Biodiversidade, geopolítica e turismo na África Austral: uma análise centrada no grande parque transfronteiriço do Limpopo (África do Sul, Moçambique e Zimbabwe)
DOI:
https://doi.org/10.5418/RA2018.1423.0003Palavras-chave:
biodiversidade, parque nacional, turismo, geopolítica, África Austral.Resumo
Centrando a análise no Grande Parque Transfronteiriço do Limpopo, localizado entre a África do Sul, Moçambique e Zimbabwe, este artigo discute a proteção da natureza e da biodiversidade especificamente como uma questão geopolítica. Para tanto, apoia-se em uma breve digressão histórica acerca do surgimento e do desenvolvimento de áreas protegidas no mundo e no continente africano, especificamente, até chegar à contemporaneidade, destacando a recente valorização do uso turístico dessas áreas. Contradições deste processo tal como a segregação socioespacial de populações autóctones, decorrente da implementação de áreas de proteção ambiental, são analisadas e compreendidas como uma forma de espoliação da população africana de suas terras, de seus territórios e de seus recursos naturais. Além disso, discute-se, também, a realização de projetos transnacionais gestados em nações economicamente hegemónicas e por organismos supranacionais (como banco Mundial e ONGs ambientalistas), compreendidos como instrumentos geopolíticos e geoeconômicos de controle do território africano, dando-se ênfase ao Peace Park Foundation e a promoção do desenvolvimento do turismo a ela atrelada. Portanto, a pricnipal contribuição desses paper é a introdução a uma discussão sobre a importância das áreas protegidas no processo de produção do espaço, isto é, como a biodiversidade e o turismo são conteúdos que se impõe como verticalidades sobre o território, na forma de áreas protegidasDownloads
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