da teoria. Zahar. Rio de Janeiro, 1981.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre em http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html.)
Authors who publish with this journal agree to the following terms:
Authors retain copyrights and grant the Journal the right of first publication with the work simultaneously licensed under a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil that allows others to share the work with an acknowledgement of the work's authorship and initial publication in this Journal.
Authors are permitted to enter into separate, additional contractual arrangements for the non-exclusive distribution of the Journal's published version of the work (e.g., post it to an institutional repository or in a book chapter), with an acknowledgement of authorship and initial publication in this journal.
Authors are permitted and encouraged to publish and share their work online (e.g., in institutional repositories or on their website) prior to and during the submission process, as it can lead to productive exchanges, as well as increase the impact and citation of published work (See The Effect of Open Access - http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html.)
