Algumas considerações sobre a esquemática de poder em Nye e o pensamento de Antonio Gramsci

Autores

  • Friedrich Maier UNESP

DOI:

https://doi.org/10.30612/rmufgd.v7i13.8731

Palavras-chave:

Poder brando. Poder duro. Hegemonia.

Resumo

O poder brando (soft power) e o poder duro (hard power) possuem ampla ressonância dentro do campo de estudo das Relações Internacionais, figurando enquanto conceitos cristalizados na mídia, declarações oficiais e análises de política exterior. O seguinte trabalho se propõe a analisar esses conceitos apontando relação com a categoria de hegemonia de Antonio Gramsci e, a partir de tal relação, infere algumas críticas metodológicas. A tentativa de Nye, de separar o centauro maquiavélico recuperado por Gramsci, revela falhas dentro da esquemática de poder desse importante autor da corrente liberal das Relações Internacionais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Friedrich Maier, UNESP

Graduação em Relações Internacionais e Mestrando em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” – Faculdade de Filosofia e Ciências de Marília (UNESP / FFC-Marília).

Referências

BIANCHI, Alvaro. O laboratório de Gramsci: filosofia, história, política. São Paulo: Alameda, 2008.

CALLEGARI, André Rossi. Brasil e "Soft power" :capacidades e evolução do poder brando brasileiro de FHC à Lula. 2011. 43 f. Monografia (Graduação Relações Internacionais). Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, UNESP, Franca.

DIAS, Edmundo Fernandes et al. O Outro Gramsci. São Paulo: Editora Xamã, 1996.

EUSTÁQUIO, Victor. Notas sobre a problemática do poder: O paradigma gramsciano como fonte da teoria do soft power. [201-?]. Disponível em: <https://www.academia.edu/3511802/O_paradigma_gramsciano_como_fonte_do_soft_power>. Acesso em: 15 de abr de 2016.

FERREIRA, Marcos A. F. S. Definições conceituais para o entendimento de Política Externa: o poder duro e o poder brando, por Marcos Alan Ferreira. Mundorama - Revista de Divulgação Científica em Relações Internacionais. Disponível em: <https://www.mundorama.net/?article=definicoes-conceituais-para-o-entendimento-de-politica-externa-o-poder-duro-hard-power-e-o-poder-brando-soft-power-por-marcos-alan-s-v-ferreira>. Acesso em 18 de mai de 2016

GILL, Bates; HUANG, Yanzhong. Sources and limits of Chinese ‘soft power’. Survival, v. 48, n. 2, pp. 17-36.

GOUVEIA, Grazielle Roberta Desiderio. A indústria cervejeira como instrumento de soft power. 2015. 39 f. Monografia (Graduação Relações Internacionais). Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, UNESP, Franca.

GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere, volume 3. Trad: Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.

______. Quaderni del carcere, Torino: Einaudi, 1975.

HAYNES, Jefrey. Religious Transnational Actors and Soft Power. Nova Iorque: Routledge, 2016.

KEOHANE, Robert O & Joseph S. Nye Jr. Power and Interdependence in the information age. Foreign Affairs, v. 77, n. 5, pp. 81-94, 1998.

KEOHANE, Robert O.; NYE, Joseph S. Jr. Power and interdependence. 4a. ed. Nova Iorque: Longman, 2012.

KURLANTZICK, Joshua. Charm Offensive: How China's Soft Power is Transforming the World. Yale: Yale University Press, 2007.

LI, Lin & HONG, Xiaonan. The Application and Revelation of Joseph Nye’s Soft Power Theory. Studies in Sociology of Science, vol 3, nº 2, 2012, pp. 48-52.

LIGUORI, Guido. Roteiros para Gramsci. Trad: Luiz Sérgio Henriques. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2007.

LO PRETE, Mariana Navas. Disney e soft power: uma análise da atuação da empresa no sistema internacional através da cultura de massa. 2016. 63 f. Monografia (Graduação Relações Internacionais). Faculdade de Filosofia e Ciências de Marília, UNESP, Marília.

