O histórico e o fantástico em O mez da grippe

Autores

  • Naira de Ameida Nascimento UTFPR
  • Rogério Caetano de Almeida UTFPR

DOI:

https://doi.org/10.30612/raido.v12i29.7760

Palavras-chave:

Fantástico. Ficção histórica. O mez da grippe. Valêncio Xavier.

Resumo

O romance histórico e a literatura fantástica traçaram caminhos excludentes durante a segunda fase da modernidade, em pleno século XIX. Enquanto a primeira guiava-se pela margem segura dos documentos, o gênero fantástico denunciava a precária hegemonia daquela crença e apontava para a instabilidade do “real”. O romance latino-americano denominado romance do boom favoreceu, entre outras experiências ficcionais, a aproximação do histórico e do fantástico, ao confrontar um discurso centrado na voz do colonizador e cego às culturas e às tradições das sociedades colonizadas. O mez da grippe compartilha esse estatuto ao lidar com o registro documental e concomitantemente estabelecer uma atmosfera fantasmagórica, mas, diferentemente dos primeiros, ele constrói o insólito por meio de uma apresentação saturada dos registros documentais e pelas dissensões criadas entre eles.

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Biografia do Autor

Naira de Ameida Nascimento, UTFPR

Professora Adjunta de Literaturas de Língua Portuguesa da UTFPR. Doutora em Estudos Literários pela UFPR.

Rogério Caetano de Almeida, UTFPR

Professor Adjunto de Literaturas de Língua Portuguesa da UTFPR. Doutor em Estudos Comparados pela USP. UFPR.

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Publicado

05.12.2018

Como Citar

Nascimento, N. de A., & Almeida, R. C. de. (2018). O histórico e o fantástico em O mez da grippe. Raído, 12(29), 179–191. https://doi.org/10.30612/raido.v12i29.7760

Edição

Seção

DO FANTÁSTICO E SEUS ARREDORES