Histórias impertinentes: memórias políticas de mulheres no Brasil (1978-2014)
DOI:
https://doi.org/10.30612/frh.v23i42.15811Palavras-chave:
Ditadura militar, Feminismo, Políticas de memória, TestemunhoResumo
Este artigo apresenta um levantamento historiográfico-descritivo de testemunhos públicos de mulheres que lutaram contra a ditadura militar brasileira (1964-1985). A compilação percorre o período entre as disputas pela anistia no final da década de 1970 até 2014, ano da entrega do relatório final da Comissão Nacional da Verdade. São elencadas cerca de 30 obras, cujos temas envolvem repressão, tortura, militância, clandestinidade e resistência. Possíveis fontes de pesquisa em diferentes áreas das ciências humanas e sociais, esses testemunhos interferem nas lutas políticas passadas e presentes.
Downloads
Referências
ABRAMO, Lélia. Vida e arte: memórias de Lélia Abramo. São Paulo/Campinas: Ed. Fundação Perseu Abramo/Unicamp, 1997.
ARY, Wilma. Trauma do ovo: ou culpada e/ou inocente. São Paulo: Editora Sol, 2005.
ARY, Wilma. Entremelamento: um livro de muitas vidas. São Paulo: Cered, 1998.
BACCI, Claudia; OBERTI, Alejandra. Sobre el testimonio: una introducción. Clepsidra – Revista del Núcleo de Estudios sobre Memoria (IDES), Buenos Aires, n.1, p. 5-13, 2014.
BAUER, Caroline Silveira. Brasil e Argentina: ditaduras, desaparecimentos e políticas de memória. Porto Alegre: Medianiz, 2014.
BRASIL. Comissão Nacional da Verdade – Relatório. Brasília, 4 volumes, 2014. Disponível em <http://cnv.memoriasreveladas.gov.br/index.php/outros-destaques/574-conheca-e-acesse-o-relatorio-final-da-cnv>. Acesso em: 22 jul. 2020.
BUELENS, Gert; DURRANT, Sam; EAGLESTONE, Robert (org). The future of Trauma Theory: Contemporary Literary and Cultural Critiscim. London/New York: Routledge, 2014.
CARUTH, Cathy. Trauma: Explorations in Memory. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1995.
CAVALCANTI, Pedro Celso Uchôa; RAMOS, Jovelino (Orgs.). Memórias do exílio, Brasil 1964-19??: de muitos caminhos. São Paulo: Editora Livramento, 1978.
COSTA, Albertina de Oliveira. et. al. (Orgs.). Memórias das mulheres do exílio. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.
DE LUCA, Derlei Catarina. No corpo e na alma. Criciúma: Editora do autor, 2002.
FALCON, Yara. Mergulho no passado: a ditadura que vivi. Maceió: Livro Rápido, 2007.
FELMAN, Shoshana. O inconsciente jurídico: julgamentos e traumas no século XX. São Paulo: Edipro, 2014.
FELMAN, Shoshana. Educação e crise, ou as vicissitudes do ensino. In: NESTROVKSI, Arthur; SELIGMANN-SILVA, Márcio (Orgs.). Catástrofe e representação. São Paulo: Escuta, 2000.
FELMAN, Shoshana; LAUB, Dori. Testimony: Crises of Witnessing in Literature, Psychoanalysis and History. New York, EUA: Routledge, 1992.
FISCHER, Carmen. Travessia: do sonho à realidade – uma brasileira no exílio. Rio de Janeiro: Editora Record, 1982.
FREIRE, Alípio; ALMADA, Izaías; PONCE, J. A. de Granville (Orgs.). Tiradentes, um presídio da ditadura: memórias de presos políticos. São Paulo: Scipione, 1997.
GALVÃO, Walnice Nogueira. A voga do biografismo nativo. Revista Estudos Avançados, São Paulo, v. 19, n. 55, p. 351-366, 2005.
GARCIA, Maria Lúcia Resende. Geração 60, geração esperança. São Paulo: Editora Alfa-ômega, 2003.
GERTEL, Vera. Um gosto amargo de bala. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira/José Olympio, 2013.
GOUVÊA, Yara; BIRK, Danielle. Duas vozes. São Paulo: Editora de Cultura, 2007.
GUIMARÃES, Marília. Nuestros años en Cuba: un exilio entre sinsontes y el sabiá. La Habana: Casa Editora Abril, 2008.
GUIMARÃES, Marília. Nesta terra, nesse instante. Rio de Janeiro: Ebendinger Editora, 2000.
KEHL, Maria Rita. Tortura e sintoma social. In: TELES, Edson; SAFATLE, Vladimir. O que resta da ditadura: a exceção brasileira. São Paulo: Boitempo, 2010.
KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.
KLÜGER, Ruth. Paisagens da memória: autobiografia de uma sobrevivente do holocausto. São Paulo: Editora 34, 2005.
LEMOS, Lara de. Inventário do medo. São Paulo: Massao Ohno Editor, 1997.