MANZENREITER, Wolfram. The Beijing Games in the Western Imagination of China: The Weak Power of Soft Power. Journal of Sport and Social Issues, v. 34, n. 1, pp. 29-48.

MARTEL, Frédéric. Mainstream: a guerra global das mídias e das culturas. Editora José Olympio, 2013.

MARTINS, Rafael Vieira. O jazz como instrumento de soft power norte-americano no Brasil no segundo terço do século XX. 2016. 49 f. Monografia (Graduação Relações Internacionais). Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, UNESP, Franca.

MELISSEN, Jan (org.). The New Public Diplomacy: Soft Power in International Relations. Houdmills (UK): Palgrave Mcmillan, 2005.

MERCER, Collin. Antonio Gramsci and 'soft power': e-laborare or the work and government of culture. 2013. Disponível em: <http://www.academia.edu/3703420/Antonio_Gramsci_and_soft_power_e-laborare_or_the_work_and_government_of_culture>. Acesso em 22 de abr de 2016.

MIRANDA, Marina Pimentel. O K-Pop como mecanismo de soft power sul-coreano no Ocidente. 2016. 37 f. Monografia (Graduação Relações Internacionais). Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, UNESP, Franca.

MORGENTHAU. Hans. A Política entre as Nações. São Paulo: Editora UnB, 2003.

MORTON, Adam David. Revolution and state in modern Mexico: the political economy of uneven development. Plymouth: Rowman & Littlefield Publishers, 2011.

______. Unravelling Gramsci: Hegemony and Passive Revolution in the Global Political Economy. Londres: Pluto Press, 2007.

NYE Jr, Joseph S Jr. Bound to Lead: the Changing Nature of American Power. New York: Basic Books, 1990.

______. Cyber Power. Cambridge: Harvard Kennedy School, 2010.

______. Is the American Century Over? Malden: Polity, 2015.

______. O futuro do poder. São Paulo: Benvirá, 2012.

______. Softpower: the means to success in World Politics. New York: PublicAffairs, 2004.

______. The future of power. New York: Public Affairs, 2011.

______. The Paradox of American Power: why the world’s only superpower can’t go it alone. New York: Oxford University Press, 2002.

______. Think Again: Soft Power. Foreign Policy, 2006. Disponível em: <http://www.foreignpolicy.com/articles/2006/02/22/think_again_soft_power>. Acesso em: 30 mar 2015.

PASSOS, Rodrigo Duarte Fernandes dos. Cox e a teoria crítica das relações internacionais: ecletismo ou coerência? Relatório Final de Pesquisa apresentado ao CNPq, mimeo, 2015.

______. Marxismo, Estado e Relações Internacionais: Gramsci e Frankfurtianos marxistas versus sua apropriação hegemônica liberal por Robert W. Cox. In: Jornada Internacional de Estudos e Pesquisas em Antonio Gramsci, 1, 2016, Fortaleza/CE. Anais... Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2016. [ISSN: 2526-6950]

THOMAS, Peter D. Hegemony, passive revolution and the modern Prince. Thesis Eleven, v. 117, n. 1, pp. 20-39, 2013.

THUSSU, Daya Kishan. Communicating India’s Soft Power: Buddha to Bollywood. Nova Iorque: Palgrave Macmillan, 2013.

ZAHRAN, Geraldo & RAMOS, Leonardo. Da hegemonia ao Poder Brando: implicações de uma mudança conceitual. Trabalho apresentado no 30º Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais, Caxambu, 2006.

ZAHRAN, Geraldo & RAMOS, Leonardo. From hegemony to soft power: implication of a conceptual change In: PARMAR, Inderjeet & COX, Michael (Eds.) Soft Power and US Foreign Policy: theoretical, historical and contemporary perspectives. Abingdon: Routledge, 2010, p. 12-31.

Downloads

Publicado

2018-09-07

Como Citar

Maier, F. (2018). Algumas considerações sobre a esquemática de poder em Nye e o pensamento de Antonio Gramsci. Monções: Revista De Relações Internacionais Da UFGD, 7(13), 396–420. https://doi.org/10.30612/rmufgd.v7i13.8731