Transespaço da floresta: a cosmopolítica yanomami através de um filme
DOI:
https://doi.org/10.30612/el.v10i20.10449Palavras-chave:
Imagem. Cosmopolítica. Território. Cinema indígena. Cultura.Resumo
O presente artigo analisa o filme “Urihi Haromatipë – Curadores da Terra-Floresta” (BRA, 2014), do diretor indígena Morzaniel Iramari, realizado entre os Yanomami, com a colaboração de realizadores não-indígenas. Tal filme é pensado mediante o conceito de cosmopolítica, como é trabalhado na antropologia. O artigo busca construir a ideia de um transespaço da cena, construído mediante a convergência entre os discursos interétnicos dos indígenas, — que apontam para a manutenção da floresta e de seu território — e as relações entre eles e outros seres que participam da cena. Para tanto, são consideradas as formas de organização da mise-en-scène do filme, assim como os discursos dos xamãs dirigidos aos brancos, por meio dela, que se envolve, de diferentes formas, com o território ocupado.
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