A institucionalização da escola primária na Primeira República

Autores

  • Daniela Cristina Lopes de Abreu

Palavras-chave:

República. Escola primária. Nacionalismo.

Resumo

Este trabalho discute a implementação dos grupos escolares no Estado de São Paulo no início do período republicano. É sabido que com a proclamação da República, os governantes sentiram o acréscimo de responsabilidade advindo do novo regime e procuraram reformar o ensino apagando as lembranças do império. Neste sentido, era necessário criar estabelecimentos de ensino capazes de abrigar os alunos em idade escolar. A educação popular era vista como primordial, e por isso intelectuais e políticos a priorizavam como objeto de reforma fundamental para a organização da sociedade. Saber ler, escrever, contar e votar compreendia o programa dos republicanos, além de valorizar a pátria e os símbolos nacionais, respeitando as ordens da moral e do civismo. Desse modo, a escola republicana é para a República, ou seja, para legitimar seu poder. No estado de São Paulo, a criação dos grupos escolares significou a esperança de progresso e de desenvolvimento do estado e do país na perspectiva do novo regime. A construção de prédios grandiosos era uma das tentativas utilizadas pelo poder republicano de marcar o início de uma nova era. A visibilidade dos prédios conquistava com maior facilidade a população, ou seja, as construções exuberantes faziam como que a população acreditasse no regime, resultando em maior credibilidade à nova ordem.

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Publicado

2012-02-05

Como Citar

ABREU, D. C. L. de. A institucionalização da escola primária na Primeira República. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 2, n. 4, p. p.156–168, 2012. Disponível em: https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/educacao/article/view/1564. Acesso em: 19 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê