Entre fronteiras e limbos, a interdisciplinaridade, o conhecimento tradicional e a micro-história
DOI:
https://doi.org/10.30612/frh.v21i37.10144Palavras-chave:
Interdisciplinar. Conhecimento tradicional. Fronteiras. Saberes.Resumo
O século XIX delimitou corpos de conhecimento e os procedimentos para a pesquisa científica. Muitas especialidades, passados dois séculos de exercícios do saber, testaram seus dogmas à exaustão. Tais delimitações, criadas como fronteiras entre a própria linguagem e seus especialistas, também direcionaram uma prática de exclusão de conhecimentos ditos “simples”, ignóbeis, inomináveis pela razão. Foi uma prática de exclusão. Diferentemente, a interdisciplinaridade deve propor avançar sobre as trincheiras disciplinares por um lado e, por outro, inclusive resgatar o inominável. Conhecimentos tradicionais, que pertencem ao homem e não ao sujeito ou a uma instituição, são formas de resgatar um conhecimento complexo. Derrubar as fronteiras instituídas no século XIX é refletir sobre os limbos deixados pelo exercício profissional dos campos de pesquisa. A micro-história, como redução de escala e descrição densa, aponta um procedimento de convivência com outros saberes e favorece um clima de transposição das áreas disciplinares de pesquisa.Downloads
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