Estratégias de mobilidade social em sociedades escravistas. uma análise comparada (Porto Feliz/São Paulo/ Brasil e Torbee/São Domingos, séc. XVIII e XIX)
Palavras-chave:
Sociedade escravista. Ascensão social. Família.Resumo
Em abordagem comparada, o texto aborda caminhos de mobilidade social de egressos do cativeiro em duas sociedades escravistas, distintas no tempo e no espaço. No Brasil, trata-se da vila de Porto Feliz, São Paulo, no século XIX, e, em São Domingos, da paróquia de Torbee, em fins do século XVIII. Mediante análise de trajetórias familiares, destacase que as estratégias de ascensão social foram similares, pois congregavam trabalho, coesão familiar e aliança com as elites. A ascensão social provocava a mudança de cor ou a atribuição de signos de prestígio social, ao passo que (re)aproximar-se do cativeiro provocava o rebaixamento social manifesto na cor.Downloads
Referências
ASSUNÇÃO, Mathias R. A resistência escrava nas Américas: algumas considerações comparativas. In: LIBBY, D. C.; FURTADO, J. F. (Orgs.). Trabalho livre e trabalho escravo. Brasil e Europa, Séculos XVIII e XIX. São Paulo: Annablume, 2006.
AZEVEDO, Célia Maria M. Abolicionismo: Estados Unidos e Brasil, uma história comparada (século XIX). São Paulo: Annablume, 2003.
BARTH, Friderick. O guru, o iniciador e outras variações antropológicas. Rio de Janeiro: Contracapa, 2000.
BERLIN, Ira. Gerações de cativeiro: uma história da escravidão nos Estados Unidos. Rio de Janeiro: Record, 2006.
BOXER, Charles. Relações raciais no império colonial português. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1967.
CASTRO, Hebe Maria Mattos de. Das cores do silêncio: os significados da liberdade no Sudeste escravista. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1995.
CERUTI, Simona. Processo e experiência: indivíduos, grupos, e identidades em Turim no século XVII. In: REVEL, Jacques. Jogos de escalas. A experiência da microanálise. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1998.
COHEN, David W.; GREENE , Jack P. (Orgs.). Neither slave nor free. The freedman of African descent in the slave societies of the new world. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, 1972.
DAVIS, David Brion. O problema da escravidão na cultura ocidental. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.
DEGLER, Carl. Neither black or white. Slavery ande race relations in Brazil and the United States. Winsconsin: Winsconsin University Press, 1971.
DEGLER, Carl. Nem preto nem branco: escravidão e relações raciais no Brasil e nos Estados Unidos. Rio de Janeiro: Labor do Brasil, 1976.
DELUMEAU, Jean. Modalidad social: ricos y pobres em la época del Renascimiento. In: ROCHE, Daniel (Org.). Ordenes, estamentos y classes. Coloquio de historia social Saint-Cloid, 24-25 de mayo de 1967. Madri: Siglo XXI, 1978.
EISENBERG, Peter. Homens esquecidos. Escravos e trabalhadores livres no Brasil - Séculos XVIII e XIX. Campinas: Unicamp, 1989.
FARIA, Sheila de Castro. A colônia em movimento. Fortuna e família no cotidiano colonial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998.
FARIA, Sheila de Castro. Sinhás pretas, damas mercadoras. As pretas minas nas cidades do Rio de Janeiro e de São João Del Rey (1750-1850). Niterói: UFF, 2005. Tese para concurso de Professor Titular de História do Brasil.
FERNANDES, Florestan. A integração do negro na sociedade de classes. São Paulo: Ática, 1978. 2 volumes.
FERRER, Ada. Insurgent Cuba: race, nation e revolution, 1868-1898. Chapel Hill: The University of North Carolina Press, 1999.
FINLEY, Moses. Escravidão antiga e ideologia moderna. Rio de Janeiro: Graal, 1991.
FREYRE , Gilberto. Casa-grande e senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. Rio de Janeiro: José Olympio, 1987.
GARRIGUS, John D. Colour, Class and Identity on the Eve of the Haitian Revolution: Saint-Domingue’s Free Coloured Elite as Colons américaisn. In: Slavery and Abolition, v. 17, n. 1, p. 20-43, April 1996.
GENOVESE , Eugene D. A terra prometida: o mundo que os escravos criaram. Rio de Janeiro: Paz e Terra; Brasília: CNPq, 1988.
GONÇALVES, Andréa Lisly. As margens da liberdade: estudo sobre a prática de alforrias em Minas Colonial e Provincial. São Paulo: FFCH/USP, 1999.
GRINBERG, Keila. Alforria, direito e direitos no Brasil e nos Estados Unidos. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 27, p. 63-83, 2001.
GUEDES, Roberto. Egressos do cativeiro: trabalho, família, aliança e mobilidade social. Porto Feliz, São Paulo, c.1798-c.1850". Rio de Janeiro: FAPERJ/Mauad, 2008.