LIMA, Solange Silvany Rodrigues. De pouso em pouso: em busca do repouso prometido. Salvador: Mosteiro de São Bento, 2010.
MACHADO, Ana Maria. Tropical sol da liberdade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.
MELONI, Catarina. 1968 – o tempo das escolhas. São Paulo: Nova Alexandria, 2009.
MERLINO, Tatiana; OJEDA, Igor. Luta, substantivo feminino: mulheres torturadas, desaparecidas e mortas na resistência à ditadura. São Paulo: Editora Caros Amigos / Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres / Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2010.
MONTARROYOS, Sylvia de. Réquiem por Tatiana: memórias de um tempo de guerra e de uma descida aos infernos. Recife: Cepe Editora, 2013.
MOURA, Mariluce. A revolta das vísceras: uma visão feminina da luta armada no Brasil. Uma história de paixão e morte. Rio de Janeiro: Editora Codecri, 1982.
MURAT, Lucia. Que bom te ver viva. Filme. Brasil, 110 min, 1989.
MURAT, Lucia. Mulheres torturadas. Roteiro do filme “Que bom te ver viva”. Rio de Janeiro, mimeo, 1988.
NOGUEIRA, Rose. Em corte seco. In: FREIRE, Alípio; ALMADA, Izaías; PONCE, J. A. de Granville (Orgs.). Tiradentes, um presídio da ditadura: memórias de presos políticos. São Paulo: Scipione, 1997.
NOVAIS, Adriana Rodrigues. A inserção dos povos do campo na luta por memória, verdade e justiça no Brasil. Tese (Doutorado em Ciências Sociais), Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2019.
PRESTES, Maria. Meu companheiro: 40 anos ao lado de Luiz Carlos Prestes. Rio de Janeiro: Rocco, 1992.
RABOTNIKOF, Nora. Memoria y política: el juego del tiempo en las transiciones. México: Fundación Friedrich Ebert, 2007.
RAGO, Margareth. A aventura de contar-se: feminismos, escrita de si e invenções da subjetividade. Campinas: Editora da Unicamp, 2013.
RIDENTI, Marcelo. Posfácio. In: O fantasma da revolução brasileira. 2.ed.rev. e ampliada. São Paulo: Editora Unesp, 2010..
ROBERTS, Ana Mércia Silvia. Diálogo para uma só personagem. São Paulo: Terceira Margem, 2011.
RUBBO, Deni Ireneu Alfaro; TEGA, Danielle. Cartografias da derrota: rememorações marxistas e melancolia política. Revista de História, São Paulo, n. 180, p. 1-13, 2021.
SALLES, Iza. Um cadáver ao sol: a história do operário brasileiro que desafiou Moscou e o PCB. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005.
SCHILLING, Flávia. Querida família. Porto Alegre: Editora Coojornal, 1978.
SCHILLING, Flávia. Querida Liberdade. São Paulo: Global Editora, 1980.
SELIGMANN-SILVA, Márcio. A questão dos testemunhos de catástrofes históricas. Psicologia Clínica. Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, 2008.
SELIGMANN-SILVA, Márcio. Apresentação da questão: a Literatura do trauma. In: História, memória, Literatura: o testemunho na era das catástrofes. Campinas: Unicamp, 2003.
SILVA, Salete Maria da. A carta que elas escreveram: as mulheres na Constituinte de 1987/88. Curitiba: Instituto Memória Centro de Estudos da Contemporaneidade, 2016.
SOCCAS, Marlene. Como ele veio e ficou. Criciúma: Henrigraph Editora e Gráfica, 2000.
SOCCAS, Marlene. Meu querido Paulo. Criciúma: Edição do Autor, 2014.
TEGA, Danielle. Mulheres em foco: construções cinematográficas brasileiras da participação política feminina. São Paulo: Cultura Acadêmica / Editora UNESP, 2010.
TEGA, Danielle. Tempos de dizer, tempos de escutar: testemunhos de mulheres no Brasil e na Argentina. São Paulo: Intermeios / Fapesp, 2019.
TEGA, Danielle. Corpos que transgridem, palavras que resistem: um debate sobre gênero e testemunho. Mediações, Londrina, v.26, n.3, p. 621-638, 2021.
TELES, Janaína de Almeida. Memórias dos cárceres da ditadura: os testemunhos e as lutas dos presos políticos no Brasil. Tese (Doutorado em História), Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.
VALADARES, Loreta. Estilhaços: em tempos de luta contra a ditadura. Salvador: Secretaria da Cultura e Turismo, 2005.
VIANNA, Martha. Uma tempestade como a sua memória: a história de Lia, Maria do Carmo Brito. Rio de Janeiro: Record, 2003.
ZAVERUCHA, Jorge. “Relações civil-militares: o legado autoritário da Constituição brasileira de 1988”. In: TELES, Edson; SAFATLE, Vladimir. O que resta da ditadura: a exceção brasileira. São Paulo: Boitempo, 2010.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autoras e autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autoras e autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autoras e autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online, como em repositórios institucionais ou em páginas pessoais, a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).