GUTMAN, Herbert. The black family in slavery and freedom (1750-1925). New York: Vintage Books, 1976.
HARTUNG, Miriam. Muito além do céu: escravidão e estratégias de liberdade no Paraná do século XIX. In: Topoi, v. 6, n. 10, p. 160-82, 2005.
KLEIN, Herbert. Escravidão africana. América Latina e Caribe. São Paulo: Brasiliense, 1987.
LARA, Silvia Hunold. Sedas, panos e balangandãs: o traje de senhoras e escravas nas cidades do Rio de Janeiro e Salvador (Século XVIII). In: SILVA, Maria Beatriz Nizza da. Brasil: colonização e escravidão. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.
LEVI, Giovanni. Comportamentos, recursos, processos: antes da ‘revolução’ do consumo. In: REVEL, Jacques (Org.). Jogos de escala. A experiência da microanálise. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1998.
LEWIS, Bernard. Race and Slavery in the Middle East: an historical enquiry. New York/Oxford: Oxford U. P, 1990.
LIBBY, Douglas C. Repensando o conceito do paternalismo escravista nas Américas. In: PAIVA, Eduardo França; IVO, Isnara Pereira (Org.). Escravidão, mestiçagem e histórias comparadas. São Paulo: Annablume, 2008. v. 1, p. 27-39.
MACHADO, Cacilda. A trama das vontades. Negros, pardos e brancos na produção da hierarquia social (São José dos Pinhais – PR, passagem do XVIII para o XIX). 2006. Tese (Doutorado em História Social) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
MARCÍLIO, Maria Luiza. Crescimento demográfico e evolução agrária paulista (1700-1836). São Paulo: Hucitec, 2000.
MARISCHAL, Dorothy. A estrutura social na Inglaterra no século XVIII. In: Problemas de estratificação social. Lisboa: Livraria Martins Fontes, 1968. p. 121-40.
MARQUESE, Rafael de Bivar. Feitores do corpo, missionários da mente: senhores, letrados e o controle dos escravos nas Américas (1660-1860). São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
MATTOS, Hebe Maria. A escravidão moderna nos quadros do Império português: o Antigo Regime em perspectiva atlântica. In; FRAGOSO, João; GOUVÊA, Maria de Fátima; BICALHO, Maria Fernanda (Orgs.). O Antigo Regime nos trópicos. A dinâmica imperial portuguesa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
MATTOS, Hebe Maria. Escravidão e cidadania no Brasil monárquico. Rio de Janeiro: Zahar, 2000.
MATTOS, Hebe Maria. Marcas da escravidão. Biografia, racialização e memória do cativeiro na história do Brasil. Niterói: Departamento de História, 2004. Tese para concurso de Professor Titular de História do Brasil.
MONTEIRO, John Manuel. Negros da terra. Índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo: Cia das Letras, 1994.
NOGUEIRA, Oracy. Preconceito racial de marca e preconceito racial de origem. In: Anais do XXI Congresso Internacional de Americanistas. São Paulo, [s.n.], 1954.
PAIVA, Clotilde; KLEIN, Herbert S. Escravos e livres nas Minas Gerais do século XIX: Campanha em 1831. Estudos Econômicos, São Paulo, v. 22, n. 1, p.129-151, 1992.
PAIVA, Eduardo França. Escravidão e universo cultural na Colônia: Minas Gerais, 1716- 1789. Belo Horizonte: UFMG, 2001.
PETRONE, Maria Thereza S. A lavoura canavieira em São Paulo: expansão e declínio (1765-1851). São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1968.
PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 1983.
RICCI, Magda Maria de Oliveira. Nas fronteiras da independência: um estudo sobre os significados da liberdade na região de Itu (1777-1822). 1993. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, UNICAMP, Campinas.
RUSSEL-WOOD, A. J. R. Escravos e libertos no Brasil colonial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
RUSSEL-WOOD, A. J. R. The black man in slavery and freedom in Colonial Brazil. New Yirk, St. Martin’s Press, 1982.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil, 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
SILVA, Eduardo. Dom Obá II D’África, o Príncipe do Povo: vida, tempo e pensamento de um homem livre de cor. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
SLENES, Robert W. As provações de um Abraão Africano: a nascente nação brasileira na viagem alegórica de Johann Moritz Rugendas. In: Revista de História da Arte e Arqueologia, n. 2, p. 96, 1995.
SLENES, Robert W. Na senzala, uma flor: esperanças e recordações na formação da família escrava. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
SOARES, Márcio de Sousa. A remissão do cativeiro. Alforria nos Campos dos Goitacases, c. 1750-c.1830. Niterói: UFF, Programa de Pós-Graduação em História, 2006.
STONE, Lawrence. La crisis de la aristocracia (1558-1641). Madri: Alianza Editorial, 1985.
TANNENBAUM, Frank. El negro em las Americas. Esclavo y Ciudadano. Buenos Aires: Paidos, s/d.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autoras e autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autoras e autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autoras e autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online, como em repositórios institucionais ou em páginas pessoais, a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